sexta-feira, outubro 04, 2013

Linha Econômica: a economia sob a ótica do trabalhador brasileiro



O Linha Econômica é uma proposta de contraponto ao pensamento conservador neoliberal na economia.

A economia como toda ciência social não é neutra. Assim como nós, que temos lado. Queremos apresentar a economia pela ótica dos trabalhadores. Entendemos que a distribuição de renda é o caminho para a igualdade social. Uma política biófila, solidária e do bem-estar social (vide Brasil).

Nesse sentido, nos contrapomos frontalmente aos neoliberais, que tratam a economia pela visão dos mais ricos. Eles abominam a igualdade social e, por isso, as políticas econômicas defendidas por esse grupo levam à concentração de renda. É uma política necrófila, verdadeira arma de destruição em massa e causadora do mal-estar social (como no caso da Europa).

Apesar da sofisticação matemática, o ponto de partida do pensamento neoliberal foi o defendido por Malthus (1766-1834), que acreditava que não adianta fazer nada para os pobres - que deveriam ser deixados a sua própria sorte. É essa premissa que faz com que os malthusianos do século XXI sejam contra o programa federal Bolsa Família.

Malthus seria contrário até ao Minha Casa, Minha Vida pois, para ele, os pobres devem ficar nos lugares mais pestilentos possíveis para que não durassem muito. Em um ensaio, escreveu que deveriam estimular os pobres a habitar os lugares mais pantanosos e insalubres. Isso explica talvez porque os outros governos brasileiros nunca fizeram qualquer programa de habitação de grande escala e deixaram que o povo ocupasse morros e lugares perigosos.

E é esse pensamento que rege os grupos mais ricos da sociedade brasileira, boa parte do empresariado e a grande mídia.

Em entrevistas recentes, economistas vinculados aos tucanos defendem que o Brasil volte a desempregar, para criar um exército de reserva, barateie o custo da mão-de-obra para aumentar os lucros dos empresários e pressionar menos a inflação.

Em editoriais os principais jornais defendem que o salário mínimo, principal fonte de redução da pobreza e da desigualdade social no País, não tenha o crescimento real que o acompanhou ao longo dos últimos dez anos.

Em campanha no rádio e na televisão o candidato da oposição Aécio Neves tem defendido a redução dos gastos pelo governo federal. A tese simplificada é que o governo tem gasto muito e mal. Não é verdade, pois o principal indicador que é a relação dívida/PIB caiu muito nos últimos anos, era cerca de 57% e, atualmente, está em 34%.

De outro lado, o candidato dos tucanos abraça a mesma política suicida que está varrendo a estabilidade social da Europa. Ele finge que não vê a crise econômica profunda que abala o mundo nesse início de século XXI e apresenta uma visão simplista da economia.

Quanto ao gastar mal, será verdade? A presidenta Dilma elevou de R$ 14 bilhões para R$ 23 bilhões os recursos para o programa Bolsa Família. Malthus teria a mesma opinião de Aécio Neves e da maioria dos comentaristas econômicos da grande imprensa brasileira.

Mas afinal, que País queremos? Pois um programa tucano, se aplicado, seria um tsunami social para o povo brasileiro.

Voltaria o desemprego, aumentaria a taxa de juros (tese abraçada pela mídia), cairia o nível de atividade econômica com aumento da desigualdade social, da violência e do desespero.

São contra essas ideias destruidoras de países e de vidas que nos contrapomos.

Para nós, a economia é uma ciência social que deve ter compromisso com o crescimento econômico, a distribuição de renda e de esperança.

A economia não é uma reunião fictícia de equações matemáticas baseadas nas ideias malthusianas, de destruição do ser humano.

A economia é a política, a sociologia, a história e as pessoas que aspiram a um mundo melhor.

Queremos um país desenvolvido social e economicamente, com democracia ampla e oportunidade para todos.

É por isso que tivemos o cuidado de montar o Linha Econômica e contamos com as críticas e sugestões de todos os radionautas.

Um grande abraço!

Equipe do Linha Econômica
Apresentadores

Eduardo Marques: economista, formado pela Unicamp, especialista em Orçamento e Finanças Públicas, assessor da Liderança do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo desde 2005.

Evaristo Almeida: formado em Economia, também é mestre pela PUC-SP. Assessor de Transportes da Bancada do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, atua ainda como coordenador no Núcleo Setorial Nacional de Transportes do PT. Escreveu o livro Programas de Garantia de Renda Mínima: Inserção Social ou Utopia? EDUC, 2000.

Ricardo Guterman: é sociólogo e assessor técnico em Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (Alesp).

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