O objetivo deste blog é discutir um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil. Esse projeto não brotará naturalmente das forças de mercado e sim de um engajamento político que direcionará os recursos do país na criação de uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social.
quinta-feira, junho 07, 2007
As lições do fundo
O Fundo Monetário Internacional foi criado em 1944. O objetivo era ele ser um emprestador de última instância para evitar crises financeiras sistêmicas, como a de 1929 que propiciou a eclosão de governos fascistas no mundo inteiro. O FMI a partir da década de 1970 com a saída dos Estados Unidos do padrão dólar-ouro, ficou sem ter o que fazer. Com a crise dos anos 1980 na América Latina ele passou a fazer empréstimos para o países abalados com a crise da dívida e ditar regras que esses país teriam de seguir para receber os recursos. Essas receitas sempre representaram políticas econômicas ortodoxas que derrubaram as economias da América Latina e jogou milhões de pessoas no desemprego e na miséria. Tanto que a sigla FMI nos anos 1980 significou Fome Miséria e Inflação. Nos anos 1990 ele atuou como braço político do governo dos Estados Unidos, junto com o Banco Mundial. Assim eles foram responsáveis pelos programas de privatização, reformas trabalhistas (que roubaram direitos dos trabalhadores), políticas fiscais rígidas, juros altos e baixo crescimento econômico. Todos os países que seguiram essas orientações entraram em graves crises econômicas. Os países da região começaram a eleger governos que fizeram políticas contrárias ao que pregraram o FMI e o Banco Mundial e a região vem se recuperando modestamente das pragas dos anos 1990. Tanto que vários países a começar pelo Brasil, Argentina e Russía quitaram toda a sua dívida com essa instituição. Agora que os países estão entrando num ciclo de crescimento econômico, como por justificar o dito popular que o lobo perde a pele, mas não o vício, o FMI passou uma "receita" de políticas a serem seguidas pelo Brasil. A primeira delas é retomar as reformas. Cabe informar ao FMI que o povo brasileiro massacrou o candidato do PSDB Geraldo Alckmin nas urnas porque ele defendia essas reformas. O povo compreende que carteira assinada, 13º salário, férias e proteção previdenciária são direitos adquiros a duras penas. Na Argentina no período Menem essas reformas foram colocadas em prática. Como resultado houve aumento do desemprego e da pobreza. Pelo visto, o povo tem razão quando identifica o M do FMI como miséria. A segunda lição é reduzir a meta de inflação. Isso fará com que o Banco Central seja mais conservador e não baixe os juros básicos da economia brasileira. Como resultado teremos menor crescimento econômico e maior pagamento de juros. Quem ganhará com isso? As 20.000 famílias brasileiras que são detentoras dos papéis que pagam esses juros. Dessa forma recursos que iriam para educação, saúde, transportes e combate à pobreza ficariam com os mais ricos. Ademais, a inflação brasileira está em baixa e se encontra dentro dos mesmos padrões dos países emergentes. A terceira orientação é aumentar o superávit primário. Para começar o país já tem o maior superávit primário da história econômica brasileira. Aumentar retirando dinheiro da onde? Da educação? da Saúde? Do Bolsa Família?. A quarta lição é liberalizar o comércio. como, cara-pálida? Que país fez isso? Só no governo Collor e no de FHC e o resultado foram inúmeras empresas falidas e 10 milhões de desempregados. A quinta lição foi parar de intervir no câmbio. Como assim? Se com intervenção o real é a moeda que mais valorizou no mundo, sem intervenção o dólar desceria ladeira abaixo e a produção industrial brasileira junto. Seria o mesmo que colocar cupim numa madeira boa. A sexta lição é mexer nas leis trabalhistas. Talvez adequá-las como as vigentes antes de 13 de maio de 1888. E a última lição é não ajudar os setores afetados pelo câmbio. Os países que estão crescendo mais no mundo são justamentes aqueles que intevêem no câmbio e ajuda os setores afetados pela valorização de suas moedas. Não fazê-lo seria o mesmo que ver um naufrágo e deixá-lo à própria sorte. Pelo visto os economistas do FMI fizeram o curso em Marte, pois tudo que receitaram ao Brasil foi tomar veneno. A instituição possui 2.716 burocratas, cuja missão principal é destruir países que queiram trilhar um desenvolvimento autonômo com distribuição de renda. E suas receitas são tão boas que o Banco teve um prejuízo de US$ 100 milhões em 2006. Como diz o dito popular em casa de ferreiro o espeto é de pau. Assim como a cara desses burocratas que querem o povo brasileiro desempregado, sem proteção trabalhista e previdenciária, o país pagando mais juros aos mais ricos e todo o futuro comprometido.
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