quarta-feira, janeiro 15, 2014

Do Tijolaço


O incansável Altamiro Borges já mostrou – como antes havia feito o Miguel do Rosário – que na lista de bilionários brasileiros, os três maninhos Marinho, somados são a maior fortuna do Brasil.
Borges fiou-se na matéria publicada no El País sobre “Quem e quantos são os ricos na América Latina?”
Mas há algo no texto que ainda não foi devidamente tratado.
Diz o jornal espanhol que os pesquisadores Facundo Alvaredo, Anthony Atkinson, Thomas Piketty e Emmanuel Saez, da escola de Economia de Paris, estão elaborando um banco de dados mundial sobre quantos rendimentos acumula o 1% mais rico sobre a renda nacional, inclusive de capital.
Da América Latina, eles concluíram o levantamento apenas em dois países: Argentina e Colômbia, onde o um por cento mais abonado fica, respectivamente, com 16,7 e 20,4% de toda a riqueza.

E no resto do mundo?
“A Austrália, 9,1%; o Canadá, 12,2%; a Dinamarca, 6,4%; a Finlândia, 7,6%; a França, 8%; A Alemanha, 12,7%; a Índia, 8,9%; a Indonésia, 8,4%; a Irlanda, 10,5%; a Itália, 9,3%; o Japão, 9,5%; a Malásia, 9,3%; as ilhas Maurício, 7%; a Holanda, 6,3%; a Nova Zelândia, 7,3%; a Noruega, 7,9%; Portugal, 9,7%; Cingapura, 13,8%; a África do Sul, 16,6%; a Espanha, 8,2%; a Suíça, 10,5%; a Suécia, 7%; o Reino Unido, 12,5%; os EUA; 19,3%; e a China, 5,8%.

Isto é, dos países analisados, a Colômbia é o de maior concentração dos rendimentos, seguido por EUA e Argentina.”

Bem, eles ainda não deram os números do Brasil, mas essa conta já foi feita por aqui.
O 1% mais rico dos brasileiros, segundo o IBGE fica com 12,9% da renda nacional. E os 10% mais pobres com apenas 1,1%.

Mas ocorre que a renda dos mais pobres, com a indexação do salário mínimo à correção inflacionária mais a taxa de crescimento econômico tem um enorme poder.
Veja o que aconteceu em 2012 em relação a 2011, justamente quando o aumento do salário mínimo incorporou o salto do PIB (7,5%) de 2010:


Entendeu porque é tão ruim a “indexação” do salário mínimo, ao ponto de que a condenam a Globo, Aécio Neves e Eduardo Campos?

À cega classe dominante brasileira não importa apenas ficar mais rica. É preciso que o povo não fique também, porque o que o povo estiver ganhando do bolo não irá para seu bolso.

E bolso de rico tem mais fome que bucho de pobre.

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