terça-feira, novembro 29, 2011

FMI vem ao Brasil pedir dinheiro para países europeus em crise


A expectativa é grande para o encontro na quinta-feira, em Brasília, entre a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e a presidente Dilma Rousseff.

O palácio do Planalto já recebeu sinais de que Lagarde irá pedir ao Brasil que conceda uma ajuda em dinheiro para os países europeus em dificuldade, em especial a Grécia e a Itália.

Dilma deve manter a mesma posição que já manifestou por diversas vezes.

O Brasil esta disposto a ajudar, mas desde que aumente sua participação no FMI. É, aliás, a mesma posição da China.

COMENTÁRIO E & P

Olha ai gente, o FMI vem de pires na mão pedir dinheiro ao Brasil para salvar a Europa. O incrível nisso tudo é que a Europa quebrou porque seguiu os ditames neoliberais do FMI! Felizmente o PSDB não é mais governo no Brasil, senão nós é que estaríamos de pires na mão. O programa econômico apresentado pelos tucanos recentemente é uma verdadeira bomba de destruição de massa. Teria o mesmo efeito destruitivo de um tsunami na economia brasileira. Os economistas tucanos foram adestrados em Washington, são incapazes de pensar e ver que a teologia neoliberal fracassou.

Resposta ao vídeo da Globo contra Belo Monte



Do Conversa Afiada


A Globo vira as costas à Ciência

Este ansioso blogueiro recebeu e-mail do Google para anunciar um novo programa de mapas mirabolante, que vai localizar os eeitos desastrosos da ação das hidrelétricas sobre o assim chamado “eco-sistema”.


Acompanha a notícia esse vídeo.

Entre os oito e os dez minutos trata de Belo Monte.

Um besteirol.

Uma sub-ciência, que merece o Premio Ignóbil da Geofísica Obtusa.

É uma sequência perfeita do vídeo de atores globais, naquela produção do Spielberg.

A propósito, o Conversa Afiada localizou na Secretaria de Comunicação da Presidência da República uma resposta, ponto a ponto, aos atores do Spielberg (ah !, como eles gostariam !):

UHE BELO MONTE
PERGUNTAS E RESPOSTAS


I. ATENDIMENTO À DEMANDA NACIONAL DE ENERGIA

1. Por que construir Belo Monte? Que papel a usina desempenha no desenvolvimento futuro do Brasil?

O Brasil precisa de uma usina como de Belo Monte para seguir crescendo de forma sustentável. Para alcançar as metas de crescimento anual de 5% do PIB nos próximos 10 anos, bem como de erradicação da pobreza e melhor distribuição de renda, o país precisará instalar, a cada ano, cerca de 5.000 MW de capacidade adicional.

Com base no consumo anual por domicílio, a energia média produzida pela usina de Belo Monte atenderá a 18 milhões de residências (60 milhões de pessoas), ou o correspondente a todo o consumo residencial de eletricidade na Argentina (aproximadamente 34 milhões de MWh ao ano).

Os níveis de consumo domiciliar médio anual de eletricidade no Brasil – 560 kWh por habitante – ainda são baixos se comparados a 4.530 kWh nos Estados Unidos, 1.920 kWh do Reino Unido, 1.580 kWh na Espanha e cerca de 830 kWh na Rússia e na África do Sul.

2. Qual a geração de energia prevista para a usina de Belo Monte?

A geração média de energia prevista para a usina de Belo Monte é de cerca de 40% de sua capacidade total, ou seja, comparável à geração média das hidrelétricas europeias. Esse valor é inferior à geração média das usinas hidrelétricas brasileiras, que é de 55%, uma vez que nos meses de cheia, a usina gerará a sua plena capacidade (11.000 MW) e, durante a estiagem, a geração será menor, resultando em uma média anual de aproximadamente 4.500 MW. O cálculo da energia comercializada pela usina é feito com base nas taxas médias de geração e também leva em conta os ganhos sinérgicos da operação interligada com o sistema.


3. Por que a geração média de Belo Monte é menor que a das hidrelétricas brasileiras ?

A menor geração de energia relativa à potência instalada se deve, em grande parte, à adequação do projeto ao longo de sua vida útil e à compatibilização da geração de energia aos requisitos socioambientais. As medidas adotadas que reduziram a geração de energia foram:

a) a redução do reservatório e a eliminação da capacidade de regularização das vazões afluentes à barragem de Belo Monte;
b) a retirada de outros aproveitamentos na bacia que permitiriam maior regularização das vazões a montante;
c) a adoção de um hidrograma mínimo (valores mínimos de vazões ao longo do ano) que será mantido no trecho de vazão da Volta Grande do Xingu, de forma a assegurar as condições de pesca, navegabilidade e outros usos às comunidades indígenas.

Assim, é fato que as alterações promovidas no projeto de Belo Monte de forma a compatibilizá-lo com as restrições socioambientais, implicaram na redução da geração média anual. Felizmente, isto não inviabilizou o empreendimento, visto que, quando em operação, produzirá energia para a população brasileira por quase metade do preço das demais fontes de energia.


4. Como será usada a energia produzida pela usina de Belo Monte?

A energia produzida pela usina de Belo Monte será usada para atender o crescimento econômico, com competitividade, e a expansão demográfica prevista do país. A maior parcela (70%) da energia da usina de Belo Monte destina-se ao mercado cativo, que engloba todas as residências, grande parte do comércio e serviços e uma grande parcela da indústria, inclusive as pequenas e médias. Os 30% restantes destinam-se ao mercado livre e a autoprodutores – onde se encontra também a indústria eletrointensiva.


5. A demanda de eletricidade no Brasil não poderia ser suprida apenas com medidas de conservação e a modernização de usinas existentes?

Não. Medidas de conservação de energia e repotenciação das usinas hidrelétricas existentes são ações importantes, porém insuficientes para suprir a demanda prevista para os próximos anos.

Segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), tais medidas trariam ganho de energia da ordem de 270 MW médios/ano, o equivalente a apenas 6% da energia média que Belo Monte deverá produzir, e apenas 5,4% da necessidade energética do País para atingir a meta anual de crescimento.

Em relação à conservação de energia, as projeções de crescimento do consumo, para os próximos 10 anos, contemplam a adoção de medidas e ações de eficiência energética no uso final da eletricidade, que totalizam, ao final desse período, uma redução do consumo equivalente a uma usina hidrelétrica do porte de Belo Monte.


6. A redução significativa de perdas no sistema elétrico brasileiro não compensaria a demanda crescente de energia?

Não. Reduzir ou eliminar perdas, por si só, não compensaria a demanda crescente de energia no Brasil. As perdas médias no Sistema Elétrico Interligado brasileiro têm oscilado entre 15% e 17% da geração de eletricidade. Uma parcela expressiva dessas perdas é classificada como perdas comerciais resultantes de conexões ilegais. Estas perdas comerciais são influenciadas no Brasil – e em outras partes do mundo –, pelas condições socioeconômicas da população. Desta forma, nesses mercados, uma redução das perdas comerciais, apesar de necessária, não resultará em uma redução equivalente do consumo, uma vez que eliminar perdas não elimina a necessidade de fornecimento de energia.

Quanto às perdas elétricas na transmissão, é importante reconhecer que o Brasil é um país continental, com um sistema elétrico interligado, em sua quase totalidade, por meio de extensa rede de transmissão e cuja base de geração é predominantemente hidrelétrica. Dessa forma, é de se esperar que as perdas no Brasil sejam maiores do que em países com características físicas distintas e com predominância de fontes de geração térmica. No entanto, do ponto de vista ambiental, essas perdas são mais que compensadas pela redução das emissões que seriam produzidas por usinas termelétricas.



7. A produção de energia hidrelétrica prevista para Belo Monte pode ser comparada a alternativas como energia eólica, biomassa e solar como um meio para aumentar a oferta de energia elétrica?

A solução mais adequada ao País é adotar uma abordagem conjunta de fontes de energia, a fim de reduzir a necessidade de combustíveis fósseis. Essa solução é preferível do ponto de vista não apenas ambiental, mas também de custo: para o consumidor, o custo direto do suprimento da demanda crescente de energia elétrica apenas com eólica e biomassa seria o dobro daquele da energia produzida pela usina de Belo Monte.

As fontes alternativas têm papel cada vez mais importante no atendimento à demanda de eletricidade no Brasil. Entre 2004 e 2010, já foram contratados cerca de 10.000 MW de energia dessas fontes no Brasil – quase a potência total da usina de Belo Monte. Contudo, essas fontes alternativas são afetadas pela sazonalidade.

Em muitos países, a geração de energia eólica é complementada por termelétricas (carvão mineral ou gás natural). No caso brasileiro, tanto o ciclo de produção de biomassa da cana-de-açúcar, quanto o regime de ventos complementam o regime hidráulico.


8. Como o governo responde às críticas de que usinas menores seriam mais eficazes?
No Brasil, é considerada uma usina pequena aquela que gera efetivamente 30 MW. Sendo assim, seriam necessárias mais de 30 usinas menores para fornecer o mesmo volume de energia de Belo Monte, fato que provocaria um impacto ambiental bem maior do que apenas uma usina de grande porte.


9. Quem é responsável pela construção da Hidrelétrica Belo Monte?

O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) foi contratado pela empresa Norte Energia S.A. para executar as obras civis e de engenharia daquela que será a terceira maior hidrelétrica do mundo em capacidade de geração de energia. O CCBM é formado por 10 empresas do setor de construção pesada do País.
Liderado pela Construtora Andrade Gutierrez, o CCBM reúne ainda as construtoras Camargo Corrêa, Odebrechet, Queiroz Galvão, OAS, Contern, Galvão, Serveng, J. Malucelli e Cetenco.


II. VIABILIDADE ECONÔMICA


10. O projeto da hidrelétrica de Belo Monte é a fio d’água. Qual a diferença em relação às hidrelétricas com reservatório ?
As usinas a fio d’água são usinas construídas com pequenos reservatórios de água, produzindo energia elétrica basicamente com a força da vazão natural dos rios. Essas usinas não estocam água para geração nos períodos de seca. Usinas projetadas com essas características reduzem consideravelmente as áreas inundadas.


11. Quem pagará caso o projeto exceda o orçamento previsto?
O modelo regulatório atual do projeto de Belo Monte responsabiliza os empreendedores pela gestão e execução eficientes do projeto e, em última análise, pela conclusão do projeto ao custo acordado no leilão. No caso de o projeto exceder o custo ou o prazo previsto, o ônus financeiro será incorporado pelos empreendedores.





12. Como forma de compensação, o Governo Federal poderá injetar recursos no projeto através de mais incentivos ficais, por exemplo?

Não. Os empreendedores da usina de Belo Monte não receberão quaisquer outros benefícios fiscais além daqueles já aplicados a projetos de infraestrutura nacional como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e projetos na região Amazônica (SUDAM) ou na região Nordeste (SUDENE). Sendo assim, nenhum custo adicional será repassado aos contribuintes ou consumidores.


III. POPULAÇÕES INDÍGENAS

13. Alguma terra indígena será alagada como resultado da usina de Belo Monte?

Não. Nenhuma das 10 terras indígenas localizadas na área de influência do projeto será alagada.


14. Os indígenas serão afetados pela redução da vazão na Volta Grande do Xingu?

Não. As condições do processo de licenciamento para o projeto de Belo Monte exigem uma vazão mensal mínima de 700 m3/s no rio Xingu, que excede a vazão mínima de 400 m3/s registrada nos 80 anos anteriores. Essa exigência de vazão garantirá a manutenção dos recursos naturais necessários às populações indígenas, que dependem do leito do rio para locomoção e cujos hábitos alimentares estão vinculados à atividade da pesca.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) avaliou de forma independente o impacto deste projeto em novembro de 2009, em seu “Parecer Técnico nº 21 – Estudo do Componente Indígena do Impacto Ambiental”, concluindo que o empreendimento é viável, desde que atendidas as condições de vazão mínima, além de outros critérios.


15. De que forma o Governo brasileiro envolveu as populações indígenas no planejamento do projeto de Belo Monte?

O Governo brasileiro adotou uma abordagem no planejamento do projeto envolvendo as comunidades que serão afetadas. A Fundação Nacional do Índio (Funai) realizou mais de 30 reuniões entre 2007 e 2010, com a participação de cerca de 1.700 indígenas em aldeias locais, para discutir questões ligadas ao projeto da barragem de Belo Monte.

Muitos líderes indígenas também estiveram ativamente envolvidos em reuniões públicas realizadas durante a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Além disso, cerca de 200 indígenas participaram de audiências públicas promovidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), especialmente em Altamira.


16. Que medidas o Governo brasileiro está adotando para garantir a proteção das populações indígenas e não indígenas afetadas pelo projeto de Belo Monte?

O Governo brasileiro estipulou um conjunto de condições para garantir que nenhuma comunidade indígena seja retirada das terras tradicionalmente ocupadas e reconhecidas pelo Estado, em decorrência do projeto de Belo Monte. As eventuais interferências nas atividades de caça, pesca e da lavoura nas áreas do projeto serão compensadas pelos programas e projetos socioambientais previstos no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e no
Projeto Básico Ambiental. No caso específico das populações indígenas, essas medidas incluem os seguintes programas:

Fortalecimento Institucional e Direitos Indígenas
Sustentabilidade Econômica dos Povos Indígenas
Saneamento Básico em Comunidades Indígenas
Reestruturação do Serviço de Educação para os Povos Indígenas
Melhoria de Habitações Indígenas
Segurança Territorial das Terras indígenas
Garantia das Condições de Acessibilidade da População Indígena a Altamira


IV. IMPACTO SOCIOECONÔMICO


17. Alguma outra hidrelétrica será construída no rio Xingu?

Em 2008, O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinou que Belo Monte será a única usina hidrelétrica no rio Xingu.


18. Quantas residências serão afetadas pela construção da barragem de Belo Monte e que apoio o Governo brasileiro dará a essas famílias?

A usina de Belo Monte será construída em uma área atualmente ocupada por aproximadamente 4.300 famílias em zonas urbanas e 800 famílias em zonas rurais. Todos os residentes afetados pela construção da barragem poderão optar por indenização de terrenos e benfeitorias em dinheiro, realocação monitorada, ou reassentamento pelo empreendedor em zonas urbanas ou rurais.


19. Quem é responsável pela contratação dos operários e funcionários que trabalham ou trabalharão na usina?

A contratação de funcionários de todos os níveis é de responsabilidade do Consórcio Construtor Belo Monte, que também desenvolve programas de capacitação e qualificação profissional em diferentes municípios da Região do Xingu.


20. Como é realizado o processo de seleção das pessoas contratadas?

Todos os contratados pelo Consórcio Construtor Belo Monte participam de processos seletivos, ocasião em que são realizados testes e exames médicos específicos para cada função.


21. Qual o percentual de trabalhadores contratados oriundos da Região do Xingu ?

Até novembro de 2011, o Consórcio Construtor Belo Monte contratou 3.962 trabalhadores. Desse total, 2.142 trabalhadores são moradores do município de Altamira (PA) – o que representa 54% do efetivo – outras 547 pessoas provenientes de cidades paraenses também foram contratadas no mesmo período, perfazendo o total de 68% de trabalhadores contratadas na região.


22. Existem cursos de capacitação para ampliar a contratação de moradores da região? Quantos já foram capacitados e quantos estão em processo de capacitação?

O Consórcio Construtor Belo Monte dispõe de um Centro de Capacitação na cidade de Altamira, com atuação regional, já tendo ministrado cursos de capacitação profissional nos municípios de Vitória do Xingu, Brasil Novo, Uruará, Placas, Anapu e Pacajá.

Até novembro de 2011 foram capacitados pelo Programa Capacitar 1.930 moradores dessas cidades. Estão em processo de formação 385 pessoas. O número de admitidos está em fase de expansão, decorrente das vagas ofertadas e dos respectivos cargos necessários no momento.


23. Quais os critérios utilizados para a remuneração dos trabalhadores? Existem padrões de contratação anteriores que estão sendo utilizados pelo Consórcio Construtor?

A remuneração dos trabalhadores obedece ao disposto na Convenção Coletiva de Trabalho vigente no Estado do Pará, com os ajustes decorrentes da oferta de demanda. O padrão de contratação segue o critério de experiência anterior no cargo, como no caso de operadores de equipamentos pesados e motoristas de caminhões basculantes de grande porte (alguns do tipo fora de estrada) e áreas técnicas.

Para os cargos de complexidade técnica menor, não se exige experiência, bastando que os candidatos sejam aprovados no processo de avaliação.


24. Quantas pessoas se deslocarão para a região durante a construção da usina? O que acontecerá com essas pessoas após o término das obras?

As estimativas indicam que 19 mil empregos diretos serão criados no pico das obras de Belo Monte. Com base nos parâmetros do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da usina estima que serão atraídas 4,7 pessoas para cada emprego criado, ou seja, aproximadamente 90 mil pessoas serão atraídas para a região do projeto nessa etapa.

O EIA estima, ainda, que deverão permanecer na região, após o término das obras, 32 mil pessoas. Com a dinâmica econômica e social advinda das obras e dos programas sociais e ambientais a ela associados, essas pessoas tenderão a ser absorvidas no mercado de trabalho regional. Entre outras medidas destinadas a isso, o EIA prevê um programa de incentivo à capacitação profissional e ao desenvolvimento de atividades produtivas, a ser desenvolvido nas fases de construção e operação da usina de Belo Monte, em onze municípios da região.


25. O Governo Federal fará algum investimento direto na região?

Além dos recursos oriundos dos planos e programas previstos no EIA, o Governo Federal fará investimentos dentro do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS Xingu), instituído por decreto presidencial em 2010, e que prevê diversos programas e projetos para impulsionar o desenvolvimento da região.


26. Que ações o Governo brasileiro adotou para consultar a população local na área em torno do sítio da barragem de Belo Monte?

O Governo brasileiro vem mantendo um diálogo ativo com a comunidade local desde o início do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) em 2007, criando escritórios locais em Altamira e Vitória do Xingu, para manter ligação e comunicação com a população local.

Entre 2007 e 2010, os órgãos do governo envolvidos no projeto de Belo Monte promoveram as seguintes atividades:

reuniões públicas;
oficinas com comunidades;
fóruns técnicos, quatro deles em Belém;
reuniões com gestores públicos na região do Xingu;
reuniões em aldeias indígenas, com a participação de aproximadamente 1.700 indígenas;
visitas dos agentes de comunicação social do projeto a 5.238 famílias;
reuniões com comunidades, com a presença de 2.100 pessoas; e
palestras em escolas de ensino fundamental e médio para aproximadamente 530 alunos.

Além disso, o Ibama promoveu:

quatro audiências públicas nos municípios de Brasil Novo, Vitória do Xingu, Altamira e Belém. Seis mil pessoas participaram da audiência em Altamira; e

uma reunião em novembro de 2010 para colher informações que serviriam de subsídio para a emissão da licença de instalação. Participaram dessa reunião, que contou com mais de 100 pessoas, o empreendedor, o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública, órgãos do poder público local, várias ONG nacionais e internacionais, diversas entidades de classe e representantes de grupos indígenas.

No momento, a Norte Energia S.A. (consórcio formado pelas empresas vencedoras do leilão para a construção da usina de Belo Monte) vem promovendo reuniões com as comunidades locais diretamente afetadas pelo projeto, num esforço para elaborar o programa de apoio a essas populações de uma forma participativa.


27. Quais serão os impactos positivos do projeto de Belo Monte?

Os principais benefícios do projeto serão:

a) Melhorias em áreas urbanas

As áreas urbanas das cidades de Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo, e das localidades de Belo Monte e Belo Monte do Xingu beneficiar-se-ão com as medidas para atender às necessidades de realocação da população diretamente afetada, com a construção e integração das residências destinadas aos trabalhadores das obras da usina e com medidas para adequação do afluxo de população migrante às estruturas urbanas existentes. Entre as medidas previstas, destacam-se:

Em Altamira: recuperação urbanística e ambiental da orla do Xingu, com implantação de parque ecológico e de lazer; construção de diques com um canal de amortecimento de cheias; implantação de drenagem urbana, rede de abastecimento de água, rede de esgotos e estação de tratamento de esgotos; construção de aterro sanitário; construção de 500 casas, em diferentes bairros da cidade, para trabalhadores a serviço das obras; implantação de novos pontos de comércio, postos de saúde e escolas; e ampliação de hospital.
Em Vitória do Xingu: pavimentação das ruas, implantação de infraestrutura de saneamento e drenagem pluvial; ampliação e melhoria dos serviços de coleta de lixo; construção de parque ecológico e de lazer nos igarapés do Facão e do Gelo; construção de 2.500 casas para trabalhadores a serviço das obras; implantação de pontos de comércio, postos de saúde e escolas.
Na Vila de Belo Monte (município de Vitória do Xingu) e no povoado de Belo Monte do Pontal (município de Anapu): pavimentação das ruas, implantação de rede de abastecimento de água, esgotamento sanitário e tratamento de esgotos; e construção de pátios de espera de veículos no ponto de travessia da balsa.

Realocação de população que hoje vive em condições precárias

Cerca de 4.500 famílias que hoje vivem em palafitas na cidade de Altamira – deslocadas pela prefeitura para abrigos provisórios nos períodos de cheia do rio Xingu – receberão casas de alvenaria em áreas urbanizadas.


b) Melhorias na área de saúde

Implementação de programas de vigilância epidemiológica, prevenção e controle de doenças (inclusive a malária) e incentivo à estruturação de atenção básica na rede pública de saúde;
Apoio técnico e financeiro aos municípios, com vistas a garantir uma rede pública de saúde de qualidade.

c) Conservação ambiental

Medidas voltadas à conservação da fauna e flora terrestre e dos ecossistemas aquáticos em áreas próximas à usina, hoje em processo de degradação ambiental;
Implantação de duas unidades de conservação na margem direita do rio Xingu, totalizando 280.000 hectares de florestas;
Implantação de ações de manejo em unidades de conservação já existentes;
Recuperação de trechos da vegetação ao redor dos reservatórios e projetos de incentivo à pesca sustentável.

d) Melhorias na infraestrutura rodoviária

Alargamento, cascalhamento e extensão de rodovias e construção de pontes.

e) Benefícios para as populações indígenas

Capacitação para atividades econômicas em bases sustentáveis (artesanato, extrativismo vegetal, apicultura, plantio de cacau, de frutíferas nativas e de ervas medicinais, criação de animais etc.) e para a comercialização da produção;
Fornecimento de infraestrutura para escoamento da produção e de equipamentos para facilitar as atividades produtivas;
Apoio ao serviço de educação formal das populações indígenas (capacitação de professores indígenas, promoção de trocas culturais e linguísticas com outras terras indígenas (TI) e readequação da infraestrutura de educação);
Melhoria das habitações da TI Arara da Volta Grande do Xingu e da área indígena Juruna do km 17;
Desenvolvimento de ações com vistas à segurança territorial das terras indígenas (reforço de fiscalização dos limites das TIs, com aquisição de equipamentos de comunicação, como rádios e telefones, e capacitação de agentes de fiscalização indígenas);
Capacitação de agentes ambientais indígenas.



f) Incentivo à capacitação profissional e ao desenvolvimento de atividades produtivas nos onze municípios da área de influência indireta do projeto

Incentivo à qualificação profissional;
Avaliação das oportunidades de novos negócios, aproveitando as potencialidades locais;
Contribuição para a organização dos produtores em associações e para a formação de empreendedores.

Essas ações fazem parte dos diversos planos, programas e projetos socioambientais estabelecidos no EIA, com orçamento da ordem de R$ 3,7 bilhões, de responsabilidade do empreendedor. As ações serão implantadas nas etapas de planejamento, construção, enchimento dos reservatórios e operação do empreendimento.

Além dos recursos do empreendedor, os governos federal, estadual e dos municípios aportarão recursos estimados da ordem de 2,5 bilhões para o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS Xingu), para execução de grandes projetos de infraestrutura (rodovias, saneamento etc.), beneficiando mais de 10 municípios situados na região do Xingu.

Merecem destaque, no PDRS Xingu, ações para o ordenamento territorial (Zoneamento Ecológico-Econômico do Oeste do Pará), regularização fundiária, gestão ambiental (consolidação das unidades de conservação criadas e licenciamento ambiental para assentamento do INCRA na Transamazônica) e regularização de TI.

Além dos benefícios para a população local e regional, a usina de Belo Monte propiciará ao país um grande volume de energia a baixo custo (metade do preço das demais fontes de energia), necessário ao seu desenvolvimento. Ademais, Belo Monte, através do uso de uma tecnologia limpa e renovável, contribuirá para o meio ambiente global por evitar a emissão de gases de efeito estufa.


V. IMPACTO AMBIENTAL


28. Que medidas o Governo brasileiro está adotando para assegurar que o projeto de Belo Monte tenha o menor impacto possível no meio ambiente?

Todas as medidas para evitar, minimizar ou compensar impactos estão contidas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), como ações para garantir o nível mínimo da água no Rio Xingu durante todo no ano, a implantação de saneamento básico, e construção de escolas e hospitais na região. Estas medidas estão sendo cumpridas nas diversas etapas do licenciamento ambiental: na Licença Prévia, no Projeto Básico Ambiental, e na Licença de Instalação e nas demais a emitir. A Licença de Operação, que permitirá o enchimento do reservatório, só será concedida se comprovado o cumprimento de todos os programas e medidas ambientais, e após vistorias de campo pelo Ibama, para constatar esse cumprimento.


29. Quantas condições estão contidas na Licença Prévia para o projeto de Belo Monte?

a Licença Prévia, emitida em fevereiro de 2010 contém 40 condicionantes a serem cumpridas pelo empreendedor. Vinte e quatro delas estão relacionadas com a etapa de instalação das obras, tendo sido analisadas e consideradas cumpridas pelo Ibama antes da concessão da Licença de Instalação parcial emitida em fevereiro de 2011. Estas condicionantes


30. O que o Governo brasileiro está fazendo para garantir que as condições ambientais das licenças de Belo Monte sejam cumpridas?

Para garantir o total cumprimento das condicionantes das licenças ambientais concedidas para o empreendimento de Belo Monte, o Ibama monitorará os empreendedores por meio da análise de relatórios periódicos (mensais, bimestrais ou trimestrais, conforme o caso) e fiscalizará a execução dos programas, medidas e condicionantes ambientais por meio de vistorias em campo.


31. O que está sendo feito para prevenir a emissão de gases de efeito estufa associada à decomposição da vegetação nas áreas alagadas próximas a Belo Monte?

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) prevê a remoção de 100% da vegetação dos reservatórios dos canais e de 50% da vegetação do reservatório da calha do rio Xingu, para minimizar o impacto das emissões de gases de efeito estufa oriundos da decomposição de vegetação.

Além de praticamente não emitir gases de efeito estufa durante a sua vida operativa, a usina de Belo Monte evitará a construção de termelétricas emissoras de CO2. Para fins de comparação, pode-se dizer que seriam necessárias 19 usinas termelétricas a gás natural (de 500 MW cada) para igualar a produção de energia de Belo Monte. No entanto, essas usinas produziriam emissões em torno de 19 MtCO2 por ano, valor superior às emissões totais de todo o setor elétrico em 2007.



PARA MAIS INFORMAÇÃO CONSULTE:

Ministério de Minas e Energia – MME
http://www.mme.gov.br/mme/menu/belo_monte.html
Empresa de Pesquisa Energética -EPE
http://www.epe.gov.br/leiloes/Documents/Forms/AllItems.aspx?RootFolder=http%3a%2f%2fwww%2eepe%2egov%2ebr%2fleiloes%2fDocuments%2fLeil%C3%A3o%20Belo%20Monte&FolderCTID=0×0120002EA4D93F6842114382E2B465D88C12ED
Portal Brasil
http://www.brasil.gov.br/sobre/energia
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis – IBAMA
http://www.ibama.gov.br/licenciamento/
Norte Energia S.A.
http://norteenergiasa.com.br/
Blog da Usina Hidrelétrica de Belo Monte
http://www.blogbelomonte.com.br/
Usina Belo Monte no Facebook
http://www.facebook.com/pages/Usina-Hidrel%C3%A9trica-Belo-Monte/150458498388226
Cartilha Conheça Belo Monte – versão em Português, Inglês e Espanhol
http://www.blogbelomonte.com.br/wp-content/uploads/2011/11/folheto_UHE_portugues.pdf
Canal Belo Monte You Tube
http://www.youtube.com/watch?v=U6VNKvL1cMQ&feature=player_embedded






RESPOSTAS AO VÍDEO DE ATORES GLOBAIS SOBRE BELO MONTE

1. Belo Monte vai alagar parte da floresta Amazônica:

O lago de Belo Monte terá 503 km2 (não 640), só que 228 km2 já estão na área do leito do próprio rio Xingu, sendo que o restante na maioria são áreas já antropizadas, ou seja, já foram desmatadas por criadores de gado, agricultores e comerciantes de madeira ilegal ao longo dos anos, desde a implantação da Transamazônica, no início da década de 1970. Portanto o desmatamento é reduzido se comparado ao que vamos evitar com o empreendimento, uma vez que após a implantação, todo entorno do lago, chamado de Área de Preservação Permanente, de cerca de 28.000 hectares (280km²) será preservado pelo mesmo.

2. Vai alagar o Parque Nacional do Xingu.

Não, o Parque Nacional do Xingu fica a 1.316 km abaixo da usina, portanto não há como ser afetado.

3. A usina vai gerar 1/3 de sua capacidade.

Isso se ouve reiteradamente e trata-se de uma falácia! É normal em empreendimentos hidrelétricos e de quase todas as fontes de geração de energia, ter uma capacidade de geração e um fator de potência, ou seja o quanto dessa capacidade será possível gerar em média em um ano. No caso de Belo Monte, de uma capacidade instalada de 11.233 MW ela vai gerar 4.571 MW médios, ou seja 41% (e não 33%).
Esse número é o suficiente para abastecer 40% do consumo residencial de todo o País. Ao longo de sua elaboração, o projeto de aproveitamento hidroelétrico de Belo Monte foi profundamente modificado, com vistas a restringir os impactos que poderia acarretar ao meio ambiente e à população da região. A área de inundação foi reduzida em 60% em comparação com o projeto inicial, isso diminuiu a geração média de energia, mas foi importante para a diminuição do impacto.
A título de comparação, enquanto a média nacional de área alagada é de 0,49 km² por MW instalado, a Usina de Belo Monte deverá contar com uma relação de apenas 0,04 km² por MW instalado. Isso sim pode ser considerado um fator de definição de um bom aproveitamento, o quanto alaga para a quantidade de energia que vai gerar, e no caso de Belo Monte é muito bom.
Trata-se, portanto, de um empreendimento estruturante para a política nacional de expansão da geração de energia, trazendo uma contribuição importante para que a energia elétrica disponível para a sociedade brasileira nos próximos anos satisfaça o imperativo da modicidade tarifária e da segurança energética. . Da energia que será produzida por Belo Monte, 70% destinam-se ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e apresenta o segundo menor valor dentre todos os empreendimentos elétricos dos últimos 10 anos (R$ 78,00/MWh).
Uma das questões paradoxais é o fato da usina receber – do mesmo grupo de atores – dois tipos de críticas distintas e opostas, ou seja, a usina desrespeita totalmente o meio ambiente e os direitos dos índios, e a usina não é eficiente, por só aproveitar parte do potencial do rio. Ora, há duas maneiras de se construir uma usina. Basear-se exclusivamente no critério de eficiência, onde teria que dispor de um lago enorme, como era o projeto original de 1980, alagando regiões amplas. Optou-se por um sistema energeticamente menos eficiente – o de geração de energia em cima da correnteza do rio, denominado a fio d’água – justamente para privilegiar questões ambientais. Ou seja, a usina não é tão eficiente com a média das hidrelétricas do Brasil (na faixa de 50%) justamente em respeito a questões sociais e ambientais.

4.Mas essa energia vai beneficiar apenas as grandes indústrias multinacionais, como mineradoras e fabricas de alumínio.

Também não é verdade, toda a energia gerada por Belo Monte será conectada ao Sistema Interligado Nacional, portanto irá gerar energia para todo o país.

5. Para onde irão os índios e os ribeirinhos?

Essa pergunta não procede! Nenhum índio sairá de suas terras por causa do empreendimento. Os índios na região hoje vivem em situações de extrema vulnerabilidade, ameaçados e às vezes mortos por madeireiros ilegais, com pouca assistência de serviços públicos que eles também necessitam.
Com o empreendimento, serão implantados diversos programas de apoio e proteção às comunidades indígenas em um programa que está sendo discutido com eles. Querem vender a idéia (inclusive internacionalmente) de que os índios vivem em um paraíso longe da civilização, mas isso não é verdade na região, basta ir lá para constatar.
Na fase de apresentação e debate do projeto foram realizadas 41 reuniões documentadas em áudio e vídeo. Os estudos etno-ecológicos abrangem medidas para mais de 2.000 indígenas distribuídos em 28 áreas.
Como resultado destes encontros, foi implantado um programa emergencial de atendimento às comunidades, além de uma ação de comunicação específica visando melhor integrar as ações com as aldeias da região. Além disso, um programa perene está em curso levando em conta os componentes de Saúde e Segurança, Programa de Livre Acesso, Programa de Monitoramento e Manejo da Flora, Plano de Comunicação e Interação Social, Programa de Educação Patrimonial, Programa de Educação Ambiental, e Plano de Saúde Pública. O total de recursos destinados pela Norte Energia para questões indígenas chega a R$ 17 milhões.
Quanto aos ribeirinhos, os que serão deslocados poderão optar por várias formas de realocação e terão todo apoio técnico, social e financeiro para continuarem suas vidas e terem condições de desenvolverem-se. Segundo a própria licença ambiental, todos devem aprovar as áreas de realocação, que devem ser próximas de onde viviam e permitir que mantenham sua atividade.
Também é importante saber que quase 7.000 famílias vivem hoje na cidade de Altamira em palafitas nos igarapés em condições sub-humanas. Todas essas famílias serão realocadas para condomínios habitacionais com toda infra-estrutura adequada a não mais de 2 km de onde estão hoje. Aproximadamente, 18.000 pessoas, receberão casas em locais próximos, totalmente urbanizados com saneamento básico, postos de saúde, escolas e locais de lazer. Tudo isto vai ocorrer antes do final de 2014, quando está previsto o enchimento do lago.

6. Não precisamos da energia de Belo Monte? Por que não fazem usinas eólicas ou solares?

Claro que sim, precisamos dessa energia! Hoje você, eu e todos os que estão no vídeo temos a felicidade de termos acesso à energia elétrica e vários equipamentos eletrônicos em casa, mas ainda há brasileiros que não tem acesso à energia e uma classe baixa que está ascendendo e tem o direito de querer conquistar as mesmas coisas. Além disso, já se sabe que sem energia garantida e a custo razoável não há como instalar novas indústrias e serviços para gerar emprego, renda e o país se desenvolver, ou seja, não há saída sem investimento em geração de energia. Por isso, especialistas afirmam que necessitamos de 5.000 MW por ano de energia adicionada ao sistema. Não é possível fazer isso exclusivamente com energia eólica e solar. O Brasil tem investido muito nessa área, a cada ano novos empreendimentos de geração eólica têm sido adicionados ao sistema, o PAC hoje contém 218 empreendimentos que totalizam mais de R$ 22 bilhões de investimentos e mais de 5,6 mil MW de potência instalada. Desse total já foram concluídos esse ano 216 MW e outros 628 já estão em obras. O planejamento do setor é que até 2020 teremos mais de 4% da nossa matriz vinda dessa fonte, em 2010 representava apenas 0,4%. Mas essa fonte tem um limite para ser explorada, apenas alguns estados brasileiros têm regime de vento que permita viabilizar a geração, além do que, não venta todo o ano, portanto ela é complementar. A energia solar ainda tem um custo muito alto, embora novas tecnologias estejam sendo desenvolvidas.
Estamos ainda investindo em térmicas à biomassa, que pode chegar a 10% da matriz em 2020, mas como podemos ver, essas fontes não serão suficientes e precisamos da energia hídrica, que o mundo todo nos inveja por termos um grande potencial a explorar. As demais alternativas são térmicas a óleo e gás, emissoras de gases que afetam a camada de ozônio e nucleares, que como se sabe, vários países estão em processo de desativação.
Qualquer fonte de energia tem seu impacto e sua região de aplicabilidade. No caso da energia eólica para se aproveitar esse potencial de Belo Monte, necessitaríamos instalar cerca de 6.330 aerogeradores, de 3 MW cada, ocupando uma área de 470 km², ou seja pouco menor daquela ocupada por Belo Monte (503 km²).

7. Belo Monte vai inundar o Parque Nacional do Xingu?

Belo Monte não vai inundar qualquer terra indígena e muito menos o Parque Nacional do Xingu, pois este se situa a 1.300 km a montante da barragem, quer dizer rio acima, e não há qualquer possibilidade física desse Parque ser afetado pela Usina e muito menos alagado.

8. Vão gastar 26 bilhões no projeto? Tudo isso? Quem vai pagar?

Os custos de um grande projeto de infra-estrutura são realmente altos, mas os projetos de geração de energia são elaborados com muita responsabilidade e o Brasil tem hoje uma das maiores tecnologias em hidrelétricas do mundo. O “Project Finance” de Belo Monte, ou seja, o projeto que estrutura seu financiamento foi analisado por diversas instituições financeiras sérias, como por exemplo, o BNDES e grandes empresas nacionais do setor de energia. O projeto será financiado em maior parte pelo BNDES e quem será o responsável pelo pagamento desse empréstimo é o empreendedor, a Norte Energia. O consumidor pagará apenas a conta de energia elétrica, ao longo dos 35 anos de concessão, com a certeza de ter um dos mais baixos custos de eletricidade praticados no Brasil. Essa tem sido a melhor forma de viabilizar projetos de infra-estrutura em todo o mundo, um empreendimento que é financiado, mas se paga através do fornecimento dos serviços que gera.Belo Monte é sim, um empreendimento viável também economicamente.

9. Quem foi que disse que hidrelétrica é energia limpa?

Todo mundo! As fontes de energia que não emitem gases na atmosfera são consideradas limpas, portanto energia nuclear, por exemplo, é considerada limpa. Energias renováveis são aquelas que não consomem recursos naturais como petróleo, gás ou urânio (no caso da nuclear). A energia de fonte hídrica é considerada limpa e renovável, pois não emitem poluentes nem consomem recursos, mas precisam ser implantadas com todo o cuidado para fazer com que as regiões onde são construídas fiquem melhores e não pior depois de sua implantação.
O Brasil tem uma das mais rigorosas legislações ambientais do mundo, para se ter uma idéia, no caso de Belo Monte, a licença ambiental determina ao empreendedor um grande número de ações que compõe o Plano Básico Ambiental – PBA, composto por 14 planos, 5 programas e 86 projetos. Além disso, o Governo Federal está realizando algo inédito na região que engloba os 11 municípios da área de influência indireta do empreendimento, o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, que terá R$ 500 milhões investidos pelo empreendedor, além de recursos dos Governos Federal e Estadual avaliados em R$ 2,5 bilhões. Esse plano está sendo discutido com representantes da região como prefeitos, trabalhadores, rurais e urbanos, empresários, pescadores, indígenas e outros.

Por isso é que insistimos que para posicionar-se em relação a esse grande empreendimento é necessário conhecer o projeto, seus números, ouvir especialistas e principalmente os moradores da região que na sua maioria tem se manifestado a favor. O Brasil, o estado do Pará e a região do Xingu não abrirão mão de buscar o seu desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade.

segunda-feira, novembro 28, 2011

Estudante da USP: "A única visão que eu tinha era das botas"

Na foto acima, o que os tucanos transformaram o Estado de São Paulo, junto com a imprensa

Da Carta Maior


Uma estudante da USP denuncia, em depoimento, que foi agredida e ameaçada por PMs na ação de reintegração de posse da reitoria. Ela tentou registrar as agressões na polícia, mas não conseguiu. "Um deles pegou na minha nuca, bateu minha cabeça no chão várias vezes, na parte do couro cabeludo, para não deixar hematoma. Nisso passou um repórter da Globo, o primeiro a chegar no local. Quando eu o vi achei que era minha salvação: comecei a gritar e falar o que estava acontecendo. O repórter olhou com o maior desprezo e passou direto".
Raphael Ken Ichi Sassaki

S.M (sua identidade será preservada para evitar represálias), 25, é professora de filosofia na rede estadual. Ela foi uma das estudantes indiciadas após a reintegração de posse na reitoria da USP, na semana passada. Ela diz que não estava na reitoria durante a operação e que foi levada para dentro por PMs, após tirar fotos. Lá dentro, teria ficado sozinha por 30 minutos com policiais homens, que a teriam agredido e a ameaçado. Na delegacia, diz que tentou registrar as agressões, mas segundo a delegada que ouviu os detidos, isso não era possível naquele momento.

Segundo a advogada que representa os estudantes detidos, Eliana Ferreira, o depoimento dela será levado até o Condepe (Conselho de direitos humanos do Estado) após o resultado dos exames de corpo de delito, em no mínimo 30 dias.

Depoimento de S.M dado a Rapahel Sassaki:

Eu ocupei a reitoria, participei do movimento, mas na noite da reintegração de posse, não dormi lá. Eu estava no meu apartamento no Crusp. Eu dormia e acordei assustada com os barulhos dos helicópteros, com a minha janela toda iluminada. Em seguida, desci pra ver o que acontecia, muitos amigos estavam na reitoria.

Lá embaixo, PMs impediam as pessoas de sair, inclusive as que tinham que ir trabalhar ou pessoas que tem que acordar de madrugada para tocar pesquisas nos institutos, e também, claro, quem queria ir para a reitoria ver o que acontecia. Ainda estava bem escuro.

Eu desci junto com essas pessoas e, passado alguns minutos vendo aquela
situação, começamos a sair por uma lateral do prédio. Chegando próximo à reitoria, eu comecei a tirar fotos em frente ao cordão de isolamento da polícia, para registrar o que acontecia. Nisso apareceu um policial por trás de mim, apontando uma arma de grosso calibre. Eu fiquei paralisada; na minha frente o cordão de isolamento e atrás um cara armado.

Ele me pegou , me disse que eu estava detida e me mandou deitar no chão. Chegaram mais dois PMs, que já me jogaram no chão para me imobilizar e eu comecei a gritar, já que eu não estava lá dentro e eles não tinham justificativa legal para me deter, eu só estava filmando.

Foi quando um deles falou: "É melhor levar ela pra dentro". Na delegacia
falaram que eu tentei entrar na reitoria. Como eu vou entrar em um lugar
cheio de polícia, passando pelo cordão de isolamento?

Eles me levaram arrastada pra frente da reitoria, quebraram o vidro e
entraram. Era uma sala escura, não havia nenhum aluno, só policiais homens. Lá, me colocaram de pé e mandaram deitar no chão. Como eu não fiz imediatamente o que me pediram, eles chutaram minha perna, que ficou roxa. Acredito que isso conste no exame de corpo de delito.

Quando me jogaram no chão, um homem sentou nas minhas pernas, próximo ao meu bumbum, e dois no meu tronco, pressionando com o joelho meu corpo no chão. Havia vários em volta fazendo uma roda, porque como estavam ao lado do vidro, se alguém estivesse passando poderia ver.

A única visão que eu tinha era das botas. A sala estava toda escura. Devia ter uns 12 homens ali, algo descomunal para imobilizar uma mulher. Eles
falaram que iam me levar presa e botaram um lacre nas minhas mãos. Também pegaram minha câmera.

O que me chocou e o que os advogados querem caracterizar como crime de
tortura foi que nesse momento, os policiais apertaram meu pescoço e taparam minha boca e meu nariz. Eu sou asmática e quase demaiei. Eles são sarcásticos, riam de mim, falavam que eu não ia sair dali. Eu gritava e batia as mãos no chão, e eles falavam "você está pedindo arrego?".

Um deles pegou na minha nuca, bateu minha cabeça no chão várias vezes, na parte do couro cabeludo, para não deixar hematoma. Eu tentei reagir e mordi a mão do PM que segurava minha boca. Quando fiz isso, eles me falaram: "Você conhece o porco?".

O porco era uma bolacha de plástico, um material muito resistente que enfiaram na minha boca. Era uma coisa achatada, que impedia de falar e me impediu de respirar pela boca, sendo que eu tenho dificuldade de respirar pelo nariz. Eu fiquei com isso na boca enquanto eles falavam: "é melhor ficar quieta senão vai ser pior".

Eu pensei que não havia mais ninguém lá dentro, que todo mundo já havia sido retirado e que iam fazer o que quisessem comigo. Depois eu soube que tinha uma sala ao lado, onde as meninas ouviram tudo o que aconteceu ali, elas são testemunhas. Onde eu estava, não tinha uma mulher, ninguém.

Depois de vários minutos dessa situação, me prenderam com um lacre, com as mãos pra trás. Apertaram isso muito forte e me levantaram pelos cabelos do chão; tiraram o 'porco' da minha boca e me levaram pra outro lugar, mais iluminado.

Eu reclamava do meu braço, que ficou roxo; isso não saiu tanto no corpo de
delito, já que ele foi feito às 2h da quarta-feira, e a reintegração foi às 5h do dia anterior.

Os PMs me arrastaram para um corredor iluminado. Eu reclamei que meu braço doía muito e eles falaram que realmente estava muito apertado; pegaram uma faca enorme, pediram pra eu ficar quieta e cortaram o lacre.

Nisso passou um repórter da Globo, o primeiro a chegar no local, que fez toda a cobertura. Quando eu o vi achei que era minha salvação: comecei a
gritar e falar o que estava acontecendo. O repórter olhou com o maior desprezo e passou direto.

Mas os câmeras filmaram um pouco, tanto que as imagens estão no Jornal Nacional, onde eu reclamo da minha mão. Eu falando o que tinha acontecido eles não colocaram. Um cara [PM] ainda me falou "viu, não adianta nada você reclamar".

Eles não conseguia ficar de pé, mas eles queriam que eu ficasse; um PM pegou o cassetete e apertou contra a minha garganta pra eu ficar em pé, junto à parede. Minha garganta desde lá está inflamada e estou rouca.

Eu estava assim, quando chegou uma policial mulher, uma loira tingida, que
imagino que eu possa identificar no processo --foram 25 mulheres presas e
apenas 3 policiais mulheres, que contamos, essa era a única loira.

Eu achei que ela fosse ter o mínimo de sensibilidade. Eu falei [para o PM]
'você vai me bater de novo?". Nisso a policial mulher chegou, tirou ele de
lá e falou: "Ele não pode te bater, mas eu sou mulher e posso" e pegou na
minha blusa e me jogou duas vezes contra a parede. Eu reagi e dei uma
cotovelada nela; ela saiu.

Eles continuaram em volta de mim. Essa loira veio com minha máquina dentro da caixinha; achei delicado terem guardado, só para ver depois que a máquina estava quebrada e sem o cartão de memória.

A policial [mulher] ainda me falou: "Se você colaborar eu vou te levar junto
das meninas, senão, você vai ficar aqui com os meninos [os PMs] viu?".

Me levaram para a sala, onde todas as mulheres estavam sentadas no chão comvários policiais, que tampavam o vidro com escudos para que não pudessem vê-las.

Tinha mais polícia do que meninas, como se fossem oferecer grande risco. Ela disse que eles falaram para elas: "Não se preocupem com os gritos, é
procedimento normal". Ainda disseram, 'não é nada, é só uma louca que entrou gritando'.

Elas me disseram que foram 30 minutos aproximadamente que eu fiquei sozinha com os PMs.

Ficamos horas nessa sala e começaram a me ligar. Eu atendi e disse que
estava lá dentro, ninguém entendeu o que eu tava fazendo lá. Eu disse que passava mal, que precisava da minha bombinha. Aí sim eles acreditaram que eu tinha asma e 20 minutos depois me trouxeram minha
bombinha, que meu namorado levou.

Depois mandaram eu desligar o celular e ficamos incomunicáveis. Havia vários policias sem farda, à paisana, filmando nossos rostos. Todos os PMs estavam sem identificação, dentro e fora. Reclamamos disso e a PM que me agrediu disse: "O que vc entende de polícia militar pra saber o que PM pode ou não?".

Fomos levados para a sala principal, onde ficam os quadros dos reitores,
colocaram a gente na parece e obrigaram a gente a ser fotografada, armados e ameaçando, vestidos com roupa normal e sem identificação. Sem identificação por quê? Porque se acontecesse algo muito sério ninguém poderia ser punido?

Eles sabem onde eu moro, sabem meu nome, por isso não me identifico. Eu
estou visada por que eles sabem que o que fizeram foi irregular. Eles tem
imagens nossas, de perfil, de lado, fizeram um 'book' da gente. Estávamos
todos assustados, porque não sabíamos o que ia acontecer.

Nos levaram para a delegacia, onde ficamos mais de 20 horas. Durante o interrogatório, nos perguntaram nosso número USP. Por que isso importa? Pra reitoria nos perseguir? Eles disseram que íamos somente assinar um termo circunstancial e ser liberados, mas depois mudaram e decidiram nos imputar os crimes, inclusive formação de quadrilha e crime ambiental.

Fui atentidada pela delegada [Maria Letícia Camargo], tentei falar para ela
o que aconteceu comigo, dizendo que eu nem estava na reitoria. Ela me disse que o questinário partia do pressuposto que eu estava lá dentro, e que não havia uma lacuna onde ela pudesse relatar o que que queria falar.

Então resolvi declarar em juízo. Quando eu saí, tinha um policial gordinho de olhos azuis, que quis botar as meninas que estavam fumando para dentro do ônibus. Como questionamos isso ele me disse: "É pra você acatar, que você conhece minha força"; Eu disse 'então você estava lá, seu filha da puta, você me agrediu'. Depois disso ele desapareceu e eu não o vi mais.

Eu tentei fazer o boletim de ocorrência, mas a delegada se negou a registrar. E é por isso que eu estou dando esta entrevista, porque ela teve a pachorra de dizer depois, em entrevista, que nenhum estudante alegou ter sido agredido.

O Movimento

Tudo que era feito era discutido, inclusive os coquetéis molotov; isso foi
vetado, porque o movimento era pacífico. Havia uma comissão para fazer material, outra para falar com a imprensa. Tinha a comissão de segurança, para garantir que não entrassem PMs nem imprensa, e não fotografassem as pessoas. Tinha comissão de cultura, música, dança. É um absurdo falar que era um movimento de traficantes. Acha que tantas pessoas se organizaram dessa forma pra defender o direito de fumar maconha?

Ninguém ali está lutando pelo direito individual, polícia tem em todo lugar. Defendemos o direito de ter uma universidade de fato pública e aberta, para que as pessoas não tenham suas bolsas revistas e sejam punidas por crimes que não cometeram.

Agora os policiais estão ali, sabem onde eu moro, e podem me intimidar para eu não denunciar. Você pode achar um exagero, mas na USP há um programa de vigilância, com câmeras escondidas e funcionários do Coseas registrando as pessoas, inclusive relatórios da vida íntima e política das pessoas.

É estranho a mídia nos tachar de burguesinhos, porque se de fato fôssemos o que íamos querer era justamente polícia pra nos proteger 'dos favelados'. Eu já fui babá, monitora escolar, bóia fria, frentista de posto de gasolina, trabalhei em fábricas, em telemarketing, no comércio. Hoje sou professora na rede pública estadual, dou aulas de filosofia para crianças. Quando eu voltei para a escola os alunos falaram: "Êba, a professora foi solta!". Eles já sabem que as coisas não são como mostram, muitas vezes.

Eu nasci no Paraná, meu pai era militante do PT e coordenador do MST, já morei em acampamento e isso sempre foi natural. Eu vim para a USP porque aqui me parecia um lugar livre, onde tinha moradia estudantil e jovens podiam pensar livremente; tudo engano.

Quando criança nunca fui militante, mas sempre tive um veia crítica sobre as coisas; eu não sou direita, mas também não sou xiita ou radical, como falam. Sou só uma estudante que se indigna, que quer uma universidade que não seja só para ela; a USP pra mim foi um sonho, e eu queria que outras pessoas pudessem compartilhar isso.

Não queremos universidade para a elite, mas para os trabalhadores e filhos de trabalhadores, algo que o reitor tenta impedir, bancado pelo governo. Não sou marxista, nem isso ou aquilo, sou apenas indignada, que gosta de estudar e morar no Crusp. Espero que eu não seja jubilada e possa prestar concurso para dar aula como professora efetiva, sem sofrer nenhuma represália, principalmente da própria universidade.

Outro lado

A Polícia Militar disse não ter conhecimento sobre os fatos relatados pela aluna e disse que a Corregedoria da PM está aberta para denúncias contra a ação policial. A PM também afirma que nenhum detido durante a operação foi ferido, segundo o resultado do exame de corpo de delito. A Secretaria de Segurança Pública disse que o laudo do exame fica pronto em 30 dias a partir do pedido e que não é possível consulta antes deste prazo.

SELO DE QUALIDADE NA CORRUPÇÃO? – VAI PARA OS TUCANOS



Laerte Braga

Se você encontrar pelas ruas de sua cidade um cidadão parecido com José Serra e ele lhe disser “eu sou seu presidente”. Não se assuste e nem se preocupe. É o próprio Serra e não está louco, é cretino mesmo.

Eu não sei que critérios norteiam essa concessão, digamos assim, de selo de qualidade. Eduardo Galeano matou a charada – mata sempre – sobre esse negócio de verde. É só um exemplo. O Banco Mundial resolveu trabalhar com a cor verde, pinta a sujeira de verde e pronto, vira ambientalista.


Marina Silva
Fica igual Marina da Silva e seus vários “tons” de verde, inclusive o tal verde marrom. Sei lá como é que é, mas sei que existe.

É o mesmo notável Galeano que mostra num trabalho exemplar – como sempre – que 80% dos danos ambientais são causados por 20% da população do planeta, logo, fácil entender que por banqueiros, grandes corporações e latifundiários.

Alguns anos atrás um desses “sábios” da política, ou tecnocrata, não me lembro, sugeriu pintar de cores vivas os barracos nas favelas do Rio para atenuar o impacto da miséria sobre os turistas. “Miséria colorida”. Virou música/crítica.

O WikiLeaks divulgou na sexta-feira, dia 18, telegramas que mostram o lobby de petroleiras norte-americanas sobre o Congresso brasileiro para que a exploração do pré-sal viesse a ser regulamentada dentro dos interesses dessas empresas. Ou seja, saquear o petróleo brasileiro.

Lobista um trem que pode ser definido assim – a legalização da atividade de corruptor.

À frente a embaixada dos EUA, diplomatas norte-americanos, empresários, toda a corja e a preocupação – “a indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?” Ficaram aborrecidos, embora contem hoje com figuras como Sérgio Cabral, Renato Casagrande e outros maiores e menores (Casagrande é boneco de ventríloquo, por exemplo).

O mais importante foi o contato feito com José Serra, então candidato a presidente. Chamado a cumprir seu dever de agente estrangeiro, “tranquilizou os patrões”.

“Deixem esses caras fazer o que quiserem, depois a gente muda tudo”. Em linha reta, contando com a sua vitória, garantiu a entrega do pré-sal às companhias norte-americanas.

Os telegramas da embaixada dos EUA, de consulados, mostram que as empresas se enfureceram em 2009 com a definição que a Petrobras seria a única operadora. Os parceiros dessas empresas eram – são – Eike Batista, a FIESP e a CNI – Confederação Nacional das Indústrias. A Chevron, note-se que os telegramas são documentos oficiais, fez pressão junto ao governo dos EUA para manter no Brasil o embaixador Thomas Shannon “considerando que ele pode ter grande influência nesse debate”.

A estratégia era simples. Esperar as eleições, a posse de José Serra e mudar tudo, entregar tudo.

O acidente com um poço da Chevron na bacia de Santos não foi só um acidente.

A quadrilha estava perfurando em áreas fora dos seus limites e tentando chegar à camada do pré-sal para piratear petróleo brasileiro.

São criminosos. Compram empresários brasileiros – o que não é muito difícil e nem são tão caros assim, qualquer cacho de bananas e um apartamento em Paris resolve – e disponibilizam lobistas para atuar junto a deputados e senadores dispostos a aceitar uma grana extra – não são poucos, pelo contrário.


No Parlamento o PSDB é a porta de entrada. Na ação conjugada, na mídia, a GLOBO é o canal e William Waack o preferido de Hillary Clinton.

Hoje, 27 de novembro, ao comentar os movimentos populares no Egito, evidente a mando e seguindo instruções dos patrões, afirmou que “são puxados por um fio de fora”. Estava insinuando o Irã.

Quando se trata da Síria reclamam sanções contra violações dos direitos humanos. Manifestantes no Egito são massa enfurecida organizada pelo Irã. E na hora de jogar bombas despejam sobre a Líbia, o Afeganistão, o Iraque, ocupam e colonizam a Colômbia, quebram as colônias da Comunidade Européia e David Cameron é o porta-voz de sua majestade embalsamada, Elizabeth II.

Obama até hoje não perdoou não ter sido convidado para o casamento do príncipe Williams.

Selo de qualidade é por aí. No Brasil o selo de submissão e faço qualquer negócio vai para os tucanos. Não existe tucano inocente. O ser tucano já é atividade criminosa. Alguém escreveu dias da semana passada que a presença de José Serra na política nacional e seu desespero de representar qualquer coisa, “é patética”.

Acho que pior, mas em dimensão menor, é Míriam Leitão. No Natal, então, a moça desespera com previsões de cataclismas para o próximo ano. Aquele negócio que o Fantástico apresenta sempre, todo janeiro. Tipo um vulcão vai causar muitos danos, uma figura célebre vai morrer, um avião vai cair, FHC não vai pagar o financiamento que pegou com o governo para construir sua pirâmide, coisas óbvias e a mais óbvia delas, que José Serra vai continuar a imaginar que despachou no Planalto.

Que Dilma não é lá essas coisas tudo bem. Que o PT é um partido que cada vez mais se assemelha ao PSDB é fato.

Mas o selo de qualidade na corrupção vai para os tucanos. É conferido por Wall Street, pelas grandes corporações e bancos internacionais e costumam preferir hotéis de Foz do Iguaçu para “fazer negócios”.

Juntam uma horda de criminosos, mandam fazer um grande bolo de onde emerge uma pin-up com cara de Regina Duarte trinta anos atrás e mandam rodar um filme “patriótico” sobre a entrega da Amazônia.

O porteiro dessa história toda para não entrar nenhum estranho ao ninho é o coronel Brilhante Ustra, especialista em pau de arara, estupros, seqüestros, assassinatos, folha corrida de dar inveja a qualquer mequetrefe em tortura.

O tradutor é Hélio Costa, global que lustrava as botas de Dan Mitrione.

E estou falando de tucanos e afins (tem os braços, os tentáculos, etc) de alto coturno. Nem falei do prefeito de minha cidade, o tal Custódio Matos.

Juiz de Fora corre o risco de acabar transformando-se num grande loteamento da quadrilha tucana, em todos os sentidos. O mínimo para liberar pagamento de fatura devida pela Prefeitura é vinte por cento.

Nem falo dos estragos causados por aterros sanitários aqui e ali. Estão comprando até prefeito de Ewbank da Câmara para despejar lixo hospitalar, “gerar empregos”, trazer progresso.

Tudo com selo de qualidade de corrupção plena, absoluta e pintado de verde.

Inclusive os restos de corpos despejados pela TRUSCHER, quadrilha especializada nesse negócio de selo de qualidade.

http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/11/selo-de-qualidade-na-corrupcao-vai-para.html

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quinta-feira, novembro 24, 2011

“O torturador é um infame e covarde”, garante o Brigadeiro Rui Moreira Lima – especial para o QTMD?



by Ana Helena Tavares - QTMD? under Brasil, DH, Ditadura, Fotos, História, Jornalismo, Jornalista é contador de Histórias!, Política, Povo, Reforma agrária, Reformas de base, Reportagens, Sociedade, Tem sociologia aí..., Tortura, Vídeos 19 Comentários
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Sentado na sala de sua casa, o Major-Brigadeiro aponta para a miniatura que representa fielmente o avião que usou na 2ª Guerra. Foto: Ana Helena Tavares

Detalhe de camisa. Foto: Ana Helena Tavares
“O povo desarmado merece o respeito das Forças Armadas”. Foi este um dos ensinamentos que o Juiz de Direito Bento Moreira Lima deixou em carta para o filho, que havia acabado de ingressar na Escola Militar de Realengo (em 1939). Gozando de invejável lucidez aos 92 anos, o Major-Brigadeiro Rui Moreira Lima, que é um dos únicos pilotos veteranos da 2ª Guerra Mundial ainda vivos, abriu as portas de sua casa (em dois dias diferentes) para o “Quem tem medo da democracia?”. Para contar como a carta de seu pai o norteou por toda vida, levando-o a não aderir a golpes.

Por Ana Helena Tavares(*)

“Vargas governava cercado por nazistas”, lembrou Moreira Lima. Mas, diferentemente das ditaduras que reprimem e punem aqueles que são contrários a ela, na guerra – que, como garantiu o Major-Brigadeiro-do-Ar, “começou pelo mar” – os cadetes tinham liberdade de expressão: “Nós podíamos dizer se torcíamos pelos aliados ou pelos alemães”, frisou.


Todas as edições de “Senta a Pua!”, incluindo a em inglês Foto: Ana Helena Tavares Clique aqui e assista a Rui Moreira Lima contando como o Brasil entrou na 2ª Guerra.

Clique aqui e assista-o declamando a carta de seu pai.

Sobre sua experiência na Itália, ele é autor de 2 livros – “Senta a pua!”, que já está na 3ª edição e traduzido para o inglês e “O diário de guerra”. Senta a pua! era uma ordem de abate, algo como: “Manda ver!”. Mas o homem que cumpriu 94 missões de guerra, sempre almejou a paz e, por conta disso, andou na contramão da ditadura, sendo colocado na reserva logo após o golpe de 64. E até hoje não foi anistiado pelo Estado. Tudo o que conseguiu foi na justiça comum. Pelo que reza a Constituição de 88, ele já teria a patente mais alta da Aeronáutica em tempos de paz, que é a de Tenente-Brigadeiro-do-Ar. Uma 4ª estrela no ombro, pela qual ainda luta. “Não pelo dinheiro, pois a diferença não é grande, mas por justiça”.

No início da década de 60, Rui Moreira Lima era responsável por organizar Conferências para cadetes. Em uma delas, foram explicados os motivos que levaram à construção de Brasília. “O Brasil estava à beira-mar, de costas para a terra, então a idéia era trazer o Brasil para o centro. Ainda se discute muito se foi bom ou ruim. Eu acho que foi ótimo, porque hoje o Brasil está integrado”, opina. Outra das Conferências (a 1ª), contou com a presença de D. Hélder Câmara. “Tem muita gente que engole a hóstia e nem sabe por que está engolindo a hóstia… Mas ele (D. Hélder) sabia tudo de costas”, elogia Moreira Lima, que pediu ao então padre que explicasse aos jovens militares o porquê da hóstia, o porquê da Páscoa, etc… Depois, ainda convidou um conferencista para ministrar-lhes uma palestra sobre o que é democracia e o que é ditadura.

“O livro do Estado Maior (regimento das Forças Armadas) dizia que o Comandante podia promover conferências de esclarecimento aos seus comandados”, garante Moreira Lima. Porém, ao que parece, o alto comando não gostou dos esclarecimentos. Na conferência sobre democracia e ditadura, um sargento fez uma pergunta sobre Reforma Agrária. Moreira Lima permitiu que o conferencista (que era um coronel) respondesse. “Ele não falou nada demais. Falou que é importante o governo dar ensino e mantimentos… E disse que o que o sujeito (agricultor) produzir é dele.” Em seguida, Moreira Lima ainda organizou uma conferência específica sobre Reforma Agrária. O conferencista fez uma crítica ao Congresso e “esse foi o ponto-chave”, analisa o Major-Brigadeiro, referindo-se aos motivos que o levaram a ser afastado da ativa. “Ao me impedirem de voar, tiraram a minha paixão”, lamenta-se.

“Quando veio a chamada ‘revolução’, que foi o golpe de 1º de Abril, eu estava em Santa Cruz. Eu era um oficial novo. Era Tenente-Coronel. E me convidaram para ser comandante da base. Enquanto isso, dois companheiros meus me telefonaram dizendo: ‘Rui, você não está sabendo o que está acontecendo, está uma loucura. Os majores estão tomando conta disso e ninguém mais está obedecendo a ordens. ’ Eu respondi da maneira como meu pai me ensinou (pela hierarquia): fui tenente, capitão , major, tenente-coronel e coronel desta unidade, agora vou comandar.”


O jovem Moreira Lima e sua esposa, com quem permanece casado até hoje Rui Moreira Lima foi, então, alertado que outro militar – Lafayette –, com o mesmo pensamento legalista dele, já havia tentado comandar Santa Cruz e havia sido reformado. Moreira Lima tentou. “Não vai ter problema comigo não”, pensou. “Houve mil problemas, mas batalhei antes de haver os problemas.” E frisa que, durante o tempo em que conseguiu comandar a base, só mandou prender dois oficiais, mas “seguindo o regulamento militar e não por questões políticas”.

“Então, o que aconteceu é que, na luta pelo poder, me prenderam. Foi um golpe dentro do golpe”, definiu Moreira Lima, que diz ter orgulho de ter sido o único comandante de base a não ser preso de madrugada, nem em casa. Recebeu voz de prisão por telefone, na base, de madrugada, mas conseguiu passar o comando apenas na manhã seguinte, pois, do contrário, “iria morrer mais gente”. Atitude serena que irritou os militares golpistas: “Passa logo o comando desta merda”, ouviu do ministro militar que o telefonou. No que Moreira Lima respondeu: “O Senhor pode achar que esta base é uma merda, mas para mim não é. Agora, se o senhor disser que eu sou, aí eu fico à vontade e digo que o senhor é outra. O senhor venha aqui amanhã de manhã e faça aquele discurso bonito onde tinha dito que eu era o oficial padrão da FAB”.

Após a troca de comando, Moreira Lima ficou três dias em casa até ser efetivamente preso. “Foi uma violência. Me colocaram no porão do navio de tropa Barroso Pereira, perto da Ilha Fiscal. Quando todos os colegas estavam no Leopoldina, que era um navio de turismo, com ar condicionado, comida boa, banho de sol, etc… Três dias depois de eu ser preso o meu comandante de guerra soube que tinham me colocado num navio diferente e telefonou pro Castelo Branco, que também tinha sido meu companheiro na guerra (ele era general, eu tenente). Aí me mudaram de navio e cumpri 49 dias de prisão. Não havia nada contra mim. Mas, depois disso, passei a ser campeão sul-americano de prisão. ‘Qualquer coisa, prende o Rui!’”. Segundo Moreira Lima, antes do golpe de 64, ele nunca havia sido preso por questões políticas: “Nunca fui indisciplinado, mas não fechava a boca. Sempre disse as coisas com muita verdade. Tem muito puxa-saco por aí…”.

Clique aqui e assista a Moreira Lima contando sobre as conferências que promovia e a forma como foi preso em 64.


Mesinha de sala com a miniatura de seu avião de guerra e homenagens recebidas. Foto: Ana Helena Tavares Como exemplo de militar íntegro, Moreira Lima contou suas lembranças do Marechal Teixeira Lott: “O filho dele chegou a ser meu aluno e meu comandado. Eu conheci o então General Lott quando ele era ministro da guerra. Era um sujeito incorruptível. Mas muito rígido. Foi ele que garantiu a posse do Juscelino (em 1956). E eu o apoiei, porque sabia que, senão, iriam fazer uma ditadura, como fizeram em 64.”

“Eles (UDN) nunca conseguiram chegar ao poder pelo voto. Só tomaram o poder pela força. Não foi um golpe do povo. Muitos civis que apoiaram no início pensaram que retomariam logo o poder, mas os militares não deixaram. O povo estava mal informado e até hoje está. O João Goulart não tinha nenhuma prática de comandar. E o Assis Brasil, que era general dele, também não. Mas todo o Brasil queria as reformas do Jango. Muitas até agora não foram feitas. Hoje, temos aí o agronegócio… E cadê a Agrária?”, pergunta-se Moreira Lima.

Para ele, Leonel Brizola – que, em 1961, quando Jânio Quadros renunciou, era governador do Rio Grande do Sul e garantiu a posse do vice João Goulart na presidência, ao lançar a Cadeia da Legalidade - “foi um exemplo de patriota, um sujeito de uma valentia e de uma coragem fantásticas”.

Sobre as torturas mentais que sofreu, ao ser preso novamente, 6 anos depois do golpe, a quebra de hierarquia militar foi uma das coisas que mais chocou Moreira Lima: “Eu, um coronel, fui preso por um sargento e fiquei três dias num buraco que era chão de barro, sem poder deitar na cama, que era um tripé. Quando eu precisava fazer necessidades fisiológicas, vinha um soldado de 18 anos apontando arma pra mim”. Conta que só não morreu “porque não tiveram tempo pra isso”. Crê ter sido salvo pela repercussão das mortes do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho, as quais forçaram o fim da ditadura.

“E tem essa história de ‘revanche’… Ninguém quer fazer revanche em ninguém!”, assegura. E pede para que as pessoas se imaginem no lugar de uma mãe cujo filho “estava na faculdade e sumiu de casa e foi para o Araguaia”, por exemplo. “Eu já conversei com amigos meus que estiveram lá e me disseram: ‘Rui, lá não tinha quartel nem pra nós nem pra eles.’ Mas a grande questão é que ninguém pode suportar perder o seu filho e não saber onde ele está. O torturador é um infame!”, verbera Moreira Lima com as mãos em punho. “No mundo inteiro, os torturadores são presos independentemente do tempo que se passou depois das torturas”. Mas ele não acredita que isso vá acontecer aqui, embora considere equivocada a decisão do STF de anistiar os torturadores: “É crime contra a humanidade! Esses sujeitos não têm consciência, não têm alma, são covardes! Eu até digo pros meus colegas e eles me dizem: ‘Mas Rui… Você não alivia nada!’ E eu digo que não posso aliviar. Isso é porque vocês não foram cassados, não perderam o direito de voar… O Figueiredo anistiou os torturadores, ‘o lado de lá’, e não anistiou nós militares que lutamos pela democracia. Já em 79 eu deveria ter a patente de Brigadeiro, mas fiquei esperando 17 anos.”

Clique aqui e assista a Moreira Lima chamando os torturadores de “infames” e “covardes”.

Além da impunidade, como exemplo de regalias a que tiveram direito os torturadores, Moreira Lima citou o caso de Brilhante Ustra, coronel que foi reformado após o golpe e colocado, através de adido militar, como Cônsul no Uruguai. Lá, ele foi um dia reconhecido pela atriz e então deputada Bete Mendes, que fez um escândalo, dizendo: “O senhor é o “Doutor Tibiriçá”. O senhor me torturou!”. Bete Mendes enviou uma carta ao então presidente José Sarney solicitando que Ustra fosse removido do cargo. Ela ainda pronunciou um discurso no Congresso. O general Lêonidas Pires Gonçalves (que foi colega de turma de Moreira Lima e era ministro do Exército de Sarney), não só manteve Ustra no posto como também avisou que não demitiria nenhum outro militar acusado de tortura. Depois disso, “Ustra ficou num ostracismo tranqüilo”, como definiu Moreira Lima. “E os três Clubes Militares ainda ofereceram um jantar de desagravo a esse cara. Com mais de 700 talheres!”, detalhou.


Medalha dada recentemente pelo Clube da Aeronáutica. Foto: Ana Helena Tavares Ainda assim, o Major-Brigadeiro não vê possibilidade de um novo golpe: “Eu acho que a Dona Dilma não vai perder para esses caras”, disse balançando negativamente a cabeça. Mas acha bom que ela fique atenta: “Naquela época, cansei de avisar… Não façam isso, vai terminar em golpe, esses caras vão colocar o Jango pra fora.”

Em plena democracia, ele conta que ganhou um livro com uma biografia de Lula, autografado por ele, e colegas se sentiram incomodados. Quanto à recém instalada “Comissão da Verdade”, Moreira Lima acha “correto” que se apure de 1946 a 1988, mas vê “pressão dos golpistas”. E alerta que ainda hoje é “muito forte o medo que os civis têm dos militares. E estão cheios de razão, já que as Escolas Militares continuam chamando o que aconteceu em 64 de revolução. Não foi”, garante.

Clique aqui e assista a Moreira Lima falando sobre Lei de Anistia e Comissão da Verdade.

Ele considera que “a mídia não cumpre o papel de bem informar sobre a ditadura. Não se conta a história!”. Mas pondera que “devido ao jogo de interesses, esse papel não é cumprido satisfatoriamente em lugar nenhum do mundo”. Deveria se chamar “mírdia”, alfineta.

“Mas é preciso que se saiba tudo. Se você coloca uma rolha num tanque, uma hora a pressão da água vai empurrá-la, procurando a verdade. Aí, até a rolha vai querer estar na superfície para ver melhor o que está acontecendo e dizer para a água ‘não faz isso comigo, poxa!’”, metaforiza Moreira Lima.

Sobre a atuação de Dilma, ele vê de forma positiva. Crê que ela está “empenhada” em “destampar a rolha”: “Acho que ela está mergulhada de cabeça nisso. Só que há um sistema em volta dela que não a permite fazer tudo o que quer. Eu tenho uma vontade de falar com ela!”, exclama.

Clique aqui e assista a Moreira Lima falando sobre a “mírdia” e a atuação de Dilma

E conclui respondendo à pergunta-título deste site: “Olha, como eu não tenho medo da democracia, como eu amo a democracia, acho que só quem está devendo muito, com a consciência muito pesada, porque já praticou atos antidemocráticos – principalmente os que exerceram ditaduras, e foram discriminatórios em suas atitudes, matando e torturando – estes têm medo da democracia. Tenho certeza que têm”.

Clique aqui e assista-o respondendo “Quem tem medo da democracia?”.


Rui Moreira Lima e Ana Helena Tavares. Foto tirada pelo filho dele.

Esta entrevista é a continuação de uma série sobre a ditadura. Para conferir as anteriores, clique aqui.

*Ana Helena Tavares é editora do site “Quem tem medo da democracia?”

Wikileaks: Chevron, Exxon e outras multinacionais fizeram lobby contra Petrobrás para monopolizar pré-sal



by midiacrucis
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Wikileaks: Chevron, Exxon e outras multinacionais fizeram lobby contra Petrobrás para monopolizar pré-sal
O site Wikileaks divulgou, na sexta-feira (18), novos telegramas que revelam como as petroleiras norte-americanas armaram um pesado lobby junto com a missão diplomática ianque, para atuar no Congresso Nacional na votação das leis que regulamentam a exploração do petróleo na camada pré-sal. Os documentos mostram que as empresas ficaram aborrecidas com o fato de a Petrobrás ter ficado como única operadora.

Um telegrama enviado a Washington pelo consulado americano no Rio de Janeiro, em 2 de dezembro de 2010, com o título “A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?”, detalha a estratégia adotada pelas petroleiras para interferir no Congresso.

“As empresas vão ter que ser cuidadosas”, observa um dos textos. “Diversos contatos no Congresso (brasileiro) avaliam que, ao falar mais abertamente sobre o assunto, as empresas de petróleo estrangeiras correm o risco de galvanizar o sentimento nacionalista sobre o tema e prejudicar a sua causa”.

Nos documentos, a diretora da americana Chevron no Brasil, Patrícia Padral, afirma que o tucano José Serra prometeu mudar as regras aprovadas se fosse eleito presidente da República. Ela também teria reclamado de uma suposta apatia da oposição: “O PSDB não apareceu neste debate”. Segundo a diretora, Serra se opunha à lei, mas não demonstrava “senso de urgência”.

“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, teria dito o pré-candidato.
Outro telegrama, de 27 de agosto de 2009, revela que as petroleiras ficaram enfurecidas com a definição da Petrobrás como operadora única. Para a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda, a estatal brasileira terá todo o controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores norte-americanos.

Os documentos confidenciais divulgados pelo site apontam ainda que, entre as preocupações dos americanos, o principal temor era que o modelo de partilha favorecesse a competição chinesa, já que a empresa estatal da China poderia oferecer mais lucros ao governo brasileiro.

“Com a indústria resignada com a aprovação da lei na Câmara dos Deputados, a estratégia agora é recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim como empurrar a decisão para depois das eleições de outubro”, diz. Como parceiros, o empresário Eike Batista (OGX), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“Lacerda, da Exxon, disse que a indústria planeja fazer uma ‘marcação cerrada’ no Senado, mas, em todos os casos, a Exxon também iria trabalhar por conta própria para fazer lobby”. Já a Chevron pressionou o Congresso americano pela confirmação de Thomas Shannon com embaixador no Brasil, considerando que ele poderia ter grande influência nesse debate.

Fonte: HoradoPovo

COMENTÁRIO E & P

Por ai dá para ver quem são os traíras no Brasil. Pessoas, partidos, empresário e imprensa defendendo interesses de empresas estrangeiras contra o país. É a sub-elite brasileira que não tem projeto de desenvolvimento e melhoria do povo brasileiro. Os Estados Unidos usaram todo o ouro da Califórnia e o petróleo do Texas para se desenvolverem e agora querem que aconteça com nosso petróleo o que aconteceu com o ouro das Minas Gerais, que vá enriquecê-los mais ainda, deixando apenas uma imensa cratera e pobreza onde outrora havia riqueza. A exploração do pré-sal é a oportunidade para que o Brasil desenvolva toda uma cadeia produtiva na área do petróleo. Indústria naval, siderúrgica, química, de tecnologia, serviços entre outras podem criar musculatura com a exploração desse petróleo. E a Petrobras é a única empresa do mundo que tem o conhecimento necessário e o compromisso com o povo brasileiro para desenvolvê-la. Vários países do Oriente Médio possuem petróleo, mas não desenvolveram nenhuma indústria, pois a transnacionais é quem oferece toda a infraestrutura. No dia em que o petróleo acabar esses países terão apenas as areias do deserto e os buracos por onde antes jorrou petróleo. Além disso, os Estados Unidos geralmente implantam governos fantoches nesses países, para garantir privilégios na comercialização do petróleo e lucros para as suas empresas. A Venezuela de Chávez é um país onde antes havia um fantoche dos Estados Unidos. O Brasil também teve no período de 1995-2002, o governo fantoche dos tucanos. O PSDB fez TUDO os que os esteites mandaram, com privatização, compra dos equipamentos do SIVAM da Raytheon, tirar sapato em aeroporto. Os fantoches são sub-governos locais, que seguem as diretrizes de Washington. E a imprensa também é parte dessa trama que vai contra os interesses do povo brasileiro. Ela segue os ditames dos esteites. Cada dia mais isso fica mais claro. A Chevron que o diga.

quarta-feira, novembro 23, 2011

Exportando as armas de contenção em massa




por Luiz Carlos Azenha

As três imagens acima foram extraídas do site do Occupy Wall Street. Algumas universidades dos Estados Unidos estão fervilhando nos últimos dias, com a organização de protestos, marchas, ocupações. E a polícia tem a oportunidade de expor todas as últimas invenções do famoso complexo industrial-militar, na versão “você já bateu em um contribuinte hoje?”.

Eu morava em Washington durante a mais recente campanha eleitoral estadunidense. Tive a oportunidade de testemunhar a Convenção Nacional Democrata, em Denver, no Colorado. Fiquei pasmo com a atuação desproporcional da polícia diante de algumas dezenas de manifestantes. Era como se os policiais precisassem desesperadamente demonstrar ao público a necessidade de toda aquela tecnologia.

Li, naquele período, a primeira versão da plataforma de Barack Obama para a América Latina. Chamava a atenção o tom moderado do discurso. A ideia era dizer que Obama aceitava os governos demonizados pelos republicanos como promotores do bem estar social na região.

Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa não como encarnações de belzebu, mas como versões latinas de Franklyn Delano Roosevelt.

Mas, entre o projeto inicial de Obama (antes dele derrotar Hillary Clinton pela nomeação do Partido Democrata) e a plataforma de candidato a presidente muita coisa mudou. Na versão final, a ênfase era em ajudar os governos latino-americanos a combater a violência nos grandes centros urbanos. Alguma coisa na linha da “segurança cidadã”, adotada na Colômbia pelo ex-presidente direitista Álvaro Uribe.

Eu me lembro de, na época, ter pensado que a mudança poderia atender aos interesses dos exportadores de armas dos Estados Unidos, loucos para espalhar por aí gás pimenta, gás lacrimogêneo, pistolas de choque elétrico, escudos e outros badulaques. Conter os 99%, meu nome é lucro! A que ponto chegamos…

COMENTÁRIO E & P

Essas imagens lembram as ditaduras latino-americanas implantadas pelos Estados Unidos na América Latina para defender os seus interesses. Será que a ONU vai autorizar a Otan a proteger os civis estadunidenses? Ou só valia contra a Líbia? Será que os Estados Unidos vão fazer relatórios sobre direitos humanos, em que acusam outros países de desrespeitá-los?

O PAC se acelera


Do Conversa Afiada

Belchior: a Dilma vai inaugurar uma obra por semana. Bye-bye Cerra 2014


O Conversa Afiada reproduz post do blog do Planalto:

PAC 2 teve aumento de 66% no ritmo de execução
Balanço do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), divulgado hoje (22) pelo governo, revela o aumento de 66% na execução orçamentária entre junho e setembro de 2011. Neste período, foram concluídas, por exemplo, as obras de construção das hidrelétricas de Estreito (MA) e Dardanelos (MT), de duplicação e adequação de 494 quilômetros de rodovias, e de implantação de quatro módulos operacionais de passageiros nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos (SP), Vitória (ES) e Goiânia (GO).

Esses empreendimentos integram os 11,3% já concluídos do total previsto até 2014, informou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Segundo ela, os investimentos no PAC, que incluem recursos do Orçamento Geral da União, estados, municípios, estatais e setor privado, alcançaram, este ano, R$ 143,6 bilhões ou 15% do total previsto para o período de 2011 a 2014.

Em 2011, houve um aumento de 22% no volume de pagamento em comparação com o mesmo período de 2010, ano de melhor desempenho do PAC.
“Aceleramos a execução do PAC nesses últimos três meses. Tivemos um desempenho bastante importante para o período”, disse a ministra Miriam Belchior.

Em setembro de 2011, o monitoramento do PAC indicava que 72% das ações de transportes, energia, mobilidade urbana, Luz para Todos e recursos hídricos estavam no ritmo adequado, enquanto 10% pediam atenção. O ritmo de 4% das obras foi considerado preocupante.

“O PAC cumprirá seu papel anticíclico. As obras alavancarão a nossa economia, vão garantir a geração de emprego, o aumento da renda no momento de incerteza internacional”, garantiu a ministra.

Cenário econômico – Na apresentação do balanço do PAC 2, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que, apesar das incertezas no cenário internacional, o governo trabalha com uma expectativa de crescimento da economia brasileira entre 4% e 5% em 2012. Para 2011, o Ministério da Fazenda acredita que o crescimento do PIB será moderado e deve alcançar 3,8%
“Há muita incerteza sobre o que vai acontecer. Vislumbramos um cenário de desaceleração do crescimento nos Estados Unidos e de recessão na Europa, mas sem a crise que atingiu os países em 2008. No Brasil, a aceleração do crescimento deve ser de 4% a 5%”, defendeu Nelson Barbosa.

Um dos motivos, segundo ele, é o PAC, que protege a economia brasileira dos efeitos da crise internacional.
“O PAC é uma diferença que o Brasil tem relação ao resto do mundo.”
Leia também:

Obras em seis aeroportos e cinco portos são concluídas no PAC 2
No balanço da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), o governo anunciou hoje (22) a conclusão das obras de construção e duplicação de aproximadamente 500 quilômetros de rodovias, de implantação de módulos operacionais de passageiros e outros empreendimentos em seis aeroportos, e de dragagem, ampliação e recuperação em cinco portos. Essas obras foram finalizadas entre julho e setembro de 2011 e fazem parte dos 11,3% já concluídas do total previsto até 2014.

Segundo o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, também avançaram o Trecho Sul da Ferrovia Norte-Sul, que tem 1,3 mil quilômetros em obras, e a Nova Transnordestina, com as obras de 847 quilômetros em andamento.
“Os empreendimentos estão passando por reavaliação. Alguns já tiveram seus valores alterados em função de ajustes de projetos. Outros permanecem em análise”, explicou o ministro Paulo Sérgio.

Nos aeroportos, foram implantados módulos operacionais de passageiros em Guarulhos e Viracopos (SP), Vitória (ES) e Goiânia (GO). No caso de Guarulhos, a obra permitiu a ampliação da capacidade do aeroporto em 1 milhão de passageiros por ano.

O governo também incluiu no balanço do PAC 2 o leilão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), que teve um ágio de 229%. Já a concessão dos aeroportos de Brasília (DF), Viracopos e Guarulhos teve o estudo técnico encaminhado, em outubro, ao Tribunal de Contas da União.

Obras em cinco portos também foram concluídas em 2011, sendo que no Rio de Janeiro foi finalizada a primeira fase da dragagem de aprofundamento. O governo também anunciou a conclusão da primeira fase do Porto sem Papel em Santos (SP), Vitória (ES) e Rio de Janeiro (RJ) com o desenvolvimento dos sistemas concentrador de dados portuários. O objetivo é reduzir a burocracia na atracação, liberação e desatracação de navios, além de acelerar o processamento das cargas.

De acordo com o balanço divulgado hoje pelo governo, 77% das obras no eixo transportes têm o ritmo considerado adequado, sendo que 12% requerem atenção. A situação de 6% das obras é preocupante neste eixo.

A Presidenta calou a boca do PiG (*).

Este ano, segundo a Ministra Belchior, o Brasil investiu só no PAC R$ 143 bilhões.

É uma barbaridade.

Deve ser umas mil vezes mais do que o Farol de Alexandria e o Padim Pade Cerra investiram em oito anos de desastroso Governo.

Como se sabe, o Governo Cerra/FHC não produziu uma única obra que usasse tijolo e cimento.

São US$ 80 bi.

Dava para o Obama cantar de galo.

Outra notícia interessante é a recuperação da capacidade de investir do Ministério dos Transportes.

Com a crise da demissão do Ministro Nascimento, o PiG (*) se entreteu com a ilusão de que poderia paralisar todas as obras.

Deu-se mal.

Vai tudo ouro sobre azul.

Seis aeroportos concluídos.

E a Globo diz que vai faltar bola para a Copa …

72% das obras estão no ritmo adequado.

Nem as obras do Projac têm 72% no prazo.

Essa Dilma.

Vai inaugurar uma obra toda quarta-feira.

E deixar o Cerra sentado no meio fio da História.

Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

A Globo vai perder outra ! Juliana e Maitê contra Belo Monte !

Juliana, imagina a Globo sem a energia elétrica ...



Redação Conversa Afiada
A Globo vai perder outra !
Juliana e Maitê contra Belo Monte !


O Conversa Afiada reproduz artigo de Davis Sena Filho sobre o vídeo-show do Spielberg e da Globo contra Belo Monte.

Antes, leia o que diz Miriam Belchior – nenhum índio sairá de sua terra por causa de Belo Monte.

Clique aqui para ver o vídeo do Spielberg que a Globo copiou.

Agora, aqui entre nós: o Cerra duas vezes e o Alckimin, uma, sabem que não adianta a Globo tentar eleger o Presidente da República.

Belo Monte será construída, com a ajuda providencial do elenco da Globo.

Belo Monte, a oposição de ONGs, de artistas da Globo, da imprensa e a mídia cúmplice da Chevron

Nunca vi tanta comédia e tanto comediante em um vídeo só…

Por Davis Sena Filho –
Blog Palavra Livre/JB

“Ministro Paulo Bernardo: cadê a banda larga e o marco regulatório para as mídias? Cadê a Confecom 2? Por onde anda o projeto do Franklin Martins? Vossa Excelência o engavetou? Com a palavra, o ministro das Comunicações, aquele que tem medo da TV Globo”. (Davis Sena Filho)

Acabo de ver a propaganda, um vídeo de atores da TV Globo contra a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Percebo, porém, a total falta de senso crítico dessas pessoas urbanas e que pensam que o mundo se resume em Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, Paris, Miami e Londres. Os argumentos contrários e negativos contra Belo Monte chegam a ser ridículos, se não fosse a manipulação e a desinformação, que deixam claro que por trás … existem ONGs estrangeiras a serviço dos interesses de seus países e a Globo, porta-voz contumaz e tradicional dos grandes capitalistas, sendo que ela própria é um deles.

Não posso pensar de outra forma, bem como não me eximirei de dizer que a peça publicitária desinforma a população, principalmente a parte dela mais exposta a factóides, que é a classe média de perfil conservador e que acredita em Papai Noel, porque pobres e ricos realmente não creem no homem que se veste de vermelho e usa barba branca a anunciar os presentes para aqueles que se comportaram direito o ano todo. Acontece que quem está a se comportar mal são os atores da Globo e seus patrões, que se associaram a movimentos ambientalistas do exterior que querem interferir no processo de desenvolvimento brasileiro, sem, no entanto, se preocupar com o combate às desigualdades sociais e regionais. O Brasil luta contra a miséria e quer, por intermédio dos governos trabalhistas de Lula e de Dilma retirar milhões de cidadãos da linha de pobreza.

Enganam-se aqueles desavisados que insistem em afirmar que a luta contra a pobreza é de caráter assistencialista, porque não é. Existe, sim, um programa de governo colocado em prática há quase dez anos e que é, reiteradamente, desqualificado pela imprensa privada, que insiste tomar o lugar da oposição político-partidária do grupo formado por PSDB-DEM-PPS, que não tem projeto para o Brasil e nem programa de governo e por isso perdeu as últimas três eleições e poderá perder a quarta, em 2014.

Contudo, tiveram, no primeiro turno e também no segundo turno o apoio velado da Marina Silva para o público, porém firmado e concretizado nos bastidores. Foi dessa maneira que a Marina agiu … após ser demitida por incompetência do Ministério, além de se aliar a ONGs financiadas por organismos financeiros que teimavam em boicotar e se opor aos interesses do Brasil no que concerne ao seu desenvolvimento econômico e social, bem como no que tange ao seu programa ambientalista, apresentado de forma surpreendente para o mundo na 15ª Conferência de Copenhagen, capital da Dinamarca, em dezembro de 2009. O atual secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, realizou em menos de dois anos à frente do Ministério do Meio Ambiente o que Marina Silva não conseguiu fazer em quase sete anos no poder.

O Brasil, então, apresentou propostas e metas concretas para combater o desmatamento, a poluição e a degradação dos ecossistemas, o que está a ser realizado com seriedade. Quem duvida que acesse o portal da transparência do Governo Federal (ferramenta que o governo tucano de São Paulo não oferece aos paulistas) e observe as ações e os números, no que vai se surpreender quando os compararmos com os números do governo entreguista e privatista do neoliberal FHC, um retumbante fracasso social e econômico, porque nesse tempo o Brasil foi três vezes ao FMI de joelhos e com o pires na mão.

A humilhação total somente comparável quando o ministro de Estado das Relações Exteriores desse governante tucano que vendeu o patrimônio brasileiro que ele não construiu tirou os sapatos no aeroporto de Nova Iorque a mando de um agente subalterno daquele país yankee. O nome do ex-chanceler é Celso Lafer. Nunca vi tanta subserviência e pusilanimidade. Complexo de vira-lata na veia.

Por intermédio desse lamentável e vergonhoso episódio tive a certeza, inquestionável, que quem tem complexo de vira-lata são nossas elites e não o grande povo trabalhador brasileiro. O ministro de meias no aeroporto foi o símbolo maior daquele governo capacho, do Brasil, infelizmente, de joelhos, sem norte e, conseqüentemente, sem rumo. Um absurdo que eu não quero ver nunca mais até a minha morte.

Apesar de a Conferência ter sido multilateral, o Brasil apresentou, independente de acordos, propostas reais e factíveis. O encontro no país europeu escandinavo teve também por objetivo estabelecer o tratado que substituirá o Protocolo de Quioto, que os EUA se recusaram a assinar no tempo do Governo Bush. O problema é que os países considerados ricos ou ex-ricos, a crise internacional de 2008 perdura até hoje, querem impor regras para os pobres e emergentes quanto à questão ambiental, mas se recusam a fazer seus deveres de casa, porque não querem parar de consumir e com isso fomentar seus mercados e exportar.

Outro fato que está a chamar a atenção é a questão da irresponsabilidade da Chevron-Texaco, com a cumplicidade lamentável da imprensa burguesa nativa, que não satisfeita em poluir o Golfo do México e prejudicar até mesmo os EUA (a multinacional petroleira é de lá), agora polui na Bacia de Campos porque desrespeitou as normas de segurança, além de não ter equipamentos e ferramentas adequados para perfurar poços de petróleo em solo tão profundo.

A imprensa de negócios e privada durante cerca de dez dias tergiversou, dissimulou sobre o crime ambiental e ficou a publicar releases elaborados na Assessoria de Imprensa da Chevron-Texaco, … da TV Globo no que diz respeito a ser um dos principais anunciantes da empresa televisiva que no passado apoiou a ditadura militar. A imprensa tupiniquim fez, vergonhosamente, papel de cúmplice da Chevron-Texaco, amenizou inicialmente a barberagem gananciosa e depois teve de mostrar o derramamento de petróleo porque as redes sociais, os blogs progressistas e o governo abriram a boca e furaram o bloqueio da velha imprensa.

Se fosse a Petrobras, não duvidem, as manchetes jornalísticas seriam garrafais e a “grita” seria enorme. A Globo News iria tirar seus especialistas de prateleiras e ficaria durantes horas e dias a “malhar” a Petrobras, a maldizer a empresa estatal e a agredir o governo trabalhista sem parar. Questionariam, sem sombra de dúvida, a capacidade da Petrobras em administrar o Pré-Sal, apesar de saber que a estatal brasileira é a petroleira que tem mais condições e capacidade técnica e logística no mundo para tirar petróleo em águas profundas.

Quero salientar e lembrar que essa mesma imprensa de negócios privados combateu, inadvertidamente e irresponsavelmente, a fundação da Petrobras no dia 3 de outubro de 1953 pelo governo do trabalhista e estadista Getúlio Vargas. O político trabalhista ainda criou a Vale do Rio Doce, que foi vendida pelo entreguista e neoliberal FHC, professor que não criou uma única escola técnica durante oito anos de seu governo de índices sociais baixos e até negativos.

Agora, eu pergunto: cadê a ex-petista e ex-verde Marina Silva? O gato comeu a língua dela? Não. Ela se calou porque não vai cooperar com o governo trabalhista no que é relativo à Chevron-Texaco. Ela traiu o governo e o seu partido, o PT, como o fez também o senador Cristóvão Buarque, que no episódio da ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que é do seu partido, o PDT, calou-se, e quando abriu a boca foi para apagar a fogueira com gasolina. Até o momento, nada foi comprovado contra o ministro. Como a imprensa comercial e privada não conseguiu chegar a ele para derrubá-lo e com isso tentar engessar o governo de Dilma Rousseff, a solução foi publicar uma foto em que ele pega carona em um avião. Este foi o crime para a imprensa e parte da sociedade brasileira de perfil conservador.

Acontece que, dias e dias depois, repórteres da TV Globo sobrevoam a Bacia de Campos para filmar e relatar a situação que eles estão a ver no que é referente ao desastre e ao crime ambiental que tem a assinatura e as impressões digitais da Chevron-Texaco. Até aí tudo bem, se não fosse a petroleira yankee cliente das Organizações(?) Globo, no que diz respeito a negócios e à publicidade. Os repórteres da Globo podem pegar carona, não é isso? É ético, não é? Então, tá! Lembrei desse fato só para constar. Mas, para bom entendedor, meia palavra basta.

Voltemos ao Cristóvão. Demitido no primeiro governo Lula, bandeou-se para oposição de forma dissimulada e passou a fazer o jogo da velha imprensa golpista, juntamente com o senador Álvaro Dias, tucano e replicador, nas segundas-feiras, de notícias sobre “crises” e factóides publicados no fim de semana pela imprensa corporativa e golpista, verdadeira fábrica de crises. Cristóvão prejudicou a reeleição de Lula em 2006. E Marina dificultou, e muito, a eleição de Dilma Rousseff em 2010. Tanto é verdade que José Serra, candidato da direita partidária e empresarial e da ala da Igreja Católica conservadora, conseguiu ir para o segundo turno.

Todavia, retornemos à hidrelétrica de Belo Monte. Grupos privados midiáticos notadamente a TV Globo, a Folha de S. Paulo e a Veja, associaram-se a ONGs estrangeiras para sabotar o plano estratégico e de desenvolvimento do Brasil ora em curso pelo governo trabalhista da presidenta Dilma Rousseff. É um plano de reestruturação do País que não é mostrado, de forma alguma, pela imprensa e pelas televisões comerciais, como, por exemplo, a mega obra da transposição do Rio São Francisco, que é uma pá de cal no domínio dos coronéis nordestinos como o cearense e cadidato derrotado a senador Tasso Jereissati.

A TV Globo, que é a caixa de ressonância da plutocracia nacional e internacional, tem o papel de manipular os fatos e fazer com que os interesses políticos e financeiros dos verdes em âmbito mundial sejam considerados justificáveis pela opinião pública brasileira, especialmente a classe média, compradora contumaz do pensamento do sistema midiático de direita, que assumiu de fato a oposição política ao Governo Federal porque percebeu que a oposição partidária não tem programa e muito menos condições, no momento, de derrotar a presidenta Dilma em uma eleição, além de saber que o Governo tem maioria tanto na Câmara quanto no Senado.

A minoria no Congresso é o tendão de Aquiles dos jornalistas que abraçaram os interesses de seus patrões e das famílias proprietárias da imprensa hegemônica, comercial e privada brasileira. E eles, podem acreditar, odeiam a realidade que se apresenta, cujo responsável maior pela existência dela é o presidente Lula, que derrotou nas últimas eleições dezenas de caciques estaduais ao pedir diretamente para o povo de cada estado que não votasse neles.

Por isso também o ódio a Lula, que eles não o esquecem jamais, porque temem que o estadista resolva concorrer as próximas eleições. Eles aturam, com muito rancor e desprezo, a presidenta Dilma, mas o Lula novamente na Presidência para essa elite preconceituosa e que detesta o Brasil e o seu povo seria por de mais intragável. A imprensa burguesa agiu assim também com o estadista Getúlio Vargas, político responsável pela criação do Brasil moderno, quando ele deixou o poder em 1945 e retornou por meio do voto em 1950.

Nesses cinco anos de interregno, mesmo Getúlio praticamente “exilado” em seu campo, a imprensa lacerdista (até hoje o é) nunca deixou de atacá-lo porque não conseguia esquecê-lo jamais. A mesma coisa acontece com o Lula, político que sabe que a imprensa difama, calunia e injuria, como o faz no momento com o ministro Carlos Lupi e fizeram com o ministro do Esporte, Orlando Silva, sem, no entanto, nada ainda ter sido comprovado, a não ser que o acusador é, comprovadamente, bandido e testemunha da revista Veja, a revista porcaria, que faz um jornalismo de esgoto.

Contudo, os homens e as mulheres da imprensa não tem voto e também, para o desgosto deles, não tem mais a primazia do controle total da informação como tinham em outros tempos. Por isso, eles combatem a disseminação da banda larga pelas mãos do Governo Federal. Então, viva a internet e as redes sociais! Ministro Paulo Bernardo: cadê a banda larga e o marco regulatório para as mídias? Cadê a Confecom 2? Por onde anda o projeto do Franklin Martins? Vossa Excelência o engavetou? Com a palavra, o ministro das Comunicações, aquele que tem medo da TV Globo.

É assim que funciona o sistema midiático associado aos interesses do capital internacional. E parte da classe média que passou 40 anos a ver a Globo e a ler publicações como a Veja compartilha dessas “ideias”. Mas o que me chama a atenção mesmo é a hipocrisia dos atores da Globo. Eles dizem que Belo Monte é o diabo encarnado em um vídeo que lembra o teatro comercial que eles há anos fazem e ainda o chamam de arte. Não é possível que por questões ideológicas, políticas ou apenas implicância que a TV Globo e alguns de seus atores participem de um vídeo que tem por objetivo travar e boicotar o desenvolvimento do povo brasileiro, principalmente o que mora na região norte.

A luta e até mesmo a guerra entre os países tem como fundo de pano o controle das diferentes energias. Vide Iraque, Líbia e Afeganistão. O Brasil que é um País abençoado com milhares de rios, riachos e igarapés tem acesso e facilidade para se beneficiar com a energia proveniente das águas, que é considerada limpa e segura, contanto que sejam respeitados os relatórios e os cálculos dos engenheiros, geólogos, geógrafos, ambientalistas e outros profissionais que participam do esforço da construção de Belo Monte, um projeto de quase 40 anos que enfim está a sair do papel.

O Governo que há anos tem enfrentado batalhas jurídicas e as vencido, agora tem de, finalmente, começar a importantíssima obra do PAC, que vai gerar 80 mil empregos e vai ofertar luz e energia para os brasileiros do norte, que poderão ter mais uma oportunidade para desenvolver suas cidades e seus estados. Enquanto nossos artistas “globais” manipulam a informação para confundir a sociedade brasileira, os moradores nortistas querem a obra, porque sabem que através do acesso à energia poder-se-á ter indústrias, modernização da lavoura, surgimento de comércio, como padarias, supermercados, frigoríficos, construção civil, hospitais, escolas e todo tipo de segmento econômico e social. Sem energia não há desenvolvimento. Esta é a verdade.

Obviamente que eu também prezo pelo controle e fiscalização para que os impactos ambientais não sejam maiores dos que os previstos. E é o que está a ser feito. O resto é conversa dissimulada de gente que não conhece esse assunto e vai participar de vídeo que beira ao ridículo. O que esses atores pensam que o cidadão brasileiro é? Um idiota? Que não sabem como a banda toca em suas vidas, suas realidades e dificuldades? Será que eles pensam que os brasileiros nortistas não querem o que os do Sudeste tem, que é o desenvolvimento, apesar das contradições e paradoxos sociais?

Quem eles pensam que são para combater uma obra que vai conduzir o Brasil para sua independência no que concerne à geração de energia? O sonho de todo país e qualquer povo ou nação. Itaipu, Tucuruí, Chesf e outras hidrelétricas são exemplos disso. Imaginem o Brasil sem a hidrelétrica de Itaipu? Imaginaram? O que eles querem? Em nome de quem eles falam? Quem está por trás dessa novela de péssimo acabamento, que é o vídeo? Será que eles pensam que estão a fazer uma novela e repetem frases de seus scripts … ? Qual é a intenção? Eles tem de dizer pelo menos que o vídeo, para variar, é uma imitação de outro vídeo dirigido pelo diretor de cinema Spielberg para que os estadunidenses saíssem de suas casas para votar. Pelo menos informar isso. Dizer que nem para fazer o vídeo houve originalidade.

É o fim da picada! Os mauricinhos e as patricinhas noveleiros falar de um assunto que não tem conhecimento técnico. E por quê? E para quem? E por quais motivos e intenções? Já não basta o Brasil ter de enfrentar países poderosos para conquistar sua autonomia ainda tem que se deparar com gente completamente despolitizada e que pensa, soberbamente, que é formadora de opinião, coisa que nem mais os jornalistas o são, como ficou comprovado com a derrota de José Serra em 2010, candidato à Presidência evidentemente apoiado pela imprensa burguesa e privada. Esse pessoal não se enxerga.

Então, Belo Monte vai acabar com o Pará e quiçá com o País, que serão inundados e ficarão sob a destruição de uma hecatombe ambiental. Vamos lá, pois: o Brasil tem quase 200 milhões de habitantes, um PIB de R$ 3,25 trilhões, um mercado interno poderoso que impediu o País de sofrer problemas econômicos graves advindos da crise internacional de 2008, além de ser a sexta economia do mundo, a superar países como a Inglaterra, a Itália e a Espanha, bem como exerce liderança reconhecida em fóruns como os Brics, o G-20 e o Mercosul, sem esquecer de citar que o poderoso País sulamericano de língua portuguesa, basta dar tempo ao tempo e ter paciência, vai ainda assumir uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU.

Para finalizar, quero informar que os artistas … sugeriram que o Brasil opte pela energia eólica e solar. Os parques eólicos demandam vento e geralmente são instalados em litorais e ocupam enormes espaços. Como, por exemplo, fazer isso em nosso litoral, que é fortemente turístico, setor da economia que gera muita renda e emprego, ainda mais que o brasileiro está a viajar com muito mais freqüência do que antes, por causa do quase pleno emprego e do aumento salarial, além do aumento visível de turistas estrangeiros que aportam neste País tropical.

E a energia solar. Outra sugestão dos nossos artistas especialistas completamente urbanos que não tem a mínima ideia da área que é necessária para produzir 100 megawatts dessa modalidade de energia. A hidrelétrica de Belo Monte vai produzir inicialmente 11 mil megawatts. É energia suficiente para dar um impulso de desenvolvimento à região Norte e a um estado, o do Pará, que é demograficamente quase vazio. As terras que vão ser alagadas pelo lago comportam uma área de 516 quilômetros quadrados. O Estado do Pará possui uma área de 1.247.689,515 quilômetros quadrados. Ou seja, o lago a ser formado vai ocupar área equivalente a 1/2400 da área do estado marajoara, que tem apenas sete milhões de habitantes, sendo que dois milhões moram na capital Belém.

E aí o Brasil e o cidadão brasileiro tem de agüentar alardes infundados, oposição baseada em má-fé e especialistas que não entendem patavinas de energia via hidrelétrica, como a de Belo Monte, que vai ser a terceira maior do mundo e que vai dar fôlego, sobremaneira, ao desenvolvimento da região Norte que precisa, sim, ser ocupada pelo nosso povo e não por estrangeiros e suas ONGs. Então, para lembrar. Belo Monte vai alagar 1/2400, ou seja, quase nada por cento das terras do Pará e esses artistas, a mando de não sei quem (mas sei) consideram Belo Monte um atentado à natureza, sem sequer ter conhecimento do planejamento e do plano da obra.

Tem uma mocinha no vídeo que fala, quase escandalizada: “Vai custar R$ 24 bilhões! É muito dinheiro!”. Como se investir no Brasil e no seu povo fosse questão meramente contábil, de passivo, como se fosse débito ou prejuízo. É ter a cabeça muito pequena. É pensar pouco porque se recusa a usar o cérebro. Agora, a outra pergunta que não quer calar: “Mocinha, você sabe qual é o PIB brasileiro?” Eu já o citei neste mesmo artigo. O nosso PIB é de R$ 3,25 trilhões e a obra, segundo o Governo, custará R$ 24 bilhões. Você sabe o que é isso? Então, pare para pensar e vai estudar teatro, que por sinal requer talento, disciplina e conhecimento sobre a condição humana para representar com qualidade e excelência.

Entretanto, apesar de existir pessoas que não acreditam no Brasil e que querem, mediocremente, que este País se comporte como pequeno, não vai dar para atendê-las. Infelizmente, para elas. Portanto, faço mais uma pergunta que não quer calar: como o Brasil, que tem um mercado interno poderoso e importante vai atender suas demandas sem energia, porque a TV Globo e a imprensa comercial privada, ONGs financiadas por banqueiros e parcela conservadora da sociedade brasileira querem porque querem que a hidrelétrica não seja construída. Pense bem. Imagina um coisa insensata dessa? Afirmo e repito: a imprensa privada não tem compromisso com o Brasil, porque ela é alienígena e faz parte da estrutura do sistema de poder dos mercados nacionais e internacionais. Belo Monte tem de ser construída e depois inaugurada. É uma questão de estratégia e de sobrevivência e independência do Brasil. É isso aí.


Em tempo: o Conversa Afiada fez alguns cortes no texto original. Estavam onde aparecem as reticências. PHA