quarta-feira, novembro 13, 2013

Contas públicas: o PSDB pode abrir a boca para criticar?



O professor João Sicsú publica mais uma tabela da série “Contra Fatos, não há Argumentos”.

Está aí em cima um resumo de alguns dos “fundamentos macroeconômicos” deixados por Fernando Henrique e o nível em que fecharam o ano passado,

Falam por si.

Se a finalidade fosse fazer propaganda, poder-se-ia ter juntado aí o dólar – mais baixo agora e muito mais baixo em dezembro de 2002, quando estava em R$ 3,53. Ah, mas isso era o “fator Lula”, que desestabilizou. Serve 2001? R$ 2,32, valor igual ao de hoje, com 11 anos de inflação da moeda brasileira. Ou, falando nela, a inflação: 14,7% em dezembro de 2002 ou, se você quiser acreditar naquele “fator Lula”, 9,44% em dezembro de 2001.

Mas não é, é trazer informação para um debate sério e sereno sobre algo que é importante: a capacidade de o Estado brasileiro de equilibrar suas contas e poder investir, forte e continuamente, no desenvolvimento brasileiro.

Porque essa tabela mostra o nosso ponto mais fraco – embora menos fraco que há 10 anos – que á a taxa de investimentos, em relação ao PIB. Está maior – e muito maior, em valores absolutos, porque o PIB teve uma notável expansão – mas está muito abaixo dos 23 ou 24% que a Formação Bruta de Capital Fixo – seu nome em economês – deveria representar sobre a soma total das riquezas produzidas no país.

E não é, essencialmente, através do capital privado que vamos chegar a estas taxas, mas pelo investimento público ou paraestatal, como o da Petrobras, da Eletrobras ou pelos financiados pelos bancos públicos ou semipúblicos: BNDES, Caixa, Banco do Brasil, fundos de pensão, etc…Embora não paenas por eles, mas essencialmente por eles, seja pelos recursos que mobilizam de per si, seja pelas parcerias privadas que sua presença viabiliza.

O “escândalo” criado por desequilíbrios episódicos na trajetória superavitária de nossas contas nada tem a ver com uma análise econômica séria. É fruto da exploração política de uma quadra onde se juntam a retração da economia mundial e o intervalo de maturação de investimentos pesados feitos – e continuados – pelo país.

O “terrorismo fiscal” que se sucedeu ao fracassado “terrorismo inflacionário” visa a isso: nos fazer perder o rumo e permitir que os fracassados do passado possam ter a petulância de se apresentar como os austeros, os responsáveis, os “econômicos”.

Eles realmente fecharam as torneiras, mas para o investimento em habitação, em infraestrutura, em serviços sociais, para a logística e a industria de base, a energia e o transporte. E as abriram, escancaradas, para os ganhos de capital financeiro que, embora sigam altos, já não são o maná dos tempos de Fernando Henrique.

São estes os que querem voltar, como grão-senhores. São esses os que devemos apontar, na rua, como os demolidores do Brasil.

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Por: Fernando Brito

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