Tijolaço
Semana passada, quando toda a imprensa batia palmas para a canhestra declaração da nova presidente do Federal Reserve de que o Brasil era um dos chamados “Cinco Frágeis” da economia mundial, este modesto blog disse que era “muito bonito falar da casa alheia” , quando as contas públicas dos Estados Unidos era muito, mas muito piores do que as nossas, com a diferença – imensa – de que não podemos emitir dólares.
Pois não é que hoje o Valor publica uma matéria dando conta de que, se as economias ricas não se excluíssem da classificação do Morgan Stanley de que Índia, África do Sul, Indonésia, Turquia e Brasil formam aquela lista, haveria um outro integrante: os próprios EUA.
Isso demonstra o quão tola será a política dos governos das economias centrais se ceder à tentação de chamar de volta, como uma manada, o capital que espalharam pelo mundo após a crise de 2008.
Derrubar moedas pelo mundo afora pode ser um bom negócio para os capitais privados que ganham na desmobilização de investimentos locais, mas não é bom para a frágil – sem trocadilho – situação de economias que estão se livraram do excesso de moeda mandando ela passear no exterior.
Por mais que controlem o padrão de valor mundial, os Estados Unidos estão a muitos anos-luz de distância de mostrarem vigor econômico.
A crise, de alguma forma, mostrou que não é preciso depender deles de forma canina.
E que eles já tiveram um valor simbólico maior para o mundo, muito maior do que serem apenas uma Miami para as elites do terceiro-mundo.
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