Rio Doce é uma música do Zé Geraldo que retrata as doces lembranças e homenageia um dos principais rios de Minas Gerais.
Eu conheci essa música em 1986, quando um aluno meu de artes gráficas me apresentou uma fita cassete do Zé Geraldo que eu não conhecia.
Essa é uma das músicas que mais gosto do Zé Geraldo.
A primeira vez que vi o Rio Doce em Ipatinga senti uma emoção imensa, por causa dessa música. Eu fui visitar a Marly e passei sobre o rio. Infelizmente por causa do capitalismo selvagem que vivemos no Brasil em que uma empresa privada brasileira a Vale, que se chamava originalmente Vale do Rio Doce, por ter sido criada no Vale do Rio Doce, que era uma empresa estatal e uma transnacional, a BHP Billinton, cometeram um dos maiores crimes contra o povo brasileiro, ao praticamente matar o Rio Doce com os dejetos da represa que se romperam.
Quando a Vale era estatal nunca acontecia esse tipo de tragédia porque a empresa investia na prevenção e na qualificação dos funcionários. É com imensa dor no coração que hoje vejo as fotos do meu querido Rio Doce sem vida, cheio de mercúrio e soda caustica que vieram junto com a lama da Samarco, o nome de fantasia da Vale e Billinton nesse empreendimento. É com imensa tristeza também que constato a perda inestimável de vidas humanas que foram soterradas pela lama da irresponsabilidade criminosa com que tocam empreendimentos de mineração no Brasil.
Outra covardia é o da imprensa brasileira que praticamente escondeu o nome das empresas, por serem privadas e transnacional. Se fosse uma empresa estatal haveria uma horda de hienas, também chamadas de colunistas, como bestas bradando responsabilidade do governo e a necessidade de privatização. Como é uma empresa privada, se calaram criminosamente. A vida daquelas pessoas, daquelas pacatas cidades e da natureza, nunca mais serão as mesmas! Vivemos um processo suicida da humanidade, só o que importa é o lucro e para isso acabam com tudo, as pessoas e o meio ambiente. E o pior com a complacência do poder judiciário. Houve um vazamento de petróleo da Chevron, na bacia de Campos e a última informação que eu recebi é que a empresa tinha sido multada em apenas R$ 93 milhões.
É muito pouco, o crime compensa dessa forma. Espero que a Vale e a Billinton sejam multadas exemplarmente, com bilhões pelo crime que cometeram. Está na hora de revermos esse modelo que está destruindo a humanidade. Para isso só com muita luta, pois passa pela política, pela hegemonização de um modelo socialmente e ambientalmente sustentável de desenvolvimento.
O Brasil não pode se transformar nesse exportador voraz de commodities que não trazem nenhum benefício ao nosso povo e nos deixa esse passivo ambiental. Temos de controlar a mineração, assim como taxá-la para que os benefícios não fiquem apenas com os estrangeiros, que recebem minérios a preço de banana, e para nós nos restem esse passivo ambiental e os buracos, assim como aconteceu com as minas de Ouro Preto e Potosi, na Bolívia. Fiquem com a poesia de Zé Geraldo.
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