Enquanto este blog esteve fora do ar, um anúncio deito pela Petrobras mostrou a razão de a diretora da ANP, Magda Chambriard ter dito que o campo de Franco, vizinho, a oeste, do de Libra, ser, possivelmente, igual ou maior que este, hoje a maior jazida de petróleo em prospecção no mundo.
Todos os poços indicaram colunas de rochas porosas com petróleo entre 315 ( no poço descobridor) e 438 metros, no quarto poço, sempre com estruturas semelhantes.
Nos dia 19 último, quase sem destaque na imprensa, a Petrobras fez um comunicado público dos resultados da perfuração do quinto poço do programa exploratório de Franco e revelou que neste último, a coluna de rocha impregnada de petróleo chega a 396 metros!
Claro que não se pode fazer previsões absolutas sobre rochas que estão a mais de cinco mil metros de profundidade.
Mas tudo está indicando que, dentro em breve, será divulgada uma nova estimativa colocando Franco num intervalo de expectativas superior aos 10 bilhões de barris atribuída a Libra. Pode ser ainda este ano, com a declaração de comercialidade do campo.
Teremos, então, os dois maiores campos de petróleo em prospecção no planeta, hoje.
E aí vem outro nó que terá de ser desatado no Governo Dilma.
Como o contrato de cessão onerosa que entregou a área de Franco – e quatro outras – à Petrobras dá direito à extração de até 3 bilhões de barris neste campo – e a um total de 5 bilhões, no total, incluindo os outros reservatórios – terá de ser aplicada uma das soluções previstas no contrato.
A União poderá vender direitos de exploração adicionais à estatal, revisando seu preço e volume. Mas não está prevista, como dizem alguns, a devolução das áreas desnecessárias para – como se imaginou – “completar” os cinco bilhões de barris. Só uma área – Peroba – colocada como reserva reverte imediatamente para a União.
Assim, Franco poderá ser a “máquina de gerar caixa” para Petrobras, pois boa parte dos investimentos necessários para sua exploração já estão em andamento, sobretudo os quatro navios-plataforma que serão montados no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Nas áreas dos primeiros quatro poços pioneiros, estão em obras ou contratadas para começá-las no primeiro semestre de 2014, as plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77, todas com capacidade para processar e armazenar mais de um milhão de barris. Um quinta plataforma será encomendada em 2014
Nos primeiros meses de 2014 o primeiro poço de Franco entra em testes de longa duração. Mais dois passarão por este processo em 2015 e em 2016 o campo começa a produzir até atingir 300 mil barris por dia. Em 2017, serão 600 mil barris diários. E 750 mil barris diários em 2019.
Mais do que estará, a esta altura, saindo do campo de Libra.
Embora a empresa negue, no próximo Governo a Petrobras terá de partir para um novo processo de capitalização.
Porque será uma empresa, na produção, duas vezes e meia maior que hoje.
E isso requer investimentos de centenas de bilhões de dólares.
Para os nossos jornais, o que continua sendo notícia é um possível aumento de sete ou oito centavos no litro de gasolina.
O jornalismo “especializado” em petróleo no Brasil, na grande mídia, perdeu completamente a visão estratégica que, mais do que a maioria dos outros, precisa ter para compreender o que está acontecendo com um país que, em uma década, se tornará a maior fonte de petróleo novo no mundo, mais que o Oriente Médio, segundo as projeções da Agência Internacional de Energia.
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