segunda-feira, outubro 07, 2013

SERÁ QUE ESTEVES, DO BTG PACTUAL, TUCANOU DE VEZ?


Em Nova York, no sofisticado hotel Waldorf Astoria, banco de investimento de André Esteves abre nesta terça-feira 8 conferência para CEOs; sócio da Caixa no Banco Panamericano e com interesses na Petrobras, banqueiro migra velozmente do governismo para a oposição; ele disse que a política econômica atual dificulta a 'venda' do País a investidores; presidenciável do PSDB, senador Aécio Neves é convidado de honra para a palestra de abertura; interesses contrariados motivam mudança de lado do banqueiro, que sonha com a privatização dos bancos estatais; dias atrás, ele fez uma oferta pela parte da família Ermírio de Morais no Votorantim, onde o BB é sócio, mas não teve sucesso
7 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 19:17

247 – O banqueiro André Esteves está mudando de lado. CEO do BTG Pactual, ele se aproximou do bloco político do governo desde a gestão de Lula, quando afirmou que o País vivia seu melhor período econômico em 500 anos, ou seja, desde o descobrimento. Foi uma coincidência com a fase de abertura e crescimento da instituição que ele preside. Mas agora, o flerte acabou.

Depois de ter se tornado sócio da Caixa Econômica Federal no banco Panamericano, o Pan, no qual detém 51% das ações, e consolidar seus interesses junto à Petrobras, Esteves liberou seus sócios para criticar o governo. Na semana passada, Roger Agnelli, ex-presidente da Vale que pilota o braço de mineração do BTG, saiu em campo atacando o marco regulatório proposto pelo governo ao setor. De acordo com Agnelli, o modelo oficial vai inibir os investidores. Na verdade, o que ele quer são parâmetros de exploração do solo que entregam, praticamente de graça, as riquezas minerais do País para os grandes grupos de interesse, a começar pelo dele e de Esteves.

Para consolidar sua ida para a oposição, o BTG resolveu abrir sua conferência anual para investidores, em Nova York, fazendo do presidenciável Aécio Neves, do PSDB, o orador de abertura. O presidente tucano está na dele. Dará seu recado, nesta terça 8, no salão principal do hotel Waldorf Astoria, e certamente suas palavras terão repercussão no Brasil, onde o clima de campanha eleitoral já toma conta da mídia.

O que intriga é porque o BTG resolveu, tão rapidamente, mudar de camisa. O mercado vinha considerando Esteves um dos mais frequentes interlocutores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na iniciativa privada. Uma das pistas é seu interesse em ter mais um banco de varejo.

As perdas do BTG com uma desastrada parceria com o grupo EBX, de Eike Batista, os problemas de mercado do Pan e a insistência, pelo governo, de resistir ao apetite do próprio Esteves por regras, em diferentes setores, que o beneficiem, também estão findando por afastar a instituição que tem o tucano Persio Arida como um dos sócios mais destacados da área de apoio à política econômica.

Numa demarcação de ida para o campo oposicionista, Arida passou a defender, nos últimos tempos, o estabelecimento de desemprego no mercado de trabalho como forma de controlar a inflação. Para ele, o Brasil estaria crescendo num ritmo superior ao de suas próprias capacidades.

Em Nova York, não será de espantar se Esteves e os seus repetirem a ladainha de que o governo está afugentando investimentos. Pelo desenho da conferência com os CEOs, o que se quer, ao que parece, é mostrar um Brasil fechado e inseguro, onde Aécio será o grande palestrante falando num palanque com a marca do BTG Pactual.

Dias atrás, Esteves tentou adquirir a participação dos Ermírio de Moraes no Banco Votorantim, onde o Banco do Brasil é sócio. Nos quadros do BTG Pactual, um dos quadros proeminentes é Sergio Cutolo, que foi presidente da Caixa no governo FHC. Esteves não esconde dos seus mais próximos interlocutores que um de seus sonhos é comprar algum dos bancos estatais, caso um dia algum governo decida privatizá-los.

Comentário E & P

Os empresários e banqueiros brasileiros são como ave de rapina, cujo objetivo é se apropriar das empresas públicas. Querem se locupletar com o patrimônio de todos os brasileiros, assim como aconteceu com a queda da União Soviética em que o patrimônio de todos foi parar em poucas mãos privadas. Querem de volta a privataria. São bandidos dentro da legalidade, pois se por acaso o PSDB ou o Eduardo Campos ganhe o governo, eles ficarão com as empresas estatais por preços módicos, como aconteceu no governo fantoche de Fernando Henrique Cardoso. O Brasil não tem empresários nem banqueiros e sim aves de rapina que querem, via tucanos ou outro privatista, pegar o que é de todos os brasileiros. E estão assanhados investindo nisso para o ano que vem. A eleição de 2014 vai ser muito dura. A subelite brasileira formada por essa gente quer de volta um país subordinado e roubado por eles, como sempre fizeram.

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