O terrorismo midiático esteve em pauta durante quatro dias - de 27 a 30 de março - em Caracas no "1º Encontro Latino-americano contra o Terrorismo Midiático", que se opôs ao encontro da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, sigla em espanhol).
Os intelectuais e jornalistas de mais de 14 países que estiveram presentes ao encontro divulgaram a "Declaração de Caracas", na qual disseram que esse tipo de terrorismo é a primeira expressão e condição necessária do terrorismo militar e econômico que o Norte industrializado emprega para impor à humanidade sua hegemonia imperial e seu domínio neocolonial.
Eles denunciaram que as empresas de comunicação transnacionais utilizam informações falsas para realizarem "uma agressão massiva e permanente contra os povos e governos que lutam pela paz, a justiça e a inclusão". Nesse sentido, deu-se como exemplo a campanha para sabotar qualquer acordo humanitário ou saída política para o conflito colombiano, e para regionalizar a guerra na zona andina.
A luta de Equador, Bolívia, Nicarágua, Brasil, Argentina, Uruguai e México "confirma a vontade política de nossas sociedades para desbaratar a agressiva e simultânea campanha de difamação das transnacionais informativas e da SIP. Cuba e Venezuela representam com clareza os pontos mais vigorosos dessa batalha ainda inconclusa".
A liberdade, a democracia nos países latino-americanos se vêem ameaçadas pelos oligopólios de comunicação que manipulam a verdade. Assim, os participantes consideram fundamental criar uma Plataforma Internacional contra o Terrorismo Midiático.
Essa Plataforma convoca para a realização de um novo encontro, em até dois meses. Para esse encontro serão convocadas organizações como a Federação Latino-americana de Jornalistas (Felap), "que no crescimento da consciência dos povos latino-americanos e caribenhos defendeu exemplarmente o direito à verdade e à divisa que sustenta seus princípios".
Os signatários da Declaração responsabilizaram a administração do presidente dos Estados Unidos, George W. Bus, pela sistemática agressão terrorista dos últimos anos contra os meios de comunicação alternativos, populares, comunitários e alguns empresariais. A SIP e a organização Repórteres Sem Fronteiras foram apontadas como obedientes aos ditados de Washington "na falsificação da realidade e na difamação globalizada".
No sábado (29), durante a realização do encontro, uma marcha, acompanhada por representações teatrais, foi às ruas de Caracas, onde passou em frente a hotel no qual foi realizada a reunião da SIP, para protestar contra esses meios. (leia mais)
Fonte: Adital
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