O objetivo deste blog é discutir um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil. Esse projeto não brotará naturalmente das forças de mercado e sim de um engajamento político que direcionará os recursos do país na criação de uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social.
quinta-feira, julho 19, 2012
População não está dando bola à urubologia econômica da mídia
Do Blog da Cidadania
divulgado índice do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que mensura o otimismo das famílias brasileiras com o presente e o futuro da economia. Os números divulgados não podem passar batidos pelo que revelam até de surpreendente, ainda que nem tanto: o brasileiro está dando mais uma banana para o PIG.
A divulgação “seca” da notícia de que em junho subiu o otimismo das famílias com a economia (de 67 pontos para 68,5) está sendo a tônica na mídia. Todavia, faltam análises sobre como é possível que os brasileiros estejam otimistas em relação à economia em um momento em que a essa mesma mídia despeja sua urubologia sobre eles dia e noite.
A presidente Dilma Rousseff até que tentou explicar, recentemente, que não se mede a administração de um país apenas pelo PIB, mas foi em vão. A mídia caiu em cima dela, acusando-a de dizer isso só porque o PIB deverá ser “fraco” neste ano – estima-se que o Brasil crescerá cerca de 2% em 2012.
A mídia ainda não aprendeu a respeitar a inteligência e a capacidade administrativa da presidente da República. Em certos momentos, aliás, Dilma dá um banho de estratégia em Lula, que, ao estilo de que gosta este blogueiro, metia a boca no PIG quando este praticava a sua urubologia em 2008.
O “poste” que a mídia criou em 2010 – e no qual ainda acredita – sabia, por óbvio, do estudo do Ipea que mostra, aliás, que as famílias brasileiras estão sabendo analisar muito bem o contexto conjuntural da economia e as perspectivas do país. E – repito – que estão dando mais crédito ao governo do que à urubologia midiática.
O seguinte trecho de matéria da Agência Brasil sobre o estudo em questão corrobora o que está sendo dito acima:
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A pesquisa [ do Ipea] mostra, entretanto, que as famílias estão um pouco menos otimistas quanto à situação econômica para os próximos 12 meses. O índice passou de 66,8% em maio para 65% em junho. (…) Contudo, para os próximos cinco anos, as famílias aumentaram o grau de otimismo: o índice ficou em 63% no mês passado, contra 62% em maio.
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Sim, as famílias estão entendendo que o país passa por um momento de transição após um freio de arrumação em um crescimento desordenado da economia que estava gerando aumentos de preços que poderiam solapar o ganho de renda proporcionado pela forte atividade econômica de 2010, quando o PIB subiu quase 8%.
O resultado do crescimento desordenado desencadeado após a estagnação em 2008/2009, então gerada pelo primeiro arreganho da crise, fez a boa e velha lei da oferta e da procura colocar nos píncaros do absurdo os aluguéis, o preço dos imóveis, os alimentos e tudo mais.
O recrudescimento no Brasil neste ano de uma crise internacional que nos países ricos se mantém desde 2008 vem sendo apontado pela mídia como um problema particular do país e não como o que é: mera conseqüência de uma situação na economia mundial que, soube-se há pouco, deprimiu, fortemente, o crescimento até da China, que deve crescer “só” 7%.
Para a China, explica-se, o patamar de 7% é baixíssimo, acostumada que esteve, durante décadas, a crescer acima de dois dígitos.
A urubóloga mor da República, a jornalista econômica global Miriam Leitão, porém, vem atribuindo o crescimento modesto que o Brasil deve experimentar em 2012 a problemas internos. Ela e o resto do PIG vêm dizendo que estaria “esgotado” o modelo de crescimento da economia baseado no consumo das famílias.
Colocam o endividamento das famílias e a inadimplência (que, de fato, subiu um pouco) como sinais sérios de que o país está na rota errada. O país não está na rota errada. Medidas foram tomadas para mitigar o endividamento e a inadimplência: os juros estão caindo para os novos negócios, ainda que estejam tentando mantê-los altos.
O crescimento do endividamento e da inadimplência se deve não à atividade econômica mais lenta, mas aos juros altos. As medidas do governo para combater os juros, para estimular a indústria, para melhorar a taxa de câmbio para os exportadores, tudo isso deve reativar a indústria e alavancar o nível de investimento no médio prazo, daí a visão das famílias de que os próximos 12 meses serão difíceis, mas que os próximos cinco anos serão melhores.
O brasileiro está aprendendo que não é preciso adotar medidas recessivas e penosas para a população, que os neoliberais demo-tucano-midiáticos chamam de medidas de “austeridade” para enfrentar crises – no tempo em que o PSDB e a mídia governavam o Brasil, adotavam-se fórmulas recessivas e diminuição de gastos públicos. Todos se lembram do resultado disso.
As políticas públicas de contrapeso à baixa atividade econômica estão gerando recordes na criação de empregos, apesar de a economia estar crescendo devagar. E cresce devagar até porque o PIB cresceu muito.
Há uma chuva de análises críticas relativas ao “baixo” crescimento do Brasil no ano passado. O país cresceu 2,7% sobre 2010, chegando o PIB a impressionantes 2,4 trilhões de dólares. Para que se possa mensurar com serenidade e de forma realista o salto que a economia brasileira experimentou na última década, portanto, há que fazer algumas comparações.
Em 2002, o PIB do Brasil somava R$ 1,4 trilhões. No primeiro semestre daquele ano, a cotação média do dólar foi de R$ 2,44. Com o início do processo eleitoral, a cotação disparou até alcançar R$ 3,81 no segundo semestre. Se considerarmos uma taxa média de R$ 3,12 por dólar, portanto, o PIB brasileiro, há dez anos, foi de US$ 448 bilhões.
Enquanto o PIB brasileiro triplicou (em reais) em nove anos (2002-2011), o dos Estados Unidos passou de US$ 11, 2 trilhões em 2002 para US$ 13,3 trilhões em 2011. O PIB nacional, que em 2002 equivalia a 4% do PIB americano, hoje equivale a 18%.
Nada disso é relevado pela mídia. Diz o absurdo de que estaria “esgotado” o modelo de crescimento da economia baseado no consumo das famílias. Isso em um país em que ainda metade da população nem tem acesso ao crédito.
Na última segunda-feira, aliás, participei de programa da revista Fórum veiculado via streaming no qual fui um dos entrevistadores do ex-presidente do Ipea e candidato do PT a prefeito de Campinas, Marcio Pochmann. O economista deu um dado que poucos conhecem: há apenas 170 bancos no país enquanto que, nos EUA, esse número pode chegar a 4 mil (!).
Esse fenômeno decorre de que, ainda, resta uma parcela imensa, descomunal dos brasileiros que consome só o básico e que nem mesmo tem conta em banco – crédito, então, nem pensar.
Ainda assim, o crédito cresceu muito. A renda do trabalhador, idem. Dessa forma, o consumo não poderia deixar de crescer. Crescendo o consumo, obviamente que cresce o endividamento e, claro, a inadimplência acaba sofrendo algum aumento. Contudo, ainda é baixíssima em um país em que a principal fonte de inadimplência são, justamente, os juros altos.
As medidas do governo Dilma para baixar os juros certamente surtirão efeitos no endividamento e na inadimplência, mas isso demora um pouco. Dívidas antigas serão repactuadas e as novas terão custo financeiro menor…
Sim, a queda nos juros não está ocorrendo tão rapidamente, mas está ocorrendo. Dizem que não, mas está e todos verão isso. É nisso, ao menos, que acreditam as famílias brasileiras, o povão, segundo o Ipea. E essa é uma má, uma péssima, uma tenebrosa notícia para a direita demo-tucano-midiática, pois mostra que sua urubologia não cola mais.
COMENTÁRIO E & P
A imprensa corrupta e colonizada brasileiro tomaram o lugar das saúvas que acabavam com o Brasil. Ou nossa democracia constrói um novo meio de comunicação de massas ou a velha mídia acabará com a democracia brasileira. Eles foram para o tudo ou nada, a Miriam Leitão, o Carlos Sardenberg e o Joemir Betting, fazem comentário que fogem da racionalidade econômica. O único objetivo é atingir o governo federal. Esses palpiteiros econômicos viviam puxando o saco do efeagácê e apoiaram a política econômica desastrada desse desgoverno, assim como muitos economistas da FGV-Rio e PUC-Rio que tiveram sua chance no período 1995-2002, do PSDB e falharam vergonhosamente. Um governo que consegue que país que cresça 2% em plena crise mundial, com pleno emprego, inflação com viés de baixa, juros caindo e expectativa de crescimento de 5,5% em 2013 é para ser parabenizado e não ser tratado da forma desleal como o fazem a Globo, Veja, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo. Essa velha mídia foi também responsável pela tragédia tucana que se abateu no Brasil no governo tucano. Eles estão com saudades do arrocho salarial daqueles tempos, do desemprego, inflação alta, juros altos, aumento da violência e da miséria do povo. Ou criamos uma comunicação de massa progressista ou vamos sempre correr o risco de retroagir no processo político e social do Brasil. A velha mídia não se preocupa com o povo brasileiro e o seu bem-estar. Eles defendem posições oligárquicas, direitistas e até fascistas, estão a serviço dos Estados Unidos, dos juros altos e do aumento da desigualdade social no país. Eles não diferem muito da subelite do Paraguai.
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