O objetivo deste blog é discutir um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil. Esse projeto não brotará naturalmente das forças de mercado e sim de um engajamento político que direcionará os recursos do país na criação de uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social.
sábado, junho 22, 2013
Dilma consegue decifrar o enigma
Autor: Luis Nassif
O discurso da presidente Dilma Rousseff captou perfeitamente o momento histórico, através dos principais fatores que emergiram das manifestações:
A vontade de participar da moçada e da população e o anacronismo do aparato institucional.
A separação nítida entre os anseios legítimos e os aproveitadores.
O fato de, a partir de agora, o cidadão passar a ser o centro das políticas públicas, e não mais os poderes econômicos.
A necessidade de um pacto entre União, estados e municípios para melhoria da mobilidade urbana e dos serviços públicos.
É um início promissor. Se não tivesse decifrado o enigma, teria sido devorada pela esfinge.
Agora, há que se pensar no pós-manifestações.
Dilma anunciou a intenção de alargar os canais de participação popular. E anunciou o plano de mobilidade.
Há que se conferir status nobre ao Ministério das Cidades e colocar, lá, alguém antenado com os novos tempos.
Mas o caminho da mudança é mais amplo.
Cada vez mais, aumentará a intolerância da opinião pública para com os homens públicos omissos, os que jogam unicamente para a plateia, os que não trazem, dentro de si, a chama das mudanças e da iniciativa pública.
Na hora de analisar seu Ministério, a presidente terá que pensar com seriedade esse ponto. Há uma característica pessoal admirável na cidadã e militante Dilma Rousseff: a solidariedade para com os comandados. Mas, quando o objetivo maior são os resultados nas políticas públicas, essa qualidade vira defeito
Na Coluna Econômica de amanhã (que envio na 6a para os jornais e foi escrita ates do discurso da presidente) tento avançar algumas sugestões.
O ponto mais importante: as redes sociais são, definitivamente, o novo território de discussões políticas, de políticas públicas e do exercício da cidadania. É o ágora grego.
Portanto, a interlocução do governo com os jovens militantes e com a população em geral não pode se restringir a uma audiência presencial. Tem que se colocar o governo inteiro no rumo das redes sociais, definindo modelos de atuação para o novo mundo, organizando as informações públicas, ampliando a Lei da Transparência, definindo uma metodologia mais de acordo com a linguagem das redes para disseminar dados públicos e recolher impressões e opiniões.
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