O objetivo deste blog é discutir um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil. Esse projeto não brotará naturalmente das forças de mercado e sim de um engajamento político que direcionará os recursos do país na criação de uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social.
quarta-feira, julho 18, 2012
Os cabeças-de-planilha explicando o crescimento
Do Blog Nassif
Autor: Luis Nassif
Um dos grandes desafios dos economistas é definir com correção relações de causalidade. Os de menor fôlego correlacionam séries estatísticas mas, na hora de definir a causalidade, acabam se enrolando na falta de um raciocínio mais sofisticado. Tome-se o caso dos economistas Pedro Ferreira e Renato Fragelli, da FGV-Rio, no Valor de hoje.
Sustentam eles que, no período da crise - 2008-2010 - cresceu a Produtividade Total dos Fatores (PTF). Até 2005 ela estava relativamente estagnada. Cresce no período 2008-2010 (junto com o crescimento da economia); cai de 2010 para cá (junto com a queda da economia).
Por que cresceu? Porque, segundo eles, no período imediatamente anterior (de estagnação da economia), especialmente no governo FHC foram feitas reformas modernizantes, cujos frutos foram colhidos no período seguinte.
De 2010 para cá caiu a economia e a PTF. Por que caíram? Porque no período imediatamente anterior - a do crescimento 2008-2010 - o governo Lula tomou um conjunto de medidas que diminuiu a eficiência da economia. E relacionam medidas que, a rigor, em nada afetaram a produtividade da economia, como as transferências do Tesouro para o BNDES. Se criou mais disponibilidade de recursos para financiamento, onde se perdeu eficiência?
O que esse pensamento cabeça-de-planilha fez foi simplesmente inverter a relação de causalidade.
O crescimento da economia permite um melhor aproveitamento da PTF, porque passa a utilizar melhor a capacidade instalada.
Exemplo simples:
1. A empresa A tem 100 trabalhadores e fabrica 1000 produtos por mês. A produtividade de cada trabalhador é de 10 produtos por mês.
2. Aumenta a demanda, a empresa passa a produzir 1.500 produtos por mês (50% a mais) mas aumenta sua filha para 110 trabalhadores (10% a mais). A produtividade por trabalhador aumentou para 13,64 - ou 36,4% a mais.
A rigor nada mudou, nem legislação trabalhista, nem tributária, nem máquinas novas, nem nada. Apenas a demanda aumentou mais do que o aumento da força de trabalho, ocupando melhor a capacidade instalada. Aplicado a todos os demais fatores, o exemplo mostra que o aumento da atividade econômica levou ao aumento da PTF, e não o contrário.
Os cabeças-de-planilha da FGV, no entanto, atribuem a melhoria da PTF de 2008-2010 às supostas reformas introduzidas por FHC nos seus oito anos.
Nem FHC nem Lula melhoraram em nada o ambiente econômico. Em ambos os períodos, a carga fiscal aumentou brutalmente (muito mais no período FHC), o custo do dinheiro assumiu níveis estratosféricos, o investimento público fo totalmente desviado para pagamento do serviço da dívida, não se mexeu na legislação trabalhista, não se desburocratizou a economia, não se agilizou o Judiciário, não se conferiu competitividade ao câmbio. Enfim, não houve nenhum avanço estrutural que levasse à melhoria da PTF e impulsionasse o crescimento.
A revolução ocorreu apenas no campo da demanda, com as políticas sociais de Lula. E, no período 2008-2010, o crescimento se deveu ao ativismo fiscal e monetário, ausentes do país desde o plano Real. Nas crises anteriores, a reação de Pedro Malan era mais choque fiscal, atuando pró-ciclicamente.
A FGV já teve ortodoxos mais capacitados a defender sua tese.
Até hoje não se refez da saída de Dionisio Dias Carneiro, Paulo Guedes, Paulo Rabello de Castro, Chico Lopes etre outros
COMENTÁRIO E & P
Acho que a PUC-Rio e a FGV-Rio perderam o rumo e hoje produz apenas simulacros de economistas. Esses profissionais produzidos nesses centros saem com a ideologia tucana direitista e colonizada, vinculada aos Estados Unidos. Fazem uso da matemática para tentar esconder o conflito que há na sociedade. A economia é uma ciência social, embora muitos matemáticos frustrados tenham se apossado dela. Vale lembrar que a PUC- Rio e a FGV-Rio participaram do governo do efeagácê e junto aos tucanos criaram desemprego, miséria e violência no Brasil. Nenhum país do mundo conseguiu se desenvolver social e economicamente seguindo as teorias que pregam essas escolas. É a economia que favorece o rico, pois há aumento dos juros e a classe rentista, da qual muitos desses economistas são oriundos se locupletam às custas do sofrimento do povo brasileiro. A economia não é exata, ela depende da história, da sociedade e da política. Os economistas tem lado na política, não são neutros, como querem fazer crer. Basta ler no texto que eles defendem as besteiras efetuadas no período do efeagácê.
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