O objetivo deste blog é discutir um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil. Esse projeto não brotará naturalmente das forças de mercado e sim de um engajamento político que direcionará os recursos do país na criação de uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social.
sexta-feira, maio 20, 2011
Nós democratizamos o transporte aéreo no Brasil
O transporte aéreo no Brasil sempre foi um serviço com acesso para poucos. Os aeroportos brasileiros não possuem ligação com transporte público de alta capacidade, como metrô ou trem, porque não foram montados para a maioria da população, o chamado povão e sim para uma pequena parcela elitizada da sociedade.
A partir do governo Lula isso começa a mudar com o aumento da renda do povo brasileiro, ampliação do crédito e estabilidade econômica. O nosso governo tirou 30 milhões da miséria, elevou outro tanto para a classe média, deu aumento real de 70% ao salário mínimo.
Nesse novo cenário o brasileiro descobre o transporte aéreo como meio mais adequado para se viajar a grandes distâncias. As viagens até então eram feitas prioritariamente por ônibus, visto que só possuímos três linhas de longo curso de trens de passageiros.
O modal rodoviário é viável até 500 quilômetros de distância no máximo; para lugares mais longe o ideal é o aéreo. O Brasil é um país continental com alta taxa de migração entre as regiões, principalmente do Nordeste para o Sudeste.
O povo se cansou de ficar dias e noites a bordo de um ônibus sendo que o avião pode fazer o mesmo trajeto em questão de horas.
Com o crescimento da demanda por serviço aéreo, os nossos aeroportos que são acanhados; o mais movimentado do país é o de Cumbica, em Guarulhos com 26 milhões de passageiros ao ano, fica muito distante dos maiores aeroportos do mundo. É comum nos Estados Unidos e Europa aeroportos com capacidade de 50 milhões e até 90 milhões de passageiros como o de Hartsfield em Atlanta nos Estados Unidos. Pelo Aeroporto Internacional Heathrow na Inglaterra passam 67 milhões de passageiros anualmente.
O último grande investimento no setor aeroportuário tinha sido a construção do aeroporto de Cumbica e Confins na década de 1980. No governo de Fernando Henrique Cardoso, pouco se fez pela aviação brasileira, pelo contrário, várias empresas aéreas quebraram ou ficaram pré-falimentar, como a Varig.
Os investimentos retornaram no governo Lula com a reforma de Congonhas, de Cumbica e de vários outros.
A demanda cresceu bem rápido, no ano 2003 eram 71 milhões de passageiros e no ano de 2010 foram 154 milhões, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil. Crescimento de 117%. O movimento continua forte, pois de abril de 2010 a abril de 2011 cresceu 31%.
Os aeroportos começaram a ficar cheios, sendo classificados com certo teor preconceituoso como rodoviárias pelo grande fluxo de pessoas que passam por eles. Os estacionamentos também, visto que foram projetados para uma demanda pequena.
O fenômeno chamado pela imprensa de “caos aéreo” na verdade foi uma greve da categoria dos operadores de tráfego aéreo, por melhoria de condições de trabalho e melhor salário. No mundo inteiro quando isso acontece a aviação para, pois sem esses trabalhadores os aviões não podem decolar nem aterrissar. Os Estados Unidos passaram por isso na década de 1980.
Outro fator que também prejudicou a aviação brasileira foi a venda excessiva de passagens por algumas empresas aéreas, o chamado overbooking.
A aviação brasileira é bem segura, conforme relatório do ICAO (Internacional Civil Aviation Organization) ou Organização Internacional da Aviação Civl – OIAC, que em relatório de 2007 colocou os sistemas de navegação aérea brasileira entre os cinco mais seguros do mundo.
Os acidentes ocorridos primeiro com o Boeing em 2006 e segundo com o Airbus em 2007, segundo relatório do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes – CENIPA, não foram ocasionados por causa da estrutura aeroportuária e sim por outras. No caso do Boeing, o avião que o abalroou estava com o aparelho anti-colisão conhecido como transponder desligado e em altitude errada. No Airbus, os manetes, não estavam na posição correta na aterrissagem, passando uma informação incorreta para o sistema informatizado que acelerou ao invés de acionar os freios da aeronave. Infelizmente os acidentes foram graves e acarretou perdas de vidas valiosas para o país.
Esses fatos não foram levados em conta no relatório recentemente apresentado pelo IPEA, “Aeroportos no Brasil: investimentos recentes, perspectivas e preocupações”, que acabou tendo grande repercussão negativa do setor aéreo na imprensa.
Os pesquisadores do Ipea se tivessem lido o documento encomendado pelo BNDES, “Estudo do Setor Aéreo no Brasil”, feito pela Mckinsey & Company, com assessoria do Instituto Tecnológico da Aeronáutica - ITA, teriam uma visão mais clara do setor. Nem citaram o estudo e tiveram como bibliografia fundamental notícias de jornais, além de não terem consultado a Infraero. Fizeram um trabalho axiomático e apocalíptico.
A imprensa deu pouca repercussão ao estudo recomendado pelo BNDES, porque este apresenta um quadro do setor aeroportuário que requer cuidados, mas apresenta soluções para que o Brasil venha a atender num futuro 310 milhões de passageiros. O Estudo apresenta ainda uma série de intervenções na infraestrutura, na gestão, regulação e marco legal que ajudarão o Brasil a ter um serviço de transporte aéreo compatível para um país que almeja a ser quinta potência econômica do mundo.
A criação da Secretaria de Aviação Civil pela presidenta Dilma Roussef vai dotar o país de um moderno parque aeroportuário que atenderá as demandas do povo brasileiro e para os eventos da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016.
O Brasil é um país com vocação para o transporte aéreo. O governo do Partido dos Trabalhadores o democratizou possibilitando que a população possa viajar de avião.
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