O objetivo deste blog é discutir um projeto de desenvolvimento nacional para o Brasil. Esse projeto não brotará naturalmente das forças de mercado e sim de um engajamento político que direcionará os recursos do país na criação de uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social.
sexta-feira, maio 12, 2017
A Batalha de Curitiba
Evaristo Almeida*
Estive em Curitiba nesse histórico dia 10 de maio de 2017, junto com mais de 50 mil brasileiros e brasileiras de todos os Estados do país; gente que muitas vezes viajou mais de 60 horas de ônibus para estar lá.
Fomos todos em busca da justiça e da verdade, em defesa do Brasil e do povo brasileiro.
Nesse dia, houve o depoimento do Lula sobre o chamado triplex do Guarujá, um apartamento com mais de 500 defeitos, que o Ministério Público Federal e o juiz Sérgio Moro, o acusam de ser o dono.
É uma acusação surreal, pois seria facilmente desmentida se o MPF e o juiz se dessem ao trabalho de ir ao cartório do Guarujá e ver quem é o dono. E não é de laranjas, pois o imóvel consta no nome da construtora OAS; inclusive foi dado como garantia no pedido de recuperação judicial dessa empresa, como provado pelos advogados do Lula.
Lula provou em mais de 5 horas de conversação que tudo isso é uma farsa para tirá-lo das eleições de 2018, como candidato à presidente da República.
O juiz Sérgio Moro ficou acuado e não mostrou nenhum documento que provasse a tese que ele e MPF defendem.
Estão com medo do retorno do Lula, pois a subelite brasileira (não tem projeto de nação), junto com interesses estrangeiros, deram o golpe de estado para tirar os direitos dos trabalhadores brasileiros, acabar com a aposentadoria, doar o pré-sal para empresas internacionais, exterminar com a Petrobras e as empresas estatais do nosso país, ter 25 bilhões de dívidas de impostos perdoados, entre outras maracutaias.
Tem gente, nesse golpe, querendo a volta da servidão, como propõe o deputado Nilson Leitão do PSDB de Mato Grosso, em que as pessoas podem trabalhar em troca de casa e comida. É o retorno ao feudalismo, do século XV e quem sabe se futuramente o tal deputado não apresenta alguma coisa propondo a volta da escravidão.
O que está no centro do debate hoje, é que só a luta através da Frente Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo, pode impedir o aprofundamento da crise social e política do Brasil e o retorno da barbárie, como querem os golpistas.
Todos os contendores sabem disso.
E por isso o cerco a Lula, que desmascarou todos os acusadores como sendo parte de um processo golpista em que a farsa e a mentira são descarregadas diariamente pela mídia, notadamente a Globo, Folha de São Paulo, Estadão e revista Veja, entre outras.
A mentira virou a principal ferramenta dessas empresas de mídia para manter o golpe e o saque ao país.
Nos dias anteriores ao depoimento, foi organizado pelos golpistas, todo um processo de intimidação dos trabalhadores para que não fossem em Curitiba, usaram dos meios mais baixos possíveis; mas nós já havíamos decidido que iríamos travar essa batalha, que lembra uma outra, pelo simbolismo, a Batalha de Stalingrado.
Ela marcou para a humanidade o início da vitória sobre o fascismo que ameaçava o mundo.
O Exército Vermelho lutou tão bravamente nas ruas de Stalingrado, que comoveu um dos nossos maiores poetas, Carlos Drumond de Andrade, na sua Carta a Stalingrado.
As nossas armas na Batalha de Curitiba foram muita paz, defesa da democracia, busca da justiça, música e poesia.
O povo de Curitiba nos recepcionou muito bem, fomos aplaudidos inúmeras vezes; eles também estão cansados da injustiça, do cerco aos nossos direitos, da farsa do combate à corrupção que colocou um bando de delinquentes no governo e no Congresso Nacional, com propostas estapafúrdias, como o fim da aposentadoria e dos direitos trabalhistas.
Na Praça Santos Andrade o sentimento era de transformação e iluminação, principalmente quando Lula veio e compartilhou conosco de toda aquela magia que era a presença naquela praça de homens, mulheres, crianças, de todas as etnias, idades e regiões do país.
Lula falou da sua confiança nos trabalhadores brasileiros, da incapacidade da classe governante governar esse país para todos, como ele fez e que é candidato à presidência da República em 2018.
Sabemos que a Batalha de Curitiba não foi a última, é parte de um processo em que forças obscuras querem transformar o Brasil num lugar sem esperança, com um povo escravo, sem direitos sociais, alienados pela grande mídia, sendo explorado pelo capitalismo predador internacional e nacional.
Mais temos confiança de que a Batalha de Curitiba, assim como foi a de Stalingrado, representa o início da vitória sobre essas forças tenebrosas que ameaçam o povo brasileiro.
*Evaristo Almeida – Mestre em Economia Política – PUC-SP e apresentador do programa Linha Econômica da rádioweb Linha Direta.
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