O horror econômico dos economistas e comentaristas midiáticos
Na década de 1990 a ideologia neoliberal dominou o debate econômico. Como resultado das políticas econômicas implantadas dentro desse viés, houve aumento do desemprego, da violência, desnacionalização das empresas, concentração de renda e ode ao individualismo.
As elites sul-americanas enviaram seus filhos para fazer doutorado em economia nos Estados Unidos. Nessas escolas, como afirmou Paulo Nogueira Batista Jr., houve adestramento desses formandos. As teorias que eles aprenderam, mas voltadas para a ideologia do que para o mundo empírico, não seriam aplicadas em nenhum lugar do mundo, nem nos Estados Unidos, como afirmou John Kenneth Galbralth.
As experiências frustradas dessa década ficaram no imaginário dos comentaristas econômicos, que mesmo com o fracasso neoliberal, adotaram suas teorias como verdade universal. Dessa forma a publicação de textos ou comentários econômicos segue a cartilha conservadora.
Na discussão da CPMF, a mídia no geral ficou a favor da queda do tributo. O raciocínio utilizado é de que o governo gasta muito e mal, que é preciso fazer uma reforma fiscal.
De novo, a ideologia se sobrepõe ao mundo natural. O governo Lula fez um grande ajuste fiscal. Em alguns anos o superávit primário ultrapassou os 5% do PIB. Atualmente ele é de 4,25%, e pode chegar até 3,75% se o gasto com investimento for realizado. Assim a mídia comemorou a queda da CPMF como forma de superar o desequilíbrio fiscal que é falacioso.
Outro ponto importante é a necessidade defendida para se fazer cortes de gastos no governo federal (como se não houvesse governo estadual e municipal) e mostram o aumento com a folha salarial para justificar esses argumentos. Segundo o ministro do Planejamento Paulo Bernardo, mesmo o governo federal contratando mais funcionários e dando melhorias salariais; em relação ao PIB, o governo Lula gasta menos do que o último ano do governo FHC. Assim esse argumento de quem defende no rádio, na televisão, revista e nos jornais a necessidade de cortar gastos também é falaciosa.
Do ponto de vista comparativo em relação ao número de funcionários públicos, o Brasil é um país anêmico em relação a outros países desenvolvidos. Quando se analisa a relação de números de servidores com a população total, o país está bem aquém, mesmo em relação àqueles que se dizem mais conservadores, como os Estados Unidos.
No programa do governo do Partido dos Trabalhadores, a palavra estado mínimo não existe. O projeto do Partido é a construção de uma sociedade solidária e que preste bons serviços à população.
Vejamos, o governo do Presidente Lula está construindo 12 novas universidades, 48 extensões universitárias e quase três centenas de escolas técnicas. Como todos sabem universidades e escolas técnicas necessitam de professores e de funcionários para funcionar. Dessa forma como reduzir gastos federais? Isso é gastar mal o dinheiro público?
Que sociedade a mídia brasileira pensa ter daqui a dez anos? Esses comentaristas não têm nenhum compromisso com o futuro do país? Construir escolas não é bom para o país? Aonde a juventude brasileira vai estudar?
Quando falam em reduzir os gastos públicos, principalmente em função da queda da CPMF, que seria direcionado para o SUS, isso quer dizer, deixar de contratar médicos, enfermeiras, funcionários para manter os serviços de saúde, remédios e equipamentos médicos. Dessa forma haverá queda de qualidade desses serviços. Será que os comentaristas do rádio, da televisão, do jornal e da revista utilizam serviço público de saúde ou têm planos de saúde? Qual o compromisso deles com a sociedade brasileira?
Assim como a mídia defende ardorosamente o conservadorismo econômico, mesmo que isso cause prejuízos incalculáveis para a população brasileira, os economistas que estudaram nos Estados Unidos seguem fielmente o que eles aprenderam nesse país. E continuam a fazer coro na defesa do equilíbrio fiscal. Eles nunca criticam o fato do país ter uma conta alta de juros que é uma política Hood Robin, ou seja, é paga com dinheiro arrecadado de impostos regressivos (que penalizam mais os pobres) e agraciam os ricos que são detentores da dívida interna.
Esses economistas fazem parte dessa elite e muitos deles que passaram pelo Banco Central, pegaram informações que vendem agora ao “mercado” a preço de ouro e muitos ficaram milionários. Essa é uma forma de locupletação em que se utiliza de um cargo público para ficar rico posteriormente. O economista Raul Prebisch quando saiu do Banco Central argentino não foi trabalhar em nenhum banco, por ética. Pelo jeito não se fazem mais economistas como antigamente.
Uma parte dos economistas atuais só pensam em ganhar dinheiro, mesmo que para isso tenham que vender a pátria, como os tucanos venderam parte dela na década de 1990. Com falsas premissas que só beneficiam o mercado financeiro, fizeram as estripulias na década de 1990 e não conseguiram nenhum avanço social nem desenvolvimentista. Esses economistas focam seu objeto em modelos matemáticos que não têm nenhuma correlação com a realidade. Esqueceram do filósofo René Descartes, para quem tudo tem de ser demonstrado empiricamente.
Vivemos no Brasil do mundo real o melhor momento do país nos últimos 25 anos, mas na teoria dos economistas formados nos Estados Unidos vivemos o horror econômico. No modelo deles o país precisa fazer um equilíbrio fiscal, cortar gastos. Isso gera menos consumo, menos emprego e desenvolvimento.
O modelo desses economistas conservadores para o mundo real é a barbárie e a falta de esperança para o povo brasileiro. O governo do presidente Lula precisa sim gastar mais para melhorar a vida do povo brasileiro. Esse gasto gera mais renda, mais emprego e desenvolvimento.
Assim, o que vemos não é uma mera discussão acadêmica e sim a supremacia da civilização com as políticas sociais do governo Lula (mais 20 milhões de pessoas melhorando de vida) contra a barbárie defendida 24 horas nos meios de comunicação e por economistas ortodoxos querendo que o país entre numa recessão.
É lamentável ao ouvir o rádio, assistir o telejornal, ler o jornal ou a revista, ver repetida ad nauseam a mesma fórmula suicida que se aplicada só causaria mal-estar ao povo brasileiro.
Felizmente o povo brasileiro é mais sábio do que eles e elegeu um Presidente que está dando de dez a zero. E o Brasil continua seu caminho rumo ao desenvolvimento.
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