Agência Estado
Em São Paulo
O histórico de vôos do Airbus A320 da TAM diminui a possibilidade de que a chuva e a pista do Aeroporto de Congonhas tenham sido decisivas na tragédia que matou ao menos 199 pessoas. Isso porque, no dia do acidente, o avião de prefixo MBK já havia pousado duas vezes na pista principal do aeroporto, uma delas enquanto chovia quase três vezes mais do que no momento do desastre. Em nenhuma das aterrissagens houve queixas de pista escorregadia ou problemas mecânicos.
O primeiro pouso do Airbus em Congonhas ocorreu às 11h11 do dia 17. O avião, que fazia o vôo 3701 entre Brasília e São Paulo, encontrou muita chuva na chegada à capital paulista. De fato, entre 11 horas e meio-dia, a estação meteorológica do aeroporto registrou, em média, 1,5 milímetro de precipitação na pista principal. A aeronave pousou normalmente, os passageiros desceram e, 40 minutos depois, ela já estava pronta para decolar rumo ao Aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde chegou às 12h48.
Em Confins, a parada foi mais uma vez breve. Depois de 33 minutos no solo, o Airbus decolou mais uma vez com destino a São Paulo. O vôo 3219 chegou no horário previsto - 14h32. A chuva havia parado, mas a pista principal de Congonhas continuava encharcada. Segundo registros do Serviço Regional de Proteção ao Vôo, entre 14 e 15 horas, o índice de chuva foi zero no aeroporto. Desta vez, o intervalo até a decolagem seguinte foi maior, para que houvesse a troca da tripulação do Airbus. Assumiam o comando os pilotos Kleyber Lima e Henrique Stefanini di Sacco.
Foram eles que decolaram às 15h21 de Congonhas rumo ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, onde o avião da TAM aterrissou às 16h40. Depois de 36 minutos parados no Sul, os comandantes iniciaram o vôo 3054. O vôo para São Paulo durou uma hora e 35 minutos. A seqüência de vôo dos Airbus, que começou sua jornada às 6h52, no Aeroporto de Campo Grande (MS), demonstra que a TAM utilizava ao máximo a aeronave. Até o acidente, às 18h51, o avião havia feito sete vôos, apesar de estar com o reverso direito (freio aerodinâmico acoplado às turbinas) inoperante - "pinado". A companhia alega que o manual do fabricante permite a utilização da aeronave com esse problema por até dez dias, quando o conserto deve ser realizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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