Cilene Figueredo
Da Agência Brasil
Brasília - O mercado financeiro está contribuindo para o enriquecimento de um seleto grupo de brasileiros. Segundo o estudo Os Ricos no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cerca de 20 mil clãs familiares (grupos compostos por 50 membros de uma mesma família) apropriam-se de 70% dos juros que o governo paga aos detentores de títulos da dívida pública.
Apenas de janeiro a novembro do ano passado, o pagamento dos juros da dívida pública pelo setor público (composto por governo federal, estados, municípios e empresas estatais) consumiu R$ 147,3 bilhões. Em entrevista hoje (29) ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, afirmou que os ganhos no mercado financeiro provocam a transferência de renda para essa parcela da população.
De acordo com o estudo, isso ocorre porque o pagamento dos juros dos títulos da dívida, de forma geral, está atrelado à taxa básica de juros da economia, que está acima da inflação. Dessa forma, conforme o Ipea, há um ganho real dos clãs familiares e o aumento da arrecadação de tributos pelo governo, em última instância, vai para os credores da dívida.
Na opinião de Pochmann, seria interessante retirar esse lucro do mercado financeiro e inseri-lo no investimento produtivo. Segundo ele, isso pode ser feito por meio da redução da taxa de juros, construção de rodovias, construção de hospitais. Para ele, essas famílias teriam retorno financeiro semelhante se investisse o dinheiro no setor produtivo e em obras de infra-estrutura.
COMENTÁRIO E & P
Os "palpiteiros econômicos", aqueles filhotes dos "cabeças de planilha" que nada entendem de economia e passam a repetir como papagaios de piratas o que o pensamento conservador coloca, dizem que o governo precisa cortar gastos. Que o governo gasta mal e há muito desperdício dos recursos públicos. Quando falam ou escrevem eles sugerem que os gastos sejam cortados de programas como Bolsa Família, Pronaf, Brasil Sorridente, do SUS entre outros gastos sociais. Eles escondem que o maior gasto do governo e esse sim mal gasto é com pagamento de juros que beneficiam as 20 mil famílias mais ricas do país. É uma verdadeira sangria de recursos públicos que vão para essas famílias, é o Bolsa Máxima, que se transforma em carros importados, viagens ao exterior, compra de apartamentos luxuosos e não para melhorar a educação pública, a saúde, a infraestrutura. Assim, quando os colonistas da globo, folha, estadão, veja, bandeirantes estiverem falando ou escrevendo, eles o estão fazendo em nome dessas 20 mil famílias que os pagam muito bem para defender os seus interesses e extorquir a população brasileira de serviços essenciais na construção de um país desenvolvido.
O objetivo deste blog é discutir um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil. Esse projeto não brotará naturalmente das forças de mercado e sim de um engajamento político que direcionará os recursos do país na criação de uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social.
quarta-feira, janeiro 30, 2008
Prouni: qualidade é democracia
UNIVERSIDADE NÔMADE
Prouni: qualidade é democracia
Pretos, pobres, e quase-pretos, de tão pobres, estão ingressando no ensino superior aos milhares. Além de transformar suas vidas, a experiência pode levar a uma universidade mais democrática e menos branca. Mas há quem resista, com base numa visão liberal de mérito e qualidade
Bruno Cava
Mauro, 25 anos, catador de papel, órfão de mãe e filho de carroceiro. Estuda Educação Física na Ulbra, uma das melhores universidades do Rio Grande do Sul. Jorge e Ivan, grafiteiros, negros da periferia, curtem o hip-hop e oferecem oficinas culturais na Febem. São alunos da UniSalesianos, em Lins, interior de São Paulo. Marta, 26 anos, doméstica, trabalha em um bairro de classe-média de São Paulo, ajuda substancialmente a família, sonha em construir pontes. É estudante de engenharia na FEI, conceituada faculdade da Grande São Paulo.
Marta, Ivan, Jorge e Mauro vivem uma realidade comum. Eles constituem a exceção e a regra da juventude brasileira. São a regra porque pobres, oriundos de comunidades cuja dignidade amiúde é posta em xeque pelas adversidades. Batalham no dia-a-dia para assegurar o próprio sustento e o do próximo. E são exceção, porque, contra todos os prognósticos, chegaram à universidade e nela permaneceram . Em breve, vão se formar e pegar o diploma --- elementos determinantes para a melhoria da renda, do orgulho próprio e da inclusão social.
Esses estudantes estão na universidade graças ao Programa Universidade para Todos (Prouni). Eles são "prounistas" ou "prouneiros". O Prouni é um programa do governo federal que beneficia mais de 300 mil alunos de baixa renda em cursos de graduação de instituições particulares. Por meio de isenções fiscais às universidades privadas, o programa financia bolsas integrais e parciais para quem seja selecionado e comprove baixa renda. Tem direito a concorrer às bolsas integrais o jovem cuja renda familiar per capita seja inferior a um salário mínimo e meio (R$ 570). Às parciais, aquele cuja renda familiar esteja entre esse valor e três salários mínimos (R$ 1.140). Para o primeiro semestre deste ano, o governo anunciou a abertura de 112 mil bolsas, em cerca de 1.400 instituições de nível superior. Em 2007 inteiro, foram 155 mil. Em 2006, haviam sido 136 mil. E, em 2005, ano inaugural do Prouni, foram distribuídas 112 mil bolsas. Cerca de 2/3 são integrais (100%) e o restante parciais (50% e 25%).
Alega-se, às vezes, que o programa não é o que queríamos nem o que precisávamos. Que o Prouni contribui para sucateamento das universidades públicas. Ou, ainda, munido de sofismas estatísticos, que o montante da renúncia fiscal permitiria a abertura de mais vagas nas universidades públicas. O sindicato nacional dos docentes, o Andes, afirma que o projeto não passa de "bóia de salvação do ensino privado" e se insere no "contexto de precarização da universidade estatal".
"Queremos, sim, milhões de vagas e cotas nas universidades públicas; queremos principalmente uma profunda revolução na escola"
O fato é que o complexo universitário estatal abre vagas para cerca de 3% da população brasileira. Além disso, a desigualdade no acesso é gritante. O último levantamento do MEC mostrou que, nas federais, a composição predominante dos cursos é de alunos brancos, pertencentes à faixa dos 5% mais ricos, oriundos de escolas particulares. O "mérito" tão defendido pelos liberais é um critério que embute, junto com o esforço pessoal, um fortíssimo componente sócio-econômico e, também, racial, já que a pobreza no Brasil tem cor. Não poderia ser diferente, dada a concentração de renda e patrimônio que grassa a nossa sociedade, e se reflete na faculdade. A universidade pública, no Brasil, de "pública" ainda tem muito pouco.
Os adversários do Prouni, capitaneados pelo presidente do Andes, Roberto Leher, esquecem que o Programa Universidade para Todos está integrado no Plano Nacional de Educação (PDE), que conjuga políticas de acesso e expansão dos campi com a reforma estrutural do sistema universitário. O Prouni caminha lado a lado com o redimensionamento curricular, a construção de novas unidades (foram 10 universidades e 48 campi nos últimos 5 anos) e o incremento de vagas nas instituições estatais, através do Reuni --- Programa de Apoio a Planos de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais --- que contou com a adesão da totalidade das instituições federais no ano passado. A deficiência histórica da universidade brasileira, nunca democrática, deve ser enfrentada por vários caminhos, pois a maioria da população não pode ou quer esperar a "revolução" para entrar na faculdade. O pobre quer participar aqui e agora.
Marcelo Buraco, do Negroatividade e Nação Hip-Hop, discorda dos argumentos elitistas do Andes: "Queremos, sim, milhões de vagas pelo Prouni; queremos cotas nas universidades públicas; queremos a construção de várias universidades federais e principalmente uma profunda revolução na escola pública e no ensino fundamental. E isto só vem com muita pressão popular e a massa da juventude da periferia chegando junto." Com efeito, o Prouni mexe de tal maneira com a auto-percepção dos o utrora sem-universidade que os prounistas não vacilam em orgulhosamente se afirmar como tal. Eles têm a consciência de que não se trata de uma dádiva ou concessão do governo Lula, mas de um direito conquistado, tão desejado há muitas gerações. Por mais que parte da elite econômica insista que lugar de pobre é até o ensino médio ou, no máximo, na escola técnica, não há família de periferia que não deseje e se orgulhe de ter um filho seu na universidade. Quem não sonha em ver uma filha médica, engenheira, advogada, jornalista? O programa confere tanta auto-estima, que seus participantes criaram e mantêm uma agitada comunidade no orkut, a "100% Prouni".
Durante o 1º Encontro de Prounistas, realizado em 24 de novembro passado, na UNIP de São Paulo, debateram-se as vitórias e as perspectivas do programa. Organizado pela União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), lá estiveram, além de 500 estudantes contemplados, o ministro da Educação, Fernando Haddad, e a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf. Rebatendo as críticas de que o Prouni "baixa o nível" da universidade, sintetizou o ministro: "Vocês são bolsistas por mérito conquistado!". Argumento autocentrado e prepotente, o discurso da "qualidade de ensino" --- que os de dentro opõem aos de fora - pode ser traduzido como "Nós, que entramos, somos a qualidade de ensino, não venham se misturar a nós!". De fato, no último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes do Ensino Superior (Enade), o antigo Provão, o desempenho dos alunos do Prouni foi ligeiramente superior do que o dos demais estudantes. Dado relevante: os de bolsa integral foram melhor do que os de bolsa parcial. Para Lúcia, "os estudantes do ProUni derrubaram os muros excludentes da universidade". Ela cobrou do MEC, em nome da UNE, a ampliação das medidas de assistência estudantil, para endereçar de vez o agudo o problema da evasão universitária, que o PDE até agora não combateu de modo eficiente.
Basta de acreditar que a transformação virá de pequenos aparelhos, sempre brancos e da classe-média "esclarecida"
Além disso, o Prouni contém na essência a ação afirmativa, reservando a negros, indígenas e minorias étnicas um percentual de bolsas que é semelhante ao percentual da composição racial de cada unidade federativa. O que é absolutamente fundamental num contexto histórico de desigualdade racial. Aqui, o racismo não se limita a um preconceito individual, dentro da cabeça dos racistas, mas a uma força viva que estrutura e condiciona as relações sociais e políticas. Para Frei David, da Educafro, o Programa Universidade para Todos "é o maior projeto de inclusão racial do Brasil". Alexandre do Nascimento, do Movimento Pré-Vestibular para Negros e Carentes (PVNC), destaca que "o governo federal ignora desempenho positivo dos bolsistas do Prouni e não usa o resultado do exame para fortalecer o discurso pró-cotas nas federais". E ainda questiona o porquê da timidez quanto à retomada do Estatuto da Igualdade Racial, emperrado nas gavetas do Legislativo: "Será que o governo e o Congresso temem os empresários e intelectuais da exclusão, que atacam diariamente as ações afirmativas através de seus veículos de imprensa?".
Como no teatro de Brecht, seria saudável se os detratores do Prouni tomassem um distanciamento frente ao programa. No sentido brechtiano de sair de sua "persona política", provocando um estranhamento muitas vezes elucidador. Pois, muitas vezes, em meio ao catatau de números e aos discursos erísticos, perde-se de vista, precisamente, a realidade. Tomar contato com os prouneiros e os cotistas --- e com os efeitos impactantes dos prouneiros no meio universitário --- eis aí uma experiência reveladora. Novas demandas, novos valores, uma nova construção de sentido ocupa a universidade e desafia-lhe soluções e inovações. Jorge e Ivan, da UniSalesianos, não estão apenas entre os melhores alunos, e os mais participativos do movimento estudantil. Também agregaram valores indispensáveis a uma universidade que (esperançosamente) pretende fazer a diferença no mundo social e cultural. Basta de continuarmos acreditando que a transformação virá de pequenos aparelhos de jovens, sempre brancos e da classe-média "esclarecida" --- socialistas de salão que almejam conscientizar as massas para liderá-las na revolução que nunca chega. Só quando as "massas", ou melhor, a multidão lá-fora ocupar definitivamente a universidade, em relações transversais, é que ela vai depor os seus muros e assumir pra valer o processo de transformação social.
O confronto da exceção e da regra no prounista embute uma contradição de nosso tempo. Porém, Marx dixit, não são as contradições que movem a história? Pode-se combater a exclusão e o atraso e a falta de sonhos e perspectivas sem acender velas para vetustas ortodoxias, pregadas por ídolos da hora passada. O Prouni vem demonstrando que isso é possível, que não há oposição entre qualidade e democracia. Afinal de contas, a qualidade É a democracia.
Fontes:
Buraco, Marcelo, "Prouni: um atalho para o hip-hop superior" in Vermelho Online, abril 2007.
Nascimento, Alexandre do, "ENADE prova que ações afirmativas são eficazes", in Revista Global n.º 9, setembro de 2007, p. 26, 27.
Gouveia, Fábio de, "Prouni e o futuro presente de milhares de brasileiros", in Revista Global n.º 8, maio de 2007, p. 32, 33.
Site do Ministério da Educação - Prouni
- Site da União Nacional dos Estudantes (UNE)
Site do Sindicato Nacional dos Docentes - ANDES
Mais
Bruno Cava é colunista do Caderno Brasil de Le Monde Diplomatique. Edições anteriores da coluna:
A revolução do Cine Falcatrua
Um cineclube ligado à universidade desperta a fúria das distribuidoras de audiovisual ao exibir, sem fins de lucro, filmes baixados por internet. Disputa revela como é necessário superar, em defesa do público e dos artistas, os limites estreitos da "propriedade intelectual"
A democratização inadiável
Lutar contra a reforma universitária e o REUNI é legítimo numa democracia. Mas que fique claro: trata-se de uma luta de poucos contra muitos, de incluídos contra excluídos, do status quo contra a transformação, do fetiche disciplinar contra a transcidiplinariedade. Enfim, da direita contra a esquerda
COMENTÁRIO E & P
A tão comentada meritocracia liberal, segundo os liberais igualitaristas, em que John Rawls é um dos expoentes, deve haver a todo momento da disputa condições iguais. Ou seja, para alguém que nasce rico, para disputar uma vaga na USP junto com uma pessoa que nasça na periferia, para que haja condições iguais o jovem da periferia deveria ter as mesmas condições do rico. Assim, ele deveria somente estudar, a escola teria de ter o parâmetro de uma Bandeirantes, Anglo, São Luiz ou outra que coloca um número expressivo de alunos nas universidades públicas. Assim, quando não há as mesmas condições, o único mérito dos alunos ricos é ter nascido rico. Com as vantagens conseguidas ele não dispara na corrida de 100 metros no ponto zero e sim no ponto 90, ou seja, não há disputa. Falar que quem entra numa universidade pública é puramente meritocracia é pura demagogia, num país desigual como o Brasil. E isso também em relação aos negros, que constituem a grande maioria dos deserdados desse país. Dessa forma, cota para alunos das escolas públicas, para negros e indígenas e Prouni é apenas uma forma de tentar fazer o jogo mais igual numa disputa que só tem privilegiado os mais aquinhoados do país. Isso atrasa o país, pois há muitas pessoas extremamente inteligentes que nascem nas periferias que não têm oportundade de desenvolver seus talentos. O Brasil não pode abrir mão da capacidade do seu povo, em nome de uma pseudo meritocracia. Por essa gente que fala mal das cotas e do Prouni a escravidão nem teria sido abolida ainda no país. Assim como a meritocracia eles inventariam alguma asneira para tentar justificá-la. Um país que queira ser potência e desenvolvido precisa oferecer oportunidades para todos os seus cidadãos. Do contrário será sempre um país subdesenvolvido. É o que essa pseudo-elite almeja, com visão tacanha e reducionista. É ISSO.
Prouni: qualidade é democracia
Pretos, pobres, e quase-pretos, de tão pobres, estão ingressando no ensino superior aos milhares. Além de transformar suas vidas, a experiência pode levar a uma universidade mais democrática e menos branca. Mas há quem resista, com base numa visão liberal de mérito e qualidade
Bruno Cava
Mauro, 25 anos, catador de papel, órfão de mãe e filho de carroceiro. Estuda Educação Física na Ulbra, uma das melhores universidades do Rio Grande do Sul. Jorge e Ivan, grafiteiros, negros da periferia, curtem o hip-hop e oferecem oficinas culturais na Febem. São alunos da UniSalesianos, em Lins, interior de São Paulo. Marta, 26 anos, doméstica, trabalha em um bairro de classe-média de São Paulo, ajuda substancialmente a família, sonha em construir pontes. É estudante de engenharia na FEI, conceituada faculdade da Grande São Paulo.
Marta, Ivan, Jorge e Mauro vivem uma realidade comum. Eles constituem a exceção e a regra da juventude brasileira. São a regra porque pobres, oriundos de comunidades cuja dignidade amiúde é posta em xeque pelas adversidades. Batalham no dia-a-dia para assegurar o próprio sustento e o do próximo. E são exceção, porque, contra todos os prognósticos, chegaram à universidade e nela permaneceram . Em breve, vão se formar e pegar o diploma --- elementos determinantes para a melhoria da renda, do orgulho próprio e da inclusão social.
Esses estudantes estão na universidade graças ao Programa Universidade para Todos (Prouni). Eles são "prounistas" ou "prouneiros". O Prouni é um programa do governo federal que beneficia mais de 300 mil alunos de baixa renda em cursos de graduação de instituições particulares. Por meio de isenções fiscais às universidades privadas, o programa financia bolsas integrais e parciais para quem seja selecionado e comprove baixa renda. Tem direito a concorrer às bolsas integrais o jovem cuja renda familiar per capita seja inferior a um salário mínimo e meio (R$ 570). Às parciais, aquele cuja renda familiar esteja entre esse valor e três salários mínimos (R$ 1.140). Para o primeiro semestre deste ano, o governo anunciou a abertura de 112 mil bolsas, em cerca de 1.400 instituições de nível superior. Em 2007 inteiro, foram 155 mil. Em 2006, haviam sido 136 mil. E, em 2005, ano inaugural do Prouni, foram distribuídas 112 mil bolsas. Cerca de 2/3 são integrais (100%) e o restante parciais (50% e 25%).
Alega-se, às vezes, que o programa não é o que queríamos nem o que precisávamos. Que o Prouni contribui para sucateamento das universidades públicas. Ou, ainda, munido de sofismas estatísticos, que o montante da renúncia fiscal permitiria a abertura de mais vagas nas universidades públicas. O sindicato nacional dos docentes, o Andes, afirma que o projeto não passa de "bóia de salvação do ensino privado" e se insere no "contexto de precarização da universidade estatal".
"Queremos, sim, milhões de vagas e cotas nas universidades públicas; queremos principalmente uma profunda revolução na escola"
O fato é que o complexo universitário estatal abre vagas para cerca de 3% da população brasileira. Além disso, a desigualdade no acesso é gritante. O último levantamento do MEC mostrou que, nas federais, a composição predominante dos cursos é de alunos brancos, pertencentes à faixa dos 5% mais ricos, oriundos de escolas particulares. O "mérito" tão defendido pelos liberais é um critério que embute, junto com o esforço pessoal, um fortíssimo componente sócio-econômico e, também, racial, já que a pobreza no Brasil tem cor. Não poderia ser diferente, dada a concentração de renda e patrimônio que grassa a nossa sociedade, e se reflete na faculdade. A universidade pública, no Brasil, de "pública" ainda tem muito pouco.
Os adversários do Prouni, capitaneados pelo presidente do Andes, Roberto Leher, esquecem que o Programa Universidade para Todos está integrado no Plano Nacional de Educação (PDE), que conjuga políticas de acesso e expansão dos campi com a reforma estrutural do sistema universitário. O Prouni caminha lado a lado com o redimensionamento curricular, a construção de novas unidades (foram 10 universidades e 48 campi nos últimos 5 anos) e o incremento de vagas nas instituições estatais, através do Reuni --- Programa de Apoio a Planos de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais --- que contou com a adesão da totalidade das instituições federais no ano passado. A deficiência histórica da universidade brasileira, nunca democrática, deve ser enfrentada por vários caminhos, pois a maioria da população não pode ou quer esperar a "revolução" para entrar na faculdade. O pobre quer participar aqui e agora.
Marcelo Buraco, do Negroatividade e Nação Hip-Hop, discorda dos argumentos elitistas do Andes: "Queremos, sim, milhões de vagas pelo Prouni; queremos cotas nas universidades públicas; queremos a construção de várias universidades federais e principalmente uma profunda revolução na escola pública e no ensino fundamental. E isto só vem com muita pressão popular e a massa da juventude da periferia chegando junto." Com efeito, o Prouni mexe de tal maneira com a auto-percepção dos o utrora sem-universidade que os prounistas não vacilam em orgulhosamente se afirmar como tal. Eles têm a consciência de que não se trata de uma dádiva ou concessão do governo Lula, mas de um direito conquistado, tão desejado há muitas gerações. Por mais que parte da elite econômica insista que lugar de pobre é até o ensino médio ou, no máximo, na escola técnica, não há família de periferia que não deseje e se orgulhe de ter um filho seu na universidade. Quem não sonha em ver uma filha médica, engenheira, advogada, jornalista? O programa confere tanta auto-estima, que seus participantes criaram e mantêm uma agitada comunidade no orkut, a "100% Prouni".
Durante o 1º Encontro de Prounistas, realizado em 24 de novembro passado, na UNIP de São Paulo, debateram-se as vitórias e as perspectivas do programa. Organizado pela União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), lá estiveram, além de 500 estudantes contemplados, o ministro da Educação, Fernando Haddad, e a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf. Rebatendo as críticas de que o Prouni "baixa o nível" da universidade, sintetizou o ministro: "Vocês são bolsistas por mérito conquistado!". Argumento autocentrado e prepotente, o discurso da "qualidade de ensino" --- que os de dentro opõem aos de fora - pode ser traduzido como "Nós, que entramos, somos a qualidade de ensino, não venham se misturar a nós!". De fato, no último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes do Ensino Superior (Enade), o antigo Provão, o desempenho dos alunos do Prouni foi ligeiramente superior do que o dos demais estudantes. Dado relevante: os de bolsa integral foram melhor do que os de bolsa parcial. Para Lúcia, "os estudantes do ProUni derrubaram os muros excludentes da universidade". Ela cobrou do MEC, em nome da UNE, a ampliação das medidas de assistência estudantil, para endereçar de vez o agudo o problema da evasão universitária, que o PDE até agora não combateu de modo eficiente.
Basta de acreditar que a transformação virá de pequenos aparelhos, sempre brancos e da classe-média "esclarecida"
Além disso, o Prouni contém na essência a ação afirmativa, reservando a negros, indígenas e minorias étnicas um percentual de bolsas que é semelhante ao percentual da composição racial de cada unidade federativa. O que é absolutamente fundamental num contexto histórico de desigualdade racial. Aqui, o racismo não se limita a um preconceito individual, dentro da cabeça dos racistas, mas a uma força viva que estrutura e condiciona as relações sociais e políticas. Para Frei David, da Educafro, o Programa Universidade para Todos "é o maior projeto de inclusão racial do Brasil". Alexandre do Nascimento, do Movimento Pré-Vestibular para Negros e Carentes (PVNC), destaca que "o governo federal ignora desempenho positivo dos bolsistas do Prouni e não usa o resultado do exame para fortalecer o discurso pró-cotas nas federais". E ainda questiona o porquê da timidez quanto à retomada do Estatuto da Igualdade Racial, emperrado nas gavetas do Legislativo: "Será que o governo e o Congresso temem os empresários e intelectuais da exclusão, que atacam diariamente as ações afirmativas através de seus veículos de imprensa?".
Como no teatro de Brecht, seria saudável se os detratores do Prouni tomassem um distanciamento frente ao programa. No sentido brechtiano de sair de sua "persona política", provocando um estranhamento muitas vezes elucidador. Pois, muitas vezes, em meio ao catatau de números e aos discursos erísticos, perde-se de vista, precisamente, a realidade. Tomar contato com os prouneiros e os cotistas --- e com os efeitos impactantes dos prouneiros no meio universitário --- eis aí uma experiência reveladora. Novas demandas, novos valores, uma nova construção de sentido ocupa a universidade e desafia-lhe soluções e inovações. Jorge e Ivan, da UniSalesianos, não estão apenas entre os melhores alunos, e os mais participativos do movimento estudantil. Também agregaram valores indispensáveis a uma universidade que (esperançosamente) pretende fazer a diferença no mundo social e cultural. Basta de continuarmos acreditando que a transformação virá de pequenos aparelhos de jovens, sempre brancos e da classe-média "esclarecida" --- socialistas de salão que almejam conscientizar as massas para liderá-las na revolução que nunca chega. Só quando as "massas", ou melhor, a multidão lá-fora ocupar definitivamente a universidade, em relações transversais, é que ela vai depor os seus muros e assumir pra valer o processo de transformação social.
O confronto da exceção e da regra no prounista embute uma contradição de nosso tempo. Porém, Marx dixit, não são as contradições que movem a história? Pode-se combater a exclusão e o atraso e a falta de sonhos e perspectivas sem acender velas para vetustas ortodoxias, pregadas por ídolos da hora passada. O Prouni vem demonstrando que isso é possível, que não há oposição entre qualidade e democracia. Afinal de contas, a qualidade É a democracia.
Fontes:
Buraco, Marcelo, "Prouni: um atalho para o hip-hop superior" in Vermelho Online, abril 2007.
Nascimento, Alexandre do, "ENADE prova que ações afirmativas são eficazes", in Revista Global n.º 9, setembro de 2007, p. 26, 27.
Gouveia, Fábio de, "Prouni e o futuro presente de milhares de brasileiros", in Revista Global n.º 8, maio de 2007, p. 32, 33.
Site do Ministério da Educação - Prouni
- Site da União Nacional dos Estudantes (UNE)
Site do Sindicato Nacional dos Docentes - ANDES
Mais
Bruno Cava é colunista do Caderno Brasil de Le Monde Diplomatique. Edições anteriores da coluna:
A revolução do Cine Falcatrua
Um cineclube ligado à universidade desperta a fúria das distribuidoras de audiovisual ao exibir, sem fins de lucro, filmes baixados por internet. Disputa revela como é necessário superar, em defesa do público e dos artistas, os limites estreitos da "propriedade intelectual"
A democratização inadiável
Lutar contra a reforma universitária e o REUNI é legítimo numa democracia. Mas que fique claro: trata-se de uma luta de poucos contra muitos, de incluídos contra excluídos, do status quo contra a transformação, do fetiche disciplinar contra a transcidiplinariedade. Enfim, da direita contra a esquerda
COMENTÁRIO E & P
A tão comentada meritocracia liberal, segundo os liberais igualitaristas, em que John Rawls é um dos expoentes, deve haver a todo momento da disputa condições iguais. Ou seja, para alguém que nasce rico, para disputar uma vaga na USP junto com uma pessoa que nasça na periferia, para que haja condições iguais o jovem da periferia deveria ter as mesmas condições do rico. Assim, ele deveria somente estudar, a escola teria de ter o parâmetro de uma Bandeirantes, Anglo, São Luiz ou outra que coloca um número expressivo de alunos nas universidades públicas. Assim, quando não há as mesmas condições, o único mérito dos alunos ricos é ter nascido rico. Com as vantagens conseguidas ele não dispara na corrida de 100 metros no ponto zero e sim no ponto 90, ou seja, não há disputa. Falar que quem entra numa universidade pública é puramente meritocracia é pura demagogia, num país desigual como o Brasil. E isso também em relação aos negros, que constituem a grande maioria dos deserdados desse país. Dessa forma, cota para alunos das escolas públicas, para negros e indígenas e Prouni é apenas uma forma de tentar fazer o jogo mais igual numa disputa que só tem privilegiado os mais aquinhoados do país. Isso atrasa o país, pois há muitas pessoas extremamente inteligentes que nascem nas periferias que não têm oportundade de desenvolver seus talentos. O Brasil não pode abrir mão da capacidade do seu povo, em nome de uma pseudo meritocracia. Por essa gente que fala mal das cotas e do Prouni a escravidão nem teria sido abolida ainda no país. Assim como a meritocracia eles inventariam alguma asneira para tentar justificá-la. Um país que queira ser potência e desenvolvido precisa oferecer oportunidades para todos os seus cidadãos. Do contrário será sempre um país subdesenvolvido. É o que essa pseudo-elite almeja, com visão tacanha e reducionista. É ISSO.
terça-feira, janeiro 29, 2008
Festa em comemoração aos 28 anos do PT será dia 13 em Brasília
Começam a ser vendidos nesta terça-feira (29) os convites para a festa de aniversário de 28 anos do Partido dos Trabalhadores, que acontece no próximo dia 13 na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), em Brasília.
Os convites, divididos em valores de R$ 50, R$ 100 e R$ 200, devem ser adquiridos na sede do PT em Brasília – Setor Comercial Sul, Quadra 2, Edifício Toufic, 1º andar, telefone (61) 3213.1313.
Além do aniversário do PT, a festa irá comemorar os 25 anos da primeira posse de uma administração petista no país – que ocorreu em Diadema (SP), em 1º de fevereiro de 1983. O então prefeito Gilson Menezes, hoje no PSC, foi convidado para participar da homenagem.
Estão confirmadas as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice José Alencar.
Durante a festa, será servido coquetel de frutas, pães e canapés, além de vinhos e espumantes nacionais. Haverá música ao vivo e eletrônica. A Associação Atlética Banco do Brasil fica no Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Conjunto 17. O evento começa às 19h.
História
O Partido dos Trabalhadores foi fundado oficialmente em 10 de fevereiro de 1980, no histórico encontro do Colégio Sion, em São Paulo, coroando um processo que havia se iniciado com a greve dos metalúrgicos de São Bernardo, em 1978, e tomaria impulso decisivo no ano seguinte.
Em 24 de janeiro de 1979, durante o IX Congresso de Trabalhadores Metalúrgicos, Mecânicos e de Material Elétrico do Estado de São Paulo, lideranças e ativistas dos movimentos social e sindical aprovam a proposta feita pelos metalúrgicos de Santo André, que conclama “todos os trabalhadores brasileiros a se unificarem na construção de seu partido, o Partido dos Trabalhadores”. Cresce a idéia de criação de um novo partido político e começa a circular o anteprojeto do Manifesto para a fundação do PT.
Carta de Princípios
No dia 1º de maio de 1979 é lançada a Carta de Princípios do PT. “O Partido dos Trabalhadores entende que a emancipação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores, que sabem que a democracia é participação organizada e consciente e que, como classe explorada, jamais deverá esperar da atuação das elites privilegiadas a solução de seus problemas”, sublinha um dos trechos do documento lançado durante as atividades do Dia Internacional dos Trabalhadores.
Movimento Pró-PT
Em 13 de outubro de 1979, durante reunião com 130 representantes de seis Estados do país, é lançado oficialmente o Movimento Pró-PT. Na reunião também é aprovada a Declaração Política, que expressa uma plataforma identificada com os anseios dos movimentos populares, e apresentada uma nota contrária à reforma partidária imposta pelo regime.
Um texto com sugestões básicas para a organização do PT, em todos os níveis, aponta a importância de “uma estrutura interna democrática, apoiada em decisões coletivas e colegiadas que garantam, efetivamente, a sua direção política e o seu programa a partir das decisões das suas bases”. É eleita a Comissão Nacional Provisória, com dezessete responsáveis pela direção do Movimento Pró-PT.
Fundação
Em um ato realizado no auditório do Colégio Sion, em São Paulo, o Manifesto do PT é aprovado, por aclamação, por 1.200 pessoas. Representantes de comissões regionais de 17 Estados brasileiros iniciam a organização do novo partido pelo país e preparam a escolha das coordenações estaduais. Nascia o Partido dos Trabalhadores.
Sistema de cotas já levou mais de 40 mil pessoas às universidades brasileiras
Doze das principais universidades federais e estaduais do Brasil já beneficiaram, até 2007, um total de 40 mil pessoas por meio de ações afirmativas de inclusão social, como a reserva de vagas e cotas.
Segundo dados fornecidos pelas instituições, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que aplica o sistema desde 2003 e reserva 50% das vagas para cotistas, é a campeã, com 6.488 beneficiados. Em seguida vêm a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com 5.473 estudantes cotistas, e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), com 3.885 alunos que ingressaram pelo sistema.
O ritmo de adesão a políticas afirmativas é forte. Para o vestibular de 2008, mais cinco universidades implantaram algum tipo de sistema diferenciado de seleção. São as federais do Espírito Santo (UFES), de São Carlos (UFSCar), do Pará (UFPA), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Santa Maria (UFSM).
Essas instituições devem receber por volta de 4.600 calouros beneficiados por algum tipo de ação afirmativa pela primeira vez neste ano. A federal de Santa Catarina — que deveria abrigar mais 1.142 alunos cotistas — teve seu sistema contestado e julgado irregular pela Justiça.
Preferências
O sistema de cotas para negros foi alvo de discussões e, por isso, não encontrou espaço em muitas das grandes universidades brasileiras. A maior delas, a Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu, no ano passado, um sistema de inclusão que não prevê a reserva de vagas — apenas contempla os candidatos de escolas públicas com um acréscimo de 3% sobre nota final.
O resultado do primeiro ano do Inclusp, como é conhecido o sistema, foi o aumento de 11% no número de alunos oriundos da escola pública (total de 2.719 calouros em 2007). Com isso, a participação dos negros cresceu em ritmo menor: foram 9,5% a mais do que no ano anterior.
A opção por facilitar a entrada de alunos que tenham concluído o ensino médio em escolas públicas também é o preferido pelas instituições nordestinas, como as federais do Maranhão (UFMA), Pernambuco, Rio Grande do Norte (UFRN) e Piauí (UFPI). A Estadual da Paraíba (UEPB) vem aumentando gradativamente o espaço para esses alunos. Em 2006, 10% das vagas foram reservadas; em 2007 foram 30%; e em 2010 deve chegar a 50%.
A UFRGS, para garantir vaga a alunos indígenas, aplica provas específicas. Na UFSCar, eles têm uma vaga reservada em cada curso.
Agência Estado
Segundo dados fornecidos pelas instituições, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que aplica o sistema desde 2003 e reserva 50% das vagas para cotistas, é a campeã, com 6.488 beneficiados. Em seguida vêm a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com 5.473 estudantes cotistas, e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), com 3.885 alunos que ingressaram pelo sistema.
O ritmo de adesão a políticas afirmativas é forte. Para o vestibular de 2008, mais cinco universidades implantaram algum tipo de sistema diferenciado de seleção. São as federais do Espírito Santo (UFES), de São Carlos (UFSCar), do Pará (UFPA), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Santa Maria (UFSM).
Essas instituições devem receber por volta de 4.600 calouros beneficiados por algum tipo de ação afirmativa pela primeira vez neste ano. A federal de Santa Catarina — que deveria abrigar mais 1.142 alunos cotistas — teve seu sistema contestado e julgado irregular pela Justiça.
Preferências
O sistema de cotas para negros foi alvo de discussões e, por isso, não encontrou espaço em muitas das grandes universidades brasileiras. A maior delas, a Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu, no ano passado, um sistema de inclusão que não prevê a reserva de vagas — apenas contempla os candidatos de escolas públicas com um acréscimo de 3% sobre nota final.
O resultado do primeiro ano do Inclusp, como é conhecido o sistema, foi o aumento de 11% no número de alunos oriundos da escola pública (total de 2.719 calouros em 2007). Com isso, a participação dos negros cresceu em ritmo menor: foram 9,5% a mais do que no ano anterior.
A opção por facilitar a entrada de alunos que tenham concluído o ensino médio em escolas públicas também é o preferido pelas instituições nordestinas, como as federais do Maranhão (UFMA), Pernambuco, Rio Grande do Norte (UFRN) e Piauí (UFPI). A Estadual da Paraíba (UEPB) vem aumentando gradativamente o espaço para esses alunos. Em 2006, 10% das vagas foram reservadas; em 2007 foram 30%; e em 2010 deve chegar a 50%.
A UFRGS, para garantir vaga a alunos indígenas, aplica provas específicas. Na UFSCar, eles têm uma vaga reservada em cada curso.
Agência Estado
Juro para pessoa física é o menor desde 1994 e crédito atinge 34,7% do PIB
A taxa de juros para a pessoa física cobrada pelos bancos caiu para 43,9% em 2007, atingindo o menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1994. Além disso, as operações de crédito no Brasil atingiram 34,7% do Produto Interno Bruto no ano, segundo dados do Banco Central divulgados nesta terça-feira (29).
O volume de crédito total no País cresceu 27,3% no ano passado, para R$ 932,2 bilhões. Considerando apenas os recursos livres, os empréstimos aumentaram 32,2% no ano, para R$ 659 bilhões.
Entre as diversas linhas acompanhadas pelo Banco Central, a que apresentou a expansão mais vigorosa foi o crédito para pessoas físicas (exceto operações com setor rural e habitacional), que aumentou 33%, de R$ 235,816 bilhões para R$ 313,620 bilhões.
Os empréstimos para empresas aumentaram 29,8% na mesma base de comparação, de R$ 164,581 bilhões para R$ 213,577 bilhões. Já os financiamentos habitacionais tiveram expansão de 25,7% nesse período e passaram de R$ 35,689 bilhões para R$ 44,846 bilhões.
Juros
Em dezembro, a taxa média de juros caiu para 33,8%, frente a 34,7% em novembro e 39,8% um ano atrás. No resultado fechado de 2007, houve redução de 6 pontos porcentuais na taxa de juro. A diminuição ocorreu tanto nas linhas para pessoas físicas como para empresas.
Nas operações para pessoas físicas, a redução acumulada foi de 8,2 pontos e taxa fechou o ano em 43,9%. Já nos empréstimos para as pessoas jurídicas, houve corte da taxa de 0,4 ponto porcentual no mês passado, de 23,3% para 22,9%. No ano, houve redução de 3,3 pontos.
O spread bancário - diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada dos clientes - ficou em 22,4 pontos percentuais em dezembro.
Entre as diversas operações, as linhas para pessoas físicas tiveram redução de spread de 1,4 ponto no mês, de 33,3 pontos para 31,9 pontos. No ano, a redução acumula 7,7 pontos. Nos empréstimos para empresas, o spread médio caiu 0,4 ponto no mês, de 12,3 pontos para 11,9 pontos. No ano, a redução acumula 1,6 ponto.
Inadimplência
A taxa de inadimplência do crédito livre caiu em dezembro de 4,5% para 4,3%. Isso significa que houve uma queda de 0,7 ponto porcentual na inadimplência no ano em relação a dezembro de 2006, quando a taxa estava em 5%.
Já a base monetária (papel moeda emitido mais reservas bancárias) teve expansão de 12,8% na média dos saldos diários de dezembro. A expansão ocorrida no mês passado é a maior desde dezembro de 2006, quando também houve crescimento de 12,8%.
Com a variação, o saldo da base monetária pelo conceito de média aumentou de R$ 127,393 bilhões em novembro para R$ 143,642 bilhões em dezembro. No ano, a base monetária registrou expansão de 21,4%.
Pelo conceito de ponta (final do período), a base monetária mostrou expansão de 12,1% em dezembro ante novembro. Esse porcentual é o maior desde dezembro de 2006, quando houve crescimento de 15%. Com esse crescimento, o valor passou de R$ 130,847 bilhões em novembro para R$ 146,617 bilhões. No acumulado de 2007, houve crescimento de 21,1% em relação a 2006.
O volume de crédito total no País cresceu 27,3% no ano passado, para R$ 932,2 bilhões. Considerando apenas os recursos livres, os empréstimos aumentaram 32,2% no ano, para R$ 659 bilhões.
Entre as diversas linhas acompanhadas pelo Banco Central, a que apresentou a expansão mais vigorosa foi o crédito para pessoas físicas (exceto operações com setor rural e habitacional), que aumentou 33%, de R$ 235,816 bilhões para R$ 313,620 bilhões.
Os empréstimos para empresas aumentaram 29,8% na mesma base de comparação, de R$ 164,581 bilhões para R$ 213,577 bilhões. Já os financiamentos habitacionais tiveram expansão de 25,7% nesse período e passaram de R$ 35,689 bilhões para R$ 44,846 bilhões.
Juros
Em dezembro, a taxa média de juros caiu para 33,8%, frente a 34,7% em novembro e 39,8% um ano atrás. No resultado fechado de 2007, houve redução de 6 pontos porcentuais na taxa de juro. A diminuição ocorreu tanto nas linhas para pessoas físicas como para empresas.
Nas operações para pessoas físicas, a redução acumulada foi de 8,2 pontos e taxa fechou o ano em 43,9%. Já nos empréstimos para as pessoas jurídicas, houve corte da taxa de 0,4 ponto porcentual no mês passado, de 23,3% para 22,9%. No ano, houve redução de 3,3 pontos.
O spread bancário - diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada dos clientes - ficou em 22,4 pontos percentuais em dezembro.
Entre as diversas operações, as linhas para pessoas físicas tiveram redução de spread de 1,4 ponto no mês, de 33,3 pontos para 31,9 pontos. No ano, a redução acumula 7,7 pontos. Nos empréstimos para empresas, o spread médio caiu 0,4 ponto no mês, de 12,3 pontos para 11,9 pontos. No ano, a redução acumula 1,6 ponto.
Inadimplência
A taxa de inadimplência do crédito livre caiu em dezembro de 4,5% para 4,3%. Isso significa que houve uma queda de 0,7 ponto porcentual na inadimplência no ano em relação a dezembro de 2006, quando a taxa estava em 5%.
Já a base monetária (papel moeda emitido mais reservas bancárias) teve expansão de 12,8% na média dos saldos diários de dezembro. A expansão ocorrida no mês passado é a maior desde dezembro de 2006, quando também houve crescimento de 12,8%.
Com a variação, o saldo da base monetária pelo conceito de média aumentou de R$ 127,393 bilhões em novembro para R$ 143,642 bilhões em dezembro. No ano, a base monetária registrou expansão de 21,4%.
Pelo conceito de ponta (final do período), a base monetária mostrou expansão de 12,1% em dezembro ante novembro. Esse porcentual é o maior desde dezembro de 2006, quando houve crescimento de 15%. Com esse crescimento, o valor passou de R$ 130,847 bilhões em novembro para R$ 146,617 bilhões. No acumulado de 2007, houve crescimento de 21,1% em relação a 2006.
AGNELLI VAI SE MUDAR PARA ZUG ?
Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 902
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista
. O funcionário da Vale Roger Agnelli merece do PIG o tratamento de dono da Vale e se deixa fotografar mais do que a Daniela Cicarelli.
. Chega a ser inacreditável que ele consiga trabalhar na Vale e, ao mesmo tempo, dar tantas entrevistas.
. É porque o PIG resolveu transformar a Vale no modelo da privatização.
. O PIG fez da Vale a “não-Petrobras”, que resistiu à tentativa do Farol de Alexandria de privatizá-la.
. A Petrobras não se deixou transformar em Petrobrax, lembram-se ?
. Agora, o PIG dá como fato consumado que a Vale vai comprar a anglo-suiça Xstrata (clique aqui para acessar o site da Xstrata) , com sede em Zug, na Suíça.
. O Estadão de hoje, pág. B12 (clique aqui para ler) garante que “os sócios autorizam a Vale a negociar a compra da Xstrata”.
. As páginas de economia do PIG, especialmente o Valor, se transformaram, como se percebe, em press-releases de luxo.
. (Estão mais distantes do Wall Street Journal e do Financial Times do que o Corinthians do Milan !)
. Por isso, os jornais do PIG tratam a transação de Agnelli (o dono) como fato consumado.
. Da mesma forma que, a esta altura, para o PIG, eu já deveria ter sido demitido do iG, já que, há muito tempo, Carlos Jereissati (que, para isso, vendeu o Shopping Center Iguatemi) e Sergio Andrade (que teve que vender a empreiteira) assumiram o controle da Brasil Telecom.
. A Xstrata é do mesmo tamanho da Vale.
. A Vale vai comprar a Xstrata ?
. Ou a Xstrata vai comprar a Vale ?
. A belga vai comprar a Brahma ou a Brahma vai comprar a belga ?
. O controle continuará a ser nacional ?
. Na Ambev, que o Ministro Palocci levou ao Presidente Lula como “a multinacional brasileira da cerveja”, o controle não está no Itaim Bibi, mas em Bruxelas ...
. Da mesma forma, a “BrOi”, a nova empresa de telecomunicações criada pelo PIG, poderá acabar na mão de um “socio estratégico” espanhol, mexicano ou até egípcio ...
. A PHA Comunicação, modesta acionista da Vale na Bolsa de São Paulo e de Nova York – como consta do Imposto de Renda – quer saber: continuará acionista de uma empresa brasileira ou anglo-suiça ?
. O que tem a dizer a CVM e a Bolsa ?
. Agnelli continuará a ser fotografado no Rio ou em Zug, aprazível cidade suíça, sede da Xstrata ?
. (Clique aqui para ver que beleza é Zug, para onde Agnelli, talvez, tenha que se mudar.)
. (Como se sabe, hoje, o dono da Vale não é Agnelli, mas a Previ, o Bradesco e o BNDES...)
COMENTÁRIO E & P
Como pode uma empresa que teve 50% das ações vendidas pelo estado brasileiro no (des) governo de FHC pelo equivalente a US$ 3,3 bilhões em 1996, comprar uma empresa por U$S 90 bilhões, 12 ANOS DEPOIS. Esse é um caso singular no mundo das finanças e mostra o quanto foi subestimado o preço de venda da Vale do Rio Doce. Os colonistas do Partido da Imprensa Golpista - PIG, mancomunados com os tucanos e demos pregam que ela foi um exemplo de privatização. Os mais éticos chamaram isso de privataria, em que ativos públicos eram subestimados para deleite de grupos vinculados ao tucanato que se apropriaram dessas empresas por preços irrisórios. Soa patético o senador tucano Artur virgílio dizer no senado que sua filhinha estava preocupada com a reestatização da empresa. O que o tucano não contou a sua filhinha é que ela, assim como todos os brasileiros foram tungados na venda dessa empresa. A Vale é mais do que uma empresa, é uma agência de desenvolvimento. Cabe, sim ao governo brasileiro estar preocupado com a compra da Xtrata, em que o risco de desnacionalização é muito grande e principalmente num cenário de recessão mundial em que muito provavelmente os preços dos minérios deverá cair. O funcionário Agnelli deverá seguir as orientações dos acionistas, e não se portar como dono da Vale, coisa que não é.
Máximas e Mínimas 902
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista
. O funcionário da Vale Roger Agnelli merece do PIG o tratamento de dono da Vale e se deixa fotografar mais do que a Daniela Cicarelli.
. Chega a ser inacreditável que ele consiga trabalhar na Vale e, ao mesmo tempo, dar tantas entrevistas.
. É porque o PIG resolveu transformar a Vale no modelo da privatização.
. O PIG fez da Vale a “não-Petrobras”, que resistiu à tentativa do Farol de Alexandria de privatizá-la.
. A Petrobras não se deixou transformar em Petrobrax, lembram-se ?
. Agora, o PIG dá como fato consumado que a Vale vai comprar a anglo-suiça Xstrata (clique aqui para acessar o site da Xstrata) , com sede em Zug, na Suíça.
. O Estadão de hoje, pág. B12 (clique aqui para ler) garante que “os sócios autorizam a Vale a negociar a compra da Xstrata”.
. As páginas de economia do PIG, especialmente o Valor, se transformaram, como se percebe, em press-releases de luxo.
. (Estão mais distantes do Wall Street Journal e do Financial Times do que o Corinthians do Milan !)
. Por isso, os jornais do PIG tratam a transação de Agnelli (o dono) como fato consumado.
. Da mesma forma que, a esta altura, para o PIG, eu já deveria ter sido demitido do iG, já que, há muito tempo, Carlos Jereissati (que, para isso, vendeu o Shopping Center Iguatemi) e Sergio Andrade (que teve que vender a empreiteira) assumiram o controle da Brasil Telecom.
. A Xstrata é do mesmo tamanho da Vale.
. A Vale vai comprar a Xstrata ?
. Ou a Xstrata vai comprar a Vale ?
. A belga vai comprar a Brahma ou a Brahma vai comprar a belga ?
. O controle continuará a ser nacional ?
. Na Ambev, que o Ministro Palocci levou ao Presidente Lula como “a multinacional brasileira da cerveja”, o controle não está no Itaim Bibi, mas em Bruxelas ...
. Da mesma forma, a “BrOi”, a nova empresa de telecomunicações criada pelo PIG, poderá acabar na mão de um “socio estratégico” espanhol, mexicano ou até egípcio ...
. A PHA Comunicação, modesta acionista da Vale na Bolsa de São Paulo e de Nova York – como consta do Imposto de Renda – quer saber: continuará acionista de uma empresa brasileira ou anglo-suiça ?
. O que tem a dizer a CVM e a Bolsa ?
. Agnelli continuará a ser fotografado no Rio ou em Zug, aprazível cidade suíça, sede da Xstrata ?
. (Clique aqui para ver que beleza é Zug, para onde Agnelli, talvez, tenha que se mudar.)
. (Como se sabe, hoje, o dono da Vale não é Agnelli, mas a Previ, o Bradesco e o BNDES...)
COMENTÁRIO E & P
Como pode uma empresa que teve 50% das ações vendidas pelo estado brasileiro no (des) governo de FHC pelo equivalente a US$ 3,3 bilhões em 1996, comprar uma empresa por U$S 90 bilhões, 12 ANOS DEPOIS. Esse é um caso singular no mundo das finanças e mostra o quanto foi subestimado o preço de venda da Vale do Rio Doce. Os colonistas do Partido da Imprensa Golpista - PIG, mancomunados com os tucanos e demos pregam que ela foi um exemplo de privatização. Os mais éticos chamaram isso de privataria, em que ativos públicos eram subestimados para deleite de grupos vinculados ao tucanato que se apropriaram dessas empresas por preços irrisórios. Soa patético o senador tucano Artur virgílio dizer no senado que sua filhinha estava preocupada com a reestatização da empresa. O que o tucano não contou a sua filhinha é que ela, assim como todos os brasileiros foram tungados na venda dessa empresa. A Vale é mais do que uma empresa, é uma agência de desenvolvimento. Cabe, sim ao governo brasileiro estar preocupado com a compra da Xtrata, em que o risco de desnacionalização é muito grande e principalmente num cenário de recessão mundial em que muito provavelmente os preços dos minérios deverá cair. O funcionário Agnelli deverá seguir as orientações dos acionistas, e não se portar como dono da Vale, coisa que não é.
Os Caminhos do Mundo
Uma empresa de comunicação nos Estados Unidos levantou semana passada, o número de mentiras que o terrorista George Walker Bush pregou sobre a guerra do Iraque. Foram 953 desde a decisão de invadir, ocupar e saquear aquele país. Como lembra um amigo, a velha tática de repetir a mentira até a exaustão e até que se torne “verdade”
Leidiane tem 23 anos e três filhos. Estava num baile funk, bebeu caipirinha, cerveja e vodka e recebeu uma proposta para dançar nua sobre a mesa. Subiu, tirou a roupa, dançou e no dia seguinte sua foto estava no “orkut”. O fato aconteceu em Vitória, Espírito Santo.
Uma delegada de Polícia resolveu abrir inquérito policial e indiciar a moça por ato obsceno. A defesa de Leidiane – “devia uma grana e aceitei a proposta, 600 reais, pensando em pagar as dívidas”. A explicação para a mídia que foi ouvi-la – “eu fiz sem pensar, mas se surgir uma proposta para posar nua e for interessante (falava do financeiro) eu poso sem problemas”.
Foi enfática – “contei a verdade a meus filhos, pois ensino-os a não mentir”.
O governo terrorista de Israel invadiu terras palestinas, desobedece a um sem número de resoluções das Nações Unidas, prende, mata, saqueia e quer, em colaboração com o governo brasileiro, prender um médico nazista que residiria por aqui. Hoje teria mais de 90 anos, responsável pelos mesmos atos praticados por israelenses contra palestinos nos campos de concentração nazistas contra os judeus.
Perguntaram a Adriana Tasca, guerrilheira argentina, se Jorge Videla era o seu pai. É que a imagem do terrorista e general argentino apareceu na tela durante as atividades do Fórum Social Mundial em Juiz de Fora, MG. Adriana respondeu – “nunca, esse não nasceu, foi c.... pelo capeta”.
Videla foi o responsável pela morte de milhares de argentinos durante a ditadura militar naquele país. O pai de Adriana, diretor de teatro, preso foi devolvido num caixão lacrado e com a determinação que não fosse aberto. Segundo o “governo”, morreu de “infarto”.
A foto mostra o justo momento que Adriana, no plenário da Câmara Municipal de Juiz de Fora, exibe a imagem de argentinos presos, torturados e mortos pela ditadura militar.
Leidiane, provavelmente, não tem a menor idéia do que tenham sido as ditaduras militares na América Latina. Está preocupada com a dívida em torno de 600 reais, reclama que não recebeu o dinheiro e está com medo de sair de casa. “Meu chefe me apoiou, só saio para trabalhar”.
Bush quer que o Congresso de sua organização terrorista, os EUA, libere 70 bilhões de dólares para as guerras no Iraque e no Afeganistão. “Para o combate ao terrorismo”.
A agência de notícias France Press revela que “um apelo "insistente" feito ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, para que se oponha publicamente às operações militares que coloquem em perigo a vida dos reféns na Colômbia, foi feito nesta segunda-feira, em Paris, pela Federação Internacional de Comitês Ingrid Betancourt (FICIB)”.
A GLOBO nem pensa em noticiar o fato no JORNAL NACIONAL. Não interessa aos que pagam a rede.
E mais, segundo a France Press – “essa decisão nos mostra que para ele (Uribe) a vida dos reféns não importa, que não têm problema algum em pôr em risco a vida dos seqüestrados", disse à AFP Yolanda Pulecio, mãe da política franco-colombiana Ingrid Betancourt, mantida nas mãos das Farc desde 23 de fevereiro de 2002”.
William Bonner chega às raias do histerismo quando proclama que a guerrilha é “terrorista”. O robô global faz uma pausa de meia hora que chamam de JORNAL NACIONAL entre uma novela e outra enquanto o público espera o bordel global, o BBB-8. É possível que um vídeo de Leidiane tenha sido enviado a emissora na expectativa de vir a ser uma “brother”. O anúncio que se “aparecer uma proposta...” é só uma forma de se colocar no mercado, algo como dizer “apresentem suas propostas”.
Vários documentos da guerrilha colombiana mostram o caráter terrorista do governo Uribe. Suas ligações com o tráfico, por sinal, denunciadas pelo próprio FBI e que Bush deixou de lado. No tempo que a Igreja Católica não tinha se transformado em adereço do capitalismo e agência de Washington, o papa João XXIII, do tempo que papa não era nem mentiroso e nem sobrevivente das SS, escreveu a encíclica Mater et Magistra onde pontifica que a luta armada é válida quando esgotados todos os recursos para a garantia dos direitos mínimos e fundamentais do ser humano.
Já Leidiane é só mais uma vítima do modelo robô/caçapa, planejado em cada pastinha de cada quinto andar, no sorriso cínico e venal dos ajudadores e adoradores de luzes e mais luzes. Acredita piamente que é assim.
É do tempo que ser humano é raridade no contexto globalizado da indigência dos pregadores edires, macedos ou não. Sejam eles Bento XVI.
Colaboração enviada por Laerte Braga
Publicado no República Vermelha
Leidiane tem 23 anos e três filhos. Estava num baile funk, bebeu caipirinha, cerveja e vodka e recebeu uma proposta para dançar nua sobre a mesa. Subiu, tirou a roupa, dançou e no dia seguinte sua foto estava no “orkut”. O fato aconteceu em Vitória, Espírito Santo.
Uma delegada de Polícia resolveu abrir inquérito policial e indiciar a moça por ato obsceno. A defesa de Leidiane – “devia uma grana e aceitei a proposta, 600 reais, pensando em pagar as dívidas”. A explicação para a mídia que foi ouvi-la – “eu fiz sem pensar, mas se surgir uma proposta para posar nua e for interessante (falava do financeiro) eu poso sem problemas”.
Foi enfática – “contei a verdade a meus filhos, pois ensino-os a não mentir”.
O governo terrorista de Israel invadiu terras palestinas, desobedece a um sem número de resoluções das Nações Unidas, prende, mata, saqueia e quer, em colaboração com o governo brasileiro, prender um médico nazista que residiria por aqui. Hoje teria mais de 90 anos, responsável pelos mesmos atos praticados por israelenses contra palestinos nos campos de concentração nazistas contra os judeus.
Perguntaram a Adriana Tasca, guerrilheira argentina, se Jorge Videla era o seu pai. É que a imagem do terrorista e general argentino apareceu na tela durante as atividades do Fórum Social Mundial em Juiz de Fora, MG. Adriana respondeu – “nunca, esse não nasceu, foi c.... pelo capeta”.
Videla foi o responsável pela morte de milhares de argentinos durante a ditadura militar naquele país. O pai de Adriana, diretor de teatro, preso foi devolvido num caixão lacrado e com a determinação que não fosse aberto. Segundo o “governo”, morreu de “infarto”.
A foto mostra o justo momento que Adriana, no plenário da Câmara Municipal de Juiz de Fora, exibe a imagem de argentinos presos, torturados e mortos pela ditadura militar.
Leidiane, provavelmente, não tem a menor idéia do que tenham sido as ditaduras militares na América Latina. Está preocupada com a dívida em torno de 600 reais, reclama que não recebeu o dinheiro e está com medo de sair de casa. “Meu chefe me apoiou, só saio para trabalhar”.
Bush quer que o Congresso de sua organização terrorista, os EUA, libere 70 bilhões de dólares para as guerras no Iraque e no Afeganistão. “Para o combate ao terrorismo”.
A agência de notícias France Press revela que “um apelo "insistente" feito ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, para que se oponha publicamente às operações militares que coloquem em perigo a vida dos reféns na Colômbia, foi feito nesta segunda-feira, em Paris, pela Federação Internacional de Comitês Ingrid Betancourt (FICIB)”.
A GLOBO nem pensa em noticiar o fato no JORNAL NACIONAL. Não interessa aos que pagam a rede.
E mais, segundo a France Press – “essa decisão nos mostra que para ele (Uribe) a vida dos reféns não importa, que não têm problema algum em pôr em risco a vida dos seqüestrados", disse à AFP Yolanda Pulecio, mãe da política franco-colombiana Ingrid Betancourt, mantida nas mãos das Farc desde 23 de fevereiro de 2002”.
William Bonner chega às raias do histerismo quando proclama que a guerrilha é “terrorista”. O robô global faz uma pausa de meia hora que chamam de JORNAL NACIONAL entre uma novela e outra enquanto o público espera o bordel global, o BBB-8. É possível que um vídeo de Leidiane tenha sido enviado a emissora na expectativa de vir a ser uma “brother”. O anúncio que se “aparecer uma proposta...” é só uma forma de se colocar no mercado, algo como dizer “apresentem suas propostas”.
Vários documentos da guerrilha colombiana mostram o caráter terrorista do governo Uribe. Suas ligações com o tráfico, por sinal, denunciadas pelo próprio FBI e que Bush deixou de lado. No tempo que a Igreja Católica não tinha se transformado em adereço do capitalismo e agência de Washington, o papa João XXIII, do tempo que papa não era nem mentiroso e nem sobrevivente das SS, escreveu a encíclica Mater et Magistra onde pontifica que a luta armada é válida quando esgotados todos os recursos para a garantia dos direitos mínimos e fundamentais do ser humano.
Já Leidiane é só mais uma vítima do modelo robô/caçapa, planejado em cada pastinha de cada quinto andar, no sorriso cínico e venal dos ajudadores e adoradores de luzes e mais luzes. Acredita piamente que é assim.
É do tempo que ser humano é raridade no contexto globalizado da indigência dos pregadores edires, macedos ou não. Sejam eles Bento XVI.
Colaboração enviada por Laerte Braga
Publicado no República Vermelha
O Brasil está indo muito bem
O Presidente Lula está certo. O Brasil vai indo muito bem.”
Alguém aí leu O Globo??
Diz lá que o novo diretor gerente do FMI, o socialista francês Dominique Strauss-Khan, acha que está na hora de aumentar os gastos, que o Brasil está preparado para enfrentar a crise americana e o mais importante: Strauss-Khan quer que o FMI controle os Estados Unidos.
“Não podemos só contar com a política monetária”, disse Strauss-Khan, na entrevista a Deborah Berlinck. Positivamente.
Strauss-Khan vai ser excomungado pelos idiotizados de plantão.
Ele disse sobre a crise americana e o Brasil:
“O Presidente Lula está certo. O Brasil vai indo muito bem.”
É porque ele não lê o Estadão, a Folha e o Globo????
Na noite de segunda-feira,1 de outubro de 2007,assisti num dos principais canais da televisão francesa, no horário nobre, antes do jantar, em uma longa entrevista com o então novo diretor gerente do FMI, o francês Strauss-Khan.
Khan disse na ocasião que ia recolocar o FMI nos trilhos originais. Onde o colocou Lord Keynes: uma instituição para promover o emprego e o crescimento econômico.Infelizmente, disse Strauss-Khan, o meio – a estabilidade econômica – se sobrepôs ao fim: o emprego e o crescimento. Por isso, ele pretendia fazer com que o FMI não fosse mais um centro propagador de idéias e políticas neo-liberais.
E ele citou na época nominalmente “Lula du Brésil” e “le président de l’Afrique du Sud” como novos representantes dessa política não-neo-liberal que surgia dos países emergentes.
A última pergunta do âncora foi sobre se ele abandonava assim sua longa militância político-partidaria na França, para se dedicar ao FMI.
A resposta foi clara: minhas novas atribuições são globais, mas não deixo de ser francês e socialista.
Interessante.
Primeiro, a decisão do Ministro Mantega de mandar Paulo Nogueira Batista para o FMI não poderia ter sido mais apropriada.Imagine se o representante do Brasil fosse um neo-liberal, como todos os que antecederam Nogueira Batista ...
Segundo, como é que serão daqui para a frente as relações do FMI com o banco Mundial, que dançaram juntos o minueto do neo-liberalismo desde o fim da II Guerra ?
A ainda mais que o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, foi, antes, a gazua que o presidente Bush usou para pregar o liberalismo para os outros e o protecionismo para si próprio ...
E interessante que Strauss-Kahn não repudiou seu passado socialista, agora que atingiu o posto mais alto de sua carreira.
Ao contrário do Boca de Fole, também conhecido como FHC mandou rasgar tudo o que ele havia escrito.
O PIG A PARTIR DE AGORA VAI GRITAR FORA FMI.
Alguém aí leu O Globo??
Diz lá que o novo diretor gerente do FMI, o socialista francês Dominique Strauss-Khan, acha que está na hora de aumentar os gastos, que o Brasil está preparado para enfrentar a crise americana e o mais importante: Strauss-Khan quer que o FMI controle os Estados Unidos.
“Não podemos só contar com a política monetária”, disse Strauss-Khan, na entrevista a Deborah Berlinck. Positivamente.
Strauss-Khan vai ser excomungado pelos idiotizados de plantão.
Ele disse sobre a crise americana e o Brasil:
“O Presidente Lula está certo. O Brasil vai indo muito bem.”
É porque ele não lê o Estadão, a Folha e o Globo????
Na noite de segunda-feira,1 de outubro de 2007,assisti num dos principais canais da televisão francesa, no horário nobre, antes do jantar, em uma longa entrevista com o então novo diretor gerente do FMI, o francês Strauss-Khan.
Khan disse na ocasião que ia recolocar o FMI nos trilhos originais. Onde o colocou Lord Keynes: uma instituição para promover o emprego e o crescimento econômico.Infelizmente, disse Strauss-Khan, o meio – a estabilidade econômica – se sobrepôs ao fim: o emprego e o crescimento. Por isso, ele pretendia fazer com que o FMI não fosse mais um centro propagador de idéias e políticas neo-liberais.
E ele citou na época nominalmente “Lula du Brésil” e “le président de l’Afrique du Sud” como novos representantes dessa política não-neo-liberal que surgia dos países emergentes.
A última pergunta do âncora foi sobre se ele abandonava assim sua longa militância político-partidaria na França, para se dedicar ao FMI.
A resposta foi clara: minhas novas atribuições são globais, mas não deixo de ser francês e socialista.
Interessante.
Primeiro, a decisão do Ministro Mantega de mandar Paulo Nogueira Batista para o FMI não poderia ter sido mais apropriada.Imagine se o representante do Brasil fosse um neo-liberal, como todos os que antecederam Nogueira Batista ...
Segundo, como é que serão daqui para a frente as relações do FMI com o banco Mundial, que dançaram juntos o minueto do neo-liberalismo desde o fim da II Guerra ?
A ainda mais que o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, foi, antes, a gazua que o presidente Bush usou para pregar o liberalismo para os outros e o protecionismo para si próprio ...
E interessante que Strauss-Kahn não repudiou seu passado socialista, agora que atingiu o posto mais alto de sua carreira.
Ao contrário do Boca de Fole, também conhecido como FHC mandou rasgar tudo o que ele havia escrito.
O PIG A PARTIR DE AGORA VAI GRITAR FORA FMI.
sábado, janeiro 26, 2008
FT: Brasil oferece 'salvação' para crise financeira
Uma reportagem publicada neste sábado no diário financeiro Financial Times afirma que o Brasil oferece uma "salvação" para investidores preocupados com a crise nos mercados financeiros mundiais.
"Inflação baixa, uma situação política estável e companhias pequenas e médias interessantes estão aumentando o interesse dos investidores pelo Brasil", escreve a repórter do jornal. "O País parece estar relativamente imune dos temores em relação aos Estados Unidos, que afetam outras regiões."
A reportagem é ilustrada com uma foto do Cristo Redentor, que simboliza a "salvação", e ocupa uma página do caderno de finanças de fim de semana, publicado em formato tablóide.
Para o jornal, o Brasil é "um dos mercados emergentes mais atraentes para 2008", que oferece ações de grandes companhias, como Vale do Rio Doce, Petrobras, Bradesco e varejistas que se beneficiam da melhora da atividade econômica no País.
Comparado com outros mercados emergentes ou outros Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil "se destaca por ser barato, estável e repleto de companhias médias dinâmicas", afirma a reportagem.
The Wall Street Journal
O panorama otimista da economia brasileira em 2008 também foi destaque no diário financeiro americano The Wall Street Journal neste sábado.
Em reportagem intitulada "Podem os mercados emergentes evitar a desaceleração americana?", o jornal afirma que, mesmo que uma recessão mundial esteja se aproximando, esse grupo de países pode evitar os danos beneficiando-se de suas grandes reservas econômicas.
A reportagem diz que as reservas totais dos mercados emergentes alcançam US$ 4,1 trilhões, incluindo US$ 1,5 trilhão da China, US$ 185 bilhões do Brasil e US$ 160 bilhões da Rússia.
BBC Brasil
Comentário E & P
Parece que para entender o que acontece no Brasil deveremos ler os jornais estrangeiros. Enquanto o Financial Times coloca a situação do Brasil como privilegiada os "palpiteiros econômicos" junto com a quadrilha (de quatro) das, famiglias detentoras da veja, folha de são paulo, estadão (?) e globo disseminam o terror da crise financeira. É só ler os jornais de domingo, nesses eles capricham. Para o leitor de domingo desses jornais (?) é o armagedon, o fim do mundo. NUNCA devemos nos esquecer que globo, folha de são e estado de são paulo apoiaram e deram sustentação ao golpe de estado de 1964. Eles foram cúmplices na prisão, tortura e assassinato de milhares de brasileiros. O gene golpista está no DNA da imprensa brasileira, que são contra o povo brasileiro. Isso a população brasileira precisa saber.
"Inflação baixa, uma situação política estável e companhias pequenas e médias interessantes estão aumentando o interesse dos investidores pelo Brasil", escreve a repórter do jornal. "O País parece estar relativamente imune dos temores em relação aos Estados Unidos, que afetam outras regiões."
A reportagem é ilustrada com uma foto do Cristo Redentor, que simboliza a "salvação", e ocupa uma página do caderno de finanças de fim de semana, publicado em formato tablóide.
Para o jornal, o Brasil é "um dos mercados emergentes mais atraentes para 2008", que oferece ações de grandes companhias, como Vale do Rio Doce, Petrobras, Bradesco e varejistas que se beneficiam da melhora da atividade econômica no País.
Comparado com outros mercados emergentes ou outros Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil "se destaca por ser barato, estável e repleto de companhias médias dinâmicas", afirma a reportagem.
The Wall Street Journal
O panorama otimista da economia brasileira em 2008 também foi destaque no diário financeiro americano The Wall Street Journal neste sábado.
Em reportagem intitulada "Podem os mercados emergentes evitar a desaceleração americana?", o jornal afirma que, mesmo que uma recessão mundial esteja se aproximando, esse grupo de países pode evitar os danos beneficiando-se de suas grandes reservas econômicas.
A reportagem diz que as reservas totais dos mercados emergentes alcançam US$ 4,1 trilhões, incluindo US$ 1,5 trilhão da China, US$ 185 bilhões do Brasil e US$ 160 bilhões da Rússia.
BBC Brasil
Comentário E & P
Parece que para entender o que acontece no Brasil deveremos ler os jornais estrangeiros. Enquanto o Financial Times coloca a situação do Brasil como privilegiada os "palpiteiros econômicos" junto com a quadrilha (de quatro) das, famiglias detentoras da veja, folha de são paulo, estadão (?) e globo disseminam o terror da crise financeira. É só ler os jornais de domingo, nesses eles capricham. Para o leitor de domingo desses jornais (?) é o armagedon, o fim do mundo. NUNCA devemos nos esquecer que globo, folha de são e estado de são paulo apoiaram e deram sustentação ao golpe de estado de 1964. Eles foram cúmplices na prisão, tortura e assassinato de milhares de brasileiros. O gene golpista está no DNA da imprensa brasileira, que são contra o povo brasileiro. Isso a população brasileira precisa saber.
sexta-feira, janeiro 25, 2008
Por que ler a 'enésima' - e melhor - biografia dos Beatles
Por que ler a 'enésima' - e melhor - biografia dos Beatles
Esmiuçar a vida dos Fab Four. Tarefa de mais de mil biografias espalhadas por todo o mundo. Certamente, a sensação de saciedade de qualquer beatlemaníaco que dá de cara com mais um calhamaço contando a história do grupo nascido em Liverpool foi a mesma de Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr quando receberam o telefonema de Bob Spitz.
Por Marco Bezzi, no Jornal da Tarde
O jornalista norte-americano decidiu adentrar mais uma vez no mundo da maior banda de pop/rock da história. Desta vez, admitindo para si mesmo que todo material biográfico dos Beatles não passava de mera especulação sobre a verdade. Quando conheceu Paul, através de uma entrevista, Spitz descobriu pela boca do próprio que metade de tudo escrito sobre os Beatles havia sido inventado... Pelos integrantes da banda.
Com uma pesquisa de oito anos e tempo suficiente para domar os egos de Paul e George, Spitz conseguiu cravar na história a biografia definitiva dos Beatles. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Tarde, por telefone, o escritor conta como conseguiu tirar histórias de drogas, doenças sexuais e traições do baú sagrado.
Existem mais de mil biografias dos Beatles. Por que fazer outra?
Fui enviado por uma revista para fazer uma matéria com o Paul McCartney, em 1997, e, durante nossa conversa, ele me confessou que a biografia dos Beatles mais conhecida, a de Hunter Davis, de 1968, era metade irreal, pois os próprios Beatles não queriam falar toda a verdade. Queriam proteger suas famílias, suas namoradas, suas mulheres das partes mais negras de suas vidas.
Através do tempo, eles continuaram a confirmar aquelas histórias tantas vezes, que nem mesmo eles sabiam o que era verdade ou mentira. Todas as outras biografias que vieram depois daquele livro sempre emularam os fatos que aquele continha. Portanto, todos os livros que saíram sobre os Beatles não contavam os fatos da maneira que eles realmente aconteceram, eram todos incorretos, mesmo o Anthology.
Através dos oito anos e meio de pesquisa, examinei de perto o Anthology. O livro é lindo, o vídeo é maravilhoso, mas só metade do que se lê é exato. Os Beatles contavam histórias de si mesmos sem saber se aquilo era verdadeiro, pois ouviam de outras pessoas. É claro que vindo da boca deles, tudo parecia 100% correto. O que tive de fazer foi ir na fonte de cada fato relacionado aos Beatles e pesquisar o que era errado e não. Minha biografia é a primeira real sobre a banda.
O que mais o impressionou nessa busca toda?
O número de pessoas proibidas de falar sobre os Beatles para a imprensa. Surpreendentemente, Paul McCartney, George Harrison e até mesmo a Apple liberaram essas pessoas para falar comigo, pela primeira vez. Eles decidiram abrir essa exceção, pois os dois estavam próximos de se tornar sexagenários. Eles começaram a sentir de perto a sensação de morte e acharam que era a hora de contar essas histórias pela primeira vez. Fiquei impressionado com a quantidade de informações inéditas que consegui buscar.
Como foi o contato com Paul, George e Ringo. Eles estavam abertos para conversar sobre mais uma biografia dos Beatles?
De cara, não. Eles acharam que eu era mais um aproveitador alheio da vida deles. Quando pessoas ligadas a eles ficaram sabendo que eu estava cavando fatos que nunca haviam sido revelados antes, que viajei muito por Liverpool, Londres e Hamburgo, gradualmente eles foram se interessando pelo meu projeto. Paul e George principalmente. Ringo não, pois seu empresário queria grana para participar das entrevistas e, como você sabe bem, não pagamos para nossas fontes falarem.
Por que você acha que até hoje as pessoas falam sobre os Beatles com tanta paixão?
Tudo o que você tem de fazer é escutar a música deles. Além disso, os quatro Beatles sempre foram pessoas muito interessantes, tinham seu charme e personalidade marcante. Ultrapassavam limites cada vez que pisavam em um estúdio. Tudo o que criavam abria novas portas e janelas, dava para a juventude novos paradigmas. Eles mudaram tudo: o jeito que ouvíamos música, como cortávamos nosso cabelo, o jeito que falávamos com nossos pais, basicamente, mudaram toda uma cultura. Mudaram o jeito que pensávamos sobre política, drogas.
Tudo isso somado transformou os Beatles em um fenômeno cultural muito interessante. As pessoas se interessavam e liam sobre os Beatles para descobrir quem elas eram. Eu fiz isso. Durante minha pesquisa, descobri muito sobre a minha pessoa tentando entender o significado da banda.
Por que, após os Beatles terminarem, nunca tivemos uma banda que chegasse perto desse fenômeno?
A mídia tornou isso impossível. Quando os Beatles apareceram pela primeira vez, eles foram um fenômeno orgânico. A beatlemania surgiu não por causa dos jornais, mas por causa dos fãs, era algo muito novo. Hoje em dia, no minuto que uma banda se junta, a mídia os coloca em um pedestal, os coloca na TV sem que a banda tenha tempo de trabalhar junto. Os Beatles trabalharam por oito anos antes de entrar em um estúdio. Eles trabalharam duro, tocaram em buracos, ensaiaram muito.
Qual foi o momento em que os Beatles ganharam o status de uma grande banda?
Posso definir isso em uma palavra: Hamburgo (Alemanha). Lá, eles se tornaram a banda. Quando foram para a cidade, em 1960, eram a pior banda de Liverpool, eram terríveis. Não podiam tocar juntos, não tinham senso de palco, suas vozes não eram muito boas.
Mas lá, tiveram que passar por maratonas de 11 horas tocando para platéias bem enfezadas. Tinham que continuar tocando mesmo que houvesse brigas. Outro momento em que sentiram que estavam no auge foi quando gravaram Revolver. O álbum mudou tudo na música.
Até hoje, Yoko é considerada por muitos a culpada pelo fim da banda. É verdade?
Não. John terminou a banda. Ele queria sair fora até mesmo antes de 1966. Não queria ser mais o ídolo da juventude, não queria mais cantar iê-iê-iê. Queria fazer algo pesado e obscuro, acho que queria estar numa banda como o Rolling Stones. Ele não podia suportar mais ficar do lado de Paul McCartney, pois Paul tinha uma personalidade muito forte e John tinha medo dele... Paul era muito dominador.
John procurou alguém que pudesse tirá-lo dos Beatles e achou Yoko. Ela deu um novo sentido de vida para John. Também acredito que quando os Beatles terminaram, em 1970, aquele era o período certo para eles se separarem. No tempo em que estiveram juntos, cresceram como homens. Era a hora de se soltar e ir em frente.
Você acharia possível uma volta dos Beatles, caso John estivesse vivo?
Nunca. Uma das razões que fez os Beatles tão espertos é que eles sabiam que no momento em que terminassem a banda, nunca mais voltariam a tocar num palco juntos novamente. Muitas pessoas ofereceram milhões e milhões de dólares para serem doados para a caridade caso retornassem e, mesmo assim, eles declinaram de todas as ofertas. Sabiam que, se voltassem, desvalorizariam todo o trabalho que haviam feito anteriormente.
Como você definiria de forma curta a personalidade de cada um deles?
Poderia escrever um livro sobre isso (risos), mas vou tentar. John: obscuro, complexo, conflitante, nervoso e experimental. Paul: agradável, adorava o show biz, dominador, duas caras e um incrível músico. George: muito maduro diante de sua idade, fascinado pela world music e um guitarrista correto. Ringo: o mais subestimado baterista do mundo.
Ringo foi a pessoa que mais ajudou os Beatles a permanecerem juntos, pois todos da banda amavam ele. Sempre que alguém tinha um problema, Ringo fazia a pessoa rir. Ringo é o ele perdido na história dos Beatles. Quando entrou na banda, tudo funcionou perfeitamente.
O PIG criou uma epidemia para infectar
MP DEVE PROCESSAR GLOBO E CORREIO BRAZILIENSE
25/01/2008 10:57h
Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 898
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.
. Quatro brasileiros podem ter morrido por causa de efeitos adversos da vacina contra a febre amarela em dose dupla.
. Um deles, em Goiânia, já morreu por causa disso.
. Chegou ao hospital com suspeita de dengue, tomou de novo a vacina contra a febre amarela e morreu.
. 42 brasileiros estão no hospital com efeitos colaterais causados pela vacina contra febre amarela em dose dupla.
. O primeiro responsável por esse crime pode ser o jornal Correio Braziliense, que tratou de uma infecção em Brasília, perto do Palácio da Alvorada, como se fosse uma epidemia.
. O segundo responsável por esse crime pode ser o jornal O Globo, que disse que depois de 42 anos tinha voltado a epidemia de febre amarela.
. Todo ano, nessa época do ano, é assim.
. Um dos picos de incidência de febre amarela, nessa época do ano, foi em 2000, na gestão de José Serra no Ministério da Saúde.
. Houve ali 40 mortes por febre amarela.
. Até agora, este ano, morreram nove pessoas.
. Na gestão iluminada do Farol de Alexandria e do presidente eleito, o PIG dispensou à "epidemia" um tratamento light.
. O que o PIG fez agora foi a reprodução da tecnologia da Escola Base.
. E a reprodução da tecnologia das várias mortes do prefeito Celso Daniel.
. Se o Brasil fosse uma democracia, o Ministério Público iria para cima do Correio Braziliense e do Globo para investigar o papel deles numa crise nacional de saúde pública.
. Do Correio Braziliense e do Globo saiu o gérmen que infectou todo o PIG: jornais, revistas, emissoras de TV e portais da internet.
. Estou nesse momento em Caxias do Sul, RS.
. E recolhi aqui histórias de pânico por medo de febre amarela em Caxias do Sul, Uberlândia e Rio de Janeiro.
. A sofreguidão para disseminar notícias que levem à queda do Presidente Lula é ilimitada.
. O Governo brasileiro tem medo do PIG e não o enfrenta nem quando está em jogo a saúde do povo brasileiro.
. O Ministério Público é o último recurso de que dispõe essa hipótese de democracia, que é o Brasil.
Comentário E & P
Em tempo, será que a colunista (?) da Folha Eliane Cananhêde e sua família, assim como o Frias Jr e família já se vacinaram contra a febre amarela, como orintou o jonral (??) Folha de São Paulo? Eles também não deveriam sofrer um proceso criminal por disseminarem o medo?
25/01/2008 10:57h
Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 898
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.
. Quatro brasileiros podem ter morrido por causa de efeitos adversos da vacina contra a febre amarela em dose dupla.
. Um deles, em Goiânia, já morreu por causa disso.
. Chegou ao hospital com suspeita de dengue, tomou de novo a vacina contra a febre amarela e morreu.
. 42 brasileiros estão no hospital com efeitos colaterais causados pela vacina contra febre amarela em dose dupla.
. O primeiro responsável por esse crime pode ser o jornal Correio Braziliense, que tratou de uma infecção em Brasília, perto do Palácio da Alvorada, como se fosse uma epidemia.
. O segundo responsável por esse crime pode ser o jornal O Globo, que disse que depois de 42 anos tinha voltado a epidemia de febre amarela.
. Todo ano, nessa época do ano, é assim.
. Um dos picos de incidência de febre amarela, nessa época do ano, foi em 2000, na gestão de José Serra no Ministério da Saúde.
. Houve ali 40 mortes por febre amarela.
. Até agora, este ano, morreram nove pessoas.
. Na gestão iluminada do Farol de Alexandria e do presidente eleito, o PIG dispensou à "epidemia" um tratamento light.
. O que o PIG fez agora foi a reprodução da tecnologia da Escola Base.
. E a reprodução da tecnologia das várias mortes do prefeito Celso Daniel.
. Se o Brasil fosse uma democracia, o Ministério Público iria para cima do Correio Braziliense e do Globo para investigar o papel deles numa crise nacional de saúde pública.
. Do Correio Braziliense e do Globo saiu o gérmen que infectou todo o PIG: jornais, revistas, emissoras de TV e portais da internet.
. Estou nesse momento em Caxias do Sul, RS.
. E recolhi aqui histórias de pânico por medo de febre amarela em Caxias do Sul, Uberlândia e Rio de Janeiro.
. A sofreguidão para disseminar notícias que levem à queda do Presidente Lula é ilimitada.
. O Governo brasileiro tem medo do PIG e não o enfrenta nem quando está em jogo a saúde do povo brasileiro.
. O Ministério Público é o último recurso de que dispõe essa hipótese de democracia, que é o Brasil.
Comentário E & P
Em tempo, será que a colunista (?) da Folha Eliane Cananhêde e sua família, assim como o Frias Jr e família já se vacinaram contra a febre amarela, como orintou o jonral (??) Folha de São Paulo? Eles também não deveriam sofrer um proceso criminal por disseminarem o medo?
Brasil segundo a turma do José Serra
http://blogchicao. tripod.com/
A semana passada tive várias conversas muito interessantes:
Conversa 1:
Um amigo me ligou e disse: “Chicão, você estava certo”.
- Certo do que? Respondi.
- Sobre o dinheiro no bolso das empresas estrangeiras ... sobre elas mandarem todo o dinheiro da CPMF para fora, como aumento dos lucros...
- Calma... sempre foi assim. A única diferença é que hoje seus executivos ganham segundo o lucro que proporcionam.
Ele me contou que um grande banco americano, que está mal das pernas, vai mandar todo o dinheiro economizado com o fim da CPMF para fora do país.
Antes da aprovação da CPMF este meu amigo, que trabalha no mercado financeiro, fez duas previsões (furadas) sobre os benefícios do fim da CPMF: a) produziria uma diminuição nos preços dos produtos o que ajudaria a controlar a inflação (não foi isto o que aconteceu). b) haveria mais recursos disponível para o consumo (agora ele começou a entender que o dinheiro já ia para o consumo, pois era usado para pagar salários de médicos, enfermeiros, agentes de saúde, comprar remédios, produtos hospitalares, etc. Ao contrário, ele está vendo grande parte deste dinheiro ser remetido para fora do país – na sua profissão ele tem contato com muita “gente que lida com muito dinheiro”).
Conversa 2:
Encontrei por um acaso o secretário de saúde de uma pequena cidade. Estava todo cabisbaixo, pois tem pretensões políticas eleitorais. Em 15 minutos xingou pelo menos 10 vezes os “pilantras dos senadores que acabaram com a CPMF. Lógico que é porque tiraram dinheiro da saúde e com isto ele vai aparecer menos.
Vamos aos dados práticos que ele me repassou:
- Fui a um posto de saúde, lá poderíamos ter 3 médicos agora vamos ter só dois.
- Neste mesmo posto de saúde havia 7 agentes de saúde vamos ter 5 agentes
- tínhamos 6 ambulâncias 24 horas por dia, agora vamos ter 5 ambulâncias e só 3 ambulâncias 24 horas por dia.
- Exames mais complexos vão demorar mais, já que suspendemos o projeto de compra de vários equipamentos novos.
- O governo do estado não ajuda a cidade, no quesito saúde, desde setembro de 2007.
Falei desta conversa com meu amigo do mercado financeiro e ele entendeu o recado: sem CPMF, menos emprego, menos investimento, menos qualidade de vida, menos circulação de recursos no país. E, lógico, mais dinheiro para a empresa onde ele trabalha mandar para o exterior.
Boa troca para as grandes empresas e a classe alta.
Péssima troca para a classe média, baixa e o Brasil.
Conversa 3:
Encontrei também, em uma festa, uma pessoa muito ligada a um deputado federal do PSDB.
Basicamente ele disse:
- o Serra queria o fim da CPMF, por isto todos os deputados federais do PSDB votaram contra.
- o objetivo era tirar dinheiro do Lula, que poderia ser o grande eleitor de 2010 se tivesse todo o dinheiro da CPMF.
Não é novidade a política partidária suplantar os interesses do país. Infelizmente todos fazem isto.
Conversa 4
Leio no jornal que o Serra encontrou com a cúpula dos Demos (DEM) e mostrou como vai administrar SP sem aumento dos impostos. Parecia propaganda eleitoral do governador. Nada sobre ele “vender” o pequeno Rodoanel de SP, recebendo 2 bilhões de reais, que será cobrado dos consumidores através dos pedágios mais caros por 20 anos. Se a classe média e a alta não se importam de pagar... desde que vá para o bolso do Serra... (atenção – todos os citados até aqui são ardorosos defensores do governador).
Foi então que eu li no Blog Brasil Brasil ( http://nogueirajr. blogspot. com/ ) um texto que falava sobre o AUMENTO DE ICMS DO LEITE EM SÃO PAULO.
Eu pensei, ainda bem que não sou daqueles que se informam somente com os jornais conservadores.
Liguei para meu amigo do mercado financeiro e combinei de mandar para ele as duas notícias.
Subir alíquota do leite de 7% para 18% é um aumento e tanto. São Paulo “importa” de outros estados a imensa maioria do leite que consome e é este leite que está tendo tem a alíquota do IMPOSTO AUMENTADO.
Meu amigo ficou decepcionado.
Eu disse:
- você acha que é por acaso que o Brasil tem uma das piores distribuições de renda do planeta? São escolhas como estas que produzem e perpetuam o Brasil que temos hoje.
Este é o Brasil que o Serra quer ajudar a perpetuar: aumento do imposto sobre o leite, uma rodovia que é paga três vezes (1) e menos recursos para a saúde.
(1) o rodoanel, uma estrada de menos de 50 Kilômetros, está sendo concedida à iniciativa privada. O contribuinte paulista pagou para construí-la (um preço absurdo de vários BILHOES). Vai pagar pedágio e junto, aumentando o preço do pedágio, vai ter que pagar os 2 bilhões em dinheiro que o Serra está exigindo de quem ganhar a concorrência. Realmente o cara é um ótimo administrador. .. rsrsrs ... ele pinta e borda e seu curral eleitoral só aplaude enquanto seu dinheiro some.
BLOG DO CHICÃO
http://blogchicao.tripod.com/
Comentário E & P
E a ineficiência do serra, como no caso do Hospital das Clínicas que pegou fogo três vezes é debitada como sabotagem. Se há sabotador ele está instalado no Palácio Bandeirantes, por não ter investido na saúde de São Paulo como deveria. Se o Serra não tivesse o Partido da Imprensa Golpista na sua base aliada, já estaria desmascarado como um governador ineficiente. O Metrô de São Paulo, então tido como dos mais eficientes do mundo entrou em colapso cinco vezes num mês. Isso sem falar da tragédia da futura estação Pinheiros na linha 4, que passados mais de um ano o governador tucano não se manifestou ainda e nenhum repórter tem a ousadia de perguntar para o Serra o que de fato houve nessa tragédia. Com certeza o repórter seria sumariamente demitido, como nos regimes mais ditatoriais do mundo, mas o povo paulista teria uma resposta desse que governa o Estado.
A semana passada tive várias conversas muito interessantes:
Conversa 1:
Um amigo me ligou e disse: “Chicão, você estava certo”.
- Certo do que? Respondi.
- Sobre o dinheiro no bolso das empresas estrangeiras ... sobre elas mandarem todo o dinheiro da CPMF para fora, como aumento dos lucros...
- Calma... sempre foi assim. A única diferença é que hoje seus executivos ganham segundo o lucro que proporcionam.
Ele me contou que um grande banco americano, que está mal das pernas, vai mandar todo o dinheiro economizado com o fim da CPMF para fora do país.
Antes da aprovação da CPMF este meu amigo, que trabalha no mercado financeiro, fez duas previsões (furadas) sobre os benefícios do fim da CPMF: a) produziria uma diminuição nos preços dos produtos o que ajudaria a controlar a inflação (não foi isto o que aconteceu). b) haveria mais recursos disponível para o consumo (agora ele começou a entender que o dinheiro já ia para o consumo, pois era usado para pagar salários de médicos, enfermeiros, agentes de saúde, comprar remédios, produtos hospitalares, etc. Ao contrário, ele está vendo grande parte deste dinheiro ser remetido para fora do país – na sua profissão ele tem contato com muita “gente que lida com muito dinheiro”).
Conversa 2:
Encontrei por um acaso o secretário de saúde de uma pequena cidade. Estava todo cabisbaixo, pois tem pretensões políticas eleitorais. Em 15 minutos xingou pelo menos 10 vezes os “pilantras dos senadores que acabaram com a CPMF. Lógico que é porque tiraram dinheiro da saúde e com isto ele vai aparecer menos.
Vamos aos dados práticos que ele me repassou:
- Fui a um posto de saúde, lá poderíamos ter 3 médicos agora vamos ter só dois.
- Neste mesmo posto de saúde havia 7 agentes de saúde vamos ter 5 agentes
- tínhamos 6 ambulâncias 24 horas por dia, agora vamos ter 5 ambulâncias e só 3 ambulâncias 24 horas por dia.
- Exames mais complexos vão demorar mais, já que suspendemos o projeto de compra de vários equipamentos novos.
- O governo do estado não ajuda a cidade, no quesito saúde, desde setembro de 2007.
Falei desta conversa com meu amigo do mercado financeiro e ele entendeu o recado: sem CPMF, menos emprego, menos investimento, menos qualidade de vida, menos circulação de recursos no país. E, lógico, mais dinheiro para a empresa onde ele trabalha mandar para o exterior.
Boa troca para as grandes empresas e a classe alta.
Péssima troca para a classe média, baixa e o Brasil.
Conversa 3:
Encontrei também, em uma festa, uma pessoa muito ligada a um deputado federal do PSDB.
Basicamente ele disse:
- o Serra queria o fim da CPMF, por isto todos os deputados federais do PSDB votaram contra.
- o objetivo era tirar dinheiro do Lula, que poderia ser o grande eleitor de 2010 se tivesse todo o dinheiro da CPMF.
Não é novidade a política partidária suplantar os interesses do país. Infelizmente todos fazem isto.
Conversa 4
Leio no jornal que o Serra encontrou com a cúpula dos Demos (DEM) e mostrou como vai administrar SP sem aumento dos impostos. Parecia propaganda eleitoral do governador. Nada sobre ele “vender” o pequeno Rodoanel de SP, recebendo 2 bilhões de reais, que será cobrado dos consumidores através dos pedágios mais caros por 20 anos. Se a classe média e a alta não se importam de pagar... desde que vá para o bolso do Serra... (atenção – todos os citados até aqui são ardorosos defensores do governador).
Foi então que eu li no Blog Brasil Brasil ( http://nogueirajr. blogspot. com/ ) um texto que falava sobre o AUMENTO DE ICMS DO LEITE EM SÃO PAULO.
Eu pensei, ainda bem que não sou daqueles que se informam somente com os jornais conservadores.
Liguei para meu amigo do mercado financeiro e combinei de mandar para ele as duas notícias.
Subir alíquota do leite de 7% para 18% é um aumento e tanto. São Paulo “importa” de outros estados a imensa maioria do leite que consome e é este leite que está tendo tem a alíquota do IMPOSTO AUMENTADO.
Meu amigo ficou decepcionado.
Eu disse:
- você acha que é por acaso que o Brasil tem uma das piores distribuições de renda do planeta? São escolhas como estas que produzem e perpetuam o Brasil que temos hoje.
Este é o Brasil que o Serra quer ajudar a perpetuar: aumento do imposto sobre o leite, uma rodovia que é paga três vezes (1) e menos recursos para a saúde.
(1) o rodoanel, uma estrada de menos de 50 Kilômetros, está sendo concedida à iniciativa privada. O contribuinte paulista pagou para construí-la (um preço absurdo de vários BILHOES). Vai pagar pedágio e junto, aumentando o preço do pedágio, vai ter que pagar os 2 bilhões em dinheiro que o Serra está exigindo de quem ganhar a concorrência. Realmente o cara é um ótimo administrador. .. rsrsrs ... ele pinta e borda e seu curral eleitoral só aplaude enquanto seu dinheiro some.
BLOG DO CHICÃO
http://blogchicao.tripod.com/
Comentário E & P
E a ineficiência do serra, como no caso do Hospital das Clínicas que pegou fogo três vezes é debitada como sabotagem. Se há sabotador ele está instalado no Palácio Bandeirantes, por não ter investido na saúde de São Paulo como deveria. Se o Serra não tivesse o Partido da Imprensa Golpista na sua base aliada, já estaria desmascarado como um governador ineficiente. O Metrô de São Paulo, então tido como dos mais eficientes do mundo entrou em colapso cinco vezes num mês. Isso sem falar da tragédia da futura estação Pinheiros na linha 4, que passados mais de um ano o governador tucano não se manifestou ainda e nenhum repórter tem a ousadia de perguntar para o Serra o que de fato houve nessa tragédia. Com certeza o repórter seria sumariamente demitido, como nos regimes mais ditatoriais do mundo, mas o povo paulista teria uma resposta desse que governa o Estado.
A FOLHA DE SÃO PAULO E A CIÊNCIA
O editorial da Folha de São Paulo, de 20 de janeiro me demonstra como as coisas mudaram na área de jornalismo nos últimos anos.
Nos tempos em que eu exercia a profissão, o editorial abordava os assuntos mais candentes e polêmicos. De maior interesse.
Uma das funções do editorial era a de dar ao leitor uma prévia, uma promessa de que encontraria conteúdos de relevância nas demais matérias.
A capa chamava a atenção, conquistava a aquisição. E o editorial complementava, provocava a leitura.
As coisas mudaram... Mas quem sou para afirmar se para melhor ou pior? Apenas analiso, depois do editorial, o que, alguém talvez tenha encontrado de interessante nesse editorial do jornal de ainda maior circulação entre os paulistanos.
Criacionismo, não, editorial da “Folha de SP”
Graves e complexos problemas não faltam à ministra Marina Silva, em suas atividades na pasta do Meio Ambiente. Como se estes não bastassem, sua participação no 3º Simpósio sobre Criacionismo e Mídia, promovido pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, veio a colocá-la em dificuldades de outro tipo, diante das quais o cargo que ocupa no Estado brasileiro recomenda cautela que não soube observar.
Em palestra intitulada "Meio Ambiente e Cristianismo", Marina Silva valeu-se de sua formação evangélica para transpor em chave religiosa o tema da preservação dos recursos do planeta.
Nada que inspirasse maiores reparos, portanto -assim como não se discute o direito de um ministro professar, pessoalmente, qualquer tipo de crença ou descrença religiosa.
Os adeptos do criacionismo, entretanto, não se contentam com pouco -e depois da conferência a ministra foi instada, em entrevista, a dar sua opinião sobre o ensino das teorias antidarwinistas. Num estilo próximo ao dos neoconservadores americanos, considerou que "as duas visões" devem ser oferecidas aos alunos, para que "decidam" por si mesmos.
Sob uma aparência de equanimidade, a tese faz parte de uma investida anticientífica que, com firmeza, cumpre repudiar. Pode-se, é claro, sustentar que a fé pessoal é compatível com o espírito científico; que religião e ciência não se opõem.
Talvez não se oponham, mas certamente não se misturam. E é isto o que o criacionismo tenta fazer, sem base comprovada, e com um aparato de falácias que um estudante médio, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, não tem condições de identificar.
Que a religião fique onde está, e não se faça de ciência: eis uma exigência, afinal modesta, mas inegociável, da modernidade.
(Folha de SP, 20/1)
Cá pra nós, que azar o da Folha, não?
Os caras torcendo para que a Ministra do governo que não interessa aos interesses econômicos defendidos pela Folha, declare que apenas se deva ensinar pela tese do criacionismo -- como era feito em muitas escolas na época da ditadura militar que interessava aos interesses da Folha (e por isso mesmo nunca reclamaram contra) -- e a chata da Ministra do governo que não interessa aos interesses da Folha, vai lá e sugere que se faça como se faz nos país mais livres, cultos, e avançados: oferecer aos alunos as duas visões, para que decidam por si mesmos.
Assim se faz na França, na Alemanha, no Japão, na Itália, na Suécia, Suíça e, após a ditadura do PCzão Soviético, até na Rússia.
Mas como o governo de quem a Marina Silva é ministra não interessa aos interesses da Folha de São Paulo, teve de acabar se revelando tão intolerante e anti-democrática quanto aqueles a quem ela chama de "neoconservadores americanos".
E chama errado. Chama errado porque os conservadores americanos não são "neos" coisíssima alguma. São aqueles mesmos conservadores que a Folha de São Paulo sempre defendeu. Aqueles mesmos que apoiaram as ditaduras do cone-sul que impunham a teoria do criacionismo em muitas das escolas de Brasil, Chile, Uruguai e Argentina, mas recebiam elogios da Folha de São Paulo por defenderem os interesses que interessam aos que ela representa.
Mas já que a Folha fez esse nó para dar alguma significância a uma declaração que, em qualquer país democrático, seria considerada o mínimo a se esperar de uma autoridade pública, por certo terá noticiado também que ainda há poucos semanas a Ministra Marina Silva foi apontada pela ONU como uma das 50 personalidades mundiais que oferecem esperança à continuidade da vida no planeta.
Isso de fato interessa à ciência, conforme notou uma das mais importantes publicações inglesas, em matéria que escolheu as 3 mais destacadas dessas 50 personalidades, para ilustrar a capa da edição. Uma das três, exatamente a Ministra Marina Silva.
Agora, se a Folha não deu a devida importância a esse fato, e só publica desimportâncias num contorcionismo para arrumar onde criticar o governo, por lógica e alguma ciência podemos tirar certas conclusões:
1- A Folha de São Paulo não tem jornalistas competentes para criticar o que por ventura seja criticável no governo que não interessa aos seus interesses, elaborando comentários que possam ser, de fato, interessantes ao leitor que não quer jogar dinheiro fora pra ler desimportâncias.
2- Se não isso e os jornalistas da Folha de São Paulo são competentes, o que ocorre é que não há nada de fato criticável no governo que não interessa aos interesses da Folha de São Paulo.
3- Considerando que a Folha de São Paulo sempre apoiou os governos que defendiam interesses contrários aos do país e de seu povo; todo governo que a Folha de São Paulo não apoie ou critique será um governo que interesse aos interesses, de fato, dos eventuais leitores da Folha, ainda que não tenham conseguido tomar ciência para perceberem os fatos que só são noticiados pela imprensa internacional
4- Se a Folha sempre defendeu os governos que governaram contra os interesses do país e de sua população, os interesses da Folha de São Paulo não são os mesmos de seus leitores (isso explicaria a enorme queda de leitores que tirou o diário da liderança em vendas, já há dois ou três anos consecutivos?).
5- Ou a gente perde tempo e joga dinheiro fora com os interesses da Folha que não nos interessam em nada, ou a gente aprende inglês, francês, espanhol, italiano ou alemão para poder ler alguma coisa interessante sobre nosso país, inclusive sobre a preservação da Amazônia e muitas áreas florestais que muito interessam ao futuro do mundo, seja qual for a teoria de sua criação que se acredite: evolucionismo ou criacionismo.
Mas aos interesses da Folha e dos a quem ela representa e sempre representou, é claro que isso de preservação nunca interessou mesmo.
Raul Longo
Pouso da Poesia
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
pousopoesia@ig.com.br
Ponta do Sambaqui, 2886
88051-001 - Floripa/SC
Tel: (048) 3335-0047
COMENTÁRIO E&P
A Folha apoiou o golpe de estado de 1964 e pior, não contente com fim da democracia no país, cedeu os carros da empresa para que a ditadura pudesse prender, torturar e matar presos políticos brasileiros. Por causa da opção da Folha, da Globo e do Estadão milhares de brasileiros foram presos, torturados e mortos. Atualmente, a folha faz parte da executiva do Partido da Imprensa Golpista. O gene golpista está no DNA da imprensa brasileira. A Folha se transformou num diário oficioso dos tucanos, especialmente do Serra.Não é à toa que o jornal perdeu credibilidade e presta um desserviço ao país. ,
Nos tempos em que eu exercia a profissão, o editorial abordava os assuntos mais candentes e polêmicos. De maior interesse.
Uma das funções do editorial era a de dar ao leitor uma prévia, uma promessa de que encontraria conteúdos de relevância nas demais matérias.
A capa chamava a atenção, conquistava a aquisição. E o editorial complementava, provocava a leitura.
As coisas mudaram... Mas quem sou para afirmar se para melhor ou pior? Apenas analiso, depois do editorial, o que, alguém talvez tenha encontrado de interessante nesse editorial do jornal de ainda maior circulação entre os paulistanos.
Criacionismo, não, editorial da “Folha de SP”
Graves e complexos problemas não faltam à ministra Marina Silva, em suas atividades na pasta do Meio Ambiente. Como se estes não bastassem, sua participação no 3º Simpósio sobre Criacionismo e Mídia, promovido pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, veio a colocá-la em dificuldades de outro tipo, diante das quais o cargo que ocupa no Estado brasileiro recomenda cautela que não soube observar.
Em palestra intitulada "Meio Ambiente e Cristianismo", Marina Silva valeu-se de sua formação evangélica para transpor em chave religiosa o tema da preservação dos recursos do planeta.
Nada que inspirasse maiores reparos, portanto -assim como não se discute o direito de um ministro professar, pessoalmente, qualquer tipo de crença ou descrença religiosa.
Os adeptos do criacionismo, entretanto, não se contentam com pouco -e depois da conferência a ministra foi instada, em entrevista, a dar sua opinião sobre o ensino das teorias antidarwinistas. Num estilo próximo ao dos neoconservadores americanos, considerou que "as duas visões" devem ser oferecidas aos alunos, para que "decidam" por si mesmos.
Sob uma aparência de equanimidade, a tese faz parte de uma investida anticientífica que, com firmeza, cumpre repudiar. Pode-se, é claro, sustentar que a fé pessoal é compatível com o espírito científico; que religião e ciência não se opõem.
Talvez não se oponham, mas certamente não se misturam. E é isto o que o criacionismo tenta fazer, sem base comprovada, e com um aparato de falácias que um estudante médio, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, não tem condições de identificar.
Que a religião fique onde está, e não se faça de ciência: eis uma exigência, afinal modesta, mas inegociável, da modernidade.
(Folha de SP, 20/1)
Cá pra nós, que azar o da Folha, não?
Os caras torcendo para que a Ministra do governo que não interessa aos interesses econômicos defendidos pela Folha, declare que apenas se deva ensinar pela tese do criacionismo -- como era feito em muitas escolas na época da ditadura militar que interessava aos interesses da Folha (e por isso mesmo nunca reclamaram contra) -- e a chata da Ministra do governo que não interessa aos interesses da Folha, vai lá e sugere que se faça como se faz nos país mais livres, cultos, e avançados: oferecer aos alunos as duas visões, para que decidam por si mesmos.
Assim se faz na França, na Alemanha, no Japão, na Itália, na Suécia, Suíça e, após a ditadura do PCzão Soviético, até na Rússia.
Mas como o governo de quem a Marina Silva é ministra não interessa aos interesses da Folha de São Paulo, teve de acabar se revelando tão intolerante e anti-democrática quanto aqueles a quem ela chama de "neoconservadores americanos".
E chama errado. Chama errado porque os conservadores americanos não são "neos" coisíssima alguma. São aqueles mesmos conservadores que a Folha de São Paulo sempre defendeu. Aqueles mesmos que apoiaram as ditaduras do cone-sul que impunham a teoria do criacionismo em muitas das escolas de Brasil, Chile, Uruguai e Argentina, mas recebiam elogios da Folha de São Paulo por defenderem os interesses que interessam aos que ela representa.
Mas já que a Folha fez esse nó para dar alguma significância a uma declaração que, em qualquer país democrático, seria considerada o mínimo a se esperar de uma autoridade pública, por certo terá noticiado também que ainda há poucos semanas a Ministra Marina Silva foi apontada pela ONU como uma das 50 personalidades mundiais que oferecem esperança à continuidade da vida no planeta.
Isso de fato interessa à ciência, conforme notou uma das mais importantes publicações inglesas, em matéria que escolheu as 3 mais destacadas dessas 50 personalidades, para ilustrar a capa da edição. Uma das três, exatamente a Ministra Marina Silva.
Agora, se a Folha não deu a devida importância a esse fato, e só publica desimportâncias num contorcionismo para arrumar onde criticar o governo, por lógica e alguma ciência podemos tirar certas conclusões:
1- A Folha de São Paulo não tem jornalistas competentes para criticar o que por ventura seja criticável no governo que não interessa aos seus interesses, elaborando comentários que possam ser, de fato, interessantes ao leitor que não quer jogar dinheiro fora pra ler desimportâncias.
2- Se não isso e os jornalistas da Folha de São Paulo são competentes, o que ocorre é que não há nada de fato criticável no governo que não interessa aos interesses da Folha de São Paulo.
3- Considerando que a Folha de São Paulo sempre apoiou os governos que defendiam interesses contrários aos do país e de seu povo; todo governo que a Folha de São Paulo não apoie ou critique será um governo que interesse aos interesses, de fato, dos eventuais leitores da Folha, ainda que não tenham conseguido tomar ciência para perceberem os fatos que só são noticiados pela imprensa internacional
4- Se a Folha sempre defendeu os governos que governaram contra os interesses do país e de sua população, os interesses da Folha de São Paulo não são os mesmos de seus leitores (isso explicaria a enorme queda de leitores que tirou o diário da liderança em vendas, já há dois ou três anos consecutivos?).
5- Ou a gente perde tempo e joga dinheiro fora com os interesses da Folha que não nos interessam em nada, ou a gente aprende inglês, francês, espanhol, italiano ou alemão para poder ler alguma coisa interessante sobre nosso país, inclusive sobre a preservação da Amazônia e muitas áreas florestais que muito interessam ao futuro do mundo, seja qual for a teoria de sua criação que se acredite: evolucionismo ou criacionismo.
Mas aos interesses da Folha e dos a quem ela representa e sempre representou, é claro que isso de preservação nunca interessou mesmo.
Raul Longo
Pouso da Poesia
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
pousopoesia@ig.com.br
Ponta do Sambaqui, 2886
88051-001 - Floripa/SC
Tel: (048) 3335-0047
COMENTÁRIO E&P
A Folha apoiou o golpe de estado de 1964 e pior, não contente com fim da democracia no país, cedeu os carros da empresa para que a ditadura pudesse prender, torturar e matar presos políticos brasileiros. Por causa da opção da Folha, da Globo e do Estadão milhares de brasileiros foram presos, torturados e mortos. Atualmente, a folha faz parte da executiva do Partido da Imprensa Golpista. O gene golpista está no DNA da imprensa brasileira. A Folha se transformou num diário oficioso dos tucanos, especialmente do Serra.Não é à toa que o jornal perdeu credibilidade e presta um desserviço ao país. ,
quarta-feira, janeiro 23, 2008
A crise e a esquerda que aprende com a história
Se, hoje, estamos mais preparados para uma provável desaceleração da economia mundial, temos o mais categórico desmentido dos que afirmavam que a economia brasileira não desandava por conta, apenas, de um cenário internacional favorável.
Gilson Caroni Filho
Ainda é cedo para avaliar com precisão quais os reflexos que a crise financeira internacional poderá ter no Brasil. Permanece a tensão nas bolsas de valores de todo o mundo, causada pelo medo de uma recessão nos Estados Unidos e os conhecidos consultores e jornalistas especializados já dão o ar de sua graça. Lembram, como faz o economista Caio Megale, em artigo para a Folha de S.Paulo que “deixamos para trás reformas importantes, como a tributária e a da previdência, cujos frutos fazem falta nestes momentos". Será que o maior feito do governo Lula não foi exatamente o de estabelecer fundamentos para um crescimento sólido sustentável? O que legitima quem pretende deitar cátedra sobre como conduzir a economia se eles são os mesmos que foram a nocaute nas crises dos anos 1990?
Se por um lado continuamos não subscrevendo críticas supostamente radicais, repletas de purismos inconseqüentes, aos rumos da política econômica adotada, por outro não podemos escutar calados os que pregam o velho receituário que levou o país à lona entre 1994 e 2002. Reafirmamos a necessidade de uma reforma fiscal e do controle efetivo do processo inflacionário. Mas perguntamos se há ambiente político para estabelecer, como destacou em artigo publicado no Globo, o ex-ministro Antônio Palloci, "uma agenda de reformas de interesses do país"? Como pactuar com uma oposição que aposta no "quanto pior, melhor?".
Nunca esqueçamos o sucateamento na estrutura produtiva feita pela opção subalterna do governo anterior e a conseqüente redução da margem de manobra da equipe econômica no primeiro mandato do presidente petista. Muito menos o enfraquecimento do Estado Nacional levado a cabo em sintonia com a globalização neoliberal pode ser perdido de vista. Nossa postura está longe da resignação. De vislumbrar, no cenário criado pelos centros hegemônicos de poder, uma inevitabilidade natural à qual só resta uma adesão "inteligente". Justo agora quando o epicentro da crise está na sede da “racionalidade neoliberal”. É no fio da navalha, nos interstícios da ação política, que o soberano submete a fortuna à virtù. É hora de reafirmar os acertos das opções. Sem qualquer receio de críticas à esquerda ou à direita.
Lembrar, por exemplo, que pouco tempo após a primeira eleição de Lula, nos nove primeiros meses de 2004, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,3%, o melhor resultado desde 95. Houve aumento de investimentos e vários setores começaram a reduzir a capacidade ociosa. A equipe econômica soube aproveitar a desvalorização do dólar e captar US$ 500 milhões, através de bônus com vencimento em 2014 e juros extremamente favoráveis. Não era isso o que esperavam os profetas do caos.
A forte queda no risco-Brasil, essa ficção do capital especulativo, para 412 pontos foi motivo de elogios em telejornais e conhecidas colunas de economia. À época, a mídia apostava na continuidade da política macroeconômica tucana. Estávamos, segundo os bravos colunistas, no caminho certo, no cumprimento com louvor dos fundamentos macroeconômicos da gestão anterior. Era a aurora de uma ilusão que, desfeita, se transformaria no mais explícito ódio de classe impresso em numerosas páginas da imprensa.
Vivíamos a era pallociana. Buscava-se estabilidade frente a um colossal endividamento deixado por FHC. A margem para erros era mínima. Não era o que pensavam bons nomes da academia. A professora Maryse Farhi, do Instituto de Economia da Unicamp, em artigo publicado na revista Carta Capital, afirmou que: "o regime de metas de inflação constitui um dos mais importantes obstáculos ao crescimento econômico sustentado no Brasil. Foi adotado após a crise cambial de 1999 e a passagem para o regime de câmbio flutuante". O que soava óbvio para uma estudiosa do cenário econômico brasileiro podia comportar algum equívoco? Quem não se lembra dos que afirmavam que o núcleo do duro do governo petista operava no imediatismo do micro para dele inferir o macro?
Quando o Banco Central anunciou que o Tesouro Nacional captaria US$ 2,352 bilhões no mercado de câmbio para os pagamentos externos no próximo semestre, muita bobagem foi dita. Houve quem afirmasse, naquele já distante 2004, que quando um governo de centro-esquerda anuncia sua persistência em um rumo e o mundo do capital festeja, sob intensos protestos da classe trabalhadora, algo de sólido se desmanchou no ar. A intensidade do protesto, como se viu, era mais uma quimera do que um fato. E se desmanchou na concretude da história.
A pauta dos “progressistas desconsolados" comportava alguns pontos recorrentes: o “crescente aparelhamento do PT”, “a interdição do debate econômico” e a “cumplicidade da mídia conservadora” como sinalizações de chegada perigosa ao ponto de não-retorno. Os movimentos sociais, ainda mantendo apoio ao governo, se ressentiam da ausência de interlocução com setores oficiais. Os mesmos que se mostravam tão solícitos às ponderações de organismos multilaterais de crédito. "Davos venceu Porto Alegre" virou bordão de botequim socialista. Quem se esquece disso?
Acusava-se o governo de exaltar a tendência monetarista da equipe econômica e execrar projetos como os do professor Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES. Houve quem apostasse que, a persistir nesse trajeto, a carruagem petista teria perdido a hora da inflexão e pavimentado o caminho de volta do tucanato ao poder. O desmentido veio nas urnas, em 2006.
Se,hoje, estamos mais preparados para uma provável desaceleração da economia mundial, temos o mais categórico desmentido dos que afirmavam que a economia brasileira não desandava por conta, apenas, de um cenário internacional favorável. Contas externas relativamente confortáveis, nível de endividamento cadente, reservas na casa de US$180 bilhões e crescimento em ritmo forte, com peso considerável no mercado interno, reduz consideravelmente nossa dependência externa. Claro que não estamos imunes a uma crise internacional, mas bem distantes do endividamento e do déficit em contas correntes que marcaram o governo FHC.
Ser de esquerda comporta várias definições, mas, à luz do que vivemos nas últimas décadas, talvez a mais preciosa seja a que define como esquerdista quem é capaz de compreender a complexidade do momento. Quem não confunde análise de conjuntura com elaboração de quadros oníricos. Aprender com a história é a herança bendita que Lula deixa para as futuras gerações progressistas.
P.S: “No índice de mortalidade inferior a cinco anos, o avanço foi ainda maior, de 57 por 1 mil nascidos vivos em 1990 para 20 por 1 mil nascidos vivos em 2006. Com isso, o Brasil passou de 86º para 113º lugar no ranking da mortalidade na infância (os primeiros lugares são ocupados pela mortalidade mais elevada) num total de 194 países. Os dados são do relatório Situação Mundial da Infância 2008 - Sobrevivência Infantil, divulgado nesta terça-feira pela Unicef, agência das Nações Unidas para a infância, e referem-se a mortes de crianças com menos de um ano. "O Brasil avançou mais do que a média mundial, o grande problema é a disparidade tanto entre as diferentes regiões como grupos étnicos", afirmou a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. "O Brasil está no caminho certo, mas não saiu do túnel ainda", disse ela”. (Fonte:BBC) Os que sobreviveram agradecem, em grande parte, à esquerda que soube se atualizar.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.
Gilson Caroni Filho
Ainda é cedo para avaliar com precisão quais os reflexos que a crise financeira internacional poderá ter no Brasil. Permanece a tensão nas bolsas de valores de todo o mundo, causada pelo medo de uma recessão nos Estados Unidos e os conhecidos consultores e jornalistas especializados já dão o ar de sua graça. Lembram, como faz o economista Caio Megale, em artigo para a Folha de S.Paulo que “deixamos para trás reformas importantes, como a tributária e a da previdência, cujos frutos fazem falta nestes momentos". Será que o maior feito do governo Lula não foi exatamente o de estabelecer fundamentos para um crescimento sólido sustentável? O que legitima quem pretende deitar cátedra sobre como conduzir a economia se eles são os mesmos que foram a nocaute nas crises dos anos 1990?
Se por um lado continuamos não subscrevendo críticas supostamente radicais, repletas de purismos inconseqüentes, aos rumos da política econômica adotada, por outro não podemos escutar calados os que pregam o velho receituário que levou o país à lona entre 1994 e 2002. Reafirmamos a necessidade de uma reforma fiscal e do controle efetivo do processo inflacionário. Mas perguntamos se há ambiente político para estabelecer, como destacou em artigo publicado no Globo, o ex-ministro Antônio Palloci, "uma agenda de reformas de interesses do país"? Como pactuar com uma oposição que aposta no "quanto pior, melhor?".
Nunca esqueçamos o sucateamento na estrutura produtiva feita pela opção subalterna do governo anterior e a conseqüente redução da margem de manobra da equipe econômica no primeiro mandato do presidente petista. Muito menos o enfraquecimento do Estado Nacional levado a cabo em sintonia com a globalização neoliberal pode ser perdido de vista. Nossa postura está longe da resignação. De vislumbrar, no cenário criado pelos centros hegemônicos de poder, uma inevitabilidade natural à qual só resta uma adesão "inteligente". Justo agora quando o epicentro da crise está na sede da “racionalidade neoliberal”. É no fio da navalha, nos interstícios da ação política, que o soberano submete a fortuna à virtù. É hora de reafirmar os acertos das opções. Sem qualquer receio de críticas à esquerda ou à direita.
Lembrar, por exemplo, que pouco tempo após a primeira eleição de Lula, nos nove primeiros meses de 2004, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,3%, o melhor resultado desde 95. Houve aumento de investimentos e vários setores começaram a reduzir a capacidade ociosa. A equipe econômica soube aproveitar a desvalorização do dólar e captar US$ 500 milhões, através de bônus com vencimento em 2014 e juros extremamente favoráveis. Não era isso o que esperavam os profetas do caos.
A forte queda no risco-Brasil, essa ficção do capital especulativo, para 412 pontos foi motivo de elogios em telejornais e conhecidas colunas de economia. À época, a mídia apostava na continuidade da política macroeconômica tucana. Estávamos, segundo os bravos colunistas, no caminho certo, no cumprimento com louvor dos fundamentos macroeconômicos da gestão anterior. Era a aurora de uma ilusão que, desfeita, se transformaria no mais explícito ódio de classe impresso em numerosas páginas da imprensa.
Vivíamos a era pallociana. Buscava-se estabilidade frente a um colossal endividamento deixado por FHC. A margem para erros era mínima. Não era o que pensavam bons nomes da academia. A professora Maryse Farhi, do Instituto de Economia da Unicamp, em artigo publicado na revista Carta Capital, afirmou que: "o regime de metas de inflação constitui um dos mais importantes obstáculos ao crescimento econômico sustentado no Brasil. Foi adotado após a crise cambial de 1999 e a passagem para o regime de câmbio flutuante". O que soava óbvio para uma estudiosa do cenário econômico brasileiro podia comportar algum equívoco? Quem não se lembra dos que afirmavam que o núcleo do duro do governo petista operava no imediatismo do micro para dele inferir o macro?
Quando o Banco Central anunciou que o Tesouro Nacional captaria US$ 2,352 bilhões no mercado de câmbio para os pagamentos externos no próximo semestre, muita bobagem foi dita. Houve quem afirmasse, naquele já distante 2004, que quando um governo de centro-esquerda anuncia sua persistência em um rumo e o mundo do capital festeja, sob intensos protestos da classe trabalhadora, algo de sólido se desmanchou no ar. A intensidade do protesto, como se viu, era mais uma quimera do que um fato. E se desmanchou na concretude da história.
A pauta dos “progressistas desconsolados" comportava alguns pontos recorrentes: o “crescente aparelhamento do PT”, “a interdição do debate econômico” e a “cumplicidade da mídia conservadora” como sinalizações de chegada perigosa ao ponto de não-retorno. Os movimentos sociais, ainda mantendo apoio ao governo, se ressentiam da ausência de interlocução com setores oficiais. Os mesmos que se mostravam tão solícitos às ponderações de organismos multilaterais de crédito. "Davos venceu Porto Alegre" virou bordão de botequim socialista. Quem se esquece disso?
Acusava-se o governo de exaltar a tendência monetarista da equipe econômica e execrar projetos como os do professor Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES. Houve quem apostasse que, a persistir nesse trajeto, a carruagem petista teria perdido a hora da inflexão e pavimentado o caminho de volta do tucanato ao poder. O desmentido veio nas urnas, em 2006.
Se,hoje, estamos mais preparados para uma provável desaceleração da economia mundial, temos o mais categórico desmentido dos que afirmavam que a economia brasileira não desandava por conta, apenas, de um cenário internacional favorável. Contas externas relativamente confortáveis, nível de endividamento cadente, reservas na casa de US$180 bilhões e crescimento em ritmo forte, com peso considerável no mercado interno, reduz consideravelmente nossa dependência externa. Claro que não estamos imunes a uma crise internacional, mas bem distantes do endividamento e do déficit em contas correntes que marcaram o governo FHC.
Ser de esquerda comporta várias definições, mas, à luz do que vivemos nas últimas décadas, talvez a mais preciosa seja a que define como esquerdista quem é capaz de compreender a complexidade do momento. Quem não confunde análise de conjuntura com elaboração de quadros oníricos. Aprender com a história é a herança bendita que Lula deixa para as futuras gerações progressistas.
P.S: “No índice de mortalidade inferior a cinco anos, o avanço foi ainda maior, de 57 por 1 mil nascidos vivos em 1990 para 20 por 1 mil nascidos vivos em 2006. Com isso, o Brasil passou de 86º para 113º lugar no ranking da mortalidade na infância (os primeiros lugares são ocupados pela mortalidade mais elevada) num total de 194 países. Os dados são do relatório Situação Mundial da Infância 2008 - Sobrevivência Infantil, divulgado nesta terça-feira pela Unicef, agência das Nações Unidas para a infância, e referem-se a mortes de crianças com menos de um ano. "O Brasil avançou mais do que a média mundial, o grande problema é a disparidade tanto entre as diferentes regiões como grupos étnicos", afirmou a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. "O Brasil está no caminho certo, mas não saiu do túnel ainda", disse ela”. (Fonte:BBC) Os que sobreviveram agradecem, em grande parte, à esquerda que soube se atualizar.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.
terça-feira, janeiro 22, 2008
O PAC NÃO EMPACOU
Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 890
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.
. A Ministra Dilma Rousseff anunciou que 86% das obras do PAC caminham normalmente.
. 12% merecem atenção.
. E 2% têm um ritmo que preocupa.
. Das 27 obras que precisam de aprovação do Congresso, 18 já foram aprovadas.
. Neste fim de semana O Globo, o Estadão e a Folha decretaram o fim do PAC.
Máximas e Mínimas 890
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.
. A Ministra Dilma Rousseff anunciou que 86% das obras do PAC caminham normalmente.
. 12% merecem atenção.
. E 2% têm um ritmo que preocupa.
. Das 27 obras que precisam de aprovação do Congresso, 18 já foram aprovadas.
. Neste fim de semana O Globo, o Estadão e a Folha decretaram o fim do PAC.
PAC: TREM-BALA COMEÇOU A RODAR
A Ministra Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira, dia 22, que o projeto do trem-bala Rio-São Paulo-Campinas está no PAC e já começou a andar. O presidente da Valec, empresa de estudos ferroviários ligada ao Ministério dos Transportes, Juquinha das Neves, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta terça-feira que a licitação deve ocorrer até março de 2009 (aguarde o áudio).
“Nesse momento o BNDES está contratando uma empresa de consultoria para fazer uma análise da viabilidade econômica e também verificar toda a parte do projeto em si. A previsão é que até novembro todo esse conjunto de esforços esteja pronto para que a obra seja licitada, no mais tardar, no mês de março do ano que vem”, disse Juquinha das Neves.
Segundo Juquinha das Neves, o objetivo é concluir a obra do trem-bala até 2014, ano em que o Brasil será a sede a Copa do Mundo de futebol. Juquinha das Neves disse também que o trem-bala fará o percurso entre São Paulo e Rio de Janeiro em 1 hora e 25 minutos.
Leia a íntegra da entrevista com Juquinha das Neves:
Paulo Henrique Amorim – Eu acabei de ouvir a ministra Dilma Rousseff dizendo que o projeto do trem-bala Rio, São Paulo, Campinas já começou, já está andando. Em que pé está o projeto?
Juquinha das Neves – Nesse momento o BNDES está contratando uma empresa de consultoria para fazer uma analise da viabilidade econômica e verificar também todas as faixas do projeto em si. A previsão é de que até novembro todo esse conjunto de esforços esteja pronto e que a obra seja licitada no mais tardar até o mês de março do ano que vem. E isso está no PAC.
Paulo Henrique Amorim – Em março de 2009 vamos ter licitação para o trem-bala.
Juquinha das Neves – E, importante, incluindo o trecho Campinas.
Paulo Henrique Amorim – Isso, ela mencionou, é Rio, São Paulo e Campinas.
Juquinha das Neves – Exatamente.
Paulo Henrique Amorim – Pergunta: se for licitado em março de 2009, quando é que eu vou poder ir ao Rio de trem-bala?
Juquinha das Neves – Nós vamos realizar todos os esforços para construir até 2014, para a Copa do Mundo. Então vai ter que analisar a nova concepção do projeto, diminuir túneis e coisas desse tipo. Deixar algumas obras de arte de tal forma que a obra possa ser concluída nesse tempo. Deverá almejar esse tempo.
Paulo Henrique Amorim – Quanto tempo vai levar uma viagem do Rio a São Paulo?
Juquinha das Neves – Uma hora e vinte e cinco minutos.
Paulo Henrique Amorim – Uma hora e vinte e cinco minutos.
“Nesse momento o BNDES está contratando uma empresa de consultoria para fazer uma análise da viabilidade econômica e também verificar toda a parte do projeto em si. A previsão é que até novembro todo esse conjunto de esforços esteja pronto para que a obra seja licitada, no mais tardar, no mês de março do ano que vem”, disse Juquinha das Neves.
Segundo Juquinha das Neves, o objetivo é concluir a obra do trem-bala até 2014, ano em que o Brasil será a sede a Copa do Mundo de futebol. Juquinha das Neves disse também que o trem-bala fará o percurso entre São Paulo e Rio de Janeiro em 1 hora e 25 minutos.
Leia a íntegra da entrevista com Juquinha das Neves:
Paulo Henrique Amorim – Eu acabei de ouvir a ministra Dilma Rousseff dizendo que o projeto do trem-bala Rio, São Paulo, Campinas já começou, já está andando. Em que pé está o projeto?
Juquinha das Neves – Nesse momento o BNDES está contratando uma empresa de consultoria para fazer uma analise da viabilidade econômica e verificar também todas as faixas do projeto em si. A previsão é de que até novembro todo esse conjunto de esforços esteja pronto e que a obra seja licitada no mais tardar até o mês de março do ano que vem. E isso está no PAC.
Paulo Henrique Amorim – Em março de 2009 vamos ter licitação para o trem-bala.
Juquinha das Neves – E, importante, incluindo o trecho Campinas.
Paulo Henrique Amorim – Isso, ela mencionou, é Rio, São Paulo e Campinas.
Juquinha das Neves – Exatamente.
Paulo Henrique Amorim – Pergunta: se for licitado em março de 2009, quando é que eu vou poder ir ao Rio de trem-bala?
Juquinha das Neves – Nós vamos realizar todos os esforços para construir até 2014, para a Copa do Mundo. Então vai ter que analisar a nova concepção do projeto, diminuir túneis e coisas desse tipo. Deixar algumas obras de arte de tal forma que a obra possa ser concluída nesse tempo. Deverá almejar esse tempo.
Paulo Henrique Amorim – Quanto tempo vai levar uma viagem do Rio a São Paulo?
Juquinha das Neves – Uma hora e vinte e cinco minutos.
Paulo Henrique Amorim – Uma hora e vinte e cinco minutos.
Por falar em apagão
Nelson Rodrigues gostava de ser chamado de “flor de obsessão”. Ele se reconhecia como um obcecado. Algumas pessoas são mesmo obcecadas. Por exemplo, o senador demo de Pernambuco José Jorge é obcecado por apagão. Quando ministro das Minas e Energia no governo FHC produziu o maior apagão da história. Nunca antes na história deste pais...você sabe. Teve seu mérito reconhecido e virou vice, na chapa de Alckmin, para tentar vencer o presidente Lula, na campanha de 2006. Deu-se o novo apagão, dessa vez de votos. Pela primeira vez um candidato conseguiu no segundo turno menos votos do que no primeiro. De novo caberia um “Nunca antes na história deste país”... Mas, peraí, não acabou. O demo-governador de Brasília, José Arruda, resolveu mostrar ao Brasil como é o choque de gestão dos demos. Quem ele colocou na presidência da Companhia Energética de Brasília (CEB)? O ministro do apagão, vice da candidatura apagada, demo-senador José Jorge. Resultado:
Aneel multa Companhia Energética de Brasília (CEB) em R$ 4,8 milhões por causa dos apagões em Brasília
Você, leitor perspicaz, minha sagaz leitora, leu a demo-notícia em algum lugar de nossa grande imprensa? O Jornal Nacional trombeteou mais um demo-feito do demo-senador? Nada. Olha que a notícia não é nova. Está no portal G1 desde 17 de janeiro. Na página, há até o vídeo de uma reportagem do regional da Globo em Brasília, o DFTV. Nele, o ministro do apagão, vice da candidatura apagada e agora presidente do apagão de Brasília é identificado apenas como presidente da CEB. Nenhuma relação com seu partido ou com seu passado. No texto escrito, idem. Ele é simplesmente o José Jorge, para que você não ligue a luz que não liga aos famosos choques de gestão demo-tucanos.
Do Desabafo País
Aneel multa Companhia Energética de Brasília (CEB) em R$ 4,8 milhões por causa dos apagões em Brasília
Você, leitor perspicaz, minha sagaz leitora, leu a demo-notícia em algum lugar de nossa grande imprensa? O Jornal Nacional trombeteou mais um demo-feito do demo-senador? Nada. Olha que a notícia não é nova. Está no portal G1 desde 17 de janeiro. Na página, há até o vídeo de uma reportagem do regional da Globo em Brasília, o DFTV. Nele, o ministro do apagão, vice da candidatura apagada e agora presidente do apagão de Brasília é identificado apenas como presidente da CEB. Nenhuma relação com seu partido ou com seu passado. No texto escrito, idem. Ele é simplesmente o José Jorge, para que você não ligue a luz que não liga aos famosos choques de gestão demo-tucanos.
Do Desabafo País
Apadrinhado de Tasso condenado por rombo de 7,5 bilhões no BNB
O ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB), Byron Queiroz, aliado do ex-presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, foi condenado a 13 anos de reclusão, além de multa, por ter fraudado a contabilidade do banco, rolado dívidas não pagas e liberado novos empréstimos para estas empresas. Entre os principais beneficiários do esquema montado por Byron, que deixou um rombo de quase R$ 7,5 bilhões (em valores não atualizados) no BNB, estão empresas do grupo Jereissati e da família do líder do DEM (ex-PFL) no Senado, José Agripino Maia.
A sentença foi proferida pelo juiz da 12ª Vara Federal, José Donato de Araújo Neto. Além de Byron, que presidiu o banco entre 1995 e 2003, outros cinco diretores do BNB também foram condenados pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição e falsificação de vários balanços do banco. Foram isentos apenas da pena por formação de quadrilha.
As ilegalidades de Byron vierem à tona através de uma auditoria do Tribunal de Contas da União e foram investigadas, superficialmente, pela CPI criada na Câmara dos Deputados para apurar desvios nos recursos do Finor (Fundo de Investimentos do Nordeste), operados pelo BNB.
Byron montou uma engenharia no banco para perdoar dívidas, refinanciar e conceder novos empréstimos para empresários amigos que não pagavam o banco há anos. A maioria das negociações era implementada com a posição contrária do Comitê de Avaliação de Crédito da Direção – COMAC. Após realizar as operações, os empréstimos e refinanciamentos eram apontados no balanço como créditos a receber e não créditos duvidosos.
Esse é o caso da empresa Mossoró Agroindustrial S.A (MAISA), de propriedade do senador José Agripino Maia (DEM). Agripino recebeu recursos do BNB e não pagou. A dívida total do senador ainda é um mistério, pois nunca houve uma investigação séria sobre o assunto. Alguns números citados na imprensa apontam para a cifra de R$ 50 milhões em valores atualizados. Até 1999, a MAISA devia R$ 4.266.853,27. Agripino reconhece um débito de apenas R$ 2 milhões e o contesta na Justiça.
No entanto, a questão mais grave foi levantada por uma auditoria do TCU, que afirma que vários órgãos do banco foram contrários às operações de refinanciamento e novos empréstimo para a empresa de Agripino em virtude do “elevado nível de endividamento do grupo junto ao BNB e o fato de que, em passado recente, os interesses do BNB estiveram abalados por descumprimento por parte do grupo EIT (integrante do grupo MAISA) em não honrar compromissos contratuais pactuados, fato, inclusive, que resultou no impedimento do cliente”.
Não é só este líder da oposição que está enrolado com Byron. O TCU contesta também uma operação de empréstimo efetuada para empresa Refrescos Cearenses S.A, de propriedade de Tasso Jereissati, que estaria acima dos limites possíveis do banco. Tasso também está ligado, mesmo que indiretamente, a outras intervenções.
Um delas, levantada pelo TCU e denunciada pela revista “IstoÉ”, envolve a Fiotex Industrial S/A indústria de fios de algodão de Fortaleza, que Byron chegou a ser consultor. A Fiotex devia R$ 5,1 milhões e mesmo sem pagar um centavo foi agraciada com uma bolada de US$ 3 milhões. Pouco tempo depois, sem consultar a direção do banco, a Fiotex recebeu mais R$ 2,5 milhões para capital de giro. Até 2002, tal empresa devia R$ 45 milhões ao banco. A Fiotex pertence a Francisco de Assis Machado Neto, suplente do senador Jereissati.
Byron gostava mesmo de Tasso. Era fiel e agradecido pelos cargos que conseguiu no governo do Ceará e no próprio BNB. Pode ser mera coincidência, mas isso pode ter incentivado o ex-presidente do banco a perdoar uma dívida de uma empresa do grupo Edson Queiroz, a Monteiro Refrigerantes S/A, cuja maior acionista é a sogra do senador tucano. Segundo a “IstoÉ”, a dívida da empresa com o BNB era de R$ 19,9 milhões. “Desse total, mais de R$ 17 milhões era dinheiro público do FNE. Em setembro de 1997, sob uma forte pressão de Byron, a dívida foi dada como quitada depois de uma estranha negociação entre devedor e instituição financeira. A empresa pagou, apenas, R$ 3,9 milhões. O perdão da maior parte da dívida não teve pareceres técnicos nem foi submetido aos advogados do banco”, afirma a revista. “A amizade de Byron com o Grupo Edson Queiroz também levou o presidente do BNB a perdoar uma dívida de R$ 3 milhões da empresa Luna Aqüicultura Ltda., que pertence ao ex-deputado”.
A sentença foi proferida pelo juiz da 12ª Vara Federal, José Donato de Araújo Neto. Além de Byron, que presidiu o banco entre 1995 e 2003, outros cinco diretores do BNB também foram condenados pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição e falsificação de vários balanços do banco. Foram isentos apenas da pena por formação de quadrilha.
As ilegalidades de Byron vierem à tona através de uma auditoria do Tribunal de Contas da União e foram investigadas, superficialmente, pela CPI criada na Câmara dos Deputados para apurar desvios nos recursos do Finor (Fundo de Investimentos do Nordeste), operados pelo BNB.
Byron montou uma engenharia no banco para perdoar dívidas, refinanciar e conceder novos empréstimos para empresários amigos que não pagavam o banco há anos. A maioria das negociações era implementada com a posição contrária do Comitê de Avaliação de Crédito da Direção – COMAC. Após realizar as operações, os empréstimos e refinanciamentos eram apontados no balanço como créditos a receber e não créditos duvidosos.
Esse é o caso da empresa Mossoró Agroindustrial S.A (MAISA), de propriedade do senador José Agripino Maia (DEM). Agripino recebeu recursos do BNB e não pagou. A dívida total do senador ainda é um mistério, pois nunca houve uma investigação séria sobre o assunto. Alguns números citados na imprensa apontam para a cifra de R$ 50 milhões em valores atualizados. Até 1999, a MAISA devia R$ 4.266.853,27. Agripino reconhece um débito de apenas R$ 2 milhões e o contesta na Justiça.
No entanto, a questão mais grave foi levantada por uma auditoria do TCU, que afirma que vários órgãos do banco foram contrários às operações de refinanciamento e novos empréstimo para a empresa de Agripino em virtude do “elevado nível de endividamento do grupo junto ao BNB e o fato de que, em passado recente, os interesses do BNB estiveram abalados por descumprimento por parte do grupo EIT (integrante do grupo MAISA) em não honrar compromissos contratuais pactuados, fato, inclusive, que resultou no impedimento do cliente”.
Não é só este líder da oposição que está enrolado com Byron. O TCU contesta também uma operação de empréstimo efetuada para empresa Refrescos Cearenses S.A, de propriedade de Tasso Jereissati, que estaria acima dos limites possíveis do banco. Tasso também está ligado, mesmo que indiretamente, a outras intervenções.
Um delas, levantada pelo TCU e denunciada pela revista “IstoÉ”, envolve a Fiotex Industrial S/A indústria de fios de algodão de Fortaleza, que Byron chegou a ser consultor. A Fiotex devia R$ 5,1 milhões e mesmo sem pagar um centavo foi agraciada com uma bolada de US$ 3 milhões. Pouco tempo depois, sem consultar a direção do banco, a Fiotex recebeu mais R$ 2,5 milhões para capital de giro. Até 2002, tal empresa devia R$ 45 milhões ao banco. A Fiotex pertence a Francisco de Assis Machado Neto, suplente do senador Jereissati.
Byron gostava mesmo de Tasso. Era fiel e agradecido pelos cargos que conseguiu no governo do Ceará e no próprio BNB. Pode ser mera coincidência, mas isso pode ter incentivado o ex-presidente do banco a perdoar uma dívida de uma empresa do grupo Edson Queiroz, a Monteiro Refrigerantes S/A, cuja maior acionista é a sogra do senador tucano. Segundo a “IstoÉ”, a dívida da empresa com o BNB era de R$ 19,9 milhões. “Desse total, mais de R$ 17 milhões era dinheiro público do FNE. Em setembro de 1997, sob uma forte pressão de Byron, a dívida foi dada como quitada depois de uma estranha negociação entre devedor e instituição financeira. A empresa pagou, apenas, R$ 3,9 milhões. O perdão da maior parte da dívida não teve pareceres técnicos nem foi submetido aos advogados do banco”, afirma a revista. “A amizade de Byron com o Grupo Edson Queiroz também levou o presidente do BNB a perdoar uma dívida de R$ 3 milhões da empresa Luna Aqüicultura Ltda., que pertence ao ex-deputado”.
Carga tributária
CARGA TRIBUTÁRIA PARA OS QUE ACOSTUMARAM AS MANDIBULAS MASTIGAR CAPIM E TEM SAUDADES DE FHC
Carga tributária (em relação ao PIB - %):
ffhh
1994-28,61
1995-28,47
1996-28,06
1997-27,81
1998-29,74
1999-31,77
2000-32,48
2001-34,01
2002-35,61 O crescimento foi de 7%! E esse é o maior índice do período.
Lula
2003-34,92 Queda em relação ao ano anterior. Depois de 5 anos de aumento...
2004-35,88
2005 - 33,3% caiu bastante, em relação a 2004,
2006- 34,2% Queda e quase 1% quanto ao índice de 2003...
Bom agora analisemos essa dica do Zé Dirceu.
Os mais insistentes e duros críticos do aumento das despesas da União, a maioria na oposição representada pelo PSDB, PFL/DEM e aliados seus da direita, são os principais responsáveis por essa elevação.
Ao contrário do que afirmam diariamente, esse crescimento não decorre de gastos sociais e com pessoal, ampliados na administração Lula, mas sim, em função das despesas com o pagamento dos juros e encargos da dívida pública, multiplicada por sete no período de 8 anos em que eles integraram os dois governos tucanos de Fernando Henrique Cardoso, anteriores à chegada do PT ao poder.
A comprovação está em estudo de Ronaldo Coutinho Garcia, sociólogo e técnico de planejamento do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. No trabalho, ele mostra que a dívida pública federal, remunerada com as mais altas taxas de juros do planeta, gera pressão pelo aumento da carga tributária, dificulta os investimentos públicos e exige superávits primários elevados.
Destaca, no entanto, que os gastos públicos cresceram nos últimos tempos exatamente para beneficiar a enorme massa de brasileiros que até recentemente desconhecia a presença do Estado, os seus mecanismos de proteção e os seus serviços em prol da cidadania.
Este aumento de despesas públicas, conclui o sociólogo, também, incentiva as economias dos pequenos municípios espalhados pelo país, amplia o mercado para bens de consumo, gera empregos e impostos e retira milhares de pessoas da marginalidade.
Confira a íntegra do estudo no site do IPEA .
Do República Vermelha
Carga tributária (em relação ao PIB - %):
ffhh
1994-28,61
1995-28,47
1996-28,06
1997-27,81
1998-29,74
1999-31,77
2000-32,48
2001-34,01
2002-35,61 O crescimento foi de 7%! E esse é o maior índice do período.
Lula
2003-34,92 Queda em relação ao ano anterior. Depois de 5 anos de aumento...
2004-35,88
2005 - 33,3% caiu bastante, em relação a 2004,
2006- 34,2% Queda e quase 1% quanto ao índice de 2003...
Bom agora analisemos essa dica do Zé Dirceu.
Os mais insistentes e duros críticos do aumento das despesas da União, a maioria na oposição representada pelo PSDB, PFL/DEM e aliados seus da direita, são os principais responsáveis por essa elevação.
Ao contrário do que afirmam diariamente, esse crescimento não decorre de gastos sociais e com pessoal, ampliados na administração Lula, mas sim, em função das despesas com o pagamento dos juros e encargos da dívida pública, multiplicada por sete no período de 8 anos em que eles integraram os dois governos tucanos de Fernando Henrique Cardoso, anteriores à chegada do PT ao poder.
A comprovação está em estudo de Ronaldo Coutinho Garcia, sociólogo e técnico de planejamento do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. No trabalho, ele mostra que a dívida pública federal, remunerada com as mais altas taxas de juros do planeta, gera pressão pelo aumento da carga tributária, dificulta os investimentos públicos e exige superávits primários elevados.
Destaca, no entanto, que os gastos públicos cresceram nos últimos tempos exatamente para beneficiar a enorme massa de brasileiros que até recentemente desconhecia a presença do Estado, os seus mecanismos de proteção e os seus serviços em prol da cidadania.
Este aumento de despesas públicas, conclui o sociólogo, também, incentiva as economias dos pequenos municípios espalhados pelo país, amplia o mercado para bens de consumo, gera empregos e impostos e retira milhares de pessoas da marginalidade.
Confira a íntegra do estudo no site do IPEA .
Do República Vermelha
Assinar:
Postagens (Atom)