O procurador-geral americano diz que a conduta da agência foi "escandalosa" e acusa-a de ter tido um papel importante na crise financeira.
A Administração norte-americana vai reclamar à Standard & Poor’s uma indemnização de cinco mil milhões de dólares (o equivalente a 3,7 mil milhões de euros). O processo tem como base o papel que a agência de rating desempenhou na crise financeira que eclodiu em 2008 e a acusação centra-se na prática de fraude junto dos investidores.
A Standard & Poor’s, segundo a acusação, terá inflacionado os ratings atribuídos aos chamados produtos tóxicos (derivados financeiros que tinham na base uma hipoteca) e negligenciou os riscos que lhes estavam associados. Esta combinação de análises acabou por ditar fortes perdas para milhões de investidores quando o preço das casas começou a cair e o negócio do subprime ruiu.
“Posto de forma simples, esta alegada conduta foi escandalosa”, afirmou nesta terça-feira o procurador-geral (equivalente a ministro da Justiça) norte-americano, Eric Holder. O responsável não esclareceu por que é que as duas outras agências de rating dos Estados Unidos, a Moody’s e a Fitch, não foram alvo de processos.
Para além da Administração federal, também os governos de 16 estados estão a processar a agência, que é acusada de ter manipulado os ratings para agradar e conseguir mais negócios dos bancos de investimento que criaram a gama tóxica de derivados financeiros.
A Standard & Poor’s emitiu ontem um comunicado onde nega as acusações do Governo e promete uma defesa “vigorosa” em tribunal.
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