terça-feira, maio 25, 2010

Presidente da Telebrás diz que operadoras





Presidente da Telebrás diz que operadoras
privadas falharam na banda larga popular
Executivo diz que as empresas "sempre reclamaram"

André Sartorelli, do R7.Texto: ..


Banda larga é cara e chega a 50% das cidades

Telebrás é aposta de Lula para a banda larga
..Rogério Santanna, presidente da Telebrás - empresa estatal reativada pelo governo para gerenciar o Plano Nacional de Banda Larga - criticou nesta terça-feira (25) o serviço de internet rápida oferecido pelas operadoras privadas. Durante o Conip 2010 (Congresso de Inovação e Informática na Gestão Pública), em São Paulo, ele disse que a criação do Plano aconteceu também porque as empresas privadas por si só não popularizaram a oferta de internet a preços acessíveis.

- Procure o pacote de banda larga a R$ 29 no site da Telefônica para ver se é fácil de achar. As companhias não vão canibalizar seu próprio negócio.

Mesmo assim, ele diz que o governo continua disposto a discutir com as empresas para atender aos interesses público e privado.

- O choro é livre. As operadoras sempre reclamaram. Isso já era esperado, mas elas [as empresas privadas] devem achar seu espaço no processo [de implantação do plano].

Santanna era secretário de logística e tecnologia do Ministério do Planejamento e um dos principais porta-vozes do governo durante a elaboração do plano.

O PNBL foi lançado oficialmente em 5 de maio e tem o objetivo de popularizar a internet rápida no país, principalmente nos locais em que não há atuação das companhias telefônicas privadas.

Até 2014, o governo pretende triplicar o acesso à internet por banda larga no país e quadruplicar o número de domicílios com o serviço disponível numa velocidade igual ou superior a 512 kbps. A ideia é saltar dos atuais 12 milhões de domicílios para 40 milhões, baixando o preço do serviço para apenas R$ 15, nos casos em que sejam adotados incentivos fiscais.

Nos casos em que os incentivos não sejam adotados, a expectativa do governo é que o preço fique entre R$ 29 e R$ 35, valor que varia em função da cobrança ou não de ICMS.

Com esse perfil, a expectativa é de que 35,2 milhões de domicílios tenham acesso à banda larga. Atualmente, o país tem apenas 12 milhões de domicílios com acesso, na velocidade máxima de 256kbps, a preços que variam de R$ 49 e R$ 96.

Santanna justificou a recriação da Telebrás e voltou a dizer que a estatal não servirá como cabide de empregos.

- Será uma companhia enxuta. Dizem que terá 500 cargos de confianças, mas esse número deve ser a quantidade máxima de funcionários totais.

Questionado sobre a velocidade de 512 kbps ser ainda limitada para o que se espera de um serviço eficiente de banda larga, o executivo falou que as diretrizes do plano foram feitas a partir da realidade brasileira e explicou que a Telebrás deve estabelecer padrões para o modem, de forma que se permita controlar essa velocidade.

- Isso já é feito em escolas públicas. Não dá para ser como é hoje em que o cliente recebe apenas 10% da velocidade contratada.

O presidente da Telebrás disse que as definições do PNBL não são exageradas e as metas devem ser cumpridas. Para ele, o maior desafio foi aprovar o plano junto ao governo. Os próximos passos são o preparo da rede de fibras óticas.

O plano definiu que as redes do Sudeste e Nordeste terão prioridade por serem, respectivamente, as regiões com estrutura já muito bem estabelecida e com maior necessidade de expansão devido à demanda dos municípios nordestinos, os mais afetados pela escassez de internet rápida.

No final de abril, o governo anunciou que a ideia de levar banda larga a 300 cidades ainda neste ano foi revista. O número apresentado é de cem cidades. O objetivo de atingir 23 capitais passou para 17 e os pontos públicos, que seriam 150, ficarão em cem.

A justificativa é que a redução foi necessária porque não haverá nenhuma complementação dos recursos já disponíveis para o Plano Nacional de Banda Larga, além dos R$ 280 milhões disponibilizados para a Telebrás no final de 2008 e das verbas disponíveis nos ministérios para a inclusão digital.

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