terça-feira, janeiro 29, 2008

Sistema de cotas já levou mais de 40 mil pessoas às universidades brasileiras

Doze das principais universidades federais e estaduais do Brasil já beneficiaram, até 2007, um total de 40 mil pessoas por meio de ações afirmativas de inclusão social, como a reserva de vagas e cotas.

Segundo dados fornecidos pelas instituições, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que aplica o sistema desde 2003 e reserva 50% das vagas para cotistas, é a campeã, com 6.488 beneficiados. Em seguida vêm a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com 5.473 estudantes cotistas, e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), com 3.885 alunos que ingressaram pelo sistema.

O ritmo de adesão a políticas afirmativas é forte. Para o vestibular de 2008, mais cinco universidades implantaram algum tipo de sistema diferenciado de seleção. São as federais do Espírito Santo (UFES), de São Carlos (UFSCar), do Pará (UFPA), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Santa Maria (UFSM).

Essas instituições devem receber por volta de 4.600 calouros beneficiados por algum tipo de ação afirmativa pela primeira vez neste ano. A federal de Santa Catarina — que deveria abrigar mais 1.142 alunos cotistas — teve seu sistema contestado e julgado irregular pela Justiça.

Preferências
O sistema de cotas para negros foi alvo de discussões e, por isso, não encontrou espaço em muitas das grandes universidades brasileiras. A maior delas, a Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu, no ano passado, um sistema de inclusão que não prevê a reserva de vagas — apenas contempla os candidatos de escolas públicas com um acréscimo de 3% sobre nota final.

O resultado do primeiro ano do Inclusp, como é conhecido o sistema, foi o aumento de 11% no número de alunos oriundos da escola pública (total de 2.719 calouros em 2007). Com isso, a participação dos negros cresceu em ritmo menor: foram 9,5% a mais do que no ano anterior.

A opção por facilitar a entrada de alunos que tenham concluído o ensino médio em escolas públicas também é o preferido pelas instituições nordestinas, como as federais do Maranhão (UFMA), Pernambuco, Rio Grande do Norte (UFRN) e Piauí (UFPI). A Estadual da Paraíba (UEPB) vem aumentando gradativamente o espaço para esses alunos. Em 2006, 10% das vagas foram reservadas; em 2007 foram 30%; e em 2010 deve chegar a 50%.

A UFRGS, para garantir vaga a alunos indígenas, aplica provas específicas. Na UFSCar, eles têm uma vaga reservada em cada curso.

Agência Estado

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