tag:blogger.com,1999:blog-364003482024-03-13T05:33:32.102-07:00Economia e PolíticaO objetivo deste blog é discutir um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil. Esse projeto não brotará naturalmente das forças de mercado e sim de um engajamento político que direcionará os recursos do país na criação de uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social.Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.comBlogger2664125tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-85291378536605922282020-01-04T13:45:00.002-08:002020-01-05T08:12:09.523-08:00CAJAMAR E A ILUSÃO PERVERSA DO PIB ELEVADO<div style="float: left; width: 49%;">
<div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: right;">
<img border="0" data-original-height="569" data-original-width="949" height="180" src="https://1.bp.blogspot.com/-wPzXsXjYOZ0/XIGOk0O-VaI/AAAAAAAAEvM/KmQ2NS9e8AEGMqRPy0G5Umv7tiKwS4UyACLcBGAs/s200/imagem%2BLaerte%2BCortada.png" width="285" /><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; text-align: right;">Professor Laerte Fedrigo*</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; text-indent: 1cm;">Estamos iniciando um novo ano. Recuperado o fôlego dos festejos, o momento
é de reflexão, planejamento e ação. Tomar pé da realidade e buscar
transformá-la, na perspectiva do bem comum. A começar pelo município, já que
ele é, nas palavras do Grande Mestre Ladislau Dowbor, a unidade básica de organização
da sociedade.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Tomemos
o caso de Cajamar. Segundo o IBGE, este município tem um PIB per capita de R$
202.962,50 (dados de 2017): o 11º. do país, o 4º. do Estado e o 1º. da
microrregião. Esse valor é 6,4 vezes o PIB per capita do Brasil (R$ 31.833,50).
Para alguns analistas isso seria
um indicador de bem-estar, uma vez que acham que <i>localidades com PIB per
capita elevado tendem a ter mais acesso a serviços públicos e maior qualidade
de vida</i>. Uma </span><span style="font-family: "times new roman" , serif;">ilusão perversa, diria
Joseph Stiglitz, Nobel de Economia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Em Cajamar, a tese de
Stiglitz pode ser facilmente confirmada, visto que os </span><span style="font-family: "times new roman" , serif;">valores da riqueza gerada e das
receitas auferidas contrastam com os indicadores sociais. </span><span style="font-family: "times new roman" , serif;">O</span><span style="font-family: "times new roman" , serif;"> PIB per
capita da cidade passou de R$ 85.174,62 em 2010 para R$ 202.962,50 em 2017, mas
34,4% da população têm rendimentos mensais abaixo de meio salário mínimo. As
receitas do município evoluíram de R$ 42 milhões em 2014 para R$ 447 milhões em
2017. Apesar disso, a mortalidade infantil, que caiu Brasil a fora, na cidade
passou de 8,55 óbitos por mil nascidos vivos em 2008 para 13,52 em 2017.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Os
dados sobre educação também apontam para um aumento da desigualdade e para o consequente
agravamento da questão social no município. Cajamar tem uma média de
10.500 estudantes que frequentam o ensino fundamental. Este número cai para
3.300 no ensino médio e para 1.800 no ensino superior. Ou seja, menos de 30%
dos estudantes que frequentam o ensino fundamental progridem para o ensino
médio e menos de 50% destes últimos vão para a faculdade. Um grave problema,
considerando que cresceu no país o interesse das empresas por funcionários com curso
superior: segundo o IBGE, entre 2012 e 2019, a fatia representada pelo pessoal ocupado
sem diploma de nível superior caiu 3% enquanto aquela com nível superior
cresceu 52%. Ainda segundo o IBGE, a diferença salarial média entre os
trabalhadores com e sem diploma de ensino superior era de 296% em 2017, já que
o primeiro grupo recebia salário médio de R$ 5.832,38 e o segundo R$1.971,82.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<div style="float: right; width: 49%;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 4.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 107%;">E não para por aí. A cidade sofre os efeitos do aquecimento global,
agravados pela falta de planejamento na ocupação do solo e de políticas
públicas que incentivem os agentes a cumprir suas responsabilidades<i>. </i>Os
dados do IBGE indicam que o número de empresas sobreviventes na cidade dobrou
nos últimos 10 anos, o que é positivo em termos de geração de empregos e
receita tributária. Não podemos deixar de observar, porém, que na raia desse
processo ampliaram-se os problemas com a mobilidade urbana, do mesmo modo que cresceram
as áreas alagadas em períodos de chuvas, repercutindo em mais desigualdades, já
que as populações vulneráveis são as que mais sofrem o impacto das enchentes,
com a perda de pertences duramente conquistados.</span>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 107%;"><br /></span>
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-E9eb0Aoa-Pg/XhEHCyXMULI/AAAAAAAATtU/XtNa9VgrPFk1yZYVVQXB4twRpbrjx_bKACLcBGAsYHQ/s1600/Screenshot_3.png" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center; text-indent: 1cm;"><img border="0" data-original-height="404" data-original-width="544" height="187" src="https://1.bp.blogspot.com/-E9eb0Aoa-Pg/XhEHCyXMULI/AAAAAAAATtU/XtNa9VgrPFk1yZYVVQXB4twRpbrjx_bKACLcBGAsYHQ/s200/Screenshot_3.png" width="290" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 1cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Pela
sua pujança e localização, Cajamar
é uma cidade com grande potencial de desenvolvimento, mas só se tornará uma
cidade do bem-estar e do bem-viver se reduzir as desigualdades na distribuição
da renda e no acesso a moradia e aos serviços públicos. Em que pese o
crescimento econômico dos últimos anos, a condição socio-territorial do
município continua padecendo dos mesmos males, e os descuidos com a educação, com a saúde, com o transporte e
com os espaços públicos são agravados pela indiferença em relação ao
planejamento, à transparência e à participação popular nas decisões de governo.<o:p></o:p></span><br />
<div style="text-indent: 37.7953px;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Para evitar a ilusão perversa, o crescimento do PIB per capita e da receita do município precisa estar associado a políticas públicas que repercutam efetivamente em melhoria da qualidade de vida dos menos afortunados, o que só será possível mediante uma gestão democrática e participativa, capaz de promover o desenvolvimento urbano e o direito à cidade e implementar ações na perspectiva da inclusão e da garantia de direitos e da apropriação da população de discussões relevantes como orçamento participativo, sustentabilidade e plano diretor, entre outras. Uma gestão com valores e compromissos e uma visão de futuro capaz de aprofundar a democracia e a participação popular e enfrentar os reais problemas da cidade. Não se trata da busca de soluções milagrosas, mas o fato é que como está não pode continuar: é imperativo promover mudanças.</span></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 8pt;">_____</span><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">* </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 11pt; line-height: 107%;">Professor universitário, </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 11pt; line-height: 107%;">com Bacharelado e
Mestrado em Economia Política pela PUC/SP e especialização em Gestão de
Políticas Públicas pela Fundação Santo André.</span></div>
</div>
Laerte Fedrigohttp://www.blogger.com/profile/00857567414116138017noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-69222234123477349212019-03-09T07:30:00.002-08:002019-03-09T08:11:30.437-08:00A CONTRARREFORMA DA PREVIDÊNCIA E O APROFUNDAMENTO DAS DESIGUALDADES<div style="float: left; width: 48%;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-3VDb6YEVlg0/XIGOR14OzLI/AAAAAAAAEuo/GHjoPk8DxlANLUJsAI78e2bQI6fb-xe1ACLcBGAs/s1600/Tarja%2BLinha%2BEcon%25C3%25B4mica.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="45" data-original-width="294" height="40" src="https://4.bp.blogspot.com/-3VDb6YEVlg0/XIGOR14OzLI/AAAAAAAAEuo/GHjoPk8DxlANLUJsAI78e2bQI6fb-xe1ACLcBGAs/s200/Tarja%2BLinha%2BEcon%25C3%25B4mica.png" width="275" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<img border="0" data-original-height="569" data-original-width="949" height="180" src="https://1.bp.blogspot.com/-wPzXsXjYOZ0/XIGOk0O-VaI/AAAAAAAAEvM/KmQ2NS9e8AEGMqRPy0G5Umv7tiKwS4UyACLcBGAs/s200/imagem%2BLaerte%2BCortada.png" width="275" height="170" /><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; text-align: right;">Por Laerte Fedrigo*</span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: black; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;"><br /></span><span style="color: black; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;"> A exemplo do </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">temeroso, o atual governo busca, a todo custo, aprovar a contrarreforma da previdência, propondo, <span style="background: white; color: black;">entre outras atrocidades, </span><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">elevar o tempo de contribuição para 40 anos e a idade <span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">mínima da aposentadoria para 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, </span></span><span style="background: white; color: black;">além de igualar os trabalhadores do campo e da cidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">A justificativa continua sendo o déficit, visto como uma falácia por analistas e pesquisadores, segundo os quais, de acordo com <span style="color: black;">os artigos 194 e 195 da Constituição Federal, a previdência não deveria ser bancada apenas pelas suas contribuições, ou seja, a folha de pagamento. A lei incluiria outras fontes, como a COFINS a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, o Imposto de Importação de Bens e Serviços e as loterias. Considerando essas fontes, o sistema seria superavitário. Isso sem contar os R$ 450 bilhões devidos ao INSS por empresas privadas, conforme apurou CPI do Senado.</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/--LKgRWK2m3E/XIGOTuI-dkI/AAAAAAAAEvQ/jpZ1o0iTay43RDUyJrXr50qxa6tT8iqwwCEwYBhgL/s1600/tabela-1.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="592" data-original-width="1569" height="140" src="https://4.bp.blogspot.com/--LKgRWK2m3E/XIGOTuI-dkI/AAAAAAAAEvQ/jpZ1o0iTay43RDUyJrXr50qxa6tT8iqwwCEwYBhgL/s320/tabela-1.png" width="275" height="130" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">De qualquer modo, se aprovada como está, a contrarreforma da previdência aprofundará as desigualdades. <span style="background: white;">Se considerarmos a distribuição da população por idade, os dados indicam que enquanto no Sul e no Sudeste cerca de 11% da população têm mais de 65 anos, no Norte a porcentagem não chega a 7%. Se esta lei estivesse vigorando hoje, 11% da população poderia estar recebendo aposentadoria no Sul e no Sudeste, contra 6,8% na região Norte.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="background: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">E não é preciso ir longe para avaliar a perversidade da proposta. Em São Paulo, enquanto <o:p></o:p></span><span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px; text-indent: 37.7953px;">nos bairros nobres </span><span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px; text-indent: 37.7953px;">a expectativa </span><span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px; text-indent: 37.7953px;"> </span><span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px; text-indent: 37.7953px;">de </span><span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px; text-indent: 37.7953px;">vida beira 80 anos, </span><span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 1cm;">na </span><span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px; text-indent: 37.7953px;">peri</span><span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px; text-indent: 37.7953px;">feria </span><span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 1cm;">não chega a 55. Quem se aposentaria nos bairros mais pobres?</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-indent: 1cm;">
</div>
</div>
</div>
<div style="float: right; width: 48%;">
<span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px; text-align: justify; text-indent: 37.7953px;"></span><img border="0" data-original-height="785" data-original-width="867" height="288" src="https://4.bp.blogspot.com/-sTzczdIcsw8/XIGOT1QtYtI/AAAAAAAAEvE/Q5XQUpHxKh8Zpi8CZbq8ucHT5mH1c4EHwCEwYBhgL/s320/mapa-1.png" width="275" height="300" />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 4.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="background: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">Quer outro exemplo?</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;"> Enquanto na população de até 59 anos, a proporção de negros é maior que a de brancos, na população de 60 anos ou mais, a proporção se inverte. Em prevalecendo a proposta, a população negra trabalhará e contribuirá por mais tempo, mas usufruirá menos da aposentadoria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-wI5eKn24qOc/XIGOUKTf-NI/AAAAAAAAEvI/TmiU3hVWFocPx4Y74sPdTZZ6gHGHmB-SwCEwYBhgL/s1600/tabela-2.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="558" data-original-width="872" height="238" src="https://3.bp.blogspot.com/-wI5eKn24qOc/XIGOUKTf-NI/AAAAAAAAEvI/TmiU3hVWFocPx4Y74sPdTZZ6gHGHmB-SwCEwYBhgL/s320/tabela-2.png" width="280" height="240"/></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="background: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">As mulheres serão as mais prejudicadas com a contrarreforma. Normalmente, elas se aposentam por idade (aos 60 anos), uma vez que não conseguem atingir o tempo mínimo de contribuição, hoje de 15 anos. Isso porque têm menor taxa de participação no mercado formal de trabalho. Pela proposta encaminhada, o tempo mínimo de contribuição passa para 20 anos. Ainda assim, a aposentada receberá 60% do benefício. Para receber 100% terá que contribuir por mais 20 anos. Algo impossível, considerando que as mulheres </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; letter-spacing: 0.1pt;">agregam o trabalho doméstico ao emprego remunerado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">Em lugar de mercantilizar a questão social, transformando a previdência em negócio, portanto, o governo deveria cobrar caloteiros, acabar com os privilégios e com as desvinculações de receitas e primar pela seguridade social, cumprindo o que estabelece a Constituição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 8pt;">_____</span><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 4.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">* Bacharel e Mestre em Economia pela PUC/SP e Especialista em Gestão de Políticas Públicas pela Fundação Santo André.<i><o:p></o:p></i></span></div>
</div>
Laerte Fedrigohttp://www.blogger.com/profile/00857567414116138017noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-85633426055524633482019-02-04T05:01:00.000-08:002019-02-04T05:10:53.057-08:00A tragédia nossa de cada dia não Vale a pena<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-_BJTYrRuBMc/XFg0d2gbcFI/AAAAAAAAEuc/RbW29Hmz-m882t9LsOTMTcSqEZ3jlSaNgCEwYBhgL/s1600/LE.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="74" data-original-width="299" src="https://4.bp.blogspot.com/-_BJTYrRuBMc/XFg0d2gbcFI/AAAAAAAAEuc/RbW29Hmz-m882t9LsOTMTcSqEZ3jlSaNgCEwYBhgL/s1600/LE.png" /></a> Evaristo Almeida</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-4igx9QEfzOg/XFg0FP4dfGI/AAAAAAAAEuY/pwdDcfPoKzI8iXm4k4CEP4i5NAyp3xzHACEwYBhgL/s1600/Vale.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="281" data-original-width="352" height="159" src="https://1.bp.blogspot.com/-4igx9QEfzOg/XFg0FP4dfGI/AAAAAAAAEuY/pwdDcfPoKzI8iXm4k4CEP4i5NAyp3xzHACEwYBhgL/s200/Vale.png" width="200" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">O Brasil é um dos países mais ricos
do mundo, com muita terra, água em abundância, todos os minerais necessários ao
desenvolvimento, uma imensa população trabalhadora e todas as condições para
que todos possam ter uma vida plena e desfrute de todo o conforto que a etapa
histórica que vivemos permite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Mas o Brasil está inserido dentro de
um sistema injusto de dominação mundial, subordinado aos Estados Unidos,
Inglaterra, França, Japão e Canadá, Austrália, entre outros, que compõem a rede
imperialista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">São esses países que mais se beneficiaram com
o golpe ocorrido no país. Eles estão partilhando do petróleo do pré-sal, no
qual não investiram um centavo para descobrir e ficarão com as empresas
estatais brasileiras que serão praticamente doadas pelo governo Bolsonaro, como
foi a Vale, pelo governo do Fernando Henrique Cardoso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Para que esse sistema possa extorquir
as riquezas produzidas no nosso país, é preciso ter uma elite, na verdade uma
subelite, que represente aqui os interesses deles, em detrimento do que seria
bom para o Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Essa elite é representada pelos
grandes empresários, banqueiros, a grande mídia, boa parte do judiciário; cuja
ideologia é a do vira-lata, ou seja, o país a serviço da rede imperialista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Quais as formas da riqueza produzida
no Brasil beneficiar o povo brasileiro? Através do pagamento de salários
decentes, o que não ocorre, pois dos países industriais o salário pago no Brasil
é um dos mais baixos do mundo, o que não dá as condições para que as pessoas possam
viver de forma digna. Assim, pagar salários miseráveis é uma das condições dessa equação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Outra forma de manter a população
pobre é através do pagamento de juros pelos bancos, quando o povo toma crédito
ou parcela uma geladeira em 12 vezes, e paga o preço de duas. Os juros cobrados
aqui no cartão de crédito e no cheque especial são maiores do que os exigidos
pelos agiotas, que são considerados como criminosos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">A tributação regressiva, em que os
pobres pagam mais impostos do que os ricos, também é uma forma de extorsão,
aliada com a sonegação, feita pela elite brasileira, que usa o Estado para se
locupletar, mas tem pavor de pagar impostos. Isso tudo, retira os recursos
necessários para financiar o Estado e prover serviços decentes de saúde,
educação e dá uma vida boa para todos, o que não ocorre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">O Brasil é um país violento, com
altas taxas de homicídio e acidentes de trânsito, que vitima principalmente os
mais pobres.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">É um sistema criado e gerido pela elite que é pensado para ser assim, não é por acaso, pois uma pequena
parcela se beneficia desse estado de coisas, além de satisfazer o minotauro,
representado pelos países imperialistas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">E dentro dessa lógica que primeiro
ocorreu em Mariana e agora em Brumadinho, em que as barragens da Vale romperam,
matando centenas de pessoas e a idéia que passam é que é assim mesmo. Não esqueçamos dos mais de oito milhões de vidas ceifadas na extração da prata em Potosi, na Bolívia, pela Espanha, relatadas pelo Eduardo Galeano no livro As Veias Abertas da América Latina em que o que importa é a extração de riqueza, que enriqueceu a metrópole enquanto a pobreza, reina até hoje nessa região.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">A Vale opera dentro dessa
lógica, com o único objetivo de agregar valor para os seus acionistas. Uma parte deles vivendo confortavelmente em Nova Iorque, Paris, Londres, Sidney,
Tóquio ou em outro lugar bem longe daqui e a salvo da lama produzida pelos lucros que lhes garantem uma vida de extravagância.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">A Vale não tem compromisso com o
desenvolvimento social e econômico do Brasil e sim com o que determina o grande
capital financeiro internacional e para isso não faz manutenção nas barragens
de dejetos, para não gastar mais e aumentar o lucro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Se der errado, quem vai morrer é
principalmente o povo mais pobre, as multas não serão pagas, pois terá sempre
um juiz, desembargador, ministro ou alguém que seja que é parte dessa lógica e
os acionistas estão bem satisfeitos com os lucros produzidos, tanto é que as
ações da Vale já voltaram a se valorizar. Dessa forma, o crime compensa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">E assim, as tragédias vão se
sucedendo e muita gente cega preocupada com ideologia de gênero, kit gay e
outras distrações criadas pela elite, subordinada à rede
imperialista, que vivem do sangue do povo brasileiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Para o nosso povo não Vale a pena...<o:p></o:p></span></div>
<br />Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-82591627508200351192019-01-20T13:43:00.000-08:002019-03-09T08:02:04.590-08:00O CÁLCULO MAIS QUE PERFEITO DA IGNORÂNCIA E DA ESTUPIDEZ<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-4ekxLcIcBfc/XETo-axEBuI/AAAAAAAAIDk/Uukk0syj4GA2yT6E1Wvrry8EbELdQRw4wCLcBGAs/s1600/linha.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="45" data-original-width="294" src="https://3.bp.blogspot.com/-4ekxLcIcBfc/XETo-axEBuI/AAAAAAAAIDk/Uukk0syj4GA2yT6E1Wvrry8EbELdQRw4wCLcBGAs/s1600/linha.png" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
Por Laerte Fedrigo*</div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div style="float: left; width: 48%;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Em entrevista à RBA, Leonardo Boff afirmou que Bolsonaro é o triunfo da ignorância e da estupidez. Tenho que concordar com ele. Para fundamentar sua tese, o Teólogo utilizou vários adjetivos. Vou me ater ao reajuste do salário mínimo.</span></div>
<span style="font-family: inherit;"></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">Para quem não lembra, o governo petista estabeleceu que o salário mínimo seria reajustado com base na inflação (INPC) do ano anterior mais a taxa de crescimento do PIB de dois anos antes. Essa regra, que virou lei e deveria vigorar até 2019, podendo ser prorrogada até 2023, foi responsável pela valorização real do salário mínimo, que exerceu papel importante na queda da pobreza e da desigualdade de renda, com impacto sobre o consumo dos mais pobres.</span></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-crRkC9X62-M/XETlQR8SCRI/AAAAAAAAIDY/NuUjiCBZ98UR5LFZaJOWeyrQHSCEhJ16QCLcBGAs/s1600/foto-gr%25C3%25A1fico.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="645" height="228" src="https://2.bp.blogspot.com/-crRkC9X62-M/XETlQR8SCRI/AAAAAAAAIDY/NuUjiCBZ98UR5LFZaJOWeyrQHSCEhJ16QCLcBGAs/s320/foto-gr%25C3%25A1fico.png" width="280" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Com o afastamento da Presidenta Dilma, a Lei deixou de ser cumprida, em prejuízo da classe trabalhadora e da economia em geral. Em 2017, o salário mínimo foi reajustado em 6,48%, abaixo do INPC de 2016, que foi 6,58%. Em 2018, o reajuste foi 1,81%, enquanto o INPC de 2017 foi 2,07%. Em dois anos, a perda acumulada foi de 0,34%.</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-family: inherit;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "verdana";">No Projeto de LDO enviado ao Congresso em 2016, Dilma projetou o salário mínimo de R$ 1.067,40 em 2019. No final de 2018, o Congresso aprovou que seria de R$ 1.006,00. </span></span></span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Não obstante, </span><span style="background-color: white;">no dia da posse Bolsonaro reduziu o valor por meio</span></div>
</div>
<div>
<div style="float: right; width: 48%;">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: inherit;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">de decreto para R$ 998,00. Foi o segundo menor reajuste em </span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">24 anos. </span></span><br />
<span style="background: white; font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="background: white; font-family: inherit;">A decisão de Bolsonaro foi motivada
pelo corte nos gastos públicos, já que o salário mínimo é base para o pagamento
de aposentados e pensionistas. Fundamenta-se, porquanto, na tese liberal de que
a recessão é resultante do aumento dos gastos públicos, contraposta pelo </span><span style="font-family: inherit;">Nobel de Economia, Paul Krugman, para quem a
austeridade aprofunda a crise. Bolsonaro
e</span><span style="background: white; font-family: inherit;">squece também que o aumento do salário
mínimo ajuda o consumidor e o comércio, estimulando a economia e a arrecadação
tributária.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Segundo o
DIEESE, cerca de 48 <span style="background: white;">milhões de trabalhadores recebem salário mínimo. Quem ganha salário
mínimo, obviamente, gasta toda sua renda consumindo mercadorias e serviços </span><span style="background: white;">realizados
pelas empresas</span><span style="background: white;">. </span>Porquanto, s<span style="background: white;">e o salário mínimo aumenta, o consumo das famílias também
aumenta, as empresas produzem e vendem mais e a arrecadação tributária cresce.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background: white;">Desconheço dados empíricos a
respeito do impacto do aumento do salário mínimo sobre o consumo das famílias,
a dinâmica da economia e a arrecadação tributária, mas conheço o belíssimo trabalho
do IPEA intitulado </span><i>Programa Bolsa Família: uma década de inclusão e cidadania</i>. Segundo ele, a cada R$ 1 transferido pelo Bolsa Família, o consumo
final das famílias aumenta R$ 2,40. Como, segundo o IPEA, o consumo responde por 43,7% do total de
tributos arrecadados no Brasil e a mão de obra por 37,5%, não é difícil
calcular o tamanho da ignorância e da imbecilidade da decisão do governo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">______<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">*
Economista, com Bacharelado e Mestrado pela PUC/SP) e Especialização em Gestão
de Políticas Públicas pela Fundação Santo André.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<br />Laerte Fedrigohttp://www.blogger.com/profile/00857567414116138017noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-9513451501027415992018-05-30T21:15:00.001-07:002021-10-26T12:02:04.849-07:00 O CRIME DE LESA PÁTRIA E A GREVE DOS CAMINHONEIROS<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-no-proof: yes;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype
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</v:shapetype><v:shape id="Imagem_x0020_1" o:spid="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75"
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</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="WordSection1">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-eryjgMfzHoY/WtDpCtqavdI/AAAAAAAAEtk/2xr3zF1zA-4LPwQ9KM5n_IJuRSCM1NOoQCLcBGAs/s1600/linha.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="45" data-original-width="294" height="48" src="https://1.bp.blogspot.com/-eryjgMfzHoY/WtDpCtqavdI/AAAAAAAAEtk/2xr3zF1zA-4LPwQ9KM5n_IJuRSCM1NOoQCLcBGAs/s320/linha.png" width="320" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 120.5pt; margin-right: 0cm; margin-top: 24.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">Por
Laerte Fedrigo*</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 99.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 24.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">A greve
dos caminhoneiros abriu janelas para o debate nacional. Destaco aqui o papel da
Petrobras, que mediante o contexto golpista temeroso, deixou de ser uma empresa
estratégica para o desenvolvimento brasileiro, afetando a economia e a
população em geral. O entendimento da questão requer uma leitura dos fatos em
perspectiva histórica, a começar pelas circunstâncias em que a companhia foi
fundada em 1953.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Durante
séculos o Brasil não passou de um país primário-exportador, pautado pela
monocultura. As poucas tentativas de industrialização não prosperaram,
especialmente porque o mercado interno era inexistente, uma vez que a força de
trabalho não era assalariada, o que desestimulava o empreendedorismo industrial.
Por conta da importação de bens industrializados, que atendiam os anseios de
consumo da elite escravocrata, a renda gerada no país migrava para o exterior.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Com
o ciclo do café, a dinâmica da economia brasileira começou a se modificar. Com os
cafezais, surgiu uma nova economia baseada no trabalho assalariado. O fluxo de
renda, que se dava com o exterior, passou a se dar internamente: dentro da economia cafeeira e desta com o setor
produtor de subsistência. Ao aquecer o mercado interno, as relações mercantis e monetárias abriram
precedentes para o desenvolvimento
industrial, embora de forma incipiente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">A
Depressão da década de 1930 contribuiu sobremaneira para o avanço da industrialização
brasileira. A crise afetou as exportações. Sem divisas, a elite não conseguia
dar vazão aos seus anseios de produtos importados, de modo que se viu obrigada
a produzir internamente aquilo que até então importava, evento conhecido como Processo
de Substituição de Importações (PSI). Aos poucos, a produção primário-exportadora
foi dando lugar à produção industrial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Mas
nem tudo foi flor neste processo. O PSI alavancou problemas clássicos da economia brasileira, como a insuficiência de poupança e os desequilíbrios
externos, razão pela qual, além das suas funções tradicionais, o Estado passou
a desempenhar funções mais complexas,
contexto em que se inseriu o Projeto Nacionalista do Governo Vargas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Com
o Projeto Nacionalista, Vargas buscou
superar os gargalos da economia brasileira. O diagnóstico era que o
desenvolvimento da indústria exigiria vultosos investimentos em infraestrutura
e na produção de insumos, que o estoque de capital existente era pequeno e que o
capital estrangeiro não tinha interesse em desenvolver a indústria de países
subdesenvolvidos. O papel do Estado seria fundamental, porquanto, para aumentar
a disponibilidade de capital, investir em infraestrutura e apoiar o setor
privado, tendo como estratégia estimular
o desenvolvimento autônomo do país, baseado na empresa nacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">Para dar cabo aos objetivos estratégicos do
seu programa de governo, Vargas condicionou as importações aos interesses
industriais, criou o BNDE(S) para financiar projetos de infraestrutura e de
implantação de indústrias e instituiu um bloco significativo de atividades produtivas, com a criação de um
número expressivo de empresas estatais,
cuja missão era produzir insumos e vendê-los a preços subsidiados para a
indústria nascente no Brasil. Graças ao modelo, </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">o Brasil se tornou uma
das mais importantes nações industrializadas do planeta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">Entre as empresas estatais criadas
por Vargas estava a Petrobras. Embalado pela campanha “o petróleo é nosso”, Vargas
criou a empresa em 3 de outubro de 1953, tendo como principal objetivo a
exploração de petróleo no território brasileiro. M<span style="background: white;">ais do que uma empresa pública, nascia ali um símbolo nacional,
que se tornaria a maior empresa brasileira e uma das maiores petrolíferas do
mundo, com elevada capacidade produtiva e arrojada tecnologia de ponta.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">Ao contrário do
que prega a grande mídia, os governos petistas fizeram muito bem à Petrobras<i>. </i>A</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">lém de manter praticamente inalterados os preços nas
refinarias, </span><em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; font-style: normal; padding: 0cm;">os governos petistas </span></em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">mais que dobr</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">aram
</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">o número de plataformas</span><em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; font-style: normal; padding: 0cm;"> da
companhia</span></em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;"><i>, </i>que passaram de 36 </span><em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; font-style: normal; padding: 0cm;">em
2003 </span></em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">para 82</span><em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; font-style: normal; padding: 0cm;"> em
2013. No período</span></em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;"><i>, </i>a produção </span><em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; font-style: normal; padding: 0cm;">da
empresa </span></em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">cresceu 5% ao ano e o lucro
anual médio passou de 3 bilhões para 26 bilhões de reais. Ao instituir a
política de conteúdo nacional nos investimentos do setor de petróleo, o</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">s</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;"> governo</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">s</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;"> petista</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">s</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;"> possibilit</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">aram
</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">ainda a formação de uma forte
cadeia de suprimentos, que promoveu a expansão da capacidade produtiva das
empresas domésticas, irradiando a criação de empregos. </span><em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; font-style: normal; padding: 0cm;">A </span></em><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">Petrobras foi transformada nu</span><span style="border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">ma
das mais eficientes e lucrativas empresas do mundo e na empresa brasileira que
mais gera patentes. Van</span><span style="background: white; border: 1pt none; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;">guarda<i> </i>na
exploração de petróleo em águas profundas<i>, </i></span><span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">recebeu por três </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">vezes o prêmio
OTC, espécie de óscar do setor petrolífero.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">Desde o golpe de
estado, e a consequente usurpação do poder em 2016, a Petrobras passou por um
profundo processo de mudanças negativas, a começar pela aprovação do Projeto de
Lei de autoria do Senador José Serra, que alterou o sistema de partilha do
pré-sal, retirando da companhia </span><span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; letter-spacing: -0.4pt;">a exclusividade nas atividades de exploração na camada,
com participação mínima de 30% </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">em cada licitação. Com
isso</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">, as refinarias começaram a operar com ociosidade,
que chegou a 36% (900 milhões de barris de petróleo processados a menos por dia).
Como se não bastasse, o governo temeroso vendeu uma série de ativos da empresa e
campos de petróleo e adotou uma política de alinhamento internacional dos
preços. O resultado do conjunto da obra foi a elevação de mais de 50% no preço
da gasolina e do diesel, de 60% do GLP e de 70% do gás de cozinha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">A greve dos
caminhoneiros, portanto, é uma espécie de tragédia anunciada, consequência de
uma estratégia perversa de destruição de um dos maiores símbolos nacionais, a
Petrobras. Não se trata apenas da desconstrução de uma empresa pública, mas de
todo um segmento estratégico para o desenvolvimento e soberania do país. O
desmonte da Petrobras é um crime de lesa pátria, que atende exclusivamente aos
interesses estrangeiros, às custas d</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;">os consumidores brasileiros que
pagam mais e sofrem os impactos recessivos do aumento dos preços. A campanha “o
petróleo é nosso” nunca foi tão atual e necessária. O Brasil precisa reencontrar
o seu grande destino, colocando fim ao golpismo entreguista! “Quem sabe faz a
hora, não espera acontecer”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">______</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">* Laerte Fedrigo é Professor,
Bacharel e Mestre em Economia pela PUC/SP e Especialista em Gestão de Políticas
Públicas pela Fundação Santo André. </span></div>
<br />Laerte Fedrigohttp://www.blogger.com/profile/00857567414116138017noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-53490878179720740272018-04-11T19:55:00.002-07:002019-03-09T08:02:59.012-08:00APESAR DO UFANISMO, ECONOMIA CONTINUA EMPACADA<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: left;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-eryjgMfzHoY/WtDpCtqavdI/AAAAAAAAEtk/2xr3zF1zA-4LPwQ9KM5n_IJuRSCM1NOoQCLcBGAs/s1600/linha.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="45" data-original-width="294" height="48" src="https://1.bp.blogspot.com/-eryjgMfzHoY/WtDpCtqavdI/AAAAAAAAEtk/2xr3zF1zA-4LPwQ9KM5n_IJuRSCM1NOoQCLcBGAs/s320/linha.png" width="320" /></a></div>
<br />
(Por Laerte Fedrigo*)</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="float: left; width: 48%;">
<div style="text-align: justify;">
Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% no Brasil, o que levou especialistas a dizerem que o país tinha vencido a recessão, de tal sorte que dali para frente seria só crescimento.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-qw6vM4dElyg/WtDmvNEcMTI/AAAAAAAAEtE/kkFT1vgQRwI0KqEZiC8HXaNK3F-U2NyLQCLcBGAs/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="399" data-original-width="704" height="210" src="https://2.bp.blogspot.com/-qw6vM4dElyg/WtDmvNEcMTI/AAAAAAAAEtE/kkFT1vgQRwI0KqEZiC8HXaNK3F-U2NyLQCLcBGAs/s320/1.jpg" width="280" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
A realidade parece ser bem diferente. Dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o setor de serviços recuou 1,9% em janeiro de 2018, após alta de 1,0% em novembro e de 1,5% em dezembro de 2017. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal, do mesmo instituto, a produção industrial caiu 2,4% em janeiro, após ter crescido nos quatro últimos meses de 2017.<br />
Ainda segundo dados do IBGE, a queda na atividade econômica industrial em janeiro foi generalizada. Dos 24 ramos pesquisados na indústria de transformação, 20 recuaram em janeiro de 2018, na comparação com dezembro de 2017. A principal influência negativa foi o ramo produtor de veículos automotores e de outros equipamentos de transportes, exatamente aquele que determinou o crescimento do PIB em meses anteriores.<br />
É importante observar que o “pibinho” de 2017 foi puxado pelo bom desempenho da agropecuária e pelo consumo das famílias, o que pode não se sustentar nos próximos meses. Análise bastante otimista do IPEA, expressa pela Visão Geral da Carta Conjuntura 37ª, projeta para 2018 uma queda de 2,5% do PIB agropecuário. O consumo das famílias, por seu turno, deverá ser influenciado negativamente pela aceleração da inflação e pelo aumento do desemprego, que tendem a reduzir a massa salarial em termos reais.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-kxUVEQs0E3c/WtDnGj_Wk9I/AAAAAAAAEtI/rZMgnWSXKrsXBRrCaurv8vAw_E49BkvawCLcBGAs/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="513" data-original-width="683" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-kxUVEQs0E3c/WtDnGj_Wk9I/AAAAAAAAEtI/rZMgnWSXKrsXBRrCaurv8vAw_E49BkvawCLcBGAs/s320/2.jpg" width="280" /></a></div>
É bom lembrar que a taxa de desemprego já voltou a crescer no Brasil, passando de 11,8% no último trimestre de 2017 para 12,6% no trimestre encerrado em fevereiro de 2018. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), foram 810 mil novos desempregados, que se somaram aos 12,31 milhões de brasileiros que já estavam nesta condição </div>
</div>
<div style="float: right; width: 49%;">
<div style="text-align: justify;">
em dezembro de 2017, totalizando 13,12 milhões de pessoas desocupados.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-ZwaYEQCMqRs/WtDnqNW8o3I/AAAAAAAAEtU/qBQdmXKjSw4hpvldFdFahWvldqF2eS4xgCLcBGAs/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="445" data-original-width="670" height="200" src="https://4.bp.blogspot.com/-ZwaYEQCMqRs/WtDnqNW8o3I/AAAAAAAAEtU/qBQdmXKjSw4hpvldFdFahWvldqF2eS4xgCLcBGAs/s320/3.jpg" width="280" /></a></div>
Como se não bastasse, segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), enquanto no andar de cima o lucro líquido dos três maiores bancos privados que atuam no território nacional subiu 20% em 2017, no andar de baixo o volume de brasileiros com contas em atraso e com restrições no CPF subiu 2,1%. De acordo com a pesquisa SPC/CNDL, o número de inadimplentes no Brasil passa de 60,7 milhões de pessoas, o que representa 40% da população adulta residente no País, graças aos juros escorchantes cobrados pelos bancos.<br />
Não poderia ser diferente, já que apesar da taxa básica de juros – a SELIC estar no patamar mínimo da série histórica, os juros bancários continuam elevadíssimos no Brasil. A título de exemplos, segundo dados do Banco Central do Brasil, a taxa média de juros passa de 55% ao ano nas chamadas operações livres de crédito (aquelas que excluem financiamentos imobiliários e do BNDES) e as taxas do cheque especial e do cartão de crédito rotativo passam de 320% ao ano. Isso acontece por conta da concentração bancária, que faz com que se tenha aqui o maior spread do mundo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-FiSijGmsNgA/WtDoCheK0nI/AAAAAAAAEtY/Z9fbwRVRCnc_v2Rl2IaLVm3cxmTRqtQ_ACLcBGAs/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="223" data-original-width="230" height="250" src="https://1.bp.blogspot.com/-FiSijGmsNgA/WtDoCheK0nI/AAAAAAAAEtY/Z9fbwRVRCnc_v2Rl2IaLVm3cxmTRqtQ_ACLcBGAs/s320/4.jpg" width="280" /></a></div>
Do setor externo, pouco pode ser esperado. A Carta Conjuntura 37ª do IPEA projeta para 2018 um aumento de 7,8% das importações, contra 4,3% das exportações. O mesmo pode ser dito da política fiscal, já que a PEC do Teto congelou os gastos públicos por 20 anos. Se o gasto público se mantiver estático e o consumo das famílias e do resto do mundo diminuir, a tendência será a queda dos investimentos privados, o que retroalimentará o ciclo vicioso da atividade econômica.<br />
O que querem, portanto, os analistas com tamanho ufanismo em relação ao futuro da economia brasileira? <i>O que sei é que sou assombrado por certos humanos.</i><br />
___________<br />
* Mestre em economia pela PUC/SP.<br />
<div>
<br /></div>
</div>
</div>
Laerte Fedrigohttp://www.blogger.com/profile/00857567414116138017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-16682805684978914152018-01-16T14:57:00.000-08:002018-01-16T17:21:42.067-08:00O anúncio do IPCA 2017: um ritual macabro do governo e das elites<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
(Por Laerte Fedrigo*)</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="float: left; width: 48%;">
<div style="text-align: justify;">
O IPCA de 2017 fechou em 2,95%. O Governo Temer e as elites festejaram o fato como se o Brasil tivesse sido campeão mundial de futebol, devolvendo os 7 x 1 para a Alemanha. Logicamente, queremos os preços sob controle, já que a inflação tem o efeito perverso de transferir recursos daqueles que têm renda fixa, os trabalhadores e aposentados, para os que têm renda variável, os empresários. Mas o fato é que aumentaram o gás, o etanol, a gasolina e o diesel, a taxa de água e esgoto, a energia elétrica e o transporte, entre outros preços. Para piorar, a economia continua patinando no atoleiro e sem qualquer direção.<br />
<br />
A teoria econômica apresenta algumas causas para a inflação. Uma delas é o choque de oferta. Neste caso, a inflação ocorre por conta do aumento nos preços dos insumos produtivos, como energia e transportes. É a chamada inflação de custos. À medida que os preços desses insumos aumentam, os custos das empresas também aumentam. Como as empresas possuem recursos limitados, produzem menos, provocando escassez de produtos no mercado, o que força a elevação dos preços. Em outras palavras, as pessoas vão ao mercado comprar e como a oferta de produtos está baixa, aceitam pagar mais pelos produtos ofertados pelas empresas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É indiscutível que está havendo uma aceleração nos preços dos insumos produtivos no Brasil. A título de exemplo, os dados indicam que, em 2017, a taxa de água e esgoto subiu 10,52% e a gasolina 10,32%. Só em dezembro, o etanol subiu 4,34% e as passagens aéreas 22,4%. A lógica, portanto, seria de aceleração generalizada dos preços e não o inverso. Por que, apesar disso, o IPCA desacelerou? Segundo o IBGE, o governo e os analistas do mercado, isso foi provocado pelo comportamento dos preços dos alimentos que teriam ficado mais baratos em 2017, por conta da safra agrícola recorde.<br />
<br />
Que a safra agrícola foi recorde em 2017 não restam dúvidas, mas que ela tenha sido a causa da desaceleração da inflação parece pouco provável. Os dados da série histórica da figura a seguir mostram que nunca existiu elação entre o aumento da produção agrícola e a desaceleração do IPCA. Pelo contrário: o que eles indicam é que no período, a produção agrícola e o IPCA variaram sempre na mesma direção; ou seja, quando a produção agrícola cresceu, o IPCA também cresceu e vice-versa.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
Figura 1 – Variação % da produção agrícola e do IPCA.</div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-vOCmKaiLHhE/Wl6NPWXrtFI/AAAAAAAAEr0/iLp8gNOPeKodb5P_QqSl-RJfn4oaqG3qACLcBGAs/s1600/12312.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="180" data-original-width="277" src="https://3.bp.blogspot.com/-vOCmKaiLHhE/Wl6NPWXrtFI/AAAAAAAAEr0/iLp8gNOPeKodb5P_QqSl-RJfn4oaqG3qACLcBGAs/s1600/12312.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fonte: LSPA/IGBE</td></tr>
</tbody></table>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
<div style="float: right; width: 47%;">
<div style="text-align: justify;">
Para compreendermos essa desaceleração dos preços precisamos conhecer outra causa da inflação, o choque de demanda. Deste ponto de vista, a aceleração dos preços seria provocada pelo aumento do consumo, em decorrência de políticas econômicas expansionistas, como o aumento dos investimentos do governo, o estímulo ao crédito e os programas redistributivos de renda. À medida que geram empregos, essas políticas tenderiam a elevar a capacidade de consumo das famílias, o que exerceria pressão ascendente dos preços, especialmente naquela situação em que a economia se aproxima do pleno emprego.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ora, a economia brasileira está em frangalhos, uma vez que o Governo Temer desenvolve uma política econômica restritiva, pautada pelo corte nos investimentos e nos gastos sociais, em contraposição à uma política monetária que mantém os juros em patamar estratosférico, dificultando o crédito e facilitando a transferência de renda para uma minoria rentista. A consequência dessa opção governamental é o desemprego em alta, na ordem de 12% da PEA, e a queda livre do emprego com carteira assinada.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; letter-spacing: -0.4pt; line-height: 115%;"><v:shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f"> <v:stroke joinstyle="miter"> <v:formulas> <v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"> <v:f eqn="sum @0 1 0"> <v:f eqn="sum 0 0 @1"> <v:f eqn="prod @2 1 2"> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"> <v:f eqn="sum @0 0 1"> <v:f eqn="prod @6 1 2"> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"> <v:f eqn="sum @8 21600 0"> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"> <v:f eqn="sum @10 21600 0"> </v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:formulas> <v:path gradientshapeok="t" o:connecttype="rect" o:extrusionok="f"> <o:lock aspectratio="t" v:ext="edit"> </o:lock></v:path></v:stroke></v:shapetype><v:shape id="_x0000_i1025" o:ole="" style="height: 145pt; width: 221.5pt;" type="#_x0000_t75"> <v:imagedata o:title="" src="file:///C:/Users/jocar/AppData/Local/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image001.emz"> </v:imagedata></v:shape><!--[if gte mso 9]><xml> <o:OLEObject Type="Embed" ProgID="Excel.Sheet.12" ShapeID="_x0000_i1025"
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<div style="text-align: justify;">
Este desastre parece explicar verdadeiramente a tão badalada desaceleração do IPCA. Ao reduzir o poder de compra das famílias, o desemprego e a precarização do trabalho provocam o choque de demanda às avessas. Desprovidas de recursos, as famílias gastam menos, de tal sorte que os produtores se veem forçados a reduzirem os preços, mesmo num contexto de choque de oferta. Em lugar de atender a demanda dos que ascenderam socialmente na última década, estimulando a ampliação da capacidade produtiva da economia, o Governo Temer e as elites optaram pelo oposto, às custas da sangria dos direitos sociais e trabalhistas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a comemoração esconde outra façanha. Considerando a queda na taxa de juros que remunera a dívida pública (a SELIC), era de se esperar que os credores fugissem dos títulos do governo. Não obstante, como o que os investidores buscam são ganhos reais, a desaceleração da inflação acabou funcionando com um amortecedor para os credores do governo. Em 2015 a SELIC fechou o ano em 14,25% e o IPCA em 10,67%, o que resultou numa taxa de juros real de 3,58%. Em 2017, a SELIC caiu para 7,5%, mas como o IPCA despencou para 2,95%, a taxa de juros real subiu para 4,55%. Um prato cheio para os rentistas e especuladores.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os sorrisos do Governo Temer e das elites refletem, portanto, a perversidade; o gozo, ou pulsão de morte, na formulação psicanalítica. Uma espécie de ritual macabro, onde é comemorada, não a melhora da economia, mas a desgraça dos desvalidos. Só Lacan para explicar. Ou não!</div>
<div style="text-align: justify;">
______</div>
<div style="text-align: justify;">
* Mestre em Economia pela PUC/SP.</div>
</div>
<div style="clear: both;">
</div>
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-10575540653076413552017-10-27T16:40:00.000-07:002017-10-27T16:40:19.731-07:00Crônicas Econômicas - O Economicismo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-xkf6ydSgxFI/WfPDhFv6vxI/AAAAAAAAErQ/VbMp1Y11HwAv5O-GieTXqYGCnaihB4p5QCLcBGAs/s1600/LE.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-xkf6ydSgxFI/WfPDhFv6vxI/AAAAAAAAErQ/VbMp1Y11HwAv5O-GieTXqYGCnaihB4p5QCLcBGAs/s320/LE.png" width="320" height="79" data-original-width="299" data-original-height="74" /></a></div><br />
<br />
<b>O Economicismo</b><br />
<br />
Evaristo Almeida<br />
<br />
Uma crítica bastante contundente do Henri Lefebvre contra as ciências parcelares é a forma como elas são usadas ideologicamente para encobrir outros interesses, ele as chama de forma pejorativa de economicismo, filosofismo, sociolisgmo, entre outros.<br />
<br />
Isso me animou a escrever sobre o economicismo, que é a economia na sua forma mais vulgar; antes tínhamos a economia política, que é a economia em que a contradição das classes sociais está presente, assim também como toda formação histórica que explica o desenvolvimento e o subdesenvolvimento de um país.<br />
<br />
O economicista (e não economista, não confundam) se forma nas universidades mais famosas dos Estados Unidos, ou em simulacros no Brasil, que as copiam e se orgulham disso. O economista John Kenneth Galbraith, escreveu no livro “A Era das Incertezas” que ele tinha preocupação no que essas instituições ensinavam, principalmente porque a maioria dos alunos eram de países do terceiro mundo e cuja aplicabilidade não era possível nem nos Estados Unidos.<br />
<br />
Pelo visto, lá também eles tentaram aplicar o economicismo, pois concentraram a renda no 1% mais rico da população com aumento da desigualdade da renda e transformaram os Esteites num país especializado em produzir papéis, pela captura do capital financeiro que abdica do movimento mostrado por Marx da acumulação capitalista de D-M-D’, em que dinheiro ou capital (D) é transformado em mercadoria (M) e no final esse dinheiro, através do trabalho, é valorizado com mais-valia (D’). Optaram pelo circuito financeiro D-D’, sem a intermediação da produção de mercadorias, ou seja, do uso do trabalho humano e só produz crises financeiras, que vem se repetindo desde os anos 1970 e a maior de 2008, quebrou tanto os Estados Unidos quanto a Europa.<br />
<br />
O resultado dessas estripulias todas foi o aumento da pobreza e da desigualdade social nesses países.<br />
<br />
Bem, mas os cabeças de planilha (como Nassif apelidou os economicistas) tupiniquins são lobotomizados e seguem a cartilha decorada nos Estados Unidos de forma canina, mesmo porque são ideologicamente alinhados com o neoliberalismo que vê o mercado como unidade suprema acima do povo; pregam redução do gasto social e dos direitos trabalhistas e previdenciários, alta taxa de desemprego para que os salários não ameacem a taxa de lucros, passar todos os bens coletivos para controle privado no processo que no passado ficou conhecido como privataria (as empresas, geralmente estrangeiras, receptam esses ativos a preços vis, como o pré-sal hoje, como as gangues fazem com produtos alheios) e estão a serviço dos interesses estrangeiros, em prejuízo do povo brasileiro (fazem parte da <i>subelite</i>, que são aqueles que estão comprometidos com o projeto de nação dos países centrais).<br />
<br />
Os representantes do economicismo estão na mídia, da qual se dizem comentaristas de economia, mas a realidade mostrou que defendem unicamente a reprodução do capital em detrimento da dignidade humana e até nutrem certo desprezo pelo nosso povo, falam do mercado de capitais (bolsa de valor), como se fosse economia e trabalharam diuturnamente para o golpe de estado que colocou uma quadrilha no governo do país com o terrorismo econômico que praticaram.<br />
<br />
Eles estão na televisão, nos jornais, nos rádios, mas também na academia, ensinando teorias para os alunos que perpetuam a condição da desigualdade social no Brasil e a condenação ao subdesenvolvimento.<br />
<br />
Abdicaram de construir uma nação soberana com o povo, em que a condição de vida boa para todos seja possível.<br />
<br />
Os representantes do economicismo defendem juros altos, mesmo não tendo nada na teoria econômica que justifique a transferência pelo governo do pagamento de R$ 500 bilhões de juros anualmente ou a cobrança de 400% pela banca privada, num processo de agiotagem consentida e que deveria ser combatida.<br />
<br />
Eles são parte do processo de locupletação da suposta elite brasileira (<i>subelite</i>), que usam o argumentos dos juros para expropriar recursos que deveriam ir para a educação, saúde, mobilidade urbana, segurança, pagamento de melhores salários aos professores, entre outros gastos socialmente benéficos para a economia, mas vão para o 1% mais rico do país.<br />
<br />
E esse dinheiro vem de impostos regressivos, coletados principalmente entre os mais pobres que pagam muito mais, proporcionalmente a renda, do que os mais ricos. <br />
<br />
Além de surrupiar via juros, parte dos recursos do Estado, a suposta elite (<i>subelite</i>) não gosta de pagar impostos, pois sonegam anualmente cerca de US$280 bilhões, segundo dados de 2013, divulgados por <i>Tax Justice Network </i>(rede de justiça fiscal, em tradução livre, organização internacional independente com base em Londres, que analisa e divulga dados sobre movimentação de impostos e paraísos fiscais), dados de 2010.<br />
E tudo isso é escondido da população pelos economicistas, através dos seus bate-estacas na mídia e na academia, que usam a questão fiscal (<i>falácia fiscal</i>) como argumento para acabar com a aposentadoria, gastos sociais e redução dos direitos trabalhistas.<br />
<br />
E os partidários do economicismo, ficam em êxtase quando um prefeito, como o de São Paulo, legítimo representante da suposta elite (<i>subelite</i>) diz que vai distribuir restos de comida fossilizados para a população de rua e para os alunos da rede municipal (imagino o que Waldick Soriano e Falcão diriam a respeito dessa ração) e ameaçou que em breve o país inteiro será vítima dessa infâmia.<br />
<br />
Uma pergunta, será que ministério público que ficou indignado com uma ciclovia na Avenida Paulista na gestão passada, vai questionar o gestor, o empresário que não é político, que está prefeito de São Paulo? Ou hibernará durante os quatro longos anos dessa “<i>jestão</i>”?<br />
<br />
Ou uma ciclovia deve provocar mais indignação que distribuição de restos de comida à população?<br />
<br />
E a televisão, os jornais, rádios, que atacavam diuturnamente as ciclovias, que reduziu a mortalidade de ciclistas na capital, vão se manifestar contra a distribuição de ração à população? <br />
<br />
Ou o papel da mídia na cidade de São Paulo é agir politicamente em torno de um projeto de dominação social, de forma parcial, tratando o que é bom como a ciclovia como ruim e o que é um acinte à dignidade humana de forma acalorada?<br />
<br />
É o processo invertido, em que o bom é ruim e o ruim é bom, de acordo com os interesses políticos mais escusos da suposta elite (<i>subelite</i>) brasileira?<br />
<br />
Ou acham que o povo é lixo e merece comer o que nem a cão deveria ser distribuído?<br />
<br />
Alguém vai investigar a empresa que está por trás disso tudo?<br />
<br />
Será que já ouviram falar que comida é arroz, feijão, carne, frutas, saladas, que é o que deveria ser distribuído?<br />
<br />
Ou não consideram os pobres e os alunos das escolas públicas como gente? <br />
<br />
A farinata seria distribuída em escolas como o Dante Alighieri, Bandeirantes ou nessas escolas bilíngües, as <i>high schools</i>?<br />
<br />
Nesse caso, provocaria uma forte reação da alta classe média paulistana, que está se lixando quando são estudantes da periferia?<br />
<br />
Ou os alunos do Campo Limpo, Jardim Paraná, Itaquera, Jardim Ângela, São Mateus, entre outros, são diferentes deles? <br />
<br />
A condição humana não é a mesma?<br />
<br />
Bem, voltemos ao economicismo que gosta muito quando um governo como Alckmin, que assim comoTemer (que não foi derrubado ainda por representar interesses que vão contra o bem-estar do povo brasileiro e está a serviço de interesses estrangeiros) enviou o PL 920/2017 à Alesp para cortar gastos sociais, correção salarial e evolução na carreira dos funcionários públicos, para pagamento de juros da dívida pública.<br />
<br />
O Alckmin sabe que a condição da saúde, da educação, da mobilidade e da segurança é precária, mas de novo os interesses do mercado em detrimento da população é o que importa?<br />
<br />
O economicismo está atrelado aos interesses da suposta elite brasileira (<i>subelite</i>), cujas ideias vieram nas caravelas de Cabral, que é explorar essas terras e o seu povo e depois se mandarem, antes iam para Lisboa, agora vão para Miami.<br />
<br />
Para finalizar essa crônica o economicismo é um misto de picaretagem econômica e alienação política, feita com o uso da mídia, a serviço da espoliação do povo brasileiro.<br />
<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-46820145944741861462017-09-17T11:01:00.000-07:002018-01-15T19:09:43.288-08:00O BRASIL ESTÁ A VENDA. O PREÇO, A TEMER!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-fw48IM_LmaM/Wb64XuJejxI/AAAAAAAAEq8/RcX5H4Hl-hozx6wem3AqamQXbIAMuES3wCLcBGAs/s1600/LE.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-fw48IM_LmaM/Wb64XuJejxI/AAAAAAAAEq8/RcX5H4Hl-hozx6wem3AqamQXbIAMuES3wCLcBGAs/s320/LE.png" width="320" height="79" data-original-width="299" data-original-height="74" /></a></div><br />
Por Laerte Fedrigo*<br />
<br />
Está em curso no Brasil um novo e famigerado processo de privatizações, motivado pela suposta crise fiscal do Estado e pela tese (velada) de que o mercado é mais eficiente que o setor público. Privatizar traria duplo benefício: de um lado resolveria o problema do déficit; de outro, melhoraria os serviços demandados pela sociedade. Grande falácia.<br />
<br />
Em qualquer lugar do mundo o mercado só se desenvolveu graças à forte intervenção do Estado, a exemplo da Alemanha, dos EUA, da Coréia do Sul e de Singapura, para ficar nuns poucos países. Nem Adam Smith, o pai do liberalismo, chegaria a tamanha heresia, já que defendia que, além da justiça e da segurança, o Estado deveria realizar obras públicas que favorecessem o desempenho do mercado. Ademais, qual seria a medida da eficiência do setor de telecomunicações ou dos planos de saúde, senão os preços exorbitantes?<br />
<br />
No caso do Brasil, muitos são os mitos nesta seara. Até 1940 não passava de uma economia primário-exportadora, pautada pela monocultura. De lá para cá, graças à atuação do Estado, a começar pelo Projeto Nacionalista de Vargas, o Brasil se tornou uma das mais importantes nações industrializadas do planeta. Num período de 25 anos copiamos aquilo que o mundo levou pelo menos duzentos para construir: a primeira e a segunda revolução industrial. Nos últimos anos, as políticas públicas e macroeconômicas não só aproximaram o Brasil do pleno emprego, como corroboraram para tirar milhões de brasileiros e brasileiras da pobreza e da pobreza extrema. Não devemos nada ao mercado!<br />
<br />
Na década de 1990, para justificar a implantação do Consenso de Washington, Collor de Mello argumentou que os governos gastavam demasiadamente, sendo os responsáveis pela crise financeira do Estado. A exemplo do mito da eficiência do mercado, este é outro que se renova com muita frequência e facilidade. Exageros existem, como os elevados salários, regalias e aposentadorias de certos juízes, entre outras distorções, mas a crise financeira do Estado brasileiro carrega outros componentes.<br />
<br />
Vamos nos ater apenas a um fato. Aproveitando-se de um contexto internacional marcado por excesso de liquidez e baixas taxas de juros, o regime militar implementou nos anos 60 e 70 uma política econômica expansionista, estimulando empresas privadas a empréstimos externos a taxas flutuantes de juros. Com a mudança na política monetária do Federal Reserv, no final da década de 1970, que resultou em arrocho monetário nos EUA, os juros internacionais subiram astronomicamente e agentes privados transferiram suas dívidas em dólares para o Banco Central do Brasil, naquilo que ficou conhecido como estatização da dívida externa brasileira. Agora o devedor, para honrar os compromissos externos herdados, o Governo se viu obrigado a captar dólares, oferecendo títulos em troca, o que fez crescer a dívida interna do setor público e o seu custo de carregamento. Neste caso, a “eficiência” do mercado foi a criminosa transferência para o Estado, e para o povo brasileiro, do ônus do seu processo de financiamento da acumulação de capital.<br />
<br />
A realidade mostra também que não há qualquer garantia de que o processo de privatizações contribua para o ajuste fiscal do Estado. Neste sentido, os dados da década de 1990 indicam que a dívida pública líquida em porcentagem do PIB cresceu mais de 100%, em que pese as cerca de 100 empresas estatais transferidas para o setor privado. E continuou crescendo até 2003, quando chegou a 57% do PIB, contra pouco mais de 15% em 1991.<br />
<br />
Outro mito é a alegação segundo a qual os governos petistas teriam perdido o controle sobre a questão fiscal. Na verdade, a dívida líquida do setor público em percentagem do PIB caiu de 57 em 2003 para 31,7 em março de 2015. Em 2014, a dívida pública bruta, na casa de 59% do PIB, colocava o Brasil na 49ª. posição no ranking mundial dos governos endividados, enquanto o Reino Unido ocupava a 17ª. posição com 89%, a França a 15ª. com 95%, os EUA a 11ª. com 102%, a Itália a 5ª. com 132% e o Japão a primeira posição, com uma dívida pública bruta da ordem de 230% do PIB. O que diriam os economistas de Harvard sobre a dívida pública brasileira?<br />
<br />
Desde que Temer ocupou a presidência da república, a dívida pública não parou de crescer, tendo chegado a 49% do PIB, em termos líquidos, o que tem sido usado como argumento em prol da reforma da previdência e de cortes nos gastos sociais. Ao argumento, agora se soma a proposta de privatizações, um pacote de maldades que inclui 14 aeroportos, 11 blocos de linhas de transmissão de energia, 15 terminais portuários, rodovias e empresas públicas, inclusive a casa da moeda, sem falar no fatiamento da PETROBRAS. O Brasil está à venda. O preço, a Temer! Quem comprar tudo pela quantia de R$ 40 bilhões (só a ELETROBRAS tem valor estimado de R$ 400 bilhões) poderá receber a RENCA de brinde. Como diria Raul <i>Tá na hora agora é free, vamo embora. Dar lugar pros gringo entrar.</i> <br />
______<br />
* Mestre em Economia Política pela PUC/SP.<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-75213331573257702482017-07-04T08:06:00.000-07:002017-09-07T20:14:32.920-07:00A falácia liberal e o colapso do planeta<a href="https://4.bp.blogspot.com/-mWGInHBTAeE/WVuuzcckFaI/AAAAAAAAEqk/MMyiVyXatqc5ZWP9YUFGYOAL8CqRr_FnQCLcBGAs/s1600/LE.png" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-mWGInHBTAeE/WVuuzcckFaI/AAAAAAAAEqk/MMyiVyXatqc5ZWP9YUFGYOAL8CqRr_FnQCLcBGAs/s320/LE.png" width="320" height="79" data-original-width="299" data-original-height="74" /></a><br />
<br />
Laerte Fedrigo*<br />
<br />
Adam Smith, que é considerado o pai da economia, preconizava que a mão oculta do mercado asseguraria o desenvolvimento em nível de pleno emprego das forças produtivas. Esse brilhante economista escocês acreditava que todo indivíduo reuniria as melhores condições para julgar em qual atividade aplicar seu capital, de modo que constantemente se dedicaria a descobrir a melhor aplicação para o seu capital, com vista ao seu próprio interesse. Com efeito, ao preferir a aplicação que lhe acarretaria as melhores vantagens, o indivíduo seria conduzido pela mão oculta do mercado a promover o interesse de toda a sociedade. <br />
<br />
Na esteira de Adam Smith, David Ricardo, importante economista inglês, defendia com fervor um modelo de desenvolvimento calcado na Teoria das Vantagens Comparativas. Segundo esse modelo, amplamente difundido pelo centro do capitalismo, cada país deveria se especializar na produção em setores que possuíssem vantagens comparativas, trocando os excedentes produzidos. Além de estimular o uso mais eficiente das potencialidades naturais e a distribuição mais eficiente do trabalho, essa especialização uniria a sociedade global por laços de interesse e intercâmbio, estando universalmente associada ao bem comum. <br />
<br />
Não obstante o brilhantismo desses dois economistas, o tempo mostrou as limitações desses ideais liberais. Graças aos impulsos individualistas, a economia avançou de forma triunfante, mas o desenvolvimento se mostrou utópico, já que o atraso tecnológico e a desigualdade social tornaram-se as marcas registradas, sobretudo na periferia do modo capitalista de produção.<br />
<br />
Para o brasileiro Celso Furtado e o argentino Raul Prebisch, economistas da CEPAL, o modelo de desenvolvimento preconizado por Smith e Ricardo inseriu os países da periferia na divisão internacional do trabalho como economias primário-exportadoras. Como as economias periféricas eram orientadas apenas para o mercado externo, ao invés de promover o desenvolvimento econômico, as riquezas ali produzidas foram canalizadas para o centro do capitalismo, retardando o processo de industrialização.<br />
<br />
Além da industrialização tardia, o modelo de desenvolvimento internacional baseado na Teoria das Vantagens Comparativas legou à periferia a convivência com o subdesenvolvimento. Para Furtado e Prebisch, ao contrário do que ocorreu no centro do capitalismo, onde o processo de industrialização transformou as estruturas sociais, permitindo a homogeneização social, na periferia, a assimilação de novas técnicas e o aumento da produtividade agravaram a concentração de renda, uma vez que os benefícios decorrentes da industrialização foram desfrutados apenas pela parcela que exerceu o controle direto sobre os segmentos afetados pelos ganhos de produtividade. Ademais, ao se especializar na produção primário-exportadora, acrescentam, o acesso da periferia ao progresso técnico se deu inicialmente pela via da importação de bens de consumo, chegando somente posteriormente à produção. Além de impedir a pressão assalariada por melhorias nas condições de vida dos trabalhadores, esse processo engendrou nas elites um padrão de consumo típico das economias centrais, de sorte que o processo de industrialização consolidou estruturas tradicionais de dominação, favorecendo a industrialização pela via conservadora, configurando a marginalização social.<br />
<br />
Na segunda metade do século 20 houve uma mudança importante no processo de acumulação capitalista, quando o Estado passou a regular a economia por meio das políticas econômicas. Essa transformação do Estado foi responsável pelo boom que se estendeu do imediato pós-guerra ao início da década de 1970, pela redução do desemprego e pela melhora considerável nas condições de vida da população em geral, especialmente nos países centrais. Mesmo na periferia, essa ação coordenada pelo Estado provocou uma redução da desigualdade de riqueza, com efeitos positivos sobre os índices de pobreza extrema e moderada. Ainda assim, segundo dados da OIT, 36% da população dos países periféricos continua nesta situação. <br />
<br />
Para piorar, como nos alertou Thomas Piketty em 2013, nos últimos anos o mundo apontou para um crescimento da desigualdade de riqueza, contrariando a tendência de décadas anteriores. Segundo dados do banco Credit Suisse, em 2010 o 1% mais rico da população adulta do planeta possuía 43% da riqueza mundial; em 2015 já era 50%. Enquanto isso, no período, a apropriação da riqueza dos 50% mais pobres caiu dos míseros 2% para menos de 1%.<br />
<br />
Resta considerar a questão do aquecimento global. Desde a revolução industrial há uma elevação da temperatura média do planeta, provocada pela emissão de gases do efeito estufa, a exemplo do gás carbônico e do gás metano. É indiscutível, porém, que esse processo foi acelerado nos últimos anos. Os dados indicam que o século XX foi o período mais quente da história, com o aumento de 0,7ºC na temperatura média do planeta. Num cenário otimista, as previsões para o século XXI são de que a temperatura aumentará 1ºC, podendo chegar a 4ºC num cenário pessimista.<br />
<br />
É importante lembrar que nas últimas décadas o modo capitalista de produção lançou mão de um conceito desenvolvido pelo economista austríaco Joseph Alois Schumpeter, “a destruição criativa”. Assim, a cada instante um modelo novo é colocado no mercado, forçando a sociedade ao consumismo desenfreado por meio do marketing agressivo, já que para além da publicidade e da propaganda, o marketing foi incorporado à estrutura física do mercado, a exemplo do shopping center, cuja entrada lembra o portal do paraíso. Assim, quem se dirige ao mercado vai ao encontro com Deus. Como não há racionalidade nessa relação, consome por impulso. <br />
<br />
As consequências desse processo são catastróficas. Com o aumento da temperatura do planeta há o derretimento das calotas polares e com isso a elevação do nível dos oceanos, que por sua vez provoca vários desastres naturais, causando a redução da biodiversidade. As alterações climáticas exercem impacto também sobre a agricultura, já que o aumento da temperatura média do planeta ameaça o cultivo de várias plantas, que combinado com o excesso de chuvas em alguns períodos e longas estiagens em outros, pode agravar o problema da fome, já que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) prevê uma redução de cerca de um terço da quantidade de comida disponível até 2050.<br />
<br />
Eric Hobsbawm, nobre pensador egípcio, dizia que se quiséssemos ter um futura reconhecível, não poderia ser pelo prolongamento do passado ou do presente. Por esse caminho iríamos fracassar e o preço do fracasso seria a escuridão. Uma coisa é certa, <i>correm turvas as águas deste rio</i>,talvez já com suas margens indevidamente habitadas, talvez já sem oxigênio, talvez já sem peixes. Se nada for feito para inverter esta escalada destrutiva, países e populações pobres e vulneráveis serão os mais afetados. A história dirá!<br />
*Mestre em Economia Política pela PUC-SP.<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-42770780083015528322017-06-12T09:32:00.000-07:002017-06-12T09:32:41.931-07:00Como não temer um governo de trevas?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-GdEWCZ2SvuQ/WT7CCgMHn3I/AAAAAAAAEqU/XljBAT5LL2w4LRnyQoEozJeACgK7h5n6ACLcB/s1600/LE.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-GdEWCZ2SvuQ/WT7CCgMHn3I/AAAAAAAAEqU/XljBAT5LL2w4LRnyQoEozJeACgK7h5n6ACLcB/s320/LE.png" width="320" height="79" data-original-width="299" data-original-height="74" /></a></div><br />
<br />
(Laerte Fedrigo)*<br />
<br />
Antes de se consolidar o golpe de estado no Brasil, Michel Temer anunciou a Ponte para o Futuro, que na nossa concepção estava mais para uma pinguela para o passado, uma vez que significava superávit primário para o pagamento de juros, elevação da idade mínima para aposentadoria, mudança das regras trabalhistas, fim da estabilidade no serviço público e cortes nos gastos sociais. Em síntese, arrocho sobre os trabalhadores e redução do tamanho e do papel Estado, em nome e a favor do deus mercado. O retrocesso se configurou na formação ultraconservadora do primeiro ministério.<br />
<br />
No campo ético-moral, os partidos da oposição e da grande mídia, articulados com interesses internacionais, usando de um discurso falso moralista, anticorrupção, difamam símbolos nacionais, como a PETROBRAS, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e os Correios, estimulando a transferência do patrimônio público para a iniciativa privada. As delações e as malas de dinheiro ilustram quão caro tem custado o silêncio de uns e o apoio de outros a um projeto nefasto para o Brasil e para o seu povo, especialmente para a classe trabalhadora. Enganou-se quem vestiu a camisa verde amarela e foi às ruas achando que estava em curso uma cruzada contra a corrupção.<br />
<br />
Recentemente o Governo Temer anunciou o fim da recessão. Um discurso falacioso, já que os dados do IBGE indicam que o PIB do primeiro trimestre de 2017 caiu mais uma vez, totalizando 12 trimestres consecutivos de variação negativa. No Brasil real, a tendência é de aprofundamento da recessão, já que a locomotiva da economia se desloca à marcha ré. <br />
<br />
A indústria registrou queda de 1,1%, puxada pelo setor da construção, que caiu 6,3%. O setor de serviços registrou queda de 1,7%, puxada pelo comércio, que despencou 2,5%, seguido pelo setor de transporte, armazenagem e correio, cuja queda foi de 2,2%. Na indústria, apenas dois segmentos contribuíram positivamente para o desempenho do PIB: a indústria extrativa mineral e a indústria de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. No setor de serviços, nenhum segmento cumpriu essa façanha. Por essa ótica, a agropecuária foi o único macro setor que contribuiu positivamente para a evolução do PIB, mas não é preciso muito esforço para entender as suas razões, já que, segundo o INPE, em 2016 só na chamada Amazônia Legal houve um aumento de 29% de corte raso, totalizando 7.989 km2 de devastação.<br />
<br />
Pela ótica do consumo, os investimentos em Formação Bruta de Capital Fixo, o chamado consumo das empresas, registrou queda de 3,7% no primeiro trimestre de 2017. É o décimo segundo trimestre consecutivo de queda neste indicador. O consumo das famílias, que participa com mais de 60% da composição do PIB no Brasil, caiu 1,9%, pelo nono trimestre consecutivo. O consumo do governo, por sua vez, que poderia reverter o ciclo vicioso da economia brasileira, também caiu, este pela décima vez consecutiva: - 1,3%. No que diz respeito ao consumo do resto do mundo, enquanto as exportações cresceram 1,9%, as importações cresceram 9,8%.<br />
<br />
O resultado dessa verdadeira depressão não poderia ser outro senão o aumento das taxas de desemprego. Segundo dados da PNAD Contínua do IBGE, só no primeiro trimestre de 2017 foram quase dois milhões de novos desempregados (1,8), de sorte que a taxa de desemprego atingiu 13,7% da PEA. Ao todo, já são 14,2 milhões de desempregados. Considerando que em 2014 eram 6,5 milhões, o aumento no número de desempregados foi da ordem 118% no período. Deveras assustador.<br />
<br />
Como se não bastasse, os dados da pesquisa industrial mensal do IBGE indicaram queda na produção industrial em quase todas as categorias econômicas no mês de abril. A produção de bens intermediários, por exemplo, só não caiu no que diz respeito a componentes para a indústria de alimentos e para a indústria de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Nos demais segmentos, a queda variou de 2,48% (indústrias extrativas) a 15,44% (indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias). A produção de bens de capital caiu entre 13% (indústria de máquinas e equipamentos) e 20% (equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos). A produção de bens de consumo duráveis também caiu em todas as grandes atividades, variando de 12,41% na indústria de móveis a 24,6% nas demais atividades. Na indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias houve queda de 21,74%. A produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis também registrou queda de 11,38% para produtos têxteis, 15,42% para produtos alimentícios e 17,46% para bebidas.<br />
<br />
Na trajetória de retrocessos, a política perdeu credibilidade, a economia despencou e o desemprego cresceu, acompanhado por conflitos no campo, com todo tipo de vilipêndio à vida humana, especialmente contra as populações originárias do Brasil. A situação é grave, mas o pior está por vir, se chanceladas as reformas em curso. O tempo de meias medidas acabou. A hora é de luta em defesa de direitos arduamente conquistados pela classe trabalhadora.<br />
<br />
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* Laerte Fedrigo é Mestre em Economia Política pela PUC/SP. <br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-36993023646409464502017-05-21T10:25:00.003-07:002017-05-21T10:25:47.986-07:00Crônica de um dia pouco inusitado<br />
Por Laerte Fedrigo<br />
<br />
E agora José, Lúcia, Carmem? <br />
Temer avalizou<br />
Cunha omitiu<br />
Dilma avisou<br />
JBS vazou<br />
Loures viajou<br />
Doria junto levou<br />
O Santo Sumiu<br />
O dólar subiu<br />
A casa caiu<br />
O Brasil afundou<br />
<br />
E agora José, Mendes, Gilmar? <br />
O STF sabia<br />
O PIG sabia<br />
Loja Marisa sabia<br />
Banqueiro sabia<br />
Moro sabia<br />
Youssef soltou<br />
Dinheiro lavou<br />
Não fui eu, nem você<br />
Nem Lula, nem o PT<br />
Mas, os vizinhos do FHC<br />
<br />
E agora José, Zumbi, MST? <br />
O povo quer saber<br />
Quem pagou para esconder?<br />
Foi tu ou foi você?<br />
O povo não é bobo<br />
Fora Temer, Maia, <br />
Rede globo<br />
A Cobra vai fumar<br />
As ruas ocupar<br />
A luta é do povo<br />
Diretas já!<br />
<br />
E agora José, Inácio, Luiz? <br />
Recado mandou dar<br />
Elite não sabe governar<br />
Deixa o metalúrgico trabalhar<br />
O PED passou<br />
O Congresso em curso está<br />
Partido passado a limpo,<br />
Estrela a brilhar<br />
A esperança renasce do povo<br />
Com o homem de novo está<br />
2018, 2017, agora; #Lula Lá!<br />
E agora José, Cazuza, Gonzaguinha, Jackson do Pandeiro?<br />
Brasil puteiro,<br />
Lavagem de dinheiro<br />
Não se faça de otário<br />
Quando o diabo não vem,<br />
Compra o Judiciário<br />
2017 centenário, <br />
Greve Geral, Revolução<br />
A resposta das crianças,<br />
Educação, libertação<br />
Vida, cidadão: uma nação!<br />
<br />
______<br />
* Laerte Fedrigo é Mestre em Economia Política pela PUC/SP.<br />
<br />
<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-41379844398360476452017-05-12T14:18:00.000-07:002017-05-12T14:18:49.943-07:00A Batalha de Curitiba<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-mDxdsH9WxqQ/WRYmob8MOqI/AAAAAAAAEqE/eYPl10bUdDExsHAZR6xArTc5imxbXNrvgCLcB/s1600/LE.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-mDxdsH9WxqQ/WRYmob8MOqI/AAAAAAAAEqE/eYPl10bUdDExsHAZR6xArTc5imxbXNrvgCLcB/s320/LE.png" width="320" height="79" /></a></div><br />
Evaristo Almeida*<br />
<br />
Estive em Curitiba nesse histórico dia 10 de maio de 2017, junto com mais de 50 mil brasileiros e brasileiras de todos os Estados do país; gente que muitas vezes viajou mais de 60 horas de ônibus para estar lá.<br />
<br />
Fomos todos em busca da justiça e da verdade, em defesa do Brasil e do povo brasileiro.<br />
<br />
Nesse dia, houve o depoimento do Lula sobre o chamado triplex do Guarujá, um apartamento com mais de 500 defeitos, que o Ministério Público Federal e o juiz Sérgio Moro, o acusam de ser o dono. <br />
<br />
É uma acusação surreal, pois seria facilmente desmentida se o MPF e o juiz se dessem ao trabalho de ir ao cartório do Guarujá e ver quem é o dono. E não é de laranjas, pois o imóvel consta no nome da construtora OAS; inclusive foi dado como garantia no pedido de recuperação judicial dessa empresa, como provado pelos advogados do Lula.<br />
<br />
Lula provou em mais de 5 horas de conversação que tudo isso é uma farsa para tirá-lo das eleições de 2018, como candidato à presidente da República. <br />
<br />
O juiz Sérgio Moro ficou acuado e não mostrou nenhum documento que provasse a tese que ele e MPF defendem.<br />
<br />
Estão com medo do retorno do Lula, pois a subelite brasileira (não tem projeto de nação), junto com interesses estrangeiros, deram o golpe de estado para tirar os direitos dos trabalhadores brasileiros, acabar com a aposentadoria, doar o pré-sal para empresas internacionais, exterminar com a Petrobras e as empresas estatais do nosso país, ter 25 bilhões de dívidas de impostos perdoados, entre outras maracutaias.<br />
<br />
Tem gente, nesse golpe, querendo a volta da servidão, como propõe o deputado Nilson Leitão do PSDB de Mato Grosso, em que as pessoas podem trabalhar em troca de casa e comida. É o retorno ao feudalismo, do século XV e quem sabe se futuramente o tal deputado não apresenta alguma coisa propondo a volta da escravidão.<br />
<br />
O que está no centro do debate hoje, é que só a luta através da Frente Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo, pode impedir o aprofundamento da crise social e política do Brasil e o retorno da barbárie, como querem os golpistas.<br />
<br />
Todos os contendores sabem disso. <br />
<br />
E por isso o cerco a Lula, que desmascarou todos os acusadores como sendo parte de um processo golpista em que a farsa e a mentira são descarregadas diariamente pela mídia, notadamente a Globo, Folha de São Paulo, Estadão e revista Veja, entre outras.<br />
<br />
A mentira virou a principal ferramenta dessas empresas de mídia para manter o golpe e o saque ao país.<br />
<br />
Nos dias anteriores ao depoimento, foi organizado pelos golpistas, todo um processo de intimidação dos trabalhadores para que não fossem em Curitiba, usaram dos meios mais baixos possíveis; mas nós já havíamos decidido que iríamos travar essa batalha, que lembra uma outra, pelo simbolismo, a Batalha de Stalingrado. <br />
<br />
Ela marcou para a humanidade o início da vitória sobre o fascismo que ameaçava o mundo.<br />
<br />
O Exército Vermelho lutou tão bravamente nas ruas de Stalingrado, que comoveu um dos nossos maiores poetas, Carlos Drumond de Andrade, na sua Carta a Stalingrado. <br />
<br />
As nossas armas na Batalha de Curitiba foram muita paz, defesa da democracia, busca da justiça, música e poesia.<br />
<br />
O povo de Curitiba nos recepcionou muito bem, fomos aplaudidos inúmeras vezes; eles também estão cansados da injustiça, do cerco aos nossos direitos, da farsa do combate à corrupção que colocou um bando de delinquentes no governo e no Congresso Nacional, com propostas estapafúrdias, como o fim da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. <br />
<br />
Na Praça Santos Andrade o sentimento era de transformação e iluminação, principalmente quando Lula veio e compartilhou conosco de toda aquela magia que era a presença naquela praça de homens, mulheres, crianças, de todas as etnias, idades e regiões do país. <br />
<br />
Lula falou da sua confiança nos trabalhadores brasileiros, da incapacidade da classe governante governar esse país para todos, como ele fez e que é candidato à presidência da República em 2018. <br />
<br />
Sabemos que a Batalha de Curitiba não foi a última, é parte de um processo em que forças obscuras querem transformar o Brasil num lugar sem esperança, com um povo escravo, sem direitos sociais, alienados pela grande mídia, sendo explorado pelo capitalismo predador internacional e nacional.<br />
<br />
Mais temos confiança de que a Batalha de Curitiba, assim como foi a de Stalingrado, representa o início da vitória sobre essas forças tenebrosas que ameaçam o povo brasileiro.<br />
<br />
*Evaristo Almeida – Mestre em Economia Política – PUC-SP e apresentador do programa Linha Econômica da rádioweb Linha Direta.<br />
<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-20396386997727073032017-05-04T07:15:00.002-07:002017-09-07T20:15:52.029-07:00Os vagabundos e seus industriosos vizinhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-CHiGKgvKxSQ/WQs3hSzd1qI/AAAAAAAAEpw/I8VpjyiQi-IO3WXlDBu2cHDqbrCr9sxBgCLcB/s1600/LE.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-CHiGKgvKxSQ/WQs3hSzd1qI/AAAAAAAAEpw/I8VpjyiQi-IO3WXlDBu2cHDqbrCr9sxBgCLcB/s320/LE.png" width="320" height="79" /></a></div><br />
<br />
(Por Laerte Fedrigo)*<br />
<br />
O Prefeito João Dória tentou alfinetar 40 milhões de trabalhadores em greve, chamando-os de vagabundos. Não bastasse a falta de educação e de respeito, tentou desqualificar homens e mulheres que lutam pela manutenção de direitos arduamente conquistados. Um ultraje, que revela a tentativa insana de imposição de uma ideologia falaciosa.<br />
<br />
Por décadas, teóricos liberais conjecturaram a existência de certa mão invisível que conduziria o capitalismo em perfeito equilíbrio, assegurando o crescimento econômico e o desenvolvimento em nível de pleno emprego das forças produtivas, de sorte que a crise econômica seria algo apenas casual e extremo. Adam Smith, por exemplo, dizia que o capitalista estaria sempre motivado a intensificar sua atividade econômica, contratando fatores de produção. Ao ampliar o nível de emprego, a contrapartida desse processo (a renda) seria revertida em consumo, consagrando a máxima toda oferta cria sua própria procura. Neste contexto, de equilíbrio falacioso, o desemprego seria voluntário, de tal sorte que só não estariam trabalhando aqueles que recusassem as condições de trabalho: vagabundos, porquanto, na concepção do prefeito trabalhador. <br />
<br />
A base de sustentação dessa concepção liberal foi edificada por Thomas Hobbes e materializada por Jeremy Bentham. O primeiro afirmou que os indivíduos seriam egoístas, frios, calculista e atomistas e o segundo sustentou que tais características seriam motivadas pelo desejo de obter prazer e evitar a dor. Uma consequência nefasta dessa ideologia foi a difusão da crença de que os trabalhadores seriam “essencialmente inertes” e, portanto, “incuravelmente preguiçosos”. Outra foi a aprovação da Nova Lei dos Pobres, cujo objetivo seria “salvar da destruição a propriedade dos homens diligentes” como Dória, pondo fim ao sistema “que fazia proliferar os vadios” que, em lugar de trabalhar, “preferiam viver às custas de seus industriosos vizinhos”.<br />
<br />
Não obstante, teóricos importantes chamaram atenção para a improbabilidade das conjecturas liberais, apontando para a possibilidade de crise da economia capitalista. Um deles foi Karl Marx, que afirmou que o capitalismo se tornaria cada vez mais intensivo em capital, razão pela qual a taxa de lucros seria declinante, desestimulando novos investimentos produtivos, levando o sistema a rupturas e a crises de superprodução, contrariando, porquanto, a concepção de que o desemprego seria voluntário. <br />
<br />
Na década de 1930, o capitalismo viveu uma profunda crise, a Grande Depressão, ocasião em que a economia mundial se mostrou incapaz de gerar uma demanda de massa compatível com o crescimento acelerado da produtividade do trabalho. Desse descompasso, resultaram a superprodução e a especulação e, por conseguinte, o colapso do capitalismo, com desdobramentos significativos sobre as condições de vida de vastas populações. O período culminou com taxas de desemprego da ordem de 25% na Inglaterra e nos EUA, 31% na Noruega e na Dinamarca e 44% na Alemanha. Uma legião de vagabundos “vivendo às custas de seus industriosos vizinhos”.<br />
<br />
John Maynard Keynes, importante economista do século XX, reconheceu a crise do capitalismo, mas atribui-lhe causa distinta daquela enunciada por Marx. Segundo ele, os empresários movem-se pela expectativa que, de fato, toda a renda adicional gerada por uma elevação do volume de emprego converta-se em consumo, garantindo a realização da produção com taxas satisfatórias de lucro. Não obstante, a sociedade possui uma espécie de propensão a consumir, de sorte que uma elevação da renda agregada, motivada por um aumento do volume de empregos, eleva a demanda agregada, mas não tanto quanto a elevação da renda, tornando a receita dos empresários aquém das expectativas que, a priori, desestimula a elevação do volume de emprego e inviabiliza o crescimento econômico e o desenvolvimento. O desemprego, assim, seria involuntário, cabendo ao Estado intervir na economia, por intermédio da política econômica, criando expectativas favoráveis de efetivação da demanda.<br />
<br />
A partir de então, a receita Keynesiana passou a ser utilizada em diversas partes do planeta. Em resposta à crise, o Estado passou a combinar propriedade privada com planejamento e criou o fundo público para financiar a expansão econômica e a reprodução da força de trabalho. Desenvolto da ideia de gastar somente o que arrecadava, o Estado muniu-se de instrumentos monetários e fiscais e passou a realizar despesas antes mesmo de angariar receitas. Além de intervir na economia com políticas anticíclicas, ele passou a atuar sobre as demandas sociais, viabilizando políticas e programas de bem-estar social.<br />
<br />
Essa transformação do Estado promovida pela regulação keynesiana acabou sendo responsável pelo boom que se estendeu do pós-guerra ao início da década de 1970, pela quase eliminação do desemprego e pela melhora considerável nas condições de vida da população em geral, especialmente nos países avançados. Políticas de investimento e industrialização planejadas, sustentadas e supervisionadas por governos e compromisso com o pleno emprego e com a seguridade social criaram a demanda de consumo que alimentou a expansão econômica num longo período conhecido como Era de Ouro do capitalismo, marcada por 25 anos de crescimento econômico e transformações sociais sem paralelo na história.<br />
<br />
Com a globalização, porém, o padrão keynesiano de financiamento da economia perdeu eficácia. Ao surgir num contexto de rápidas mudanças, a globalização impulsionou a concentração e expansão das empresas oligopolistas, reduzindo a capacidade interventora dos Estados. Concomitantemente, o mercado financeiro ganhou importância capital, não só pelo volume de recursos transacionados, mas especialmente porque se transformou na principal fonte geradora de riquezas no mundo capitalista. Por conta disso, o processo civilizatório foi levado para uma nova encruzilhada, na qual ações coletivas e libertárias de enfrentamento das contradições emanadas do processo de acumulação capitalista têm sido substituídas por iniciativas conservadoras, individualizadas, fetichizadas, em prejuízo da perspectiva utópica, que deu lugar à missa aeróbica.<br />
<br />
No Brasil, essa avalanche conservadora é potencializada pelas circunstâncias históricas. Enquanto a maioria anseia por direitos relegados pelo tempo, a minoria usa de todas as armas para manter privilégios herdados das capitanias hereditárias. O que a minoria busca não é apenas o enfraquecimento do Estado e o endeusamento do mercado, mas a banalização do humano, em especial da classe que vive do trabalho, sendo este o contexto no qual se insere o discurso falacioso, fordista-taylorista, de João Dória, que propõe reduzir o trabalhador à força física, ao afirmar que a greve seria um mero exercício da vagabundagem. <br />
<br />
O que João Dória não sabe é que nas entrelinhas do texto de Adam Smith, pai do liberalismo, fica registrado que o indivíduo seria o capitalista, aquele que deveria ter a liberdade de explorar o outro, acumulando riquezas em proveito próprio. Por este prisma, portanto, o capitalista (não o trabalhador) seria essencialmente inerte, tendo como desejo absoluto o ócio, ou seja, a negação ou ausência de trabalho. Sem dúvida, uma forma criativa de valorização do ócio seria dedicar o tempo livre aos estudos. O prefeito trabalhador poderia começar pela leitura dos clássicos. Aprendendo um pouco, amenizaria o risco de receber a alcunha de orelhudo e evitaria a indignação dos animais da espécie.<br />
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* Laerte Fedrigo é Mestre em Economia Política pela PUC/SP<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-21144618924537768522017-04-24T11:58:00.000-07:002017-04-24T12:07:08.222-07:00FMI – Fome, Miséria e Infâmia!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-eZAiPrqFxv4/WP5KvPZq3wI/AAAAAAAAEpg/xXXeV9CXf-gk_mPMsDdS1dCeW3xTak47ACLcB/s1600/LE.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-eZAiPrqFxv4/WP5KvPZq3wI/AAAAAAAAEpg/xXXeV9CXf-gk_mPMsDdS1dCeW3xTak47ACLcB/s320/LE.png" width="320" height="79" /></a></div><br />
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Evaristo Almeida<br />
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Depois de muitos anos longe do Brasil nos governos de Lula e Dilma, eis que os corvos voltam à tona! Falo do Fundo Monetário Internacional, conhecida pela famigerada sigla FMI!<br />
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Nos anos de 1980 o FMI representou fome, miséria e inflação para os povos da América Latina e do Brasil, ao forçar esses países a arrochar salários e não fazer investimentos para pagar a dita dívida externa. Dívida essa contraída por governos ditatoriais, implantados no continente pelos Estados Unidos.<br />
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O que é o FMI?<br />
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O FMI, junto com o Banco Mundial, foi criado antes do final da Segunda Guerra Mundial, no chamado acordo de Bretton Woods. O papel do FMI era disciplinar as taxas de câmbio, para manter o equilíbrio no balanço de pagamentos, através de um câmbio em equilíbrio, para evitar sobrevalorização cambial.<br />
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Esse papel do FMI acabou, quando em 1971, os Estados Unidos adotaram unilateralmente o fim do padrão ouro-dólar, em que o dólar era lastreado em ouro. Quando o mundo percebeu que os Estados Unidos não tinham o equivalente em ouro, por estarem imprimindo muita moeda, alguns países, como a França; começaram a fazer a conversão, reduzindo drasticamente as reservas estadunidenses. Para evitar ficar sem ouro, o governo estadunidense deu um grande calote no mundo e acabou com esse sistema.<br />
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O FMI ficou à deriva sem ter o que fazer, encontrando um sentido de existência somente a explosão das dívidas do chamado terceiro mundo, que cresceram exponencialmente porque os Estados Unidos aumentaram a taxa de juros em 1979, saindo de uma média de 10,94% para 19,1% ao ano, em 1981. As dívidas dos países do terceiro mundo, o Brasil inclusive, eram com taxas de juros flutuantes. <br />
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Com o aumento das taxas, a dívida explodiu e esses países não conseguiram pagar. <br />
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Entrou em cena o FMI, impondo um programa que gerou muita pobreza e miséria em países que já eram pobres, penalizando a população. O único objetivo do FMI era com os bancos dos países ricos, não se importando nenhum um pouco com os povos dos países devedores.<br />
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O FMI deitou e rolou no governo do Fernando Henrique Cardoso, um governo que ficou de joelhos três vezes e se submeteu de forma vergonhasa aos ditames dessa instituição, endividando o país e adotando as políticas preconizadas pelo Fundo.<br />
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Não é à toa que o nível de desemprego nos governos de Fernando Henrique Cardoso foi um desastre total, foi bem alto, teve baixo crescimento econômico, violência social em alta, endividamento e o processo conhecido como privataria.<br />
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O governo Lula, a partir de 2003, pagou toda a dívida ao FMI e ainda emprestou dinheiro para o Fundo e expulsou a ingerência deles na política econômica do país. <br />
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Com o golpe de estado em 2016, através um governo ilegítimo, assim como ocorreu na ditadura civil militar, o FMI volta a dar pitos sobre a política econômica brasileira atual, que é a mesma do governo Fernando Henrique Cardoso, provocando a mesma tragédia social que ocorreu no período 1995-2002.<br />
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E pior, o Fundo Monetário Internacional vem apoiar o fim da aposentadoria para o povo brasileiro, usando dados manipulados pelo governo Temer, conforme ficou provado, pois a Previdência não é deficitária. <br />
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E usar a Previdência para falar em equilíbrio de política fiscal, como faz o FMI, é falacioso, pois o problema fiscal do Brasil, do lado da arrecadação é a sonegação feita pelos ricos; são cerca de R$ 600 bilhões que deixam de ser pagos em impostos anualmente e pelo lado do gasto é o pagamento de juros, que são mais de R$ 500 bilhões todo ano, comprometendo mais de 40% da arrecadação do governo federal.<br />
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O povo brasileiro deveria declarar o FMI, como instituição non grata e pedir que se abstenham de palpitar sobre a economia brasileira. Principalmente sabendo que os economistas dessa instituição são neoliberais e defendem os interesses dos ricos em detrimento dos pobres.<br />
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Outro objetivo do FMI junto com o Banco Mundial é evitar que os países não desenvolvidos, como o Brasil, adotem políticas desenvolvimentistas e distributivistas de renda!<br />
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Por incrível que pareça as receitas que o FMI e o Banco Mundial dão são tóxicas, acabam com qualquer possibilidade de desenvolvimento autônomo e soberano! <br />
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O objetivo deles é o eterno subdesenvolvimento de boa parte do mundo e a total dependência aos interesses dos Estados Unidos, da Europa Ocidental e do Japão.<br />
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Uma forma mais sofisticada de colonialismo.<br />
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Países como Japão, Coréia do Sul e China, por exemplo, nunca seguiram as receitas venenosas do Fundo Monetário Internacional, nem do Banco Mundial. Por isso cresceram e ficaram ricos, se desenvolveram.<br />
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Com o governo golpista, implantado através de um golpe de estado, os corvos tecnocratas do FMI reacenderam o instinto predador e começaram a botar banca!<br />
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No dia 28 de abril, vamos às ruas contra o fim das aposentadorias e dos direitos trabalhistas e queremos também que o FMI nos deixe em paz e se possível suma do Brasil!<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-65296378794024588162017-04-20T07:43:00.001-07:002017-04-20T07:43:10.534-07:00Sobre elite e subelite<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-WdaCfpFnxYQ/WPjIWgzcuuI/AAAAAAAAEpQ/moVFWoE50i4iupqvasf4IjdwEpurc3gLgCLcB/s1600/LE.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-WdaCfpFnxYQ/WPjIWgzcuuI/AAAAAAAAEpQ/moVFWoE50i4iupqvasf4IjdwEpurc3gLgCLcB/s320/LE.png" width="320" height="79" /></a></div><br />
Evaristo Almeida<br />
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A classe dominante brasileira é a pequena parcela da população que controla o capital, a grande propriedade rural, a mídia, as forças armadas, a polícia e estabelece a sua ideologia em função de dogmas para manter a sua hegemonia.<br />
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Ela usa todo esse poder para massacrar o outro lado, formado por trabalhadores da cidade e do campo que formam o povo brasileiro e está atrelada aos interesses dos Estados Unidos, da Europa Ocidental, e do Japão a quem devotam vassalagem.<br />
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A palavra vassalagem é do modo de produção feudal e indica fidelidade canina em troca de proteção e de participação no sistema econômico de modo subalterno. Não é à toa que Fernando Henrique Cardoso, um dos representares desse grupo social tenha escrito a teoria da dependência, em que explicita que o Brasil deve abrir mão de um governo soberano e tentar ficar com as migalhas que sobrar.<br />
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Por não terem um projeto de nação a classe dominante brasileira é uma espécie de elite de segunda classe ou subelite. Eles não têm compromisso com o povo brasileiro a quem querem escravo, intenção bem clara com as ditas reformas trabalhista e previdenciária que querem impor.<br />
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São intermediários da entrega das riquezas do Brasil às empresas estrangeiras como estão fazendo com o pré-sal, terras, água, minérios e empresas estatais como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, entre outras. Se puderem a subelite brasileira passa tudo para controle estrangeiro.<br />
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Isso pressupõem que estaremos condenados a sermos um país subdesenvolvido, não explorando ao máximo o potencial criativo do nosso povo nem usufruindo das riquezas da nossa terra, como ocorreu com o açúcar no Nordeste, o ouro de Minas Gerais, os minérios que tomam o destino dos portos e agora também pode ocorrer com o petróleo descoberto por nós.<br />
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Com esse grupo no poder, obtido através do golpe de estado de 2016, fica claro que o trabalhador brasileiro sempre vai ganhar um salário miserável, o nível de desemprego será sempre alto, a violência nas periferias continuará aumentando e o controle social através da televisão, do rádio e da repressão policial será acirrado.<br />
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A subelite brasileira é muito parecida com a ralé, grupo social definido por Hannah Arendt, que não aceita o compartilhamento e a vivência democrática e do qual fazem parte pessoas de todas as classes sociais, principalmente os mais ricos. Foi a ralé que possibilitou a ascensão do nazismo na Alemanha.<br />
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A mentalidade desse grupo é a mesma do senhor de engenho, saquear o máximo possível o povo e as riquezas do Brasil e depois quem sabe ir morar em Miami ou Nova Iorque?<br />
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Tivemos recentemente no Brasil um projeto soberano de nação, através do governo Lula e Dilma, com objetivo de desenvolvimento social e econômico, inserção soberana no mundo e proteção trabalhista e social ao nosso povo e nossas riquezas.<br />
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O golpe foi dado porque essas políticas desagradaram países estrangeiros que conspiraram com a subelite brasileira para implantar um governo fantoche, repleto de corruptos, conforme se prova com a delação da Odebrecht.<br />
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Precisamos com todas as classes sociais construir uma elite brasileira no sentido de defesa dos nossos interesses como fizeram outros povos que hoje são desenvolvidos. Sem isso estamos condenados ao fracasso.<br />
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Para isso é importante a participação consciente dos trabalhadores da cidade e do campo, dos estudantes, da juventude e quem mais queira se juntar a um projeto de nação progressista, com bem estar social, distribuição de renda, desenvolvimento tecnológico, uso das riquezas brasileiras para alavancar o desenvolvimento do país, inserção soberana no mundo e a radicalização da democracia.<br />
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O nosso desafio imediato é derrubar esse golpe civil que pôs no poder a subelite, atrelada aos interesses mais hediondos do capitalismo internacional e nacional que vê o país e o seu povo como um imenso ativo do qual podem tirar proveito em benefício próprio. <br />
<br />
O principal objetivo deles é se locupletarem e estão transformando o nosso país numa republiqueta, onde o Papa se recusa a pisar, indicando que estamos muito longe de Deus e muito próximos dos Estados Unidos.<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-79287993086748682372017-04-19T10:54:00.001-07:002017-04-19T11:00:44.150-07:00Reformas: a subelite contra o povo brasileiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-L3FIBTnfBV4/WPekQrdlJBI/AAAAAAAAEpA/tUim-yuo6RQdx2KvFVPVZPw7UqJfMYylQCLcB/s1600/LE.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-L3FIBTnfBV4/WPekQrdlJBI/AAAAAAAAEpA/tUim-yuo6RQdx2KvFVPVZPw7UqJfMYylQCLcB/s320/LE.png" width="320" height="79" /></a></div><br />
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Evaristo Almeida<br />
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Toda a subelite brasileira (não tem projeto de nação e está atrelada aos interesses dos Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão) está pregando reformas, tanto da previdência quanto trabalhista e outras tantas que acham necessárias. A grande mídia vende diuturnamente essas reformas como meio para que o Brasil retome o crescimento. Todo dia o ministro Meirelles, antigo funcionário aposentado do Bank Boston, prega que se as reformas não saírem o país não poderá abaixar juros e outras maldições mais, como se já ter um governo ilegítimo como esse já não fosse praga suficiente.<br />
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Hoje o Estadão fez um editorial, deve ser o milésimo, do jornalão da família Mesquita, em nome das tais reformas. <br />
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Todos eles estão mentindo para o povo brasileiro, o objetivo dessas reformas é a reedição do trabalho escravo no Brasil, em que o trabalhador seja penalizado a trabalhar a vida inteira, sem nenhuma proteção trabalhista, sem saúde gratuita, educação ou qualquer outro benefício social e ainda com um salário miserável. Assim como era até os anos 1940 do século XX.<br />
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A modernização de tais reformas pregadas pela subelite brasileira é o mais anacrônico retrocesso vendido como algo bom para o povo brasileiro; como se tomar veneno fizesse bem.<br />
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O povo entra com o lombo e a subelite colhe os frutos para si e os seus filhos que já desfrutam de educação e saúde boas, podem viajar ao exterior e comem do bom e melhor. <br />
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Pela subelite brasileira listo aqui a Globo, Fiesp, Febraban, Folha de São Paulo, Estadão, Veja, banqueiros, empresários e outros grupos sociais que lucram muito com a exploração do trabalhador. <br />
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A grande imprensa é a porta-voz desse grupo, encarregada de alienar o povo, principalmente através do Jornal Nacional.<br />
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A crise fiscal brasileira é porque eles não pagam os impostos que deveriam que recaem sobre os trabalhadores e a classe média, através de impostos regressivos. Os ricos brasileiros sonegam R$ 600 bilhões anualmente; caso emblemático foi o perdão obtido pelo Itaú de 25 bilhões de impostos pelo Conselho de Administração da Receita Federal - CARF, órgão denunciado na Operação Zelotes da Polícia Federal como corrupto.<br />
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O grupo social que constitui a subelite brasileira fica com R$ 500 bilhões, via dívida pública, angariado através dos juros estratosféricos decididos pelo Banco Central, sob gestão de um sócio afastado do Itaú.<br />
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Somando tudo dá R$ 1,1 trilhão que deveria estar indo para investimento em saúde, educação, Bolsa Família, transportes e melhorias de vida para o nosso povo.<br />
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O que vai colocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento é o aumento do nível de emprego, de salários, proteção social, gastos do governo em melhores serviços, câmbio em equilíbrio e a volta da democracia.<br />
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Fazer editorial pregando reformas que lembram o regime escravocrata é usar artifícios que lembram muito os criados por Joseph Goebbels; que através da mentira possibilitou a ascensão de um dos regimes mais sanguinários da humanidade na Alemanha nazista. <br />
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Aqui eles colocaram um governo ilegítimo que de acordo com a Odebrecht está cheio de corruptos, mas preservados pela subelite brasileira porque ele promete acabar com o bem-estar social do povo brasileiro através das ditas reformas. <br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-43965815545524821992016-09-05T13:22:00.003-07:002016-09-05T13:22:31.839-07:00Projeto do Senado se inspira na Grécia e pode levar o país à bancarrotaPLS 204 pretende antecipar receitas tributárias para esferas de governo, mas o que está em jogo é um esquema de concentração no setor financeiro, com base em juros indevidos, diz Auditoria Cidadã da Dívida<br />
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por Redação RBA publicado 05/09/2016<br />
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São Paulo – “É um esquema semelhante ao que quebrou a Grécia”, diz a fundadora do coletivo Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli. “Não podemos permitir a legalização desse esquema que vai quebrar os municípios e os estados brasileiros”, afirma. O que está em questão é o Projeto de Lei do Senado 204/2016, que visa a legalizar um esquema de geração de grandes somas de dívida pública, ocultado sob a propaganda de antecipação de receitas por meio da securitização de créditos de dívida ativa e outros.<br />
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O esquema utiliza empresas não dependentes criadas para esse fim. O formato desse método é idêntico ao aplicado na Europa a partir de 2010 que, literalmente, quebrou a Grécia e respondeu pelo aprofundamento do processo de financeirização e crise econômica no continente. O PLS 204 já está na pauta do plenário do Senado para votação quinta-feira (8), embora não tenha passado por nenhuma das comissões e nem tenha sido objeto de qualquer debate em audiências públicas ou outros meios.<br />
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A ementa do projeto afirma que seu objetivo é dispor sobre a cessão de direitos creditórios originados de créditos tributários e não tributários dos entes da Federação, mas para isso, a lei autoriza a criação de empresas denominadas Sociedades de Propósito Específico (SPE), que são empresas estatais não dependentes (não estão sujeitas aos órgãos de controle do estado, como TCU, CGU), cujos sócios majoritários são os estados e municípios. O principal negócio dessas empresas não dependentes é a emissão de debêntures (papéis financeiros), sobre os quais incidem juros estratosféricos.<br />
<br />
“Na Grécia, vimos a criação de uma sociedade anônima localizada em Luxemburgo, um paraíso fiscal. EFSF é uma sociedade de propósito específico, os sócios são os países europeus, e ela emite instrumentos financeiros com garantia dos países. Foi criada por imposição do FMI. A garantia que os países proporcionaram a essa empresa foi inicialmente de 440 bilhões de euros e no ano seguinte quase dobrou, para 780 bilhões de euros. Essa empresa não é financeira, mas emite papéis financeiros”, afirma Maria Lucia.<br />
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Ela lembra que as consequências para a Grécia foram a queda brutal do PIB, queda no orçamento, desemprego recorde, que atingiu 70% dos jovens gregos, e até mesmo migração e fechamento de vários serviços públicos. Ainda sobre os efeitos nefastos, Maria Lucia destaca a redução de salários e aposentadorias e pensões. Os fundos de pensão também quebraram, foram realizadas privatizações em massa, como deseja agora no Brasil o governo de Michel Temer. “Houve degradação social, famílias vivendo no lixo e suicídios”, afirma Maria Lucia.<br />
<br />
“Não podemos deixar isso ser implantado no Brasil”, defende a fundadora do coletivo. Devido à confusão de que o que essas empresas estariam vendendo seriam créditos de difícil cobrança, essas debêntures estão sendo vendidas com elevado desconto, o que faz com que os juros fiquem ainda mais elevados, pois incidem sobre o valor original desses papéis. Em outras palavras: o governo capta um recurso com deságio (valor menor que o da dívida que dá como garantia), mas paga juros ao mercado sobre o valor cheio, o que em última instância é um esquema que transforma dinheiro público em dinheiro privado.<br />
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Essas debêntures possuem a garantia dos entes federados, ou seja, estados e municípios passam a ser os responsáveis pelo pagamento dos juros e todos os custos desses papéis até resgate, sem que tenha recebido benefício algum, pois quem vende as debêntures e recebe o valor são as empresas não dependentes.<br />
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Essa engenharia financeira, encoberta sob a propaganda de que estados e municípios poderiam estar fazendo um bom negócio ao buscarem, na emissão de debêntures por essas SPE, uma solução para a crise, leva a um dano financeiro incalculável, como ocorrido na Europa. Na verdade, esse esquema, além das ilegalidades, impõe custos tão elevados que inevitavelmente irão aprofundar os problemas fiscais dos entes federados.<br />
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O Ministério Público de Contas e o Tribunal de Contas já emitiram pareceres condenando essa prática por ferir a LRF e a Constituição, na medida em que se trata de operação de crédito, antecipação de receita com claro comprometimento do equilíbrio das contas públicas dos estados e municípios. “Esse mecanismo compromete as gestões futuras e prejudica a sustentabilidade fiscal do município – as receitas são parceladas em Dívida Ativa ou espontaneamente entrariam também no futuro (em outras gestões).”Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-73623717583600135362016-09-05T13:09:00.003-07:002016-09-05T13:09:30.081-07:00A atualidade de Hannah ArendtO Brasil está prestes a reproduzir os processos sociais descritos em As Origens do Totalitarismo<br />
por Luiz Gonzaga Belluzzo — publicado 04/04/2016<br />
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Arendt, em resumo: Se você não é igual a mim, não tem direito de existir<br />
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Ao observar Donald Trump, seus símiles europeus e os ululantes nativos, é legítimo perguntar se o Brasil e o mundo não estariam prestes a reproduzir os processos sociais magistralmente analisados por Hanna Arendt no clássico As Origens do Totalitarismo. Arendt ocupa-se, sobretudo, da emergência do nazismo e do stalinismo como fenômenos do igualitarismo totalitário que vocifera: “Se você não é igual a mim, não tem direito a existir”.<br />
<br />
Esse igualitarismo de manada pressupõe paradoxalmente a superioridade de um modo de ser sobre outros e termina nas tentativas de apagar pela força as diferenças de posição social e de estilos de vida. É o nivelamento pelos calcanhares, como dizia meu professor de Filosofia do Direito, Miguel Reale, um conservador que seria expulso das passeatas dos igualitários da Avenida Paulista.<br />
<br />
Diz Arendt: “As massas surgiram dos fragmentos da sociedade atomizada, cuja estrutura competitiva e concomitante solidão do indivíduo eram controladas quando se pertencia a uma classe. O fato de que o ‘pecado original’ da acumulação primitiva de capital tenha requerido novos pecados para manter o sistema em funcionamento foi eficaz para persuadir a burguesia alemã a abandonar as coibições da tradição ocidental... Foi esse fato que a levou a tirar a máscara da hipocrisia e a confessar abertamente seu parentesco com a ralé”.<br />
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A escória, na visão de Arendt, não tem a ver com a situação econômica e educacional dos indivíduos, “pois até os indivíduos altamente cultos se sentiam particularmente atraídos pelos movimentos da ralé”.<br />
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Peter Gay incita os pensadores da sociedade a considerar as relações estabelecidas por Freud entre biografia e cultura na sociedade de massas: “Os estudiosos da sociedade, sem excluir os escritores imaginativos, têm certamente sabido há bastante tempo que em grupos os indivíduos podem retornar a estados primitivos da mente, sujeitar a sua vontade a líderes, desconsiderar restrições e o ceticismo sensível que a educação cultivou neles tão dolorosamente”.<br />
<br />
Minhas obsessões insistem em repetir que a sociabilidade moderna se move entre a inevitável pertinência a uma cultura produzida pela história e a pluralidade dos indivíduos “livres”. A história dessas sociedades “produziu” o mercado, a sociedade civil, suas liberdades e seus interesses.<br />
<br />
O sistema de necessidades e de interesses supõe, em seu desenvolvimento contraditório, a legitimidade das ações individuais, sempre acomodadas nos limites impostos pela lei emanada da soberania popular.<br />
<br />
Essa forma de sociabilidade rejeita a autoridade da “ordem revelada” ou transcendências, religiosas, políticas (pseudorrevolucionárias), moralistas e midiáticas. Tais monstruosidades pretendem se colocar “fora” da bulha e das misérias do mundo da vida e do penoso exercício de compartilhar a razão com os demais cidadãos livres e iguais em sua diversidade. Na sociedade contemporânea, não há lugar para tribunais privados e julgamentos autorreferidos do comportamento alheio, senão nas trágicas experiências do totalitarismo.<br />
<br />
A história registra episódios terríveis. A lei promulgada pelo regime nazista em 1935 prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”. Naquele momento, o saudável sentimento popular – a ética predominante na Alemanha – acolhia e insuflava a prática do genocídio de judeus, eslavos e outros povos “inferiores”.<br />
<br />
As forças subterrâneas do inconsciente coletivo movem campanhas de opinião que apelam para medidas extremas. São manifestações de insanidade gregária, travestidas de ações da sociedade civil, em cujos becos e desvãos escuros, aliás, se acumula a energia que alimenta a onda de violência que atinge a todos.<br />
<br />
Nas manifestações dos moralistas transcendentais, vejo a autoconvocação dos soi-disant iluminados para substituir a onisciência divina e, nessa condição, desferir sentenças irrecorríveis, como as desferidas pelos juízes do Juízo Final, em contraposição aos humanos, os pobres-diabos que se debatem para sobreviver aos ditames da falibilidade e da incerteza.<br />
<br />
Fico a imaginar como seria a vida dos humanos falíveis se os jurados do Juízo Final empalmassem o poder na moderna sociedade de massas, crivada de conflitos e contradições.<br />
<br />
O quadro agrava-se, quando relações promíscuas entre as autoridades e as massas, intermediadas pela propaganda manipuladora, colocam os cidadãos diante da pior das incertezas: a absoluta imprecisão dos limites da legalidade.<br />
<br />
As garantias da publicidade do procedimento legal são, na verdade, uma defesa do cidadão acusado – e ainda inocente – contra os arcanos do poder. Pois estas conquistas da modernidade, das quais não se pode abrir mão, têm sido pisoteadas por quem deveria defendê-las.<br />
<br />
Ocultam da sociedade, em cujo nome dizem agir, o empenho com que laboram para tecer a corda em que enforcarão as garantias individuais. Em situações como essa, o Estado se transforma num aparato administrativo desgovernado e despótico, numa caricatura de si mesmo, num butim a ser dilapidado por ocupantes eventuais. <br />
<br />
A “partidarização” ou a particularização da atividade policial e da prestação da Justiça aproxima rapidamente as sociedades modernas das práticas totalitárias que assolaram o mundo dito civilizado na primeira metade do século XX. É o que demonstram Herbert Marcuse e Franz Neumann em suas obras sobre o tema.<br />
<br />
A invasão insidiosa dos interesses partidários nos órgãos encarregados de vigiar e punir não tem outro resultado senão transformar essas burocracias de Estado, primeiro em instrumentos do poder descontrolado e, depois, em poderes fora de controle.<br />
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Não são poucos aqueles que percebem o fenômeno e o abominam, mas preferem se recolher diante da contundência e da ousadia dos que buscam, sem qualquer escrúpulo, intimidar os inimigos, desafetos ou simples adversários políticos. Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-78462285788367859492016-08-18T14:23:00.001-07:002016-08-18T14:25:56.872-07:00Centésimo Programa Linha Econômica : Que venham outros 100!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-6zoaUrEySGw/V7Yn1fiNRzI/AAAAAAAAEoQ/4AgtE1rdCAwWcm804OEqMKK1FRwhbblqACLcB/s1600/LE.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-6zoaUrEySGw/V7Yn1fiNRzI/AAAAAAAAEoQ/4AgtE1rdCAwWcm804OEqMKK1FRwhbblqACLcB/s400/LE.jpg" width="400" height="98" /></a></div><br />
Evaristo Almeida*<br />
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A Rádio Web Linha Direta do Diretório Estadual do PT, http://www.radiolinhadireta.org.br/aovivo/index.html, completa quatro anos, em agosto. É um dos passos do Partido dos Trabalhadores na construção de uma mídia democrática que possa transmitir a narrativa dos trabalhadores, em contraponto à grande mídia capitalista, oligopolizada, golpista e que representa os interesses estrangeiros no Brasil.<br />
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Dentro da programação variada da rádio, está o “Linha Econômica” que nessa sexta, 19 de agosto, irá ao ar pela centésima vez. O programa de iniciativa minha, com Eduardo Marques, Ricardo Guterman e o Emílio Lopez e reforçada pelo Laerte Fedrigo e o Reinaldo Franco, que fizeram a história desse programa. Atualmente, ele é apresentado por mim e pelo Laerte Fedrigo.<br />
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O objetivo do Linha Econômica é apresentar a economia sob o olhar e os interesses do trabalhador brasileiro.<br />
Tratamos a economia como uma ciência social, política e humana que deve oferecer empregos para todos, com salários dignos e distribuição de renda.<br />
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Travamos o bom combate contra o golpe de estado, em curso, através de uma conjunção midiática-jurídica-policial, orquestrada pela potência imperial, que quer se apossar do pré-sal, transformar o Brasil na colônia que foi no passado e impedir o nosso desenvolvimento.<br />
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Denunciamos a pilhagem feita pelos ricos, que pagam proporcionalmente menos impostos do que os mais pobres, sustentados pela tributação regressiva que pune os mais pobres e beneficia os mais ricos. A esse respeito escrevi um artigo publicado na Revista da Fatec de Itu, que pode ser acessado no endereço https://issuu.com/varvitu/docs/artigo_8_var_5. Propomos que a sonegação feita principalmente pelos mais ricos do país seja tratada como crime hediondo. O Brasil é medalha de prata no quesito (só perde para a Rússia), sonegando 13,4% do PIB anualmente, mais de R$ 600 bilhões, dinheiro mais suficiente para resolver os problemas do país. <br />
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Os juros foram tratados em praticamente todos os nossos programas e demonstramos que são formas de pilhagem do povo brasileiro e que transferem para os mais ricos cerca de R$ 500 bilhões, que deveriam ser investidos na educação, saúde, segurança, transportes e bem-estar do povo. Usam a inflação como bode expiatório perfeito para efetuar essa transferência imoral de renda, com forte ajuda da imprensa brasileira, que também é viciada em juro alto. Nossa crítica também atingiu as instituições bancárias que cobram juros extorsivos cobrados pelos bancos brasileiros e estrangeiros, citando o exemplo de um Banco espanhol no Brasil, que na Espanha cobra menos de 5% ao ano e no Brasil chega a 15% ao mês no cheque especial, ou 435% ao ano! Vale citar o filme “A Grande Aposta” em que um dos personagens maldiz um banqueiro por cobrar 20% ao ano de juros, imaginem o que ele diria se fosse brasileiro.<br />
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Defendemos que toda corrupção do país seja investigada, independente de partido, por entendermos que o objetivo da Lava Jato não é combater a corrupção a qual é secular no Brasil, veio com Cabral nas caravelas, e sim para ser usado no golpe de estado, para perseguir o PT e destruir parte da economia brasileira, para que empresas estrangeiras possam se apossar do nosso mercado. Lembramos do artigo de Ricardo Semler, intitulado “Nunca se roubou tão pouco, que pode ser lido no sítio http://seumlertabom.blogspot.com.br/2014/11/nunca-se-roubou-tao-pouco-ricardo-semler.html, ressaltando que a corrupção vem sendo diminuída no Brasil nos governos do PT, era de 5% do PIB, segundo Semler e caiu para 0,8% do PIB, lembrando que a sonegação, corrupção privada dos ricos, é de 13,4% do PIB, aferido pelo Tax Justice Network, que pode ser lido em http://www.valor.com.br/brasil/3333552/no-mundo-brasil-so-perde-para-russia-em-sonegacao-fiscal-diz-estudo. <br />
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Queremos a Petrobras sob controle do povo brasileiro, que a renda auferida no pré-sal seja empregada na educação e na saúde, como preconizada pelos governos Lula e Dilma, que a maior parte dos equipamentos seja fabricada no Brasil e que empresas estrangeiras que não investiram um centavo para encontrar o pré sal não fiquem com essa riqueza que é nossa. O petróleo descoberto no Texas, nos Estados Unidos, serviu para desenvolver esse país, assim como a Holanda e a Noruega se utilizaram dele para enriquecer e desenvolver o seu povo. Já tivemos nosso ouro levado para a Europa, deixando nas Minas Gerais apenas buraco e pobreza, não é justo que mais uma vez nossas riquezas sejam roubadas, dadas por um grupo de políticos que através de um golpe de estado querem inviabilizar o Brasil como nação.<br />
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Entendemos que é preciso desindexar a economia brasileira, tirando a obrigatoriedade de aumento anual dos preços de energia, telefonia, transportes e pedágio. Sem isso, estaremos condenados a inflação alta, pois essa prática força o aumento dos preços em geral. Devemos usar a Companhia Brasileira de Alimentos, para através de estoques reguladores impedirem a variação brusca de preços nos alimentos e incentivar a agricultura familiar para aumentar a produção de alimentos no país. Esse é o verdadeiro combate à inflação.<br />
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O câmbio também tem muita influência nos preços e desindustrializa o país, assim devemos ter uma taxa de câmbio que proteja a produção interna e torne possível a exportação de produtos industrializados. Para isso o país deve adotar controle de capitais, impedindo o carry trade (pilhagem estrangeira através da arbitragem cambial). <br />
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Queremos que os trabalhadores façam parte do Comitê de Política Econômica – COPOM do Banco Central e que a busca pelo pleno emprego, ao lado do controle inflacionário sejam as metas alcançadas. Não faz sentido numa democracia um grupo de tecnocratas decidirem sozinhos a vida de milhões de pessoas.<br />
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A ciência econômica precisa mudar, principalmente no Brasil, na busca da vida e não da morte como a economia financista ensinada nas universidades estadunidenses, que formam economistas com teses, que segundo Gaibraith não são aplicadas nem nos Estados Unidos. A economia ensinada por eles está fora da realidade do mundo e apenas transformam ricos em bilionários e pobres em miseráveis.<br />
O Brasil ainda tem que olhar para os continentes Latino Americano e Africano, nosso espaço vital, incentivando o Mercosul e a integração da América do Sul.<br />
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São vários pontos abordados nesse tempo, que claramente estão na esfera da política, pois a narrativa hoje hegemônica feita pela classe dominante brasileira, é claramente contra tudo isso. Ela quer um Brasil subordinado aos Estados Unidos, que o trabalhador tenha apenas 15 minutos de almoço, trabalhe 60 horas semanais, nunca se aposente, ganhe um salário ínfimo e ainda tenha que pagar pela saúde e pela educação. Uma verdadeira barbárie em pleno século XXI.<br />
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Nós apresentamos um projeto de país; um país socialmente igual, humanamente diferente e totalmente livre.<br />
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Estiveram conosco nessa jornada o Cidão, Secretário de Comunicação do PT-SP, as jornalistas Aline e a Kátia, que foram responsáveis pela rádio, os jornalistas Elineudo e Cláudio, que são os atuais responsáveis, o Sílvio que é nosso operador de som, além de um músico incrível e o Paulinho que por lá também passou pelos controles, não esquecendo o Clodoaldo e todos os presidentes estaduais e secretários do PT-SP nesse período.<br />
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Queremos também agradecer a todos os que passaram por aqui, através de entrevistas esclarecedoras.<br />
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E também parabenizar todos os militantes do Partido dos Trabalhadores pela luta dura que sempre travaram pelo Brasil. O programa Linha Econômica é apenas mais um instrumento dela.<br />
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*Economista, Mestre em Economia Política pela PUC-SP, apresentador do programa Linha Econômica junto com Laerte Fedrigo.<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-60295270025270214792016-06-15T10:29:00.002-07:002016-06-15T10:29:54.711-07:00Moniz Bandeira denuncia apoio dos EUA a golpe no Brasil <br />
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do PT na Câmara<br />
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O cientista político e historiador Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira alertou nesta terça-feira (14) que por trás do processo golpista no Brasil, que levou à ascensão do presidente interino Michel Temer no lugar da presidenta legítima Dilma Rousseff, há poderosos interesses dos Estados Unidos, para ampliar sua presença econômica e geopolítica na América do Sul.<br />
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“Esse golpe deve ser compreendido dentro do contexto internacional, em que os EUA tratam de recompor sua hegemonia sobre a América do Sul, ao ponto de negociar e estabelecer acordos com o presidente Maurício Macri para a instalação de duas bases militares em regiões estratégicas da Argentina. O processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não se tratou, portanto, de um ato isolado, por motivos domésticos, internos do Brasil”, afirmou Moniz Bandeira, em entrevista concedida por e-mail ao PT na Câmara.<br />
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Moniz, que é autor de mais de 20 obras, entre elas A Segunda Guerra Fria — Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos (2013, Civilização Brasileira) e está lançando agora A Desordem Internacional, entende que o processo golpista no Brasil recebeu apoio dos EUA e de outros setores estrangeiros com interesse nas riquezas do País.<br />
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Ele criticou também setores da burocracia do Estado (como Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal e Judiciário) por atuarem para solapar a democracia brasileira, prejudicar empresas nacionais e abrir caminho para a consolidação de interesses estrangeiros no País, em especial dos EUA.<br />
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“Muito dinheiro correu na campanha pelo impeachment. E a influência dos EUA transparece nos vínculos do juiz Sérgio Moro, que conduz o processo da Lava-Jato. Ele realizou cursos no Departamento de Estado, em 2007”, disse.<br />
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Leia a entrevista completa:<br />
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Como o senhor avalia o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff?<br />
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O fato de que o presidente interino Michel Temer e seus acólitos, nomeados ministros, atuarem como definitivos, mudando toda a política da presidenta Dilma Roussefff, evidencia nitidamente a farsa montada para encobrir o golpe de Estado, um golpe frio contra a democracia, desfechado sob o manto de impeachment.<br />
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Esse golpe, entretanto, deve ser compreendido dentro do contexto internacional, em que os Estados Unidos tratam de recompor sua hegemonia sobre a América do Sul, ao ponto de negociar e estabelecer acordos com o presidente Maurício Macri para a instalação de duas bases militares em regiões estratégicas da Argentina.<br />
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O processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não se tratou, portanto, de um ato isolado, por motivos domésticos, internos do Brasil.<br />
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Onde seriam implantadas tais bases?<br />
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Uma seria em Ushuaia, na província da Terra do Fogo, cujos limites se estendem até a Antártida; a outra na Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai), antiga ambição de Washington, a título de combater o terrorismo e o narcotráfico. Mas o grande interesse, inter alia, é, provavelmente, o Aquífero Guarani, o maior manancial subterrâneo de água doce do mundo, com um total de 200.000 km2, um manancial transfronteiriço, que abrange o Brasil (840.000l Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina (255.000 Km²).<br />
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Aí os grandes bancos dos Estados Unidos e da Europa — Citigroup, UBS, Deutsche Bank, Credit Suisse, Macquarie Bank, Barclays Bank, the Blackstone Group, Allianz, e HSBC Bank e outros –compraram vastas extensões de terra.<br />
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A eleição de Maurício Macri significa que a Argentina vai voltar ao tempo em que o ex-presidente Carlos Menem, com a doutrina do “realismo periférico”, desejava manter “relações carnais” com os Estados Unidos?<br />
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Os EUA estão a buscar a recuperação de sua hegemonia na América do Sul, hegemonia que começaram a perder com o fracasso das políticas neoliberais na década de 1990. Com a eleição de Maurício Macri, na Argentina, conseguiram grande vitória.<br />
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E, na Venezuela, o Estado encontra-se na iminência do colapso, devido à conjugação de desastrosas políticas dos governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro com a queda do preço do petróleo e as operações para a mudança de regime, implementadas pela CIA, USAID, NED e ONGs financiadas por essas e outras entidades.<br />
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A implantação de bases militares em Ushuaia e na Tríplice Fronteira, além de ferir a soberania da Argentina, significa séria ameaça à segurança nacional não só do Brasil como dos demais países da região.<br />
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Os EUA possuem bases na Colômbia e alguns contingentes militares no Peru, a ostentarem sua presença nos Andes e no Pacifico Ocidental. E com as bases na Argentina completariam um cerco virtual da região, ao norte e ao sul, ao lado do Pacífico e do Atlântico.<br />
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Que implicações teria o estabelecimento de tais bases na Argentina?<br />
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Quaisquer que sejam as mais diversas justificativas, inclusive científicas, a presença militar dos EUA na Argentina implicaria maior infiltração da OTAN, na América do Sul, penetrada já, sorrateiramente, pela Grã-Bretanha no arquipélago das Malvinas, e anularia de facto e definitivamente a resolução 41/11 da Assembleia Geral das Nações Unidas, que, em 1986, estabeleceu o Atlântico Sul como Zona de Paz e Cooperação (ZPCAS).<br />
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E o Brasil jamais aceitou que a OTAN estendesse ao Atlântico Sul sua área de influência e atuação.<br />
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Em 2011, durante o governo da presidente Dilma Rousseff, o então ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim (do PMDB, o mesmo partido do presidente provisório Temer), atacou a estratégia de ampliar a área de ingerência da OTAN ao Atlântico Sul, afirmando que nem o Brasil nem a América do Sul podem aceitar que os Estados Unidos “se arvorem” o direito de intervir em “qualquer teatro de operação” sob “os mais variados pretextos”, com a OTAN “a servir de instrumento para o avanço dos interesses de seu membro exponencial, os Estados Unidos da América, e, subsidiariamente, dos aliados europeus”.<br />
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Mas estabelecer uma base militar na região da Antártida não é uma antiga pretensão dos EUA?<br />
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Sim. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial esse é um objetivo estratégico do Pentágono a fim de dominar a entrada no Atlântico Sul. E, possivelmente, tal pretensão agora ainda mais se acentuou devido ao fato de que a China, que está a construir em Paraje de Quintuco, na província de Neuquén, coração da Patagônia, a mais moderna estação interplanetária e a primeira fora de seu próprio território, com poderosa antena de 35 metros para pesquisas do “espaço profundo”, como parte do Programa Nacional de Exploração da Lua e Marte.<br />
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A previsão é de que comece a operar em fins de 2016. Mas a fim de recuperar a hegemonia sobre toda a América do Sul, na disputa cada vez mais acirrada com a China era necessário controlar, sobretudo, o Brasil, e acabar o Mercosul, a Unasul e outros órgãos criados juntamente com a Argentina, seu principal sócio e parceiro estratégico, a envolver os demais países da América do Sul.<br />
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A derrubada da presidente Dilma Rousseff poderia permitir a Washington colocar um preposto para substituí-la.<br />
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A mudança na situação econômica e política tanto da Argentina como do Brasil afigura-se, entretanto, muito difícil para os EUA. A China tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil, com investimentos previstos superiores a US$54 bilhões, e o segundo maior parceiro comercial da Argentina, depois do Brasil.<br />
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O Brasil, ao desenvolver uma política exterior com maior autonomia, fora da órbita de Washington, e de não intervenção nos países vizinhos e de integração da América do Sul, conforme a Constituição de 1988, constituía um obstáculo aos desígnios hegemônicos dos EUA, que pretendem impor a todos os países da América tratados de livre comércio similares aos firmados com as repúblicas do Pacífico.<br />
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Os EUA não se conformam com o fato de o Brasil integrar o bloco conhecido como BRICs e seja um dos membros do banco em Shangai, que visa a concorrer com o FMI e o Banco Mundial.<br />
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Como o senhor vê a degradação da democracia no Brasil, com a atuação de setores da burocracia do Estado (Ministério Público, Polícia Federal e Judiciário) que agem de modo a rasgar a Constituição, achicanando o país?<br />
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A campanha contra a corrupção, nos termos em que o procurador-geral Rodrigo Janot e o juiz Sérgio Moro executam, visou, objetivamente, a desmoralizar a Petrobras e as grandes construtoras nacionais, tanto que nem sequer as empresas estrangeiras foram investigadas, e elas estão, de certo, envolvidas também na corrupção de políticos brasileiros.<br />
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Ao mesmo tempo se criou o clima para o golpe frio contra o governo da presidente Dilma Rousseff, adensado pelas demonstrações de junho de 2013 e as vaias contra ela na Copa do Mundo.<br />
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A estratégia inspirou-se no manual do professor Gene Sharp, intitulado Da Ditadura à Democracia, para treinamento de agitadores, ativistas, em universidades americanas e até mesmo nas embaixadas dos Estados Unidos, para liderar ONGs, entre as quais Estudantes pela Liberdade e o Movimento Brasil Livre, financiadas com recursos dos bilionários David e Charles Koch, sustentáculo do Tea Party, bem como pelos bilionários Warren Buffett e Jorge Paulo Lemann, proprietários dos grupos Heinz Ketchup, Budweiser e Burger King, e sócios de Verônica Allende Serra, filha do ex-governador de São Paulo José Serra, na sorveteria Diletto.<br />
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Outras ONGs são sustentadas pelo especulador George Soros, que igualmente financiou a campanha “Venha para as ruas”.<br />
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Os pedidos de prisão de próceres do PMDB e do presidente do Senado, encaminhados pelo procurador-geral da República, podem desestabilizar o Estado brasileiro?<br />
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Os motivos alegados, que vazaram para a mídia, não justificariam medida tão radical, a atingir toda linha sucessória do governo brasileiro.<br />
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O objetivo do PGR poderia ser de promoção pessoal, porém tanto ele como o juiz Sérgio Moro atuam, praticamente, para desmoralizar ainda mais todo o Estado brasileiro, como se estivessem a serviço de interesses estrangeiros.<br />
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E não só desmoralizar o Estado brasileiro. Vão muito mais longe nos seus objetivos antinacionais.<br />
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As suspeitas levantadas contra a fábrica de submarinos, onde se constrói, inclusive, o submarino nuclear, todos com transferência para o Brasil de tecnologia francesa, permitem perceber o intuito de desmontar o programa de rearmamento das Forças Armadas, reiniciado pelo presidente Lula e continuado pela presidente Dilma Rousseff.<br />
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E é muito possível que, em seguida, o alvo seja a fabricação de jatos, com transferência de tecnologia da Suécia, o que os EUA não fazem, como no caso do submarino nuclear.<br />
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É preciso lembrar que, desde o governo de Collor de Melo e, principalmente, durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil foi virtualmente desarmado, o Exército nem recursos tinha para alimentar os recrutas e foi desmantelada a indústria bélica, que o governo do general Ernesto Geisel havia incentivado, após romper o Acordo Militar com os Estados Unidos, na segunda metade dos anos 1970.<br />
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O senhor julga que os Estados Unidos estiveram por trás da campanha para derrubar o governo da presidente Dilma Rousseff?<br />
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Há fortes indícios de que o capital financeiro internacional, isto é, de que Wall Street e Washington nutriram a crise política e institucional, aguçando feroz luta de classes no Brasil.<br />
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Ocorreu algo similar ao que o presidente Getúlio Vargas denunciou na carta-testamento, antes de suicidar-se, em 24 de agosto de 1954: “A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de liberdade e garantia do trabalho”.<br />
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Muito dinheiro correu na campanha pelo impeachment. E a influência dos EUA transparece nos vínculos do juiz Sérgio Moro, que conduz o processo da Lava-Jato.<br />
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Ele realizou cursos no Departamento de Estado, em 2007.<br />
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No ano seguinte, em 2008, passou um mês num programa especial de treinamento na Escola de Direito de Harvard, em conjunto com sua colega Gisele Lemke. E, em outubro de 2009, participou da conferência regional sobre “Illicit Financial Crimes”, promovida no Rio de Janeiro pela Embaixada dos Estados Unidos.<br />
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A Agência Nacional de Segurança (NSA), que monitorou as comunicações da Petrobras, descobriu a ocorrência de irregularidades e corrupção de alguns militantes do PT e, possivelmente, passou informação sobre o doleiro Alberto Yousseff a um delegado da Polícia Federal e ao juiz Sérgio Moro, de Curitiba, já treinado em ação multi-jurisdicional e práticas de investigação, inclusive com demonstrações reais (como preparar testemunhas para delatar terceiros).<br />
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Não sem motivo o juiz Sérgio Moro foi eleito como um dos dez homens mais influentes do mundo pela revista Time.<br />
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Ele dirigiu a Operação Lava-Jato, coadjuvado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como um reality show, sem qualquer discrição, vazando seletivamente informações para a mídia, com base em delações obtidas sob ameaças e coerção, e prisões ilegais, com o fito de macular e incriminar, sobretudo, o ex-presidente Lula. E a campanha continua.<br />
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Aonde vai?<br />
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Vai longe. Visa a atingir todo o Brasil como Nação.<br />
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E daí que se prenuncia uma campanha contra a indústria bélica, a começar contra a construção dos submarinos, com tecnologia transferida da França, o único país que concordou em fazê-lo, e vai chegar à construção dos jatos, com tecnologia da Suécia e outras indústrias.<br />
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Essas iniciativas dos presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff afetaram e afetam os interesses dos Estados Unidos, cuja economia se sustenta, largamente, com a exportação de armamentos.<br />
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Apesar de toda a pressão de Washington, o Brasil não comprou os jatos F/A-18 Super Hornets da Boeing, o que contribuiu, juntamente com o cancelamento das encomendas pela Coréia do Sul, para que ela tivesse de fechar sua planta em Long Beach, na Califórnia.<br />
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A decisão da presidente Dilma Rousseff de optar pelos jatos da Suécia representou duro golpe na divisão de defesa da Boeing, com a perda de um negócio no valor US$4,5 bilhões.<br />
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Esse e outros fatores concorreram para a armação do golpe no Brasil.<br />
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E qual a perspectiva?<br />
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É sombria. O governo interino de Michel Temer não tem legitimidade, é impopular e, ao que tudo indica, não há de perdurar até 2018. É fraco. Não contenta a gregos e troianos.<br />
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E, ainda que o presidente interino Michel Temer não consiga o voto de 54 senadores para efetivar o impeachment, será muito difícil a presidenta Dilma Rousseff governar com um Congresso, em grande parte corrompido, e o STF comprometido pela desavergonhada atuação, abertamente político-partidária, de certos ministros.<br />
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Novas eleições, portanto, creio que só as Forças Armadas, cujo comando do Exército, Marinha e Aeronáutica até agora está imune e isento, podem organizar e presidir o processo.<br />
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Também só elas podem impedir que o Estado brasileiro seja desmantelado, em meio a esse clima de inquisição, criado e mantido no País, em colaboração com a mídia corporativa, por elementos do Judiciário, como se estivessem acima de qualquer suspeita. E não estão. Não são deuses no Olimpo.Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-19086172564309328242016-06-13T06:59:00.001-07:002016-06-13T06:59:24.297-07:00AS INTENÇÕES RACISTAS NO PEDIDO DE IMPEACHMENTPor *Dennis de Oliveira, para a Agência Áfricas<br />
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Por trás do discurso legalista do impeachment, as reais intenções racistas<br />
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O filósofo italiano Giorgio Aganbem lembra que o pensamento grego clássico tinha duas palavras para definir a vida: bios, que se refere a dimensão da vida qualificada, que busca a felicidade por meio da Política (ação no espaço público) e, portanto, pertencente ao contrato de cidadania; e zoe, que é a dimensão da vida comunal, da mera existência, fora do Ágora e do contrato de cidadania. O conceito de Foucault, de biopolítica se origina disto: o poder é o gerenciamento das fronteiras entre os que estão na bios e os que ficam na zoe.<br />
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Vários pensadores tem falado em uma zoepolítica (como o mineiro Idelber Avelar) ou da necropolítica (o camaronês Achille Mbembe). O gerenciamento do poder está na contenção e controle dos que estão fora da dimensão da bios. De fato, quando se observa que trinta anos de fim da ditadura militar no Brasil, persistem situações como a que ocorreu no Rio de Janeiro, no dia 1º. de dezembro, em que policiais fuzilaram cinco jovens negros a sangue frio, bem como vários outros episódios que consolidam o genocídio da juventude negra, estas percepções fazem sentido.<br />
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No Brasil, historicamente, a necropolítica é a principal forma de exercício do racismo. O racismo brasileiro, realizado a partir do que Darcy Ribeiro chama de “tolerância opressiva” (tolerar o outro desde que possa reinar sobre seus corpos e mentes) se mantém com esta divisão rígida de acesso ao direito a vida qualificada. Por isto, mesmo com mais de 30 anos de democracia institucional, episódios típicos de ditaduras militares, como execuções extrajudiciais, acontecem cotidianamente nas periferias e contra jovens negros.<br />
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Agrego a isto mais um fato pouco discutido neste embate do pedido de impeachment da presidenta Dilma Roussef. O argumento que sustenta este pedido, aceito recentemente pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, são as tais “pedaladas fiscais”. O Tribunal de Contas da União entendeu que o Executivo agiu de forma irregular ao financiar gastos necessários para pagamentos de benefícios sociais – como o Bolsa Família – por meio de recursos dos bancos estatais. E esta irregularidade levou a reprovação das contas da presidenta e isto baseia o pedido de impeachment.<br />
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O que chamo atenção disto é o que está atrás deste argumento técnico: recursos para pagar benefícios sociais. No fundo, o que incomoda é justamente isto. Tenho dúvidas se estes recursos tivessem sido utilizados para socorrer bancos falidos o desfecho seria este. A tal “pedalada” fiscal contestada é o governo federal priorizar os compromissos com os benefícios sociais em detrimento das tecnicidades da “responsabilidade fiscal”.<br />
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Não é de hoje que o Bolsa Família desperta ódio nos setores mais conservadores. Mas um ódio contido, como é o ódio racial explícito, porque é “politicamente incorreto”. A necropolítica no Brasil não se expressa de forma explícita – por isto, no país, não há uma expressão explicitamente nazista, embora ela exista sutilmente no pensamento de muitos. Ela é executada pelas mãos sujas das forças de segurança e defendida sorreteiramente por parte significativa das elites, cujos privilégios são mantidos às custas da contenção da população periférica. O Bolsa Família, a medida que joga uma certa luz a estes territórios da dimensão da zoe, sinaliza para conexões pontuais com esta população. É um arranho na necropolítica.<br />
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Importante lembrar que as políticas sociais desenvolvidas nos últimos anos beneficiam a população negra. 73% dos beneficiários do Bolsa Família são negros e 68% das famílias beneficiadas são chefiadas por mulheres negras. 80% dos beneficiários do programa “Água para Todos” (construção de cisternas) são negros. No Programa Luz para Todos, o percentual de negros entre os beneficiários é também de 80%. No Pronatec, 68% das matrículas contabilizadas em 2014 eram de jovens negros. O Programa “Minha Casa, Minha Vida” tem entre os seus contemplados, 70% de famílias negras.<br />
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Desta forma, toda a armação de impeachment não passa de mais uma reação dos desejosos de que se reforce as práticas da necropolítica, de contenção das periferias e da população negra em especial. O discurso legalista não passa de uma cortina de fumaça para esconder estas reais intenções.<br />
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*Dennis de Oliveira é professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e do Programa de Pós Graduação de Direitos Humanos e de Mudança Social e Participação Política da USP. Coordena o CELACC (Centro de Estudos Latino Americanos sobre Cultura e Comunicação) e é membro do Neinb (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro) e do Alterjor (Grupo de Pesquisa de Jornalismo Popular e Alternativo).Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-24210643354463992942016-05-12T11:42:00.002-07:002016-05-12T11:42:11.304-07:00O que mais o Temer vai entregar ao Obama?PH,<br />
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A adesão (aos EUA) será feita e essa não será a única modificação de monta na estrutura de acordos e parcerias do Brasil. Haverá extensa modificação na grade inteira e o Brasil vai alterar consideravelmente a posição que ocupa no grafo (a expressão técnica é essa mesmo) das relações internacionais, sem escapar a teia de apoios ativos ou silenciosos no parlamento da ONU.<br />
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Mudarão nossa posição no conflito do Oriente Médio, nas questões africanas, nos diversos questionamentos sobre o armamentismo internacional e, de extrema importância imediata, a política brasileira expressa na Organização Mundial do Comércio.<br />
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O golpe não se esgota, na intenção de seus líderes intelectuais, dentro e fora do Congresso, na usurpação do Poder e em abrir porteiras para o batalhão de vampiros que, à mingua durante o período Lula-Dilma, irão se banquetear em todos os cofrinhos e cofrões das instituições estatais (os inocentes úteis ficarão boquiabertos com a face de um verdadeiro ataque aos recursos públicos pelos paladinos da luta contra a corrupção).<br />
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A partir da crise de 2008, estabeleceu-se gigantesca luta mundial entre os generais civis e militares que buscam a vitória total da concepção de governo estritamente orientada pela supremacia do interesse e os sitiados guerrilheiros adeptos de uma temperança política que inclua graus de solidariedade em relação aos desassistidos do sucesso capitalista.<br />
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Todos os países nórdicos sucumbiram, submetendo-se a extenso desmonte do Estado de Bem Estar, embora ainda longe do paradigma utilitarista-benthamiano americano forjado a partir de Reagan, Bushes e parcial derrota de Obama.<br />
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Franceses, alemães, belgas e ingleses resistem ao desmonte total, os reacionários usando a questão imigratória como teste para a submissão generalizada da política social de bem estar aos modelos do Milenium, que é internacional, com origem na organização Mont-Pelerin, criada ainda durante a Segunda Guerra Mundial, sob direção de Friedrich Hayek e outros.<br />
<br />
Quem defende a política social para os franceses, hoje, são os imigrantes árabes, indianos e paquistaneses para os ingleses, turcos e até portugueses, para os alemães.<br />
<br />
A cidadela Brasil, muro de proteção aos povos sul-americanos, está cedendo.<br />
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<br />
Resta a resistência não apenas passiva, mas ativa, em busca da derrubada desses usurpadores por todos os meios possíveis, legais e ilegais, à exceção da violência armada.<br />
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Não tenho nem terei timidez em defender continuadamente tal posição. <br />
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Com oitenta anos, não estou disposto a desperdiçar o futuro que me resta de forma indigna.<br />
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grande abraço,<br />
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WanderleyEvaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-25174201450951320442016-05-12T11:01:00.002-07:002016-05-12T11:01:28.391-07:00Os répteis deram o golpe!Quem são eles?<br />
o réptil-mor, golpista em toda América Latina,<br />
Presidente dos estados unidos da américa, barack obama <br />
que treinou juízes, procuradores e direcionou a mídia nativa<br />
para o golpe!<br />
os répteis togados do stf são golpistas,<br />
Assim como os merendeiros do psdb,<br />
Boa parte dos procuradores e promotores do ministério público,<br />
Os fardados da polícia federal e das polícias militares, que serão<br />
O Doi-Codi do regime que se instala no Brasil!<br />
o réptil do pmdb que se instala na presidência, <br />
defende os interesses mais lesivos contra povo brasileiro,<br />
ele representa os interesses dos escravocratas, das capitanias hereditárias,<br />
do capital financeiro internacional e nacional, das corporações transnacionais,<br />
a classe réptil-midiática, é dona da globo, folha, veja, estadão e outras empresas golpistas,<br />
são os representantes do colonialismo mais rasteiro no país, <br />
são vassalos, juntos aos demais répteis dos estados unidos,<br />
aliás, estiveram juntos em 1964 e são cúmplices de prisões, torturas e <br />
assassinatos de brasileiros e brasileiras,<br />
em nome deles o Brasil deveria mandar fechar a embaixada desse país e<br />
expulsar a embaixadora artífice dos golpes em Honduras, Paraguai e agora no Brasil.<br />
Todo nosso repúdio à plutocracia dos estados unidos, principalmente os irmãos koch e os rockfellers.<br />
O mundo devia exigir o fechamento da agência de assassinos conhecida como cia, que derruba governos e <br />
mata lideranças no mundo inteiro.<br />
O povo da Ucrânia que o diga.<br />
Mas porque os golpistas são répteis?<br />
São bípedes, não existem répteis bípedes,<br />
por não prezarem pela justiça, desprezarem a humanidade<br />
pisarem na democracia, são corruptos, sonegadores, cínicos e<br />
mentirosos,<br />
o que interessa para os répteis golpistas é apenas ganhar dinheiro, nada mais;<br />
só muita luta para restaurar a Democracia e o Estado de Direito no Brasil,<br />
A nossa tarefa é fazer esses répteis voltarem do esgoto de onde saíram.<br />
É o que faremos.<br />
Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36400348.post-48311373256873639952016-04-25T13:13:00.003-07:002016-04-25T13:13:43.318-07:00Impeachment do processo civilizatórioEduardo Fagnani* | Publicado no Le Monde Diplomatique<br />
Membro do grupo de economistas vinculado à Frente Brasil Popular<br />
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O objetivo de construir uma sociedade civilizada, democrática e socialmente justa deveria ser um dos núcleos de um projeto nacional. A Constituição de 1988 representa um marco do processo civilizatório do país. Pela primeira vez em mais de cinco séculos, ela assegurou formalmente a cidadania plena (direitos civis, políticos e sociais) para todos os brasileiros. O novo ciclo democrático inaugurado por ela, associado aos avanços sociais obtidos na década passada, contribuiu para a melhoria do padrão de vida da população, especialmente dos mais pobres.<br />
<br />
Não obstante, o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo. Essa marca tem raízes históricas ditadas pela industrialização tardia, pela curta e descontinuada experiência democrática e, especialmente, pelo longo passado escravocrata, cujo legado foi uma massa de analfabetos sem cidadania. Em pleno século XXI, o país ainda não foi capaz sequer de enfrentar desigualdades históricas herdadas de mais de três séculos de escravidão. Observe-se que, segundo estudo da ONU, a pobreza no Brasil tem cor: mais de 70% das pessoas vivendo em extrema pobreza no país são negras; 64% delas não completam a educação básica; 80% dos analfabetos brasileiros são negros; os salários médios dos negros são 2,4 vezes mais baixos que o dos brancos. No Rio de Janeiro, 80% das vítimas de homicídios resultantes de intervenções policiais são negras. A taxa de assassinatos de mulheres também tem clara dimensão racial. Entre 2003 e 2013, o assassinato de mulheres brancas caiu 10%; no mesmo período, o de negras subiu 54%.1<br />
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Segundo o Mapa da Violência, oBrasil ocupa o terceiro lugar, entre 85 países, no ranking de mortes de adolescentes. São 54,9 homicídios para cada 100 mil jovens de 15 a 19 anos, atrás apenas de México e El Salvador. A taxa brasileira é 275 vezes maior do que a de países como Áustria e Japão. Em média, dez adolescentes são assassinados por dia. O assassinato de jovens também tem cor. Morrem proporcionalmente sete negros para cada branco. No Maranhão morrem treze negros para cada branco.2<br />
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Nessas condições, o primeiro objetivo estratégico de um projeto civilizatório deveria ser enfrentar essas profundas desigualdades históricas. Em segundo lugar, preservar a inclusão social recente e aprofundar a cidadania social assegurada pela Constituição de 1988. Em terceiro, enfrentar as brutais desigualdades da renda, o que exige medidas voltadas para a revisão da estrutura tributária, a melhor distribuição da propriedade urbana e rural e a correção das desigualdades no mercado de trabalho. Quarto objetivo: <br />
universalizar a cidadania social, pelo enfrentamento do déficit na oferta de serviços sociais públicos, que combina desigualdades no acesso entre classes sociais e entre regiões do país.<br />
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A criação de uma sociedade mais igualitária requer que a gestão macroeconômica crie um ambiente favorável para o objetivo de longo prazo de reduzir continuamente a desigualdade. O progresso material é vital para a melhoria generalizada das condições de vida da população. O crescimento continuado da produção e da renda é condição necessária para a estruturação do mundo do trabalho e a ampliação do bem-estar social.<br />
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Não obstante, o arcabouço institucional adotado pelos organismos internacionais desde os anos 1990, consubstanciado no chamado “tripé” macroeconômico, não converge para esses propósitos, pois visa unicamente preservar a riqueza financeira. A revisão desse arcabouço vem sendo introduzida por diversos países antes mesmo da crise internacional de 2008; e a própria ortodoxia internacional já o trata como o “velho consenso”. Mas, aqui no Brasil, o “tripé” macroeconômico, introduzido em 1999, tornou-se ideia fixa. <br />
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Qualquer crítica é considerada herética pelos ditadores do debate econômico nacional.<br />
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Fortalecer a indústria também é condição necessária para avançar no processo civilizatório. A experiência internacional ensina que nenhum país se tornou desenvolvido sem uma indústria forte e competitiva. Também seria necessário fortalecer a capacidade de financiamento do Estado. Há espaço para avançar na reforma tributária, na revisão dos incentivos fiscais e no combate à sonegação.<br />
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Taxas de juros estratosféricas ampliam continuamente as despesas financeiras, transferem renda para os mais ricos e enfraquecem a capacidade financeira dos governos para atuar em favor da redução das desigualdades.<br />
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Não existem perspectivas favoráveis para a construção de uma sociedade mais igualitária se esse projeto não for pensado na perspectiva da democracia. O contínuo aperfeiçoamento da democracia exige a reforma do sistema representativo, monopolizado pelos partidos e capturado pelo poder econômico. A mercantilização do voto e a ausência de partidos programáticos impõem limites ao presidencialismo de coalizão, tornando qualquer governo refém de interesses corporativos e fisiológicos. Essa é a raiz da corrupção generalizada do sistema político-partidário, que expõe as fraturas do modelo herdado do pacto conservador na transição para a democracia.<br />
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A criação de uma sociedade mais igualitária também requer o reforço do papel do Estado. Não há na história econômica do capitalismo nenhum caso de país que tenha se desenvolvido sem o concurso expressivo de seu Estado nacional. A democracia depende da pluralidade de ideias e, nesse sentido, é fundamental garantir que os meios de comunicação sejam o esteio de um debate plural sobre os problemas do Brasil e suas soluções, aprendendo com as lições de diversos países capitalistas desenvolvidos (Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Espanha e Portugal, entre outros).<br />
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<b>Repetindo 1954, 1961 e 1964</b><br />
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A crença nessa utopia foi possível desde a redemocratização dos anos 1980 até poucos anos atrás. Hoje somos devastados por uma sensação opressiva. A iminência de um golpe institucional – pois não há evidência de crime de responsabilidade cometido pela mandatária do país – e a ascensão ilegítima ao poder de representantes dos detentores da riqueza poderão convulsionar o país e aprofundar a captura e o restrito controle do Estado por parte desses setores. O golpe na democracia vem acompanhado pelo impeachmentda cidadania social. Trata-se de nova oportunidade para promover radical mudança na correlação de forças em benefício exclusivo do poder das finanças.<br />
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Nos últimos sessenta anos, a sociedade brasileira mudou para melhor. Mas as elites ainda adotam práticas dos anos 1950 e 1960. Continuam sendo “predatórias” e “incapazes de viver com o antagônico”. Como em 1964, “elas querem a derrubada do regime democrático. Elas não sabem e não conseguem conviver com o Estado democrático. Portanto, partem para sua destruição e dissolução, que ocorre através do golpe, ilegal e ilegítimo”.3<br />
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Às vésperas do segundo turno das eleições de 2014, um prócer da elite antidemocrática deu a senha do que viria a seguir. Repetiu em sua conta no Twitter4 a célebre frase de Carlos Lacerda, referindo-se a Getúlio Vargas: “Não pode ser candidato. Se for, não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar”.<br />
Na verdade, a trama começou a ser tecida após as manifestações populares de 2013. Os oposicionistas foram sábios em “federalizar” a insatisfação popular contra a falência generalizada do sistema de representação política herdado do pacto conservador da transição para a democracia e as crônicas deficiências na oferta de serviços sociais, cuja responsabilidade é constitucionalmente compartilhada com governadores e prefeitos.<br />
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Em 2014, o “terrorismo” econômico encarregou-se de descontruir a gestão macroeconômica, com o objetivo de enfraquecer a candidatura oficial. A vitória da situação poderia representar mais doze anos de governo do Partido dos Trabalhadores. O fantasma de Lula em 2018 voltava a assustar, sendo imperativo vencer o pleito eleitoral. Economistas liberais, setores do mercado e a grande imprensa passaram a atribuir a perda do dinamismo econômico exclusivamente aos “excessos da intervenção” estatal, olvidando por completo a grave crise do capitalismo global em decorrência da debaclefinanceira de 2008 e seus desdobramentos. Na realidade, apesar de apresentar certa deterioração de alguns indicadores, o Brasil não apresentava, em nenhum aspecto considerado, um cenário de “crise terminal”, como foi difundido.5<br />
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Apesar das manobras, Dilma Rousseff venceu e tomou posse. Urgia, então, impedir a continuidade do governo ou sangrá-lo até as próximas eleições, para destruir o legado social dos governos petistas e ampliar a insatisfação popular dos mais pobres e das camadas médias, requisitos para fomentar as ações desestabilizadoras no front político-institucional. Esse ato foi encenado logo após outubro de 2014 e ao longo de 2015, paradoxalmente, contando com a ajuda do próprio governo, que adotou o programa econômico dos derrotados. O ato final poderá ser consumado nos próximos dias.<br />
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<b>O Plano Temer</b><br />
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Em meados de 2015, em meio às tramas golpistas e antidemocráticas, o vice-presidente da República, Michel Temer, lançou seu programa de governo (“Uma Ponte para o Futuro”)6 e passou a montar o novo gabinete. O documento, que radicaliza e aprofunda o projeto liberal para o Brasil, propõe a “formação de uma maioria política, mesmo que transitória ou circunstancial”, em torno das propostas apresentadas. Contando com a colaboração de diversos economistas liberais, a iniciativa recebeu amplo apoio de parlamentares de diversos partidos da oposição, empresários e setores da mídia.<br />
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Num contexto em que a democracia poderá já ter sido violentada, a gestão macroeconômica será ainda mais ortodoxa. Armínio Fraga, um dos mentores da política econômica do “Programa Temer”, foi o coordenador do programa econômico de Aécio Neves em 2014. Naquela época, receitava “a defesa da volta do tripé como fio condutor da política econômica”, bem como a necessidade de reduzir a meta de inflação dos atuais 4,5%, um forte ajuste fiscal, a redução do intervencionismo do governo, a recuperação do câmbio flutuante para recompor o tripé e a autonomia jurídica do Banco Central.7 Recentemente, afirmou que “o Brasil precisa é de um ajuste enorme”, muito superior ao realizado na primeira administração Lula e pelo ministro Joaquim Levy. “Deveríamos ter uma meta de redução de 25 pontos percentuais do PIB da dívida bruta em alguns anos. E também deveríamos dobrar o grau de abertura em certo horizonte de tempo. São objetivos factíveis”, afirmou. Além disso, serão necessárias “reformas amplas e profundas”, com destaque para a reforma da Previdência e a desvinculação dos ajustes em relação ao salário mínimo e das fontes de financiamento das políticas sociais. “Nosso orçamento deveria ser 100% desvinculado, desindexado, forçando uma reflexão do Estado que queremos e podemos ter. Uma espécie de orçamento de base zero.”8<br />
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O aprofundamento das políticas econômicas de “austeridade” requer a radical supressão de direitos sociais e trabalhistas. Nesse caso, um dos focos é acabar com a cidadania social conquistada pela Constituição de 1988, marco do processo civilizatório brasileiro. Abre-se uma nova oportunidade para que esses setores concluam o serviço que vêm tentando fazer desde a Assembleia Nacional Constituinte.<br />
A surrada tese ideológica do “país ingovernável” – sacada pelo então presidente José Sarney (1985-1990), num último gesto desesperado para evitar que a cidadania social fosse incluída na Carta Magna – voltou a ditar o rumo do debate imposto pelos representantes do mercado que conseguiram criar o “consenso” de que estabilizar a dinâmica da dívida pública requer a mudança no “contrato social da redemocratização”. Argumentam que os gastos “obrigatórios” (Previdência Social, assistência social, saúde, educação, seguro-desemprego, entre outros) têm crescido num ritmo que compromete as metas fiscais. Para eles, a crise atual decorre fundamentalmente da trajetória “insustentável” de aumento dos gastos públicos desde 1993, por conta dos direitos sociais consagrados pela Carta de 1988.9 Argumentam ainda que os juros elevados praticados no Brasil decorrem da “baixa poupança” do governo. Esta, por sua vez, é fruto da existência de “sociedades que provêm Estado de bem-estar social generoso com diversos mecanismos públicos de mitigação de riscos”.10A visão de que “o Estado brasileiro não cabe no PIB” também tem sido sentenciada por diversos representantes desse matiz.11<br />
Em consonância com o “Plano Temer”, levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que tramitam no Congresso Nacional 55 projetos de lei e propostas de emenda constitucional que suprimem direitos sociais e trabalhistas, reduzem o papel do Estado e aprofundam mecanismos de controle fiscal.12<br />
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<b>Depois do golpe</b><br />
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Faz parte da narrativa dos oposicionistas que, após o impeachment, haverá uma trégua política, condição necessária para a reorganização da economia. Difícil acreditar nessa possibilidade. Em primeiro lugar, porque falta legitimidade aos que serão “eleitos” pela manobra. Falta, sobretudo, legitimidade ética, pois praticamente todos os futuros mandatários da República – a começar pelo presidente da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal, o aspirante a presidente da República, a maioria de seus apoiadores, grande parte dos parlamentares que integram a comissão de impeachment e aqueles que decidirão pela cassação no plenário – parecem estar envolvidos com algum “malfeito” no uso do dinheiro público. Em segundo lugar, as elites financeiras, políticas e midiáticas erram ao pressupor que a sociedade brasileira no século XXI é a mesma de meados do século passado. Ledo engano. Não somos mais um país agrário com uma sociedade politicamente desorganizada. Portanto, como aponta Safatle, a crença na trégua pós-impeachmenté falsa,“e os operadores do próximo Estado Oligárquico de Direito sabem disto muito bem”.13<br />
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O mais provável é o acirramento dos ânimos, da intolerância, da fratura ainda maior da sociedade e da luta de classes que está nas ruas. A governabilidade do país poderá depender de um Estado policial ainda mais severo que o utilizado em 1964. Agora, não basta intervir nos sindicatos.<br />
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O impeachment do processo civilizatório em pleno século XXI aí está, como que para comprovar que a democracia e a cidadania social são pontos fora da curva do capitalismo brasileiro. São corpos estranhos que os “capitalistas” nacionais ainda não aprenderam a usar, nem sequer em benefício de si mesmos.<br />
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* – Eduardo Fagnani é professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho).Evaristo Almeidahttp://www.blogger.com/profile/07815218471700664396noreply@blogger.com0