sexta-feira, dezembro 06, 2013

Impostos: muitos devem pouco, mas poucos devem muito

A distribuição do número e dos valores pagos pelas empresas que se beneficiaram do Refis é um retrato de quem sonega – perdão, elide – impostos no Brasil.

Porque a elisão fiscal é o primo “cult” da sonegação, feita por caríssimos escritórios de advocacia sob o nome de “planejamento tributário”.

Mesmo quando a Receita vai em cim e cobra, os casos se arrastam nos tribunais administrativos e nos do Judiciário, onde não é nada raro que as empresas “ganhem” as causas mantendo-as nas gavetas.

O governo, para receber, acaba tendo de dar descontos nas multas e perdoar os encargos.
É ruim, mas às vezes não resta outra coisa a fazer.

O lado “bom” é que “acerta” a vida de muitas empresas menores, com débitos ínfimos perto do que as grandes tiram do Tesouro. Assim, continuam funcionando, empregando e, quem sabe, regularizando sua vida fiscal.

75 bancos deviam, com os descontos R$ 12,1 bilhões.

55 multinacionais tinha um “pendura” de R$ 7,6 bi, mais de 80% das exportações fictícias da Vale, que mandava o minério para subsidiárias no exterior e lucrava por lá.

E as outras quase 36 mil empresas, somadas, pouco passavam de 600 milhões.

No total, arrecadou-se R$ 20,3 bilhões, que somados aos R$ 15 bilhões de Libra e ao que tinha sido economizado até outubro, levam o superavit primário para R$ 68,7 bilhões, com dois meses ainda para chegar à marca de R$ 73 bilhões prevista pelo Ministério da Fazenda.

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