Liderança é justificada pela menor necessidade de realizar investimentos e o aumento do volume de tráfego
Carolina Ruhman, da Agência Estado
SÃO PAULO - O setor de administração e concessão de rodovias lidera o ranking de rentabilidade elaborado pela Austin Ratings, apresentado hoje na sede da Febraban em São Paulo. O setor financeiro ficou em 14º lugar, contrariando as expectativas gerais. "Geralmente, vem à mente das pessoas que bancos estão do setor mais rentável da economia", afirmou Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating.
Rodrigues atribuiu a liderança do setor de concessão de rodovias à menor necessidade de realizar investimentos nos empreendimentos já administrados e ao aumento do volume de tráfego nas rodovias, uma conseqüência do crescimento econômico sustentado.
O avanço do nível de renda nacional também ajudou as empresas de bebidas e fumo, enquanto a expansão do crédito foi responsável pela boa colocação dos setores de siderurgia, industrial e de eletricidade, na visão do presidente da Austin Rating. "O crédito foi o grande propulsor do crescimento econômico e também contribuiu para o aumento dos bens de consumo duráveis e de capital", afirmou. O desempenho ruim do segmento de revenda de veículos, por outro lado, foi explicado pelo maior volume de importações e da valorização do real.
Com relação à rentabilidade do setor bancário, Rodrigues afirmou que parte do resultado foi fruto de fatores não recorrentes, como a venda de participações, que "inflam muito seus resultados". Ele chamou a atenção para o fato de que bancos de investimentos "puxaram a rentabilidade para cima", por conta do crescimento do mercado de capitais. De fato, liderando a lista de bancos figurou o UBS Pactual, com um índice de rentabilidade de 81,1%. "Mas a realidade da indústria bancária como um todo não é só em cima destes bancos de investimentos".
Veja o ranking
1º - Concessão de rodovias (33,9%)
2º - Bebidas e fumo (32,5%)
3º - Siderurgia (24,8%)
4º - Industrial (23,6%)
5º - Serviços de eletricidade (19,1%)
6º - Convênios e serviços médicos (18,6%)
7º - Editorial e gráfico (18,1%)
8º - Mecânico (17,4%)
9º - Petróleo e gás (16,8%)
10º - Madeira e mobiliário (16,6%)
11º - Papel e celulose (14,2%)
12º - Serviços gerais (14,0%)
13º - Eletroeletrônico (13,3%)
14º - Bancos (12,5%)
15º - Comércio (11,2%)
16º - Revenda de veículos e máquinas agrícolas (- 35,4%).
O índice corresponde à relação entre o lucro líquido e o patrimônio líquido das empresas, calculado com base nos resultados anualizados publicados até setembro de 2007. Foram avaliadas 672 empresas, das quais 148 foram bancos.
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