segunda-feira, abril 15, 2013

Aécio tomatólogo. Minas Sem Censura e seu aparte semanal ao Senador Aécio Neves na Folha de SP: Tolerância zero


Disse Aecinho na Folha.
"O PT sempre foi permissivo com a inflação. Basta lembrar que se posicionou contra o Plano Real, instrumento que derrotou a inflação e fez o país entrar numa era de prosperidade.
Os mais jovens não conheceram os dias difíceis vividos pela geração de seus pais e avós nos anos 80 e 90, quando os preços mudavam todos os dias nos supermercados e alcançavam a estratosfera. Inaugurada pelo Plano Real, a estabilidade econômica converteu-se em patrimônio de todos os brasileiros e não pode ser colocada sob ameaça."

Alguém precisa lembrá-lo qual governo, após a implantação do Plano Real em 94 por Itamar Franco, foi permissivo com a inflação:
"FHC 1º governo: 9,71% de inflação, FHC 2 – 8,77%, FHC 8 anos – 9,24%, LULA 1 – 6,43%, LULA 2 – 5,14%, LULA 8 anos – 5,78%, DILMA 2 anos – 6,17%. "

Aécio tomatólogo.
(15/04/2013)

Era de se esperar. Aecinho volta com o terrorismo sobre a inflação. Mistura alhos e bagulhos, para difundir sua prédica: estamos à beira do abismo. A inflação estourou a meta, em 0,4%. Com FHC, de 1999 a 2002, a inflação estourou a meta por três anos, em índices muito superiores a esse que ele festeja e nunca se ouviu algum pio do senador Neves sobre o problema. Em 2002 foi 110% de estouro!

A receita é a básica: demitir servidores públicos, arrochar salários e pensões, retirar direitos sociais, provocar a retraçãoe econômica, para que festejem o “fracasso” de Dilma.

O descaramento é total. O economista tucanólogo Alexandre Schwartsman é explícito: a taxa de desemprego deve subir de 5,5% para 7,5%.

O discurso de Aécio em defesa dos pobres é falso. Tanto ele, quanto Schwartsman têm parceria com a agiotagem financeira. Que é quem ganha no curto e médio prazos com a alta da Selic.

Vamos, com calma, desenhar para o bacharel em economia pela PUC-MG:


A inflação anualizada é dada pelos aumentos de curto prazo. A de 2013 só vai ser conhecida em janeiro de 2014. Portanto, o “estouro” deve ser relativizado.
O aumento da taxa de juros não incide sobre inflação de curto prazo, já que seu efeito só é sentido, no mínimo, seis meses depois (e se for).
Ele, que gosta muito de copiar refinadas receitas do exterior, deveria ser informado de que nenhum banco central do mundo está adotando a política de aumento de juros, como freio de inflação. A diretriz mundialmente sugerida é: manter as taxas de juros abaixo dos índices inflacionários.
A inflação da cesta básica (frutas, legumes, cereais e verduras) não implica, necessariamente, que os consumidores de baixa renda a sustentem. Há muito que tomates, com seus licopenos e outras propriedades nutricionais comuns são substituídos quando seu preço aumenta. Isso já ocorreu com a batata, com a mandioca etc. Aliás, nutricionistas festejaram a alta do preço do tomate: é uma das frutas que mais assimila o veneno dos defensivos agrícolas. E sua inflação, artificial segundo especialistas, só fez com que os mesmos amadurecessem nas prateleiras dos sacolões, dos supermercados e nas bancas de feiras. O tombo de seu preço chegou a 45% nesse final de semana.
A alta dos preços da cesta básica tem claro viés político: estamos no clima eleitoral.

Evidente que o quadro econômico internacional pode agravar a situação aqui. Mas, diferentemente, dos tempos de FHC e Aécio, o Brasil tem sólidas reservas internacionais, é credor do FMI, diversificou seus parceiros comerciais e tem mercado interno ativo.

Aécio quer surfar no “estouro da meta”. Sua proposta é básica: demissão de agentes de saúde, fim de concursos públicos, acabar com o Bolsa Família, paralisar as obras do PAC, terceirizar serviços essenciais, vender o que resta de público no país.

Aí, quem sabe, se Dilma seguir sua receita, ele ganha a eleição em 2014.

Nesse sentido, o tomatólogo Aécio pisou no tomate.

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