No momento em que começa em Ufá, na Rússia, a 7.ª Conferência de Cúpula do BRICS, o economista e especialista em Relações Internacionais José Niemeyer analisa a função e a projeção do Novo Banco de Desenvolvimento e do Acordo Contingente de Reservas do BRICS.
José Niemeyer, coordenador dos cursos de Relações Internacionais do Ibmec-Rio, acredita que o Banco do BRICS e o Acordo Contingente de Reservas sejam uma espécie de atualização, respectivamente, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. Ele pensa, inclusive, “que o convite para Paulo Nogueira Batista Júnior ser o vice-presidente do Banco – ele que tem uma experiência muito grande no FMI – se dá em função de essa instituição não servir necessariamente aos BRICS, mas servir à política, às agendas determinadas de cada um dos países”.
O Professor Niemeyer esclarece: “Na hora em que, por exemplo, a Rússia precisar ter um papel mais assertivo com relação à ajuda financeira a países europeus como a Grécia. É um Banco dos BRICS, mas que vai servir para a agenda de cada um dos países que fazem parte do grupo na perspectiva do sistema financeiro internacional. Não vai ficar restrito. Não vai ser um Banco para os BRICS. Será a oferta de mais uma instituição financeira para o equilíbrio e para a política internacional, para as trocas dentro da política internacional, a partir da abordagem econômico-financeira.”
“A Rússia já está falando em auxílio à Grécia”, observa José Niemeyer. “E aí o Banco do BRICS vai ser um meio fundamental, estratégico. Não porque ele vá emprestar dinheiro para a Grécia, não é isso. Quando se cria uma nova instituição financeira, azeitam-se mais as relações entre as outras instituições, há mais competição dentro desse grupo de instituições. Isso pode ajudar países que estão necessitados e pode fazer com que a Rússia, por exemplo, seja mais protagonista na ajuda a esses países.
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