Opinião é do ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, que defende "uma resposta enérgica por parte da diplomacia brasileira" sobre o caso; documentos revelaram que a rede privada de computadores da empresa é monitorada por agência norte-americana; "A simples tentativa de 'hackear' informações da Petrobras é abominável", diz José Sérgio Gabrielli, atual secretário de Planejamento da Bahia; segundo ele, porém, a tentativa de invasão não significa necessariamente que informações foram roubadas; sistema de tecnologia da Petrobras "é muitíssimo bem protegido", afirma
9 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 14:28
Bahia 247 – A denúncia de que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) espionou a Petrobras é "abominável", na avaliação do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. Para ele, que hoje é secretário de Planejamento da Bahia, o caso "merece uma resposta enérgica por parte da diplomacia brasileira". A revelação foi feita no programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo 8, numa reportagem que teve como base de informações documentos obtidos com o ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden.
Conforme mostrou a matéria feita em parceria com o jornalista americano Glenn Greenwald, que tem feito as últimas revelações de espionagem americana ao governo brasileiro, a rede privada de computadores da Petrobras é monitorada. Segundo Gabrielli, porém, a tentativa de invasão não quer dizer necessariamente que informações sigilosas tenham sido roubadas, pois o sistema de tecnologia da estatal "é muitíssimo protegido". "As tentativas de ataque são frequentes, corriqueiras, são milhares. Mas o fato de tentarem invadir não significa que houve sucesso", disse.
O secretário da Bahia acredita que os principais motivos para a espionagem podem ser informações econômicas e estratégicas da companhia. Ele contou que, durante sua gestão, a empresa dialogava com a embaixada americana e que ele próprio esteve pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Gabrielli afirma que considera normal a troca de informações com o governo americano, mas reforça ser "abominável" o acesso a dados sigilosos da empresa. Desde a veiculação da reportagem do Fantástico, a Petrobras não se pronunciou sobre o caso.
ESPIONAGEM PODE GARANTIR VANTAGEM EM MEGALEILÃO
Reportagem do 'Fantástico', em parceria com o jornalista Glenn Greenwald, a partir de documentos vazados pelo ex-agente da CIA Edward Snowden, revela que Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) espionou tecnologia e campos de petróleo do pré-sal da Petrobras. No próximo mês, acontece o leilão do campo de Libra, na Bacia de Santos, o maior já realizado no país. Segundo Roberto Villa, ex-diretor da estatal, "se alguém dispõe dessa informação, ele vai numa posição muito melhor, sabe onde carregar mais e onde nem carregar. É um segredinho bom". Barack Obama terá muito a explicar ao governo brasileiro
9 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 07:26
247 – Na próxima quarta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, terá muito o que explicar ao governo brasileiro. O prazo foi definido anteriormente após revelações de que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) usou seu aparato de espionagem em conversas da presidente Dilma Rousseff com seus assessores.
“O presidente Obama declarou para mim que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo integral esclarecimento dos fatos e que proporia, para exame do Brasil, medidas para sanar o problema”, disse a presidente em entrevista coletiva no G20 (leia abaixo na matéria da Agência Brasil).
Em um primeiro momento, o governo americano alegou que o sistema era usado exclusivamente ao combate ao terrorismo. No entanto, reportagem do Fantástico de ontem, em parceria com o jornalista Glenn Greenwald, a partir de documentos vazados pelo ex-agente da CIA Edward Snowden, atualmente exilado em Moscou, revelou que o esquema também foi usado para espionar empresas como a Petrobras.
Os documentos não mostram que tipo de informações a NSA buscava, mas é possível supor que tivessem a ver com tecnologia e campos de petróleo do pré-sal.
No próximo mês, acontece o leilão do campo de Libra, na Bacia de Santos, o maior já realizado no país. O valor total do bônus a ser pago pelo consórcio vencedor foi fixado em R$ 15 bilhões. Segundo Roberto Villa, ex-diretor da Petrobras, “se alguém dispõe dessa informação, ele vai numa posição muito melhor no leilão. Ele sabe onde carregar mais e onde nem carregar. É um segredinho bom”.
Além da estatal brasileira, outras vítimas da espionagem americana foram o Google, o Ministério das Relações Exteriores da França e o sistema Swift — a cooperativa que reúne mais de dez mil bancos de 212 países e regula as transações financeiras por telecomunicações.
Leia a matéria da Agência Brasil sobre o caso:
Petrobras diz que não comentará suposta espionagem pelos Estados Unidos
Da Agência Brasil*
Brasília – A Petrobras informou, por meio da assessoria de imprensa, que não irá comentar suposta espionagem pelos Estados Unidos.
Reportagem veiculada na noite de ontem (8) pelo programa Fantástico, da TV Globo, diz que documentos, vazados pelo ex-consultor de informática Edward Snowden, indicam que a rede privada de computadores da petrolífera brasileira foi monitorada pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA). De acordo com a reportagem, não é possível saber a extensão do monitoramento, nem se conteúdos da estatal foram acessados.
Na semana passada, o mesmo programa denunciou que os norte-americanos monitoraram conversas da presidenta Dilma Rousseff com assessores diretos. O governo brasileiro cobrou explicações formais e por escrito dos Estados Unidos.
No último dia 3, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que as respostas apresentadas pelos norte-americanos, até aquele momento, “revelaram-se” falsas. Em São Petersburgo, na Rússia, a presidenta Dilma Rousseff disse que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometeu a assumir a responsabilidade direta pela investigação das denúncias de espionagem a dados pessoais dela, de assessores e de cidadãos do Brasil. Os dois tiveram um encontro, paralelo às atividades da 8ª Cúpula do G20.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sinalizou rever os procedimentos adotados pela NSA.
* Colaborou Pedro Peduzzi
Brasil aguarda nos próximos dias explicações dos EUA sobre espionagem
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Nos próximos dias, o governo dos Estados Unidos deverá prestar esclarecimentos ao Brasil sobre as denúncias de espionagem à presidenta Dilma Rousseff, a assessores e cidadãos brasileiros. A previsão, segundo Dilma, é que o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, converse até o dia 12 com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice. A conversa entre os dois pode ocorrer pessoalmente, Figueiredo estará em Nova York a partir de amanhã (10) e deverá ficar até sexta-feita (13).
Na semana passada, em São Petersburgo (Rússia), durante a cúpula do G20, Dilma e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversaram sobre o mal-estar causado pelas denúncias de espionagem. Segundo ela, Obama prometeu responder às perguntas encaminhadas pelo governo do Brasil. De acordo com a presidenta, se for necessário, voltará a conversar com Obama.
“O presidente Obama declarou para mim que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo integral esclarecimento dos fatos e que proporia, para exame do Brasil, medidas para sanar o problema”, disse a presidenta, em entrevista coletiva.
“O que pedi foi o seguinte: 'acho muito complicado ficar sabendo dessas coisas pelo jornal. Eu quero saber: tem ou não tem? Além do que foi publicado pela imprensa, eu quero saber tudo o que há em relação ao Brasil. Tudo, tudinho, em inglês: 'everything'”.
Na conversa, Dilma disse a Obama que vai propor à Organização das Nações Unidas (ONU) e a entidades internacionais iniciativas na tentativa de impedir a espionagem e violação de direitos individuais e humanos. Há mais de um mês, o governo brasileiro pediu explicações aos Estados Unidos sobre as denúncias, desencadeadas pelas informações de Edward Snowden, que trabalha para uma prestadora de serviços da Agência Nacional de Segurança (NSA).
Nas duas últimas semanas, os pedidos de informações aos Estados Unidos foram reforçados pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e Figueiredo. Em meio à expectativa pelas informações, a presidenta deixou em aberto a possibilidade de viajar, em 23 de outubro, para Washington, nos Estados Unidos, com honras de chefes de Estado.
“Se não houver condições políticas, obviamente não se vai. Eu não pretendo transformar a quarta-feira [12] no 'dia D'. Eu pretendo transformar a quarta-feira [12] em um dia de avaliação. Não esperem que quarta-feira seja um 'dia D'”, disse Dilma.
Edição: Graça Adjuto
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