Do Vermelho
Com ácidas opiniões e previsões sem sentido, a imprensa conservadora repercutiu o relatório anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), que apresentou alerta sobre a política econômica no Brasil. Em sua coluna semanal, João Sicsú, economista e professor da UFRJ, desconstruiu os argumentos propostos pela mídia conservadora e disparou "o Fundo Monetário Internacional (FMI) entende muito pouco de economia. A sua história é uma história de erros".
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Para João Sicsú o relatório anual apresenta um diagnóstico errado sobre a economia brasileira e faz orientações que são seguidas por economias europeias, como é o caso da Grécia, uma economia que está afogada na recessão, com elevado desemprego, e miséria.
"FMI não é uma boa referência como orientador de políticas econômicas a serem seguidas. O Brasil seguiu as lições do FMI no anos 1990 e sua economia ficou estagnada, com taxas de desemprego elevadas, alto déficit público e alto endividamento público quando comparado com o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro".
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Sicsú ressaltou que o Brasil deve seguir um caminho totalmente diferente daquele orientado pelo FMI nos anos 1990. "Ao seguir o caminho contrário do FMI, certamente, estaremos no caminho correto".
O economista corroborou seu argumento fazendo uma comparação com os índices atuais. Sicsú pontuou que "o endividamento liquido, em relação ao PIB, está em torno 35% - na década 1990, esse dado era praticamente o dobro e alcançava a marca de 68%. É para os que viveram nos 1990, é bom lembrar que o próprio FMI sugeriu ao Brasil que ele precisaria alcançar uma marca, na relação dívida/PIB, inferior aos 50%, também, o Tratado de Maastricht, conhecido como Tratado da União Europeia (TUE), diz que essa relação pode ficar inferior a 60%. Ou seja, estamos abaixo dessas marcas", esclareceu o especialista.
Co opinião contrária ao que foi publicado nos últimos dias pelos jornalões, o culunista da Rádio Vermelho, enfatizou que tanto o FMI como o Tratado de Maastricht orientam que o déficit nominal, que é a relação entre a arrecadação/gastos do governo, deve ficar em torno de 3% ou um pouco menos. em 2012, o Brasil alacançou um déficit nomial inferior a 3%. É bom lembrar que em 2003 esse índice era de 5% do PIB.
Sobre a argumentação do superávit primário, João Sicsú esclareceu que isso depende da dinâmica da economia. "Se a economia está aquecida, superávit primárioc cresce, se ela desacelera, ele reduz. Se essa relação não acontece, nós trabalhamos para afundar a economia. Ou seja, aumentar o superávit primário, significa cortar gastos, e o Brasil só pode caminhar nesse sentido se a economia flui por se só", frisou.
Ele acrescentou: "Seguir os diagnósticos ou os receituários de política econômica do FMI é sempre seguir o caminho errado. O Brasil deve seguir pelo caminho oposto. Desde 2005 não devemos mais nada ao FMI, logo o caminho que vem dando certo é o percorrido nos últimos 10 anos".
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