Paulo Cezar
Operação Atlântico II: 19 a 30 de julho 14 de julho de 2010
Militares expandem simulação de ataque ao pré-sal
Eduardo Simões – Reuters
Ao mesmo tempo em que a prospecção de petróleo no pré-sal é ampliada para além da área das primeiras descobertas, Marinha, Exército e Aeronáutica começam na semana que vem um exercício militar de norte a sul da costa do país para mostrar capacidade de proteger as riquezas submarinas.
Ao contrário de sua primeira versão realizada em 2008 e que se concentrou somente na região Sudeste, a Operação Atlântico 2, com início marcado para 19 de julho, abrangerá também a região Nordeste e, além de simular ameaças à infraestrutura petrolífera, também exercitará o combate à pesca ilegal.
“Esse ano nós vamos realizar uma operação muito mais complexa, com maior grau de realismo”, disse à Reuters o contra-almirante Paulo Ricardo Médici, subchefe de operações do Comando de Operações Navais da Marinha.
Ele acrescentou que os arquipélagos de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo, ambos na costa da região Nordeste, foram incluídos no teatro de operações das manobras deste ano.
“Essa inclusão de Fernando de Noronha se deve ao fato de (a ilha) ter um possível emprego estratégico por forças inimigas, caso não tenhamos militares realizando um perfeito controle territorial”, disse Médici.
“(Fernando de Noronha) pode ser um importante apoio logístico para qualquer força que quiser atacar o nosso território”, completou. Já a área de São Pedro e São Paulo, segundo o almirante, é alvo constante de embarcações que pescam ilegalmente na costa brasileira.
As manobras incluirão a simulação de ataques de submarinos e de ocupação por forças inimigas de uma plataforma de petróleo emprestada às Forças Armadas pela Petrobras.
A um custo estimado de 10 milhões de reais, de acordo com Médici, os jogos de guerra também envolverão a infraestrutura petrolífera das bacias de Santos e Campos e instalações energéticas, como as usinas nucleares em Angra dos Reis.
“É uma região que precisará ser protegida à medida que tivermos cada vez mais plataformas operando”, disse Médici, acrescentando que o Brasil não sofre uma ameaça específica. “(Mas) precisamos estar preparados.”
Novos meios
A Operação Atlântico 2 mobilizará 10 mil militares das três forças. Navios de guerra, aviões de transporte e de ataque também participarão das manobras.
Médici reconheceu a necessidade de aquisição de novos equipamentos para garantir a proteção da costa brasileira, especialmente novos navios-patrulha e navios-escolta.
“Nós temos 8.500 quilômetros de costa. Se você pensar que nós precisamos proteger toda essa costa marítima, vai se verificar claramente a necessidade de mais meios”, afirmou.
Ele disse, no entanto, que a chegada de um submarino a propulsão nuclear à esquadra brasileira, prevista para 2020, será essencial para essa tarefa.
“Quando nós conseguirmos isso (submarino nuclear)… nenhum país do mundo terá coragem e condições de se aproximar de nossa costa”, disse.
Além do submarino a propulsão nuclear, resultado de um acordo com a França que prevê a transferência de tecnologia da parcela convencional do navio, o Brasil deve adquirir também novos caças de multiemprego para a Força Aérea.
FONTE: Reuters, via Estadão
http://www.naval.com.br/blog/2010/07/14/operacao-atlantico-ii-19-a-30-de...
COMENTÁRIO E & P
Os tucanos queriam acabar com as forças armadas brasileiras. Isso para seguir o projeto subordinado aos Estados Unidos. No governo deles não houve aquisição de material militar, a FAB não tinha combustível para tirar os aviões do chão e por falta de manutenção houve alguns acidentes graves na força. O mesmo aconteceu nas demais armas. O Brasil não tinha projeto soberano nem para se defender. Isso mudou pois o país está reconstruindo suas forças armadas, reforçando a sua capacidade de dissuassão. Os militares brasileiros devem desculpas ao país por terem dado o golpe de estado de 1964, terem prendido, torturado e assassinado vários brasileiros. O pensamento nos quartéis ainda não foi arejado, eles pensam segundo a doutrina de segurança nacional, formulada na Escola das Américas, nos Estados Unidos, em que o povo é o principal inimigo. Dessa forma, os estadunidenses transformaram os exércitos nacionais em forças de ocupação, no Brasil e na América Latina. Isso precisa mudar. Precisamos de forças armadas com equipamento para defender o país e não usá-lo contra o seu próprio povo. Esse é o diálogo que temos de travar com a área militar. Eles precisam entrar no projeto de desenvolvimento nacional soberano e democrático.
Nenhum comentário:
Postar um comentário