sexta-feira, dezembro 06, 2013

O PIB e a construção do pânico pela mídia oposicionista


por Helena Sthephanowitz

Obviamente ninguém comemora quando o IBGE anuncia que o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre caiu 0,5% em relação ao trimestre anterior. Mas também só haveria motivos para dramatizar caso isso significasse uma tendência para os próximos trimestres, o que não se vê no horizonte. Grosso modo, é como se um dono de padaria faturasse em vendas R$ 9.820,00 dois meses atrás, R$ 10 mil no mês anterior e em seguida R$ 9.950,00. Ele não vê seu negócio ameaçado por causa disso, pois sempre há meses melhores e outros piores.

Além disso, os números do PIB referem-se a um período encerrado já há dois meses. Emprego, vendas no comércio e produção industrial apresentam padrões positivos em outubro. O recente sucesso das concessões de aeroportos, rodovias e campos de petróleo demonstra o forte interesse em investir no Brasil. Todo esse quadro afasta qualquer fantasma sombrio sobre a economia.

Ressalte-se que este PIB do terceiro trimestre, comparado ao mesmo período do ano passado, cresceu 2,2%, e nos últimos 12 meses cresceu 2,5% ante os 12 meses anteriores. E é preciso observar que o crescimento segundo trimestre foi 1,8% (o que dá 7,4% anualizado). Assim, o que se nota é que setores que cresceram demais no segundo trimestre, como o agronegócio, voltaram à produção normal no terceiro trimestre, o que não significa nenhuma crise.

A economia em si preocupa menos do que o noticiário econômico que, em grande parte, foge da objetividade jornalística de analisar o quadro com honestidade intelectual, para fazer proselitismo político-eleitoral de um suposto ambiente de crise econômica que não existe.

A oposição, dominante nos meios de comunicação de massa tradicionais brasileiros, enxerga eventuais dificuldades na economia como a grande chance de derrubar a popularidade da presidenta Dilma Rousseff com vista às eleições de 2014.

Por isso sempre se pinçam os piores números momentâneos, que sempre existem em qualquer balanço contábil, para martelar como pauta. Foi assim com a inflação do tomate, foi assim com os números parciais do superávit primário, é assim com o PIB.

Parece que procuram incutir uma síndrome do pânico nos leitores e telespectadores. Pessoas com síndrome do pânico ficam com medo até de sua rotina cotidiana. Medo de sair na rua, de ir no supermercado, de ter contato com as pessoas. O noticiário catastrofista procura incutir esse medo irreal em relação ao governo.

É uma aposta de risco para a oposição, pois, ao amplificar um problema pequeno, ao dar falsa dimensão de haver dificuldades maiores do que existem, quando a catástrofe anunciada não se concretiza, quem arrasta as fichas de vencedora nesse jogo é justamente Dilma Rousseff.

Fica parecendo até que seu governo venceu desafios maiores do que se impunham na época em que foram noticiados. E há o risco de o leitor/telespectador ficar com síndrome do pânico, não do governo, mas de ler certos jornais e assistir determinados canais de TV.

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