sábado, janeiro 09, 2010

GEOPOLÍTICA

O mito da competência americana

Você já notou que nunca aparece nos noticiários, em qualquer jornal, rádio, TV, nas matérias das agências de notícias, qualquer crítica à competência dos americanos?

Sempre que ocorre algo que mostre a fragilidade dos orgãos de segurança americanos, o fato é imediatamente transformado em algo positivo, em indiscutível prova da “competência” dos orgãos de segurança. O Presidente envia cartas elogiosas, ou telefona para cumprimentar os funcionários envolvidos nos episódios, e todos os jornais do mundo divulgam a matéria de que “mais uma vez os orgãos de segurança dos Estados Unidos funcionaram de forma perfeita”.

Vejamos o episódio da base militar de Fort Hood, no Texas, a maior base militar dos Estados Unidos no mundo – a população da base é de 72.000 pessoas, das quais 42.000 militares. O restante são civis das famílias dos soldados, pessoal das lojas e restaurantes, escolas, etc.

No dia 5 de Novembro de 2009 o Major Nidal Malik Hasan matou 13 pessoas e feriu outras 30, até ser ferido por uma policial civil, Sargento Kimberly Munley, que foi atingida também por Hasan.

Eis os fatos:

1. O Major Hasan vem de uma família palestina que emigrou para os Estados Unidos

2. Nos últimos anos expressava abertamente sua oposição às guerras dos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque. Tornou-se mais radical após a morte de seus pais.

3. Freqüentava assiduamente a mesquita Dar Al-Hijrah em Falls Church, Virginia, na mesma época em que Nawaf al-Hazmi e Hani Hanjour, dois dos seqüestradores dos aviões que destruíram o World Trade Center nos ataques de 11 de Novembro

4. O computador de Hasan mostra visitas a diversos sites Islâmicos radicais

5. Certa vez, Hasan estava fazendo uma palestra para outros psiquiatras e em lugar de falar sobre psiquiatria, usou a oportunidade para falar do Islam, declarando que os infiéis seriam enviados para o Inferno, decapitados, incendiados, e óleo fervente seria derramado em suas gargantas. Segundo a Associated Press, a palestra de Hasan também “justificou os ataques suicidas”.

6. Durante o tempo em que Hasan serviu no Walter Reed Medical Center em Virginia, foi avaliado como “desconectado”, “desinteressado”, “paranoico”, “beligerante” e “esquizóide”.

7. Hasan mostrava admiração pelos ensinamentos de Anwar al-Awlaki, imã da mesquita de Dar al-Hijrah entre 2000 e 2002. Al-Awkali estava sob vigilância e Hasan foi investigado pelo FBI depois que as agencias de inteligência interceptaram 18 emails entre eles no período de Dezembro de 2008 e Junho de 2009. Em um dos emails Hasan escreveu: “Mal posso esperar para me juntar a vocês após a morte”. Hasan também indagou a al-Awlaki quando a jihad era apropriada, e se era permitido matar inocentes em um ataque suicida.

8. O Exército foi informado sobre os contatos, mas achou que não havia nada de anormal. Um grupo de combate ao terrorismo sediado em Washington foi notificado, e a informação analisada por um de seus especialistas do Serviço de Defesa e Investigação Criminal, que concluiu que não havia informação suficiente para uma investigação mais profunda. Apesar de dois investigadores de duas força-tarefas haverem analisado as informações sobre Hasan, os supervisores do Departamento da Defesa não foram informados sobre estas investigações.

9. Hasan estava designado para servir no Afeganistão em 28 de Novembro de 2009. Este fato o deixou extremamente perturbado, e solicitou aos seus superiores que o dispensassem da ida para o Afeganistão. Seu pedido foi recusado.

10. Nos últimos anos, Hasan vinha sendo alvo de perseguições por ser muçulmano. Deixava claro que estava decepcionado com o Exercito, e que desejava sair. Chegou a contratar um advogado para dar baixa, sem sucesso.

Se você ler os itens acima, percebe claramente um padrão. Um homem que se sentia desajustado no Exército, que freqüentava locais e pessoas do Islã radical, que não escondia sua revolta com o Sistema e seu radicalismo cada vez maior.

E, no entanto nem o FBI, nem a CIA, nem o Serviço de Informação do Exercito, nem a NST (National Security Agency) nem o recém criado Departamento de Defesa Territorial (Department of Homeland Security Office of Intelligence and Analysis) perceberam nada de anormal.

Seria de esperar que o FBI tivesse um sistema computadorizado com algoritmos para registrar e analisar todas as pessoas adeptas da religião muçulmana nos Estados Unidos. Que neste universo o FBI definisse um perfil de “pessoa perigosa”, considerando sua freqüência às mesquitas onde os ímãs fossem radicais, seus relacionamentos, viagens suspeitas, etc. Nesse perfil deveriam entrar pessoas que defendessem os comandos suicidas, o Islã radical, etc.

Pelo visto, nada disso é feito. Todos os órgãos de segurança foram surpreendidos, mesmo sabendo de tudo o que listei acima.

Como é possível?

Falta de competência. Mesmo.

Os Estados Unidos têm muito, muito dinheiro. Mas o empregam mal, desperdiçam muito, a corrupção é endêmica, os funcionários são tão burocráticos quanto os funcionários brasileiros do serviço público.

Não se iluda. Os americanos têm mais dinheiro, mas o pessoal encarregado de usar este dinheiro é preguiçoso, burocrata, corrupto. Com um agravante. Nos Estados Unidos há um culto absoluto à lei. Isso é bom, no que se refere aos crimes comuns, ao desempenho da polícia, que faz cumprir a lei sem exceções, etc.

Mas esta mentalidade impera em todo o país, em todas as profissões, em todas as esferas. O que faz com que funcionários do FBI, da CIA, simplesmente “sigam as regras” e sequer cogitem em “pensar por si próprios”.

E o mais incrível é que apenas após 8 horas depois do incidente o Ten. Gen. Robert W. Cone, do Exército Americano, comandante de toda a base, se dignou falar com a imprensa. Conseguiu informar o nome do atirador, e número de mortos e de feridos.

Oito Horas!

E sabem o que ele declarou, após este fiasco? “Embora tenha sido horrível, poderia ter sido bem pior!”

O comandante da base foge de toda responsabilidade.

Uma base com mais de 40 mil soldados, cercada, murada, onde só se entra passando por sentinelas e mostrando identificação, o coração do Exercito americano, foi incapaz de detectar um militar extremista, incapaz de detectar, mesmo com minutos de antecedência, que havia um homem pronto a executar um ataque terrorista.

O Presidente Obama, o Vice Joe Biden, o ex-Presidente Bush, divulgaram notas de apoio e de solidariedade com os feridos e com as famílias dos mortos – nem uma palavra sobre uma investigação para verificar as responsabilidades.

Nem uma palavra na imprensa sobre a incapacidade do FBI de detectar com antecedência o plano terrorista.

Nem uma palavra na imprensa sobre a incompetência do General Cone em zelar pela segurança das 72 mil pessoas sob sua responsabilidade. Nada.

Na imprensa, louvores para o heroísmo da Sargento Kimberly Munley, detalhes dos tiros com que ela atingiu Hasan, detalhes da vida pessoal de Kimberly, etc.


O episódio foi transformado em um enorme ato de heroísmo e de competência por parte da Policia de Killeen, Texas, município onde se situa a base.

As autoridades, com a conivência da imprensa, lançaram uma cortina de fumaça sobre as coisas que realmente interessam: porque o FBI não percebeu a ameaça? Porque o Gen. Cone não consegue cuidar da segurança de sua base? Porque o enorme aparato de segurança dos Estados Unidos não teve a mínima ideia do que ia acontecer? Quem é responsável? Que medidas devem ser tomadas para evitar que isto se repita?


Quem foi punido? Em um Exército eficiente, o General comandante da base teria sido afastado em 24 horas.

Sobre isso, como já mencionei, existem algoritmos que permitem analisar toda a população muçulmana dos Estados Unidos, e com base em detalhes de comportamento, de declarações, dos relacionamentos, etc., conseguem indicar suspeitos para serem seguidos e vigiados. Hasan nunca foi suspeito nem vigiado.

No dia 25 de Dezembro de 2009 um homem detonou um pequeno explosivo dentro de um Airbus A-330 da Northwest Airlines, que vinha de Amsterdã, no momento em que aterrissava em Detroit, às 11h53 locais (14h53 em Brasília). Segundo a companhia aérea Delta (proprietária da Northewest), algumas pessoas ficaram feridas na fracassada tentativa de atentado.

Autoridades americanas acusaram o nigeriano Abdul Mudallad, de 23 anos, pela tentativa de explodir o avião. Análises preliminares feitas pelo FBI, indicaram que o material encontrado com Abdulmutallab tinha o poderoso explosivo PETN, tetranitrato de pentaeritritol.

As autoridades ainda estão tentando esclarecer como o nigeriano conseguiu embarcar mesmo tendo o seu nome em uma lista de extremistas. Além disso, não ficou claro como ele conseguiu passar pela segurança com os explosivos.

O pai do nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, havia alertado as autoridades dos Estados Unidos sobre as posições extremistas do filho, segundo fontes de inteligência americanas.

As autoridades americanas confirmaram que uma investigação sobre Abdulmutallab foi aberta após o aviso de seu pai, um importante banqueiro nigeriano, mas disseram que as informações não eram suficientes para colocá-lo na lista de pessoas proibidas de voar aos Estados Unidos.


Autoridades em Washington, que pediram anonimato, disseram que o nome de Abdulmutallab havia sido incluído em uma lista de mais de meio milhão de pessoas conhecida como Ambiente Datamart de Identidades Terroristas (Tide, na sigla em inglês).

Depois dos ataques de 11 de Setembro contra as Torres Gêmeas, a segurança nos aeroportos americanos é motivo de orgulho para os americanos, como demonstração da “competência” dos órgãos de segurança americanos.

Que competência? Um homem cujo pai o acusa de extremista, que está em uma lista de suspeitos, embarca tranquilamente em um avião em Amsterdã, e explode uma bomba dentro de um avião, isso é sinal de competência?

Como pôde embarcar? Nós inocentes passageiros, ao embarcarmos para os Estados Unidos, somos submetidos a uma série de controles. Na chegada, mais controles, verificações, listas, etc. Na saída, abrem as nossas malas, nossos computadores, nos mandam tirar os sapatos, etc.
Cumprem todas as regras – e ainda assim um terrorista consegue embarcar.

O nível de incompetência é tão alto que o próprio Presidente Obama declarou que as falhas de segurança que quase permitiram ao extremista nigeriano Umar Farouk Adbulmutallab detonar um explosivo no vôo Amsterdã-Detroit foram "sistêmicas" e são "totalmente inaceitáveis", "Quando nosso governo tem informações sobre um extremista conhecido e essa informação não é compartilhada e trabalhada, de forma que essa pessoa embarca em um avião com explosivos que poderiam custar 300 vidas, uma falha sistêmica ocorreu", afirmou Obama no Havaí, onde passa as festas com sua família.

Ainda segundo o presidente, a sucessão de equívocos levou a um "lapso catastrófico na segurança". O explosivo utilizado pelo nigeriano no frustrado atentado terrorista em Detroit era mais potente do que avaliaram inicialmente autoridades. Caso fosse detonada com sucesso, a bomba poderia ter provocado um buraco na fuselagem do avião, segundo reportagem publicada pelo Washington Post.

Especialistas advertem que até mesmo as determinações mais simples tomadas depois dos ataques de 11 de Setembro, como checar o nome em listas de suspeitos de terrorismo, não foram aplicadas e poderiam ter impedido o embarque de Abdulmullab.

Com o nome na lista de suspeitos de terrorismo, sem despachar bagagem e pagando a passagem em dinheiro vivo, o nigeriano não foi questionado pela segurança do aeroporto. Enquanto isso, nos EUA, as pessoas continuam enfrentando enormes filas e agora devem se adaptar às novas regras, como a proibição de ir ao banheiro na última hora de vôo.

E nós cidadãos dos “países emergentes” continuamos a acreditar nas imagens heróicas de Hollywood que passam nos cinemas e nas séries de TV como C.S.I., e outras análogas. A verdade é bem diferente. A verdade é um sistema incompetente e burocrático, e que nem sempre aplica as regras mais básicas de detecção de suspeitos.

E apesar de todos estes episódios humilhantes para as forças de segurança dos Estados Unidos, no dia 31 de Dezembro, o Taliban assumiu a autoria de um ataque suicida que resultou na morte de ao menos sete agentes da CIA em uma base no sul do Afeganistão, na Província de Khost.


O ataque é considerado o mais grave contra a equipe de inteligência dos EUA desde o início da guerra no Afeganistão, há oito anos, e um dos maiores da história da CIA. Ao menos outros seis funcionários ficaram feridos.

Segundo relato da Associated Press, entre os mortos está a chefe da CIA na base de Khost.


O diretor da agência, Leon Panetta, disse em mensagem aos funcionários que as mortes foram resultado de um ataque terrorista. "Devemos a eles nossa mais profunda gratidão, e prometemos a eles e a suas famílias que nunca vamos parar de lutar pela causa à qual dedicaram suas vidas -uma América mais segura".

O Diretor da CIA declara sua “profunda gratidão” pelo sacrifício de vidas. Mas nem uma palavra sobre responsabilidades. Supõe-se que os funcionários da CIA no Afeganistão sejam homens de elite, treinados em técnicas de detecção de mentiras, de atitudes suspeitas, supõe-se que verifiquem os nomes e as vidas de todos os afegãos que são recrutados pela CIA. No Afeganistão, ser recrutado pela CIA não é o mesmo que ser contratado para trabalhar na Nestlé ou no Carrefour. Deve haver uma detalhada análise do passado dos candidatos. Um acompanhamento e uma vigilância 24 horas por dia, pelo menos durante alguns meses. Provavelmente nada disso foi feito.


Mais uma vez pergunto: Quem foi punido? Quem é responsável? Estas perguntas jamais foram feitas pela mídia americana.

Um porta-voz do Taliban afirmou que o homem-bomba era um soldado das forças armadas afegãs que decidiu se juntar aos insurgentes. "Afegãos que estavam trabalhando com os americanos (...) agora estão com o Taliban. E agora eles sabem que os americanos são os inimigos da nossa religião", afirmou Zabiullah Mujahid, o porta-voz. A versão não foi confirmada pelos EUA.

A CIA coordenou o ataque inicial americano contra o Taliban no Afeganistão em 2001 e desde então tem contribuído com espiões, operações paramilitares e analistas em contra-terrorismo para a região. No último ano, a CIA vinha aumentando sua presença na região.

Apesar de já terem ocorrido outros ataques em bases na Província de Khost, este último foi particularmente audacioso porque o homem bomba ingressou na base pelo portão principal. Ele conseguiu chegar próximo a uma sala de ginástica do posto. Não se sabe até agora se trabalhava no local ou se ele se aproveitou de alguma brecha da segurança.

Leia de novo - Não se sabe até agora se ele trabalhava no local ou se ele se aproveitou de alguma brecha da segurança.


Se fosse no Brasil, a imprensa já estaria criticando, exigindo que os responsáveis fossem encontrados, etc.

A imprensa americana é tão dócil, que não publica uma só palavra de crítica. É uma imprensa inútil e emasculada. Sem coragem.

O ataque contra funcionários da CIA chega em momento de baixa moral da agência devido a acusações de falhas na vigilância ao terrorismo após a tentativa frustrada de ataque a um vôo que ia de Amsterdã a Detroit na última sexta.

Um item em que os americanos são realmente competentes é o Marketing.


Desde pequenos são treinados, preparados, para fazer o Auto-Marketing. Mostrar ao mundo que são capazes de tudo, que são os melhores em tudo, que não cometem erros nem têm falhas.


Pensa que estou exagerando? Lembra do furacão Katina, que destruiu a cidade de Nova Orleans? Durante o furacão, e nos primeiros dois dias após, a cobertura da imprensa, as noticias do governo Federal, Estadual, Municipal, mostravam como as autoridades estavam mobilizadas, e como “tudo estava sob controle”.

Este é o mantra do auto-Marketing.

Não se preocupem, “Está tudo sob controle” – ninguém mais competente do que as pessoas e as equipes que estão cuidando do caso.

Com o passar dos dias, descobriu-se que os efeitos do furacão haviam sido enormemente aumentados devido a falhas humanas, diques que deveriam ter sido abertos e não foram, causando seu rompimento e grande inundação.

Esta imagem é vendida ao mundo por Hollywood, pelos noticiários das TVs, pela CNN. Observe que sempre é mostrado como as situações de crise estão sendo bem administrados. Os responsáveis dão entrevistas coletivas onde destilam autoconfiança e firmeza, e a dócil imprensa, como sempre, não se atreve a perguntar sobre falhas, sobre cobrança de responsabilidades, sobre punições, sobre inquéritos disciplinares.


E nossa imprensa nos diz que aqui é a “Terra da Impunidade”.


A imprensa americana se limita a "informar" o que as autoridades dizem em entrevistas coletivas, press-releases, relatórios coloridos e bem encadernados preparados para consumo dos jornalistas.


Uma última reflexão – as organizações nos Estados Unidos que recebem as maiores verbas, que não sofrem cortes em seus orçamentos, que multiplicaram seus efetivos nos últimos anos, que foram totalmente “reorganizadas”, são as agencias de segurança.


E que demonstram uma total inabilidade, total incompetência, para cumprir seu papel.


São burocratas preocupados com suas carreiras, seus salários, seus carros, suas casas, etc.


Imagine agora o seguinte – se as organizações de segurança são tão incompetentes, como serão então as empresas comuns?

São piores. Uma competição quase mortal entre os funcionários a fim de subir na carreira, fofocas, histórias, escândalos sexuais, corrupção, falta de ética, e tudo encoberto pela dócil imprensa americana.

A mesma incompetência foi o motivo da Depressão de 2008, onde banqueiros, economistas, especialistas incapazes ocupavam altas posiçoes, não tinham a minima ideia do que fazer, não entendiam o que estava ocorrendo, e levaram o país para a mais grave crise desde 1929.

E você pode notar que não saiu na imprensa uma só palavra de critica aos dirigentes do Federal Reserve, o Banco Central. Nem contra os dirigentes do FMI, do Banco Mundial, das agencias de classificaçao de risco, como a Moody’s, que continuaram a classificar o Brasil como “alto risco” e os Estados Unidos com “nenhum risco” – como “risco zero”, senhores? Onde estão com a cabeça?

Não se iluda, o Império é poderoso apenas porque tem mais dinheiro.


E tem mais dinheiro porque a natureza deu ao país enormes reservas de petróleo, de ouro, de prata, deu ao país enormes territórios já prontos

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