quinta-feira, julho 26, 2007

Reino Unido também enfrenta crise aérea e aeroportos superlotados

Não é apenas no Brasil que a crise na aviação de passageiros se manifesta. Ao contrário do que muitas pitonisas e oráculos da grande mídia e os representantes da elite golpista que escrevem nos jornais locais afirmam, o sistema aéreo estrangeiro não é mais eficiente que o brasileiro.



A BBC revelou nesta quarta-feira (25) que as principais reclamações de usuários do setor aéreo no Reino Unido, em um período de doze meses, se devem a cancelamentos e atrasos de vôos, segundo as autoridades que fiscalizam a atividade no país.


Entre abril de 2006 e março de 2007, o Conselho de Usuários de Transporte Aéreo britânico (AUC, sigla em inglês) registrou mais de 12 mil queixas, um aumento de 22% em relação ao ano anterior.



Sozinhos, os cancelamentos de vôos responderam por 37% das reclamações por escrito ou via telefone. Quase 2.000 telefonemas foram registrados pelo AUC, o triplo do volume medido um ano antes.



As reclamações por atraso responderam por 17% do volume de queixas por escrito ou via telefone, disse o órgão.



Nó aéreo


Os dados demonstram o nó em que se encontra o setor aéreo britânico, complicado ainda mais com a aplicação de medidas de segurança introduzidas em agosto do ano passado.



Na época, o governo britânico anunciou que descobrira um plano macabro de "extremistas" para explodir aviões em vôo. A polícia prendeu centenas de pessoas, libertadas dias depois, ao se provar que não possuíam vínculos com células "terroristas" islâmicas, como propalado na mídia internacional.



As medidas adotadas desde então restringiram o que os passageiros poderiam levar nas bagagens de mão e levaram a ser efetuadas vistorias mais demoradas.


A situação se complicou ainda mais no fim do ano passado, quando a ocorrência de fortes neblinas levou ao cancelamento ou redirecionamento de vôos, gerando filas nos aeroportos.


Heathrow superlotado


Neste fim de semana, o jornal The Independent deu ao aeroporto londrino de Heathrow, um dos mais movimentados do mundo, o título de "menos preferido do mundo".


"O aeroporto transporta 68 milhões de passageiros por ano, muito mais que sua capacidade. As filas são as piores na Europa, por conta das medidas de segurança. Novas regras criam o temor de gargalos na distribuição de bagagens. Quatro executivos se demitiram no último ano", descreve o jornal.


Em seu relatório, a presidente do AUC, Tina Tietjen, criticou o fato de as companhias aéreas submeterem os passageiros a gastos "que não precisariam realizar se as empresas tivessem honrado suas obrigações".


"É do interesse de todos que a experiência do vôo não se torne cansativa a ponto de os passageiros decidirem que o esforço não vale a pena."



Vermelho (www.vermelho.org.br)

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