PH,
A adesão (aos EUA) será feita e essa não será a única modificação de monta na estrutura de acordos e parcerias do Brasil. Haverá extensa modificação na grade inteira e o Brasil vai alterar consideravelmente a posição que ocupa no grafo (a expressão técnica é essa mesmo) das relações internacionais, sem escapar a teia de apoios ativos ou silenciosos no parlamento da ONU.
Mudarão nossa posição no conflito do Oriente Médio, nas questões africanas, nos diversos questionamentos sobre o armamentismo internacional e, de extrema importância imediata, a política brasileira expressa na Organização Mundial do Comércio.
O golpe não se esgota, na intenção de seus líderes intelectuais, dentro e fora do Congresso, na usurpação do Poder e em abrir porteiras para o batalhão de vampiros que, à mingua durante o período Lula-Dilma, irão se banquetear em todos os cofrinhos e cofrões das instituições estatais (os inocentes úteis ficarão boquiabertos com a face de um verdadeiro ataque aos recursos públicos pelos paladinos da luta contra a corrupção).
A partir da crise de 2008, estabeleceu-se gigantesca luta mundial entre os generais civis e militares que buscam a vitória total da concepção de governo estritamente orientada pela supremacia do interesse e os sitiados guerrilheiros adeptos de uma temperança política que inclua graus de solidariedade em relação aos desassistidos do sucesso capitalista.
Todos os países nórdicos sucumbiram, submetendo-se a extenso desmonte do Estado de Bem Estar, embora ainda longe do paradigma utilitarista-benthamiano americano forjado a partir de Reagan, Bushes e parcial derrota de Obama.
Franceses, alemães, belgas e ingleses resistem ao desmonte total, os reacionários usando a questão imigratória como teste para a submissão generalizada da política social de bem estar aos modelos do Milenium, que é internacional, com origem na organização Mont-Pelerin, criada ainda durante a Segunda Guerra Mundial, sob direção de Friedrich Hayek e outros.
Quem defende a política social para os franceses, hoje, são os imigrantes árabes, indianos e paquistaneses para os ingleses, turcos e até portugueses, para os alemães.
A cidadela Brasil, muro de proteção aos povos sul-americanos, está cedendo.
Resta a resistência não apenas passiva, mas ativa, em busca da derrubada desses usurpadores por todos os meios possíveis, legais e ilegais, à exceção da violência armada.
Não tenho nem terei timidez em defender continuadamente tal posição.
Com oitenta anos, não estou disposto a desperdiçar o futuro que me resta de forma indigna.
grande abraço,
Wanderley
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