O objetivo deste blog é discutir um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil. Esse projeto não brotará naturalmente das forças de mercado e sim de um engajamento político que direcionará os recursos do país na criação de uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social.
segunda-feira, julho 09, 2012
A DIPLOMACIA SEM MEDO. QUE NÃO TIRA O SAPATO
Do Conversa Afiada
A mania de diminuir o Brasil só pode ser medo de um país grande dar certo.
Em homenagem à Urubóloga, pitonisa do fracasso da Rio+20, aos embaixadores de pijama que dão entrevista à Globo mas queriam dar à Foreign Affairs, e aos mervais de múltiplos chapéus, que preferem a base militar americana no Paraguai, e-mail da liderança do PT chamou a atenção para este artigo que o Globo, certamente por descuido, publicou no domingo:
Diplomacia sem medo
Guilherme de Aguiar Patriota
A mania de diminuir o Brasil só pode ser medo de um país grande dar certo, o que em muitos aspectos já está acontecendo.
O derrotismo encontrou até acolhida teórica na formulação de que o país “não possui excedente de poder” e, portanto, não pode aspirar a objetivos fora do fácil alcance das mãos.
Essa tese predestina o quinto maior país do mundo – hoje sexta economia – a um desígnio de perpétuo alinhamento aos mais fortes, numa versão diplomática do mal-afamado complexo de vira-lata.
Verificamos ser necessário que uma estrangeira (Julia Sweig, do Conselho de Relações Exteriores dos EUA) nos ajude a interpretar de forma mais sofisticada e, ouso dizer, positiva, o episódio da suspensão do Paraguai do Mercosul e da incorporação da Venezuela ao bloco. Esta última iniciativa vinha se arrastando por vários anos. Os termos da acessão já haviam sido negociados e firmados no mais alto nível pelos chefes de Estado dos quatro membros do Mercosul e do país entrante. A plena incorporação da Venezuela ao Mercosul – não custa lembrar -foi ratificada pelos poderes legislativos dos países que ainda conservam sua plenitude democrática intacta no âmbito do agrupamento subregional.
A angústia antecipatória com o êxito também se voltou contra a Rio+20, declarada um fracasso ab initio por exército de “especialistas”, muitos querendo acoplar à maior conferência da história das Nações Unidas suas respectivas agendas políticas paroquiais.
Pouco importa o fato de a organização do evento ter sido impecável. Foram 17 mil inscritos na Rio-92; 48 mil na Rio+20 – eventos de dimensões incomparáveis.
O resultado espetacular para padrões da ONU não parece encontrar eco entre aqueles que apostavam ideologicamente no fracasso. O país anfitrião convenceu (não pela força ou malícia, mas pelo talento de seus diplomatas) 192 Estados membros a aprovarem por aclamação um documento de 49 páginas, 283 parágrafos, que versa sobre praticamente todos os temas da agenda internacional. Não se produziram tratados. Mas, para quem lida com o multilateralismo, uma visão de futuro consensual vale mais do que compromissos pontuais juridicamente vinculantes.
O Brasil incorporou ao consenso sua visão de como estabelecer um círculo virtuoso entre crescimento econômico, inclusão social, e proteção do meio ambiente. Muitos franziram a testa porque o documento não consagrou o caminho das “soluções de mercado”. Não se criou mais um fundo assistencialista, ou uma nova agência especializada da ONU – como se resolvessem.
Finalmente, temos os órfãos dos acordos de livre comércio assimétricos, utilizados para promover a abertura unilateral de mercados em países em desenvolvimento. A obsessão por tais acordos não está em sintonia com o mundo pós-Lehman Brothers, sujeito a manipulações cambiais, a afrouxamentos quantitativos trilionários e ao protecionismo do mais forte.
Surpreende que ainda existam pessoas que prefiram reduzir tarifas a reduzir pobreza. Na atualidade da crise, os regimes de comércio têm de levar em conta equilíbrios mais amplos de fatores. É necessário pensar em integração de cadeias produtivas, geração de demanda e empregos, segurança alimentar e energética, acesso à tecnologia e ao conhecimento, produtividade e sustentabilidade. É preciso entender que o dinamismo econômico migra dos países ocidentais desenvolvidos para conjunto cada vez mais assertivo de países em desenvolvimento em processo de expansão quantitativa e qualitativa.
De minha parte, capto ao menos um consenso positivo entre os analistas nacionais: o reconhecimento de que o peso e a projeção do Brasil se alçaram a níveis nunca antes vistos na história deste país.
Tenho orgulho do quanto o país avançou nos meus quase 30 anos de carreira. A complexidade dos desafios, a densidade de nosso papel e as responsabilidades que assumimos não têm nível de comparação com o universo mais simples da diplomacia menos arrojada de antanho. Felizmente, a liderança brasileira de hoje não sofre de vertigem.
GUILHERME DE AGUIAR PATRIOTA é embaixador e integrante da Assessoria Especial da Presidência da República.
COMENTÁRIO E & P
Grande texto de um grande brasileiro, que ama essa terra, esse povo e que quer ver um Brasil desenvolvido e com sua gente vivendo bem. Isso vai contra os interesses da subelite brasileira. A definição conceitual da subelite abrange uma camada que desde o Brasil colônia trabalha contra os interesses do povo brasileiro. A função histórica deles é manter o país subedesenvolvido. A contrarrevolução de 1932 feita pelos cafeicultores de São Paulo tinha esse intento, o mesmo da subelite paraguaia que destituiu o presidente Lugo e de Honduras. A subelite não tem um projeto de nação, de país e se presta subordinadamente à potência dominante de então, no caso atual, eles são vassalos dos Estados Unidos. A principal função da potência dominante é que outros países não se desenvolvam para não ameaçar a sua hegemonia. Esses são os movimentos dos Estados Unidos no mundo. Com isso além de não correrem o risco de perderem o poder, mantém um estoque de força de trabalho e de matérias-primas sempre à disposição para serem exploradas. A subelite é uma derivação da colônia, países que não foram colonizados não possuem subelites e ela é a principal força contra o desenvolvimento de uma nação. É só observar o papel das subelites brasileiras quando o país desenvolveu um projeto de nação, no governo de Getúlio Vargas,a reação foi imediata. Assim no governo Golulart, derrubado pela subelite e nos governos Lula e Dilma. Para a subelite a democracia só serve quando ela pode manipular e se conservar no poder, como no México. Quando ela não pode manter os seus privilégios, ela dá golpes de estado, como ocorreu na América Latina inteira. A subelite é apenas representante do governo dos Estados Unidos e está implantada na América Latina inteira e em vários países do mundo. Quando no governo a subelite é apenas fantoche, podendo em troca disso se locupletar com os recursos públicos, A Privataria Tucana do tempo do efeagácê é prova cabal disso. Hosny Mubarack no Egito é outro exemplo. O conceito dé ética e de moral da subelite é muito relativo, basta ver como o livro A Privataria Tucana foi solenemente ignorado pela Globo, Folha, Veja e Estado, além de outras. É que o livro do Amaury relata um caso de corrupção de um dos seus representantes, no caso José Serra e sua filha Verônica. Nesse caso a ética e a moral é deixada de lado, assim como o mensalão tucano, que aguarda desde 1998 julgamento pel STF e nenhum comentarista da subelite se moveu para que o Supremo o julgasse. A imprensa da subelite é pautada pelos interesses dos Estados Unidos e não do seu país e do seu povo. Assim é no Brasil, na Argentina, no México, na Guatemala, no Equador, na Venezuela entre outros. Qualquer governo que proteja o seu povo e os interesses do seu país se transforma em inimigo da subelite, a Venezuela que o diga, eles não perdoam o fato de chávez pegar os recursos oriundos do petróleo e melhorar a vida dos seus cidadãos. Em troca, a subelite do continente o trata como ditador, apesar de todo dia a imprensa venezuelana o atacá-lo vilmente. O Equador e a Argentina estão no mesmo caminho. A imprensa da subelite ignorou solenemente Hosny Mubarack no Egito, por mais de dez anos, porque ele era um governo fantoche dos Estados Unidos. Outros países que não são democracias no Oriente Médio, como a Arábia Saudita e o Bahrein também recebem bom tratamento da imprensa da subelite. A questão central é ser governo fantoche dos Estados Unidos e permitir que as riquezas dos seus países e o seu povo serem explorados por eles. Há várias sentenças da ONU condenando Israel na questão Palestina. Mas nunca houve nenhuma coalisão da OTAN, para proteger os palestinos que são massacrados diariamente pela política israelense, ao contrário da Líbia, que a pretexto de salvar o seu povo, os esteites e a OTAN, mataram milhares de civis, prontamente ignoradas pela imprensa da subelite. O termo subelite é em função de uma porção dirigente de um país não terem um projeto de nação e serem subalternos à nação imperialista de então. A elite de um país é constituída por quem tem um projeto de desenvolvimento social e econômico de um país. O Japão com a dinastia Meiiji o colocou em prática, no século XIX, a Alemanha de Bismarck, os Estados Unidos de Hamilton, a Coreia no pós-guerra, a China, com a revolução comunista. Temos no Brasil trabalhadores, intelectuais, religiosos,políticos, estudantes, empresários, artistas, entre outros que já tem formulado um projeto para o Brasil ser um país desenvolvido. Isso passa pela igualdade social, distribuição de renda, desenvolvimento tecnológico, capacidade de fazer e de projetar o futuro. Esse projeto é representado pelo PT, PCdoB, parte do PMDB e parte do PSB. Também temos a CUT, o MST, a Igreja Católica representada na Teologia da Libertação e em outras religiões. A UNE deveria trabalhar melhor esse tema entre os estudantes. O desenvolvimento econômico não depende das teorias econômicas e sim da política desenvolvimentista implantada por uma elite nacional. Isso ficou provado ao longo do século XX.
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