Fundo é destinado a socorrer os países do grupo - Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul - em caso de crise de liquidez
Os ministros de finanças dos países dos Brics - formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul - aprovaram nesta terça-feira (26) um acordo de contingenciamento de reserva comum (CRA na sigla em inglês) no valor de US$ 100 bilhões. O acordo prevê a criação de um fundo de reservas destinado a socorrer os países do grupo em caso de crise de liquidez.
"O acordo já foi firmado pelos ministros, agora vai para avaliação dos presidentes, amanhã (quarta-feira)", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista à imprensa após reunião no evento dos Brics, em Durban, na África do Sul. "O acordo de reservas nada mais é do que um grande acordo de swap entre os países", acrescentou.
O Brasil também assinou nesta terça-feira um acordo para troca de moedas (swap) com a China no valor de US$ 30 bilhões. Segundo o ministro, o acordo implica um relacionamento mais estreito com o país asiático. "O acordo inclui a área comercial, financeira e até aduaneira", disse.
"Hoje, a China é nosso maior parceiro comercial e podemos ampliar para outras áreas. Estamos abertos para que os chineses participem de investimento em infraestrutura, energia e óleo e gás."
Tanto Mantega quanto o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, negaram que a assinatura do acordo seja por causa da crise na zona do euro. "Acordos de swap são bastante comuns hoje entre os bancos centrais", disse Tombini. "Não está ligado à crise europeia". "Não foi pela crise, pois ela estava pior no ano passado do que agora", completou Mantega.
O valor acordado, US$ 30 bilhões, é suficiente para cobrir entre oito e dez meses de exportação e importação. O acordo não afeta as reservas internacionais brasileiras, pois representa apenas a troca de moedas.
Mantega propõe criar banco do Brics em 2014
Ministro disse que detalhes estão sendo discutidos, mas já existe consenso quanto à necessidade de investimento em infraestrutura para estimular o crescimento dos países
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira (26), no intervalo da reunião dos ministros de Finanças e presidentes de banco central dos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Durban, na África do Sul, que a proposta brasileira é que o banco de desenvolvimento do grupo seja constituído em 2014. "Fizemos proposta para que o banco dos Brics seja constituído em 2014", afirmou.
Mantega disse que os detalhes ainda estão sendo discutidos, mas já existe consenso quanto à necessidade de investimento em infraestrutura para estimular o crescimento desses países. Segundo ele, o mundo ainda tenta superar os efeitos da crise de 2008 e um consenso da reunião é que um estímulo necessário é investimento em infraestrutura. O ministro da Fazenda disse ainda que os países têm de ampliar o mercado consumidor, mas que esse não é o caso do Brasil.
Nenhum dos cinco países se mostrou contrário à criação do banco, mas o capital inicial ainda não foi decidido. A governança da nova instituição caberá aos cinco países, mas novos integrantes poderão ser aceitos.
Em relação à crise que afeta o Chipre, o ministro descartou impacto direto no Brasil. "A crise no Chipre não deve ter impacto direto para o Brasil", afirmou. Mantega disse ainda que os problemas no Chipre mostram que os europeus ainda não conseguiram solucionar todos os problemas do continente. "A solução adotada mostra preocupação, mas sem impacto para o Brasil", afirmou.
Crescimento mais vigoroso
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, confirmou que a discussão para a criação do banco de desenvolvimento do grupo "avançou bastante". "Faltam detalhes para reunião de amanhã (quarta-feira) dos chefes de Estado", disse.
Pimentel disse também que o Brasil juntamente com os outros países do grupo serão responsáveis pelo crescimento econômico mundial. "O Brasil vai crescer significativamente mais este ano" disse.
"O Brasil juntamente com os Brics puxam a economia mundial. Precisamos investir mutuamente e atrair mais capital dos países do Brics."
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