terça-feira, agosto 07, 2007

VENDA DE MOTOCICLETAS EXPLODE

O presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos), Sérgio Reze, disse em entrevista a Paulo Henrique nesta terça-feira, dia 07, que a venda de motocicletas deve crescer 28% este ano em relação a 2006 (clique aqui para ouvir o áudio).

Segundo Reze, a indústria automobilística brasileira já vendeu 910 mil motocicletas este ano. A expectativa da Fenabrave é fechar o ano com 1,6 milhão de motocicletas vendidas.

“É explosivo. Esse é o consumidor que não figura nas estatísticas da análise da capacidade do brasileiro de comprar”, disse Reze.

Sérgio Reze disse que a venda de motocicletas atinge a base da pirâmide. “É o consumidor de menor poder aquisitivo dentro dessa base da pirâmide. E este segmento (de motocicletas) está crescendo desde 1993, ininterruptamente”, disse Reze.

A indústria automobilística bateu mais um recorde em Julho, com 217,4 mil unidades vendidas. A alta nas vendas foi de 9,4% em relação a junho deste ano.

Sérgio Reze disse que a segurança que a estabilidade econômica e o controle da inflação passam para o consumidor ajuda nesse crescimento. Segundo ele, não só a facilidade de acesso ao crédito como a ampliação dos prazos agrega um número cada vez maior de consumidores.

Segundo Reze, com a ampliação do prazo, o consumidor que pode pagar uma prestação de R$ 700, por exemplo, passa a comprar um veículo com maior valor agregado.

“Ele compra um carro de maior valor agregado. Uma coisa que lhe dê mais satisfação. O consumidor compra, por exemplo, os itens de segurança, como air bag e ABS; os itens de conforto como os novos CDs, MP3”, disse Reze.

Leia a íntegra da entrevista com Sérgio Reze:


Paulo Henrique Amorim – O número de automóveis vendidos em julho foi de 217 mil, um crescimento de 9,4% em relação a junho. Junho já tinha sido um mês de recorde. Pra entender esse fenômeno eu vou conversar com o meu amigo Sérgio Reze, presidente da Fenabrave. Como é que vai, Sérgio?

Sérgio Reze – Tudo bem. E você, como está, Paulo? Uma saudação aos seus ouvintes.



Paulo Henrique Amorim – Muito obrigado. Como é que vocês da Fenabrave estão analisando esses números? O que faz com que se tenha recordes consecutivos e qual a expectativa de vocês pra 2007?



Sérgio Reze – Olha, tem sido recorrente porque esse ano praticamente todos os meses os desempenhos vem sendo muito bons. Inclusive com o crescimento agora desses últimos 90 dias acima das expectativas, tá certo? O que acontece? A economia brasileira tem uma estabilidade que já vem mantendo já praticamente desde o início do Plano Real com pequenos tropeços, mas o consumidor está encontrando nesses últimos 4 anos do Governo Lula e já nesse início de novo mandato que a manutenção da política econômica com o controle da inflação, controle dos gastos fiscais, isso passa uma sensação ao consumidor de equilíbrio. A queda da taxa de juros, os bancos estão com muito dinheiro em seu poder, precisam aplicar esses recursos e o setor é um dos setores onde a rentabilidade para os bancos é atraente e a...



Paulo Henrique Amorim – Para financiamento de compra de veículos?



Sérgio Reze – É, o financiamento de veículos. Esse financiamento, se você fazia ele em 24, 36 meses, você segurava uma boa parte, uma boa camada da população que ficava sem poder de compra. Com o aumento dos prazos para 48, 60 meses, 72 meses, esse cliente, esse consumidor foi agregado a comprar. Ele foi conduzido a comprar praticamente por essa oferta maciça de recuros, do financiamento.



Paulo Henrique Amorim – Você diria então que a chave da operação para entender essa quebra consecutiva de recordes é a facilidade de crédito?



Sérgio Reze – A facilidade de crédito, sem dúvida, mas não só a facilitação do crédito, mas a ampliação dos prazos desse crédito. Agora, eu queria chamar a atenção, Paulo Henrique, a gente fala só automóvel comercial leve, nós temos um segmento de motocicleta que é a base da pirâmide. É o consumidor de menor poder aquisitivo dentro dessa base da pirâmide. Ora, este segmento está crescendo desde 1993 ininterruptamente.



Paulo Henrique Amorim – Que coisa!



Sérgio Reze – Pois é. São aqueles que compram moto 725, você vai falar: “É um motoboy?” Não, não é. O Nordeste, por exemplo, que não tem os motoboys como aqui em São Paulo, o Nordeste é o segundo maior emplacador de motos do Brasil.



Paulo Henrique Amorim – Qual é o primeiro?



Sérgio Reze – O primeiro é São Paulo. É o Estado de São Paulo. Então, você sente o que? Você sente que existe um poder de compra, vamos dizer, “escondido”, que está aparecendo significativamente, nesse setor você já verifica. Um outro detalhe, Paulo Henrique, você pode observer, é o seguinte: com o aumento dos prazos, aquele que podia pagar, por exemplo, R$ 700 por mês para comprar um veículo em 36 meses, com 60 meses ele podendo pagar o mesmo valor ou ligeiramente menor, ele compra um carro de maior valor agregado, uma coisa que lhe dê maior satisfação.



Paulo Henrique Amorim – Uma cilindrada maior...



Sérgio Reze – Não só isso. Os itens, por exemplo, de segurança, como airbag, ABS, os itens de conforto, como os novos tipo de CD mp3, essa coisa toda. Então, você vai, o país vai crescendo com essa coisa toda. Então, a nossa visão é de que o governo sinaliza, com toda a nitidez a manutenção da estabilidade, a inflação sob controle, as taxas de juros devem cair ainda mais, elas vão caindo naturalmente e nós achamos que até o final do Governo Lula, eu não digo um crescimento já assim como está acontecendo esse ano, mas crescer, continuaremos a crescer pelo menos até o fim do Governo Lula.



Paulo Henrique Amorim – Agora, uma última coisa, Sérgio. Quanto é que você acha que vende de moto esse ano?



Sérgio Reze – A venda de motocicletas este ano, nós estamos com, até agora acumulado, 910 (mill). Mas a nossa previsão é em torno de 1,6 milhão motos.



Paulo Henrique Amorim – Isso significará um crescimento de quanto em relação ao ano passado?



Sérgio Reze – O crescimento em relação ao ano passado será de 28%.



Paulo Henrique Amorim – Nossa Senhora...



Sérgio Reze – É explosivo. Esse é o consumidor que não segura nas estatísticas, da análise da capacidade do brasileiro comprar.



Paulo Henrique Amorim – É verdade. Perfeito, Sérgio, é sempre muito esclarecedor falar com você.



Sérgio Reze – Muito obrigado Paulo, desponha, sempre às suas ordens.

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