Do Tijolaço
Publico, abaixo, post de meu companheiro Miguel do Rosário, em seu blog O Cafezinho, sobre a próxima capa da revista The Economist, que – depois de um ano de catastrofismo tupiniquim – resolveu aderir ao coro dos urubus. Não sei se atrasada, não sei se mandada pelos “primos” americanos, ou mesmo por estar de “bico” pelas petroleiras inglesas terem ficado fora de Libra, a revista escolheu má hora para entrar no coral urubulino: justo quando os sinais da atividade econômica começam a dar sinais mais fortes de ascensão.
Rosário, você vai ler, desmonta a história com dados e comparações. E eu, assim que puder, volto ao tema para falar o que acho: eles não ficam muito satisfeitos quando percebem que algum cristo tem a ousadia de estar saindo de sua órbita e tomando seus rumos.
Resposta ao ataque da Economist ao Brasil
Miguel do Rosário
Parece até brincadeira, mas a menos que seja uma barriga gigante do UOL, a próxima capa da Economist representará um ataque frontal ao Brasil. A mídia tupi, que sempre escondeu os inúmeros elogios que o governo recebeu da mídia estrangeira, nos últimos dez anos, agora poderá fazer o contrário. Jornal Nacional, Fantástico, capas, a diatribe da revista britânica com certeza vai ganhar destaque em todos os meios.
Então eu voltei lá na Economist, para ver o que tinha mudado. E deparei com o artigo principal da última edição, O Ocidente Enfraquecido, um ridículo, desorientado e desonesto libelo em favor de mais intervenções militares norte-americanas no Oriente Médio, a começar pela Síria.
A Economist, que sempre foi conservadora, deu uma guinada à direita ainda mais forte nos últimos tempos. E deu fim à lua de mel com países em desenvolvimento.
Não é tão difícil entender, contudo. Segundo dados do Banco Mundial, o fluxo crescente de investimentos estrangeiros diretos para o Brasil desvia verbas que, até então, iam apenas para as grandes potências ocidentais, a começar por EUA e Reino Unido.
Confiram o gráfico abaixo. Observem que o Reino Unido, pátria-mãe da Economist, sofreu violenta queda de seus investimentos produtivos, e agora recebe menos dinheiro que o Brasil. Ou seja, a Economist pode resmungar à vontade. Na hora de botar a mão no bolso e investir, o mundo prefere o Brasil.
Aliás, esse é um fator para o qual devemos olhar sempre, porque a crise financeira do mundo desenvolvido está forçando seus governos a adotarem medidas algo drásticas para interromperem o fluxo de recursos para países emergentes, como o Brasil. Com o poder que eles detêm sobre a informação, há sempre o risco de incitarem desordens aqui com objetivo de fazer os investidores desistirem do Brasil e voltarem a aplicar nas praças tradicionais, como Londres e Nova York.
Segundo a consultoria ATKearney, que há anos produz um índice de investimento estrangeiro direto (em inglês, FDI, Foreign Direct Investment), o Brasil subiu várias posições nos últimos anos, e hoje está em terceiro lugar no ranking global, atrás apenas de EUA e China. A Inglaterra, por sua vez, tem perdido pontos, e está hoje em oitavo lugar, após décadas entre os três primeiros.
A avaliação que a consultoria faz do Brasil é ultra-positiva: 40% de razões para otimismo, contra apenas 10% para pessimismo. Os investidores têm sido atraídos por nossa demografia espetacular (muitos jovens em idade produtiva) e pelo aumento da renda dos trabalhadores. Em 2012, o investimento estrangeiro direto no Brasil, segundo a empresa, foi de US$ 65,2 bilhões, só um pouquinho abaixo do recorde registrado no ano anterior, de US$ 66,7 bilhões.Nesses primeiros dois anos do governo Dilma, os investimentos estrangeiros diretos (ou seja, em produção; não em especulação) foram os maiores da história.
A Inglaterra também não pode chorar de barriga cheia. Recebeu US$ 62,7 bilhões de investimentos estrangeiros diretos em 2012. Mas entende-se a choradeira: em 2008, recebeu quase US$ 90 bilhões. A avaliação que a ATKearney faz do Reino Unido, em matéria de atração aos investidores, é menos positiva, porém, que a do Brasil: apenas 24% de razões positivas, contra 13% negativas.
Investimento Estrangeiro Direto – Gráfico Comparativo – Reino Unido e Brasil
Fonte: Banco Mundial.
Alguém poderia também lembrar à Economist que o desemprego no Brasil já está bem abaixo da taxa britânica. E a renda dos trabalhadores brasileiros tem crescido regularmente, ao contrário do que acontece na Inglaterra, onde tem caído. O Brasil ainda precisa avançar muito para alcançar o nível de desenvolvimento da Inglaterra. Mas não podemos perder de vista dois fatores:
As estatísticas mostram que estamos no caminho certo.
A história mostra que a Inglaterra sempre jogou contra o Brasil.
Desemprego no Reino Unido:
Desemprego no Brasil:
E já que a revista desenhou o Cristo Redentor caindo feito um míssil sobre o Rio de Janeiro, o Cafezinho retribui com um contra-ataque semiótico: uma bela foto da cidade maravilhosa. Última informação: segundo o IBGE, o desemprego na região metropolitana do Rio, em agosto, ficou em 4,5%, o menor da história da nossa cidade!
Comentário E & P
A falta que nos faz de uma mídia de massa. A subelite brasileira, parcela da classe dominante que é vassala dos Estados Unidos, da Europa e do Japão que estão atrelados aos interesses desses países reproduz de forma acrítica o que um periódico de forma histérica publica. A The Economist está sentindo a queda da Inglaterra no mundo e está fazendo o jus speneandi. É óbvio que comentaristas com complexo de vira-lata como Miriam Leitão e Sardenberg vão reperticutir a matéria da revista inglesa como se ela fosse séria. Essa revista defende o neoliberalismo, dogma fundamentalista que não se importa com o bem-estar dos povos do mundo e do desenvolvimentos dos países e sim com o retorno financeiro de uma minoria rica que quer ganhar mais ainda em detrimento da população mundial. São malthusianos ou seja, que os pobres se ferrem, como escreveu Malthus, economista inglês do século XVIII e XIX, que devia odiar os pobres. E os editores da revista devem estar muito putos da vida porque não vão poder ficar com o petróleo de Libra. Esses ingleses são uns ingratos, já surrupiaram o ouro das Minas Gerais, via Portugal e agora querem surrupiar o petróleo do pré-sal com ajuda do PSDB, braço político da subelite brasileira,e da imprensa venal brasileira que é o braço midiático da subelite brasileira.
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