domingo, agosto 02, 2009





O presidente Lula, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e o ministro do Turismo, Luiz Barretto, estiveram em Belo Horizonte (MG) nesta sexta-feira (31/7), onde participam da formatura de turmas do Plano Setorial de Qualificação para beneficiários do Programa Bolsa Família (Planseq Bolsa Família) na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Foram 457 formandos dos Municípios de Belo Horizonte, Betim, Florestal, Nova Lima, Matozinhos, Rio Acima e Rio Manso, beneficiários do Bolsa Família que fizeram cursos de pedreiro, encanador, pintor, eletricista e auxiliar de escritório.

A Grande BH tem outros 746 alunos matriculados em cursos nas áreas de construção civil e turismo.

O Planseq Bolsa Família é uma ação coordenada pelos Ministérios:
- do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS);
- Ministério do Trabalho e Emprego;
- Ministério do Turismo;
- Casa Civil.

Tem como meta qualificar 172,5 mil beneficiários do Bolsa Família em todo o País, sendo 146,6 mil na área da construção civil e 25,9 mil na área do turismo.

O propósito para o setor de construção civil é capacitar os beneficiários para as vagas surgidas com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a meta é qualificar é 17,8 mil beneficiários na construção civil e 2,1 mil no turismo.

Atualmente, em todo o País, já são 128,3 mil inscritos e 24,8 beneficiários em sala da aula (20,5% do total de inscritos).

Beneficiários do bolsa família trabalham mais do que famílias mais abastadas

A secretária nacional de Assistência Social do MDS, Rosilene Rocha, destacou a importância do Planseq Bolsa Família como uma das ações voltadas para emancipação das famílias beneficiadas pelos programas sociais.

Segundo ela, os três principais objetivos do Bolsa Família são:
- O primeiro objetivo do Bolsa Família é matar a fome;
- manter os filhos na escola e observar calendário de vacinação;
- qualificação profissional das famílias pobres.

Rosilene Rocha lembrou, ainda, que os números do Bolsa Família demonstram que o programa tem sido um elemento de incentivo para os beneficiários se reestruturarem.

O Planseq reforça essa característica.

"Dados do IBGE e do Ibase mostram que entre os beneficiários do Bolsa Família, 77% estão em alguma atividade de trabalho, contra 73% verificado entre famílias não beneficiárias", pontuou.

Quem chama trabalhador que recebe bolsa-família de preguiçoso, é ignorante e imbecil, diz Lula

Em seu discurso o presidente Lula falou:

"Eu não me importo mais com isso (críticas). Eu atingi uma idade que não tenho mais o direito de se ofender com essas coisas...

... alguns dizem assim... o Bolsa-família é uma esmola ... o Bolsa-família é assistencialismo ... o Bolsa-família é demagogia ...

... Tem gente tão imbecil, tão ignorante, que fala que o Bolsa-família é para deixar as pessoas preguiçosas ... porque quem recebe o Bolsa-família não quer mais trabalhar ...

... a ignorância é de tal magnitude, que as pessoas pensam, que um ser humano vai ganhar R$ 85 e vai deixar de ter perspectiva de ganhar os R$ 616 que a Mônica [uma das formandas] vai ganhar tendo um trabalho decente ...

...As pessoas que pensam que o Bolsa Família é isso são as mesmas que acham que o cara mora num barraco na favela porque quer, que o povo é pobre porque é vagabundo, porque não quer trabalhar, estudar. Ou seja, essa forma simplista de ver as coisas não permite sequer que esse ignorante lembre que o País é dividido entre as pessoas que tiveram oportunidade e as que não tiveram oportunidade".


José Paulo Kupfer
Bolsa-família: muito barulho por nada
É impressionante a resistência das elites brasileiras a distribuir a renda neste país. Esta é uma frase que escrevo, de tempos em tempos, há muitos e muitos anos. Lamento muitíssimo repeti-la tanto. Mas não tem jeito: a resistência é incansável, férrea. Muito impressionante mesmo.
O último exemplo é a gritaria com o reajuste dos benefícios do Bolsa-família. O aumento de 9,68% decidido pelo governo, a vigorar a partir de setembro, desencadeou uma onda de ataques à decisão. De generosidade com o bolso alheio à falta de provisão para fazer o bem com o dinheiro dos outros, o governo está sendo malhado como um judas fora de época.
Atacam, de cara, o reajuste. Se tomassem meio minuto para consultar números básicos, verificariam que se trata de uma crítica sem base. De 2003, quando as bolsas começaram a ser pagas, até o novo valor do benefício, previsto para vigorar até 2011, o aumento da bolsa ficou em 40,07%. No período, considerando índices de 4,5% em 2009 e 2010, o IPCA variou 41,07%. Ou seja, o valor real do benefício permanece praticamente o mesmo desde o início do programa.
Escandalizam-se com o fato de que não há previsão orçamentária para fazer frente ao aumento agora decretado. Ora, ora, senhores, mas qual é o drama? O Bolsa-família, até o fim do ano, com a incorporação de mais 1,3 milhão de famílias, alcançará cerca de 13 milhões de famílias, e nem assim absorverá mais de 0,8% do Orçamento da União. Falando na língua que os críticos entendem bem: um corte de 0,1 ponto percentual na taxa Selic paga toda a conta do programa.
Além de bater nos “estragos” fiscais que, na visão deles, o reajuste provocaria, os soldados da resistência à distribuição de renda desceram da prateleira aquele amontoado de argumentos de palanque, sem sustentação nos fatos, a respeito da falta de mecanismos de saída do Bolsa-família e seu caráter assistencialista. Triste ver como encaram os brasileiros em situação de pobreza e miséria como meros números que perturbam o equilíbrio fiscal.
Se fossem lá ver ou, pelo menos, procurassem se informar com terceiros independentes sobre o que ocorre nas áreas em que o Bolsa-família opera, correriam menos riscos de se surpreender, como se surpreenderam ao descobrir que o programa funcionava e alcançava, com inesperada eficácia, o público-alvo.
Você sabe como se chama a porta de saída do Bolsa-Família? Chama-se Planseq. Veja abaixo:
Certificados de conclusão de curso serão entregues, na próxima segunda-feira (3/8) em Goiânia, aos formandos do Plano Setorial de Qualificação (Planseq-Bolsa Família), na área de turismo.
Planseq - O Planseq-Bolsa Família é uma ação coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério do Trabalho e Emprego e Casa Civil e tem como meta qualificar 172,5 mil beneficiários do Bolsa Família em todo o País, sendo 146,6 mil na área da construção civil e 25,9 mil na área do turismo. O propósito para o setor de construção civil é capacitar os beneficiários para as vagas surgidas com as obras do PAC.
Público alvo – O Planseq-Bolsa Família foi idealizado para atender beneficiários do programa de transferência de renda, homens e mulheres que tenham mais de 18 anos e pelo menos a 4ª sé rie do ensino fundamental completa. A participação não é obrigatória e o beneficiário não será excluído do Bolsa Família se fizer os cursos. Além de Belo Horizonte, as aulas serão ministradas em outras 11 regiões metropolitanas do País (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Curitiba e Porto Alegre) e mais as cidades de Vitória, Goiânia, Palmas, São Luís, Aracaju, Maceió e Campo Grande.
Na área do Turismo, as vagas serão distribuídas pelas capitais e o Distrito Federal (com exceção de Rio Branco, Porto Velho e Teresina). Os cursos são de garçom, cozinheiro, padeiro, barman, mensageiro, camareiro, atendente de agência de viagens e auxiliar de eventos e têm duração média de 200 horas, divididas entre teoria e prática. Eles são gratuitos e os participantes receberão transporte e lanche. As inscrições são feitas nas agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine) ou nos Centro s de Referência de Assistência Social (CRAS).

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