quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Lula ao NYT: crescer como a China, com salários baixos? Não, senhor…

Tijolaço

Fernando Brito


A turma que reclama do “custo Brasil” provocado pela valorização dos salários – especialmente do mínimo, com cujo reajuste automático Aécio e Eduardo Campos já prometeram acabar – vai detestar, mas quando o The New York Times fez hoje uma provocação com o Brasil ter uma capacidade igual à chinesa de atrair empresas de tecnologia, espanou a comparação: não queremos para nós um modelo de crescimento com salário baixo.

Leia um trechinho na matéria do NYT, (mal) traduzido para você:

Apesar de forte desaceleração do crescimento econômico do Brasil , o país não tem a intenção de estimular um modelo chinês de baixos salários para aumentar a competitividade, como forma de promover a prosperidade, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira.

O Sr. da Silva, um dos políticos mais populares e poderosos do Brasil, que liderou uma notável expansão da economia e o declínio na pobreza durante seus dois mandatos, terminados em 2011, também disse que o país vê seu futuro em investir em educação e em promover uma força de trabalho tecnologicamente qualificada.

Ele falou em uma entrevista com os editores durante uma visita ao The New York Times, onde defendeu o progresso econômico feito sob sua administração e as políticas de sua sucessora, Dilma Rousseff, de quem foi o mentor. Dilma enfrenta a reeleição em outubro, mas não tem a mesma popularidade dele.

O Sr. da Silva, 68, popularmente conhecido como Lula, tem feito campanha para Dilma, e previu que ela irá ganhar.
Instado a explicar a incapacidade do Brasil de atrair investimentos de empresas de tecnologia da mesma forma que a China faz, Lula questionou a comparação. Apesar de reconhecer que o Brasil sofreu deficiências competitivas, ele disse que o aumento dos salários e benefícios para os trabalhadores brasileiros beneficiaram a economia.

“Nós não queremos ser competitivos como a China é, onde não há nenhum programa de bem-estar, onde você não tem obrigação para com os trabalhadores, fundos de pensão, sindicatos, e as pessoas ganham salários muito baixos”, disse ele através de um tradutor. ”Nós não queremos esse modelo para nós. Estamos fazendo bem como somos hoje. “

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