quarta-feira, novembro 21, 2007

"Nós vamos ter um enfrentamento grave. Vocês se preparem.”

"Nós vamos ter um enfrentamento grave. Vocês se preparem.”
Presidente Lula




Lula é presidente estrangeiro mais bem avaliado da AL

Petróleo mostra que 'Deus pode mesmo ser brasileiro', diz 'Economist'

Petrobras é a mais lucrativa da AL

Emprego na indústria tem a maior alta desde maio de 2004, aponta IBGE

Varejo deve ter recorde de vendas em 2007

Geração de mais de 1,8 milhão de empregos com carteira assinada é a maior da história


País entra na elite do petróleo, diz governo
Segundo Dilma, descoberta pode levar Brasil a se tornar exportador e integrar o grupo dos dez maiores produtores

Cepal: PIB per capita da AL tem crescido acima de 3%
O PIB per capita da América Latina registrou nos últimos quatro anos o maior crescimento desde os anos 1970 e deve manter essa tendência em 2008, aponta o estudo "Panorama Social da América Latina 2007", realizado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Se confirmada a previsão para o próximo ano, a região completará cinco anos consecutivos com crescimento anual do PIB per capital acima de 3%.

Mais de 14 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza19/09/2007
Um estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) diz que mais de 14 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza nos últimos quatro anos.

Diminui a pobreza na América Latina 16/11/2007
No Brasil, entre 2001 e 2006, seis milhões de pessoas deixaram de ser indigentes. A expectativa das Nações Unidas é de que a pobreza e a indigência voltem a cair em 2007.


Amigos e leitores

Se preparem, diante de tantas notícias boas para o Brasil, para o povo brasileiro, a mídia está em verdadeiro pé de guerra com o presidente Lula, com o governo Lula. Eles estão inconformados, a retaliação já começou. Os jornais de hoje mostram claramente isso. A oposição está chiando mais que panela de pressão.Impressionante!



Jussara Seixas no POR UM NOVO BRASIL em 11/18/2007

Para compreender a força de Lula

Para compreender a força de Lula
Leia abaixo análise de Ladislau Dowbor para o Le Monde Diplomatique:


É tempo de fazer as contas. Com a deformação geral dos dados pelo prisma ideológico da grande mídia, torna-se necessário buscar nas fontes primárias de informação, nos dados do IBGE, como andam as coisas. A reeleição mostrou forte aprovação por parte dos segmentos mais pobres do país a Lula, mas os números reais sobre a evolução das condições de vida do brasileiro surgem com o atraso natural dos processo de elaboração de pesquisas. O IBGE publicou a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio de 2006, e também o Indicadores Sociais dos últimos 10 Anos. Vale a pena olhar a imagem que emerge: ela explica não só os votos, como o caminho que temos pela frente.
O principal número é, evidentemente, o aumento de 8,7 milhões de postos de trabalho no país durante o último governo. Isto representa um imenso avanço, pois se trata aqui de uma das principais raízes da desigualdade: grande parte dos brasileiros se vê excluída do direito de contribuir para a própria sobrevivência e para o desenvolvimento em geral. Entre 2005 e 2006 o avanço foi particularmente forte, com um aumento de 2,4%, resultado da entrada no mercado de trabalho de 2,1 milhões de pessoas. A expansão do emprego feminino é particularmente forte (3,3,%), enquanto o dos homens atingiu 1,8%. A formalização do emprego é muito significativa: 3 em cada 5 empregos criados são com carteira assinada. Atingimos assim, em 2006, 30,1 milhões de trabalhadores com carteira assinada, um aumento de 4,7% em um ano. O avanço é, pois, muito positivo, mas num quadro de herança dramático, que o próprio IBGE aponta: “mais da metade da população ocupada (49,1 milhões de pessoas) continuava formada por trabalhadores sem carteira assinada, por conta-própria ou sem remuneração.
O segundo número, que ocupou as manchetes de todos os jornais, é a elevação dos rendimentos dos trabalhadores em 7,2%, entre 2005 e 2006. É um número extremamente forte, e coerente com os anos anteriores: a remuneração dos trabalhadores vinha caindo desde o final dos anos 1990, e começou a se elevar em 2003, desenhando desde então uma curva ascendente. Este é um número de grande importância, pois a desigualdade é, de longe, o nosso problema número um. É um número que reflete os avanços na criação de postos de trabalho vistos acima, e também os avanços no salário mínimo.
O salário mínimo teve um ganho real de 13,3% em 2006 relativamente a 2005, o que representa um salto fortíssimo para os trabalhadores que estão no que se chama hoje de “base da pirâmide” econômica. Consultas com pessoas que trabalham com as estatísticas da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese/Seade sugerem que 26 milhões de trabalhadores foram abrangidos por este aumento. Além disto, como o salário mínimo é referência para o reajuste das aposentadorias, outras 16 milhões de pessoas teriam sido beneficiadas.
Aumento consistente nos salários e avanços no combate à desigualdade – inclusive entre as regiões
Um comentário é necessário aqui: um aumento de cem reais para uma família que tem um rendimento de, por exemplo, 4 mil reais, não é significativo. No entanto, cem reais representam, para pessoas que têm de sobreviver com algumas centenas de reais por mês, um imenso alívio, a diferença entre poder ou não poder comprar melhor alimento ou um medicamento para a criança. A utilidade marginal da renda, em termos de impacto para o conforto das famílias, vai diminuindo conforme a renda aumenta. Do ponto de vista econômico, maximizar a utilidade dos recursos do país envolve o aumento da renda dos mais pobres. Isto vale tanto no aspecto social, em termos de satisfação gerada, como em termos de geração de demanda e conseqüente dinamização das atividades econômicas. O pobre não faz especulação financeira, compra bens e serviços. Tirar as pessoas da pobreza não é caridade, é bom senso social, e bom senso econômico.
Outra forma de a PNAD avaliar a evolução dos rendimentos já não é por trabalhador, na fonte de remuneração, e sim por domícilio, no ponto de chegada. Isso permite agregar as várias formas de remuneração na família. O rendimento médio domiciliar aumentou em 5,0% em 2005, e em 7,6% em 2006, o que é coerente com os dados de rendimento de trabalho, e torna os dados muito confiáveis, porque convergem. É bom lembrar, para quem tem menos familiaridade com este tipo de números, que um aumento de 7% ao ano significa que o rendimento dobra a cada 10 anos.
Detalhando as cifras acima, vemos outras coisas interessantes. O rendimento no trabalho das pessoas ocupadas, que na média nacional cresceu 7,2%, subiu 6,6% no Sudeste, mas avançou 12,1% no Nordeste. No caso do rendimento dos domicílios, o aumento médio nacional, conforme vimos, foi de 7,6%. Mas no Sul e no Sudeste, foi de 7%, enquanto no Nordeste foi de 11,7%. Ou seja, não só tivemos um forte avanço do conjunto, como a região mais atrasada, cujo avanço é mais importante para o reequilibramento nacional, teve o avanço mais acelerado. Em outros termos, a desigualdade regional está, pela primeira vez, sendo corrigida, e com números muito significativos. Relevantes, sem dúvida, mas ainda muito insuficientes: O rendimento médio domiciliar nordestino representava, em 2005, 52,8% do rendimento do Sudeste, passando para 57,8% em 2006. Um grande avanço, mas um imenso caminho pela frente.
Outro eixo importante de desigualdade está ligado à diferença de nível de remuneração entre o homem e a mulher. Os dados mostram a evolução seguinte: a remuneração da mulher, que equivalia a 58,7% da do homem, em 1996, pulou para 63,5% em 2004; 64,4% em 2005 e 65,6% em 2006. Nota-se uma lenta progressão, partindo de um nível que já é em si extremamente desigual. Ou seja, aqui também a direção é positiva, mas precisamos de muito mais.
Mulher é quase 50% da força de trabalho e estuda mais – porém, arca com afazeres domésticos
A situação da mulher é particularmente afetada pela desagregação da família. Estas cifras extremamente duras aparecem no documento do IBGE sobre Indicadores Sociais 1996-2006. O número de famílias caracterizadas como “mulher sem cônjuge com filhos” passou de 15,8 milhões em 1996 para 18,1 milhões, em 2006. Como há um pouco menos de 60 milhões de famílias no país, isto significa que quase um terço das famílias são carregadas pelas mães — que se não trabalham, não têm renda, e se trabalham, não têm como cuidar os filhos. Trata-se aqui evidentemente de uma situação dramática quando associada à pobreza, e constitui um alvo central do programa Bolsa-Família, cujo sucesso se deve em grande parte também ao fato de as mulheres gerirem melhor os recursos obtidos. Aos que criticam os programas redistributivos, é bom lembrar um outro dado da PNAD, apontando que “cerca de 31% das famílias em que a mulher era a pessoa de referência viviam com rendimento mensal até meio salário mínimo per capita”. Do lado positivo, é importante o dado que a PNAD nos traz, de que as mulheres estão progredindo rapidamente em termos de nível de estudos: 43,5% delas concluíram o ensino médio (11 anos ou mais de estudos), enquanto apenas um terço dos homens possuía este grau de instrução. As mulheres investem mais também no estudo superior, onde 55,3% eram mulheres em 1996, e 57,5% em 2006. Numa sociedade onde o conteúdo de conhecimentos nos processos produtivos se eleva rapidamente, isto é fortemente promissor.
A presença feminina na força de trabalho continua crescendo: são 43 milhões, num total de cerca de 90 milhões de pessoas ocupadas. No entanto, entre trabalho, estudo e cuidados com a família, além de estar freqüentemente sozinhas na chefia da família, a sobrecarga está evidentemente no limite do suportável. A Síntese de Indicadores Sociais 1996-2006 comenta que “com relação à jornada média semanal despendida em fazeres domésticos, verifica-se que as mulheres trabalham mais que o dobro dos homens nessas atividades (24,8 horas)”.

Ou seja, nesta outra dimensão tão importante da desigualdade, a que se materializa na desigualdade de gênero, constatamos avanços na remuneração relativa, avanços nos estudos, avanços na força de trabalho, mas tudo ainda enormemente injusto para uma visão de conjunto que temos caracterizado, em outros trabalhos, de “reprodução social” no sentido amplo. Os desequilíbrios estruturais herdados são simplesmente muito grandes.
Educação: um mundo à parte, marcado pelo avanço nos anos de estudo e por... analfabetismo alarmente
Outra dimensão que vale a pena comentar é que tanto a PNAD 2006 como a Síntese de Indicadores Sociais 1996-2006 documentam amplamente, são os avanços no nível da educação. Para já, é um mundo: no Brasil, são 55 milhões de estudantes, 43,7 milhões na rede pública, e 11,2 milhões na rede privada. Se incluirmos professores e sistema de apoio administrativo, temos aqui quase um terço da população do país. A expansão quantitativa maior deu-se na gestão anterior à do presidente Lula, mas os avanços continuam fortes.
Em particular, com a lei 11.274 de 6 de fevereiro de 2006, o ensino fundamental expande-se para 9 anos, com início aos 6 anos de idade. A taxa de escolarização no grupo de 5 e 6 anos aumentou em 3% em um ano. O número dos que não freqüentavam a escola nesta idade caiu de 35,8% em 1996, para 23,8% em 2001, e para 14,7% em 2006. Na classe de 7 a 14 anos, a queda dos que não freqüentavam a escola foi de 8,7% para 3,5% e 2,3% respectivamente. Para a classe de 15 e 17 anos, foi de 30,5%, 18,9% e 17,5% respectivamente. O número médio de anos de estudo completos das pessoas de 10 anos ou mais de idade foi de 6,8 anos em 2006, um aumento de 3% relativamente ao ano anterior.
No ensino superior, houve um aumento muito forte, de 13,2%, entre 2005 e 2006. Ele deve-se dominantemente à expansão do ensino superior privado, e o papel público de redução das desigualdades aparece claramente na distribuição entre os dois sistemas: “Enquanto nas Regiões Norte e Nordeste 41,9% e 36,6% dos estudantes de nível superior freqüentavam a rede pública, nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, estes percentuais eram de 18,2%, 22,1% e 26,5%, respectivamente”.
Aqui ainda, a direção é correta, mas o atraso a recuperar é imenso. Ao analisar a escolaridade da população ocupada, a PNAD constata que as pessoas com 11 anos ou mais de estudo, eram apenas 22,0% em 1996, 28,9% em 2001 e 38,1% em 2006. A progressão é forte, e se deve particularmente ao esforço educacional das mulheres ocupadas, entre as quais 44,2% tinham escolaridade de 11 anos ou mais, em 2006. Na outra ponta, temos 15 milhões de analfabetos de mais de 10 anos (redução de 10,2% para 9,6%). O analfabetismo funcional atingia 23,6% das pessoas com mais de 10 anos (redução de 1,3% ponto percentual), sendo que no Nordeste atingia 35,5%. Evidentemente, está entre as duas pontas a imensa massa dos sub-qualificados do país.
Um caminho: reivindicar a ampliação das políticas sociais — ao invés de tentar desmoralizá-las
Se resumirmos um pouco a evolução, constatamos uma forte expansão do emprego (particularmente do emprego formal), um aumento da renda do trabalho em geral (e em particular no Nordeste), uma progressão significativa da escolaridade e da remuneração feminina, um forte aumento da população ocupada com 11 ou mais anos de estudo, além da redução do trabalho infantil e outras tendências que não temos espaço para comentar aqui. Estes números são coerentes entre si e convergem para uma conclusão evidente: está se fazendo muito, os resultados estão aparecendo.
A apresentação destas políticas como “assistencialistas” não tem muito sentido: os 12,5 bilhões de reais para a agricultura familiar constituem um apoio à capacidade produtiva. Os R$ 8,5 bilhões do Bolsa-Família constituem um excelente investimento na próxima geração que será melhor alimentada – além do impacto essencial de inserção deste nosso quarto-mundo nas políticas públicas organizadas do país. O aumento do salário mínimo, junto com os outros programas mencionados, começa a dinamizar a demanda popular e a estimular pequenas atividades produtivas locais.
Ou seja, estaremos talvez atingindo um limiar a partir do qual a renda gerada na base da sociedade começa a se transformar num mecanismo autopropulsor. Para isto, teremos de avançar muito mais. O que está em jogo aqui não é apenas ajudar a massa de excluídos deste país. É gerar uma dinâmica em que renda, educação, apoio tecnológico, crédito e outras iniciativas organizadas de apoio permitam realmente romper as estruturas que geraram e reproduzem a desigualdade. A pressão sobre este governo é positiva, quando se leva em consideração os avanços realizados, e se reivindica a ampliação das políticas, não a sua desmoralização.

O que se torna evidente, ao analisarmos estes dados, é que a população mais desfavorecida do país votou no segundo turno não por desinformação, mas por sentir que a sua situação está melhorando. Falar mal do governo, entre nós, é quase um reflexo, acompanha a cerveja como o amendoim. Falar bem dele parece até suspeito, como se fosse menos “objetivo”. Mas falar mal pode ser igualmente suspeito. Muito mais importante é entender o que está acontecendo. Por trás do palco da política oficial que a imprensa nos apresenta a cada dia, e que é o lado mais visível dos grandes discursos, há o imenso trabalho organizado de milhares de pessoas que estão tocando programas, literalmente tirando leite de pedra numa máquina de governo que, por herança histórica, foi estruturada para administrar privilégios, e não para prestar serviços.

Mídia, Democracia e Poder

Entre os dias 12 e 14 de novembro deste 2007, em Salvador, pesquisadores, professores, intelectuais, jornalistas, estudantes e alguns dirigentes de partidos políticos reuniram-se para a discussão do tema Mídia, Poder e Democracia. E chegaram a conclusões que aparentemente poderão até ser rotuladas de óbvias, mas que, olhadas mais de perto, são essenciais. Se recorrentes, o são pelo fato de o País ainda não ter conseguido responder convenientemente aos desafios suscitados por elas.

Os 13 pontos do documento aprovado ao final do Fórum Internacional Mídia, Poder e Democracia começam com a constatação de que o sistema de comunicação vigente no Brasil “é altamente concentrador, monopolizado, oligárquico e antidemocrático”, o que, se é uma verdade cristalina, não aparece evidenciada de modo nenhum na própria mídia pela natural autodefesa dela. E, decorrente dessa constatação, segue-se uma quase imposição política: a democratização das mídias torna-se indispensável “para que a democracia se amplie e se aprofunde em uma sociedade cada vez mais estruturada e ambientada pelas comunicações”.

O encontro concluiu, ainda, pela necessidade da realização de uma Conferência Nacional de Comunicações para redefinir democraticamente os marcos das comunicações no País, como, também, pela urgência de um novo ordenamento jurídico, contemporâneo e democrático, que, entre tantos itens, estabeleça novos critérios para as concessões de emissoras de rádio e televisão. Considerou vital a implantação de um novo Sistema Público de Comunicação, que inclua televisão, rádio, Internet e outros meios, que se paute por uma ampla participação social, pela diversidade de conteúdos e formatos e por modos de gestão democráticos e participativos.

Considerou que a implantação de uma Rede Pública de Televisão, já em andamento, constitui um momento fundamental da democratização das comunicações no Brasil e defendeu que os critérios de utilização dos canais criados pela televisão digital devem ser revistos, abrindo-se espaços para novas concessionárias, incluindo-se organizações da sociedade civil e instituições públicas, como as universidades. O tratamento das emissoras de rádio e televisão comunitárias deve ser modificado, assegurando a legalidade de seu funcionamento, cabendo ao governo, ainda, dar especial atenção à ampliação das redes informáticas, do acesso à Internet e utilização das novas tecnologias.

A criação de Observatórios de Mídia e sua articulação em redes devem ser estimuladas, de modo a que se possa acompanhar e fiscalizar democraticamente as atividades da mídia no País. Por que, afinal, a mídia deveria ser uma exceção, constituir uma atividade sem qualquer acompanhamento social? O Estado brasileiro, segundo o documento, deve alocar recursos da publicidade governamental também com a preocupação de estimular e manter a diversidade cultural, a fim de contribuir com a existência de um largo complexo de mídias alternativas.

Por fim, concluir que governo e sociedade devem colocar o tema das políticas democráticas para as comunicações como parte essencial da agenda pública do País e que tanto um quanto outro devem se preocupar com a formação de cidadãos e cidadãs capazes de desenvolver uma relação crítica e criativa com as mídias.

Um documento, claro, é um momento de síntese. O fórum foi palco de intensos debates e contou com a participação de intelectuais como Ignácio Ramonet, do Le Monde Diplomatique; de Maria O´Donnell, da Argentina; de Marilena Chauí, Emir Sader, Teresa Cruvinel, Bob Fernandes, Leandro Fortes, Carlos Tibúrcio, Bernardo Kucinski, Roberto Amaral, Marcus Figueiredo, entre tantos jornalistas, políticos e intelectuais. Discutiu os temas da Mídia e Democracia no Brasil, Democracia e TV Pública, Os Observatórios de Mídia e Democracia, Impactos da Mídia sobre a Democracia e a Política, Sociedade Civil e Democratização da Comunicação e Mídia e Eleições na América Latina.

A realização esteve a cargo do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Cult), do Programa Multidisciplinar de Pós Graduação em Cultura e Sociedade, ambos da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, e do Observatório Brasileiro de Mídia. Não se faria justiça se não se destacasse o papel ativo do professor Albino Rubim, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, principal estimulador e quem elaborou as primeiras idéias em torno desse fórum que, para além de sua excelência acadêmica, representou um momento político de articulação voltado para a democratização da mídia brasileira.

Não há dúvida, para dizer uma obviedade, que o caminho é longo. As resistências à democratização das mídias no Brasil são enormes, exatamente pela sua natureza monopolística, oligárquica e antidemocrática. O quartel-general da mídia, dirigido por algumas poucas famílias, talvez seja uma das mais poderosas casamatas do conservadorismo no Brasil e as últimas eleições evidenciaram isso de modo nítido. A mídia atuou como um decidido ator político, voltado para o objetivo de tentar impedir a continuidade de um projeto de reformas no Brasil, capitaneado pelo presidente Lula, pelo PT e por partidos aliados. Não realizava coberturas. Testava hipóteses, como diria o Kamel da Globo.

O teste de hipóteses não foi bem-sucedido desta feita. Se existiu uma derrota nas últimas eleições, para além do adversário direto de Lula, Alkmin, foi a da mídia. Durante mais de um ano, ela dedicou-se cotidianamente, e de modo obsceno, a desqualificar o governo, o PT e o presidente da República de modo a impor-lhes, como pretendiam, uma derrota acachapante. Ocorreu o contrário. Um susto para a mídia. Será? Nem sei se ela se assusta. Ela tem mantido uma posição coerente ao longo pelo menos dos últimos cinqüenta anos, desde Vargas pelo menos. Nunca ela será encontrada ao lado dos interesses do povo, nunca será surpreendida defendendo um governo reformista – isso, eu disse reformista, não falei em revolução ou socialismos.

Um fórum como o realizado em Salvador é mais um passo na luta da sociedade brasileira para encontrar caminhos que não permitam esse monopólio do discurso, esse privilégio de uns poucos discursarem sobre o Brasil sem que outros possam dar a sua opinião. A sociedade brasileira deve ir ganhando consciência de quem sem uma mídia democratizada, que ao menos leve em conta os manuais que a chamada grande imprensa diz cultuar, sem isso nós não teremos uma democracia consolidada. Nas últimas eleições, desconfio que o povo brasileiro começou a compreender isso, ao recusar liminarmente o discurso midiático sobre o presidente, o PT e o governo.
Emiliano José é jornalista, escritor, membro do Diretório Nacional do PT.
Artigo publicado originalmente no site da Carta Maior (www.cartamaior.com.br)

segunda-feira, novembro 19, 2007

Se a Folha pudesse...

Pelo teor do que é publicado pelo grupo Folha, fiquei imaginando se a Folha pudesse.....

O Brasil viveria num estado de exceção e não de direito
(Basta observar as inúmeras acusações que o jornal faz contra o Partido dos Trabalhadores sem direito de defesa)

Seria implantada no país uma monarquia tucano-demo, com Serra na presidência, Alckmin no governo de São Paulo e Kassab na prefeitura de São Paulo.

O grupo Folha acabaria com o Bolsa-Família (chega de alimentar vagabundos), o Prouni (imagina pobre na faculdade), as cotas sociais e raciais (no Brasil não há desigualdade de renda nem preconceito racial)

O Otavio Frias jr. acabaria com o Partido dos Trabalhadores, colocando-o na ilegalidade e perseguindo todos os seus militantes e filiados. Para os recalcitrantes que insistissem em manter o Partido ativo, a cadeia com trabalhos forçados seria o recomendável.

Aliás o Frias Jr. seria empossado na Academia Brasileira de Letras, com o título o gênio da serra da Cantareira, FHC seria considerado o maior intelectual do país de todos os tempos.

Os CEUs (apelidado pela folha de escolão) seriam extintos, pois não convém colocar tudo aquilo de equipamento público na periferia, o melhor seria nos jardins, preferencialmente perto da casa dos Frias, para que seus filhos pudessem usufruí-los.

Se alguém fotografasse e publicasse e m algum jornal a sra. Frias de biquíni (como o grupo gosta de fazer com a esposa do nosso Presidente) seria sumariamente preso e castigado.

O Brasil aderiria de cara na Alca, de acordo como ela foi esboçada pelos Estados Unidos. Esse país também teria uma ou mais bases militares instaladas no nosso território. Seria montado um Plan Brasil para combater o narcotraficante, não importando se o objetivo esse plano fosse tomar conta do território brasileiro.

O Brasil declararia guerra à Venezuela e a Bolívia, solicitando reforço dos Estados Unidos para acabar com o governo popular de Chávez e Morales. E ainda seria o guardião do petróleo da Venezuela e do gás da Bolívia, garantindo que eles pudessem ser exportados a preços módicos aos Estados Unidos.


O Brasil passaria por um ajuste fiscal para atingir o superávit fiscal nominal. Os recursos para isso viriam do Bolsa Família, da saúde e da área social. O Fábio Giambiagi seria o ministro da Previdência e imporia uma lei em que os brasileiros somente poderiam se aposentar aos 90 anos de idade.

A Daslu finalmente estaria livre da fiscalização e poderia importar produtos chiques com imposto de importação zerado. Afinal é preciso reduzir a carga tributária no país.

A Petrobras, agora Petrobrax seria finalmente entregue ao capital americano, afinal o povo brasileiro é incompetente para gerir uma empresa de tamanha grandeza. Com isso estaria assegurado que o poço de Tupi não criasse favelas em Santos, pois esse tipo de habitação seria denominada de habitação popular.

O Willan Waack, junto com a Cristiane Pelajo, Jô Soares, Arnaldo jabour, Diogo Mainardi, Clóvis Rossi, Eliane Cantanhêde, Nêumani Pinto, Lúcia Hipólito e outra cambada de “gente boa” seriam agracidados com a Ordem do Cruzeiro do Sul, por terem ajudado diuturnamente a acabar com o governo popular e democrático do sapo barbudo.

Ah, se a folha pudesse...
O MST seria enquadrado como movimento terrorista e implacavelmente cassado. Aliás, seria uma das primeiras medidas a serem tomadas. Dessa forma o Brasil se aliaria a Bush jr.Aznar e Uribe no combate ao terrorismo internacional.

O Frias jr. seria reconhecido como intelectual pelo conjunto de sua obra, feito que até agora ele persegue, mas como isso não depende de berço como ser diretor de redação de jornal no Brasil, até agora todo o seu esforço foi infrutífero.

A novilíngua já implanda no jornal Folha de São Paulo (basta ver como eles alteram a realidade, inundação como ponto de alagamento em São Paulo, dossiê denunciando corrupção do Serra, passou a ser dossiê contra políticos tucanos, mensalão tucano, como mensalão mineiro) seria oficializada. Tudo o que os tucanos fizessem seria bom e o que desse de errado seria obra do destino.

Acabariam com o Piauí por sugestão do Paulo Zotollo (o presidente da Philips, lembram?), o Luciano huck poderia chamar o capitão Nascimento para buscar o seu Rolex roubado, e extinguiriam as leis trabalhistas e com conjunto de todas as conquistas sociais brasileiras ao longo do século XX.

A família Frias, junto com a Marinho, Mesquista e Civita deitariam e rolariam, imagine seus testas de ferro dirigindo o país. Seus interesses estariam diretamente representados e a Folha de São Paulo, Globo, Veja e Estadão seriam dóceis ao governo.

Se a Folha e a mídia brasileira pudessem
Transformariam esse país num inferno para o seu povo, como fora nos oitos anos de FHC.

Mas a elite continuaria no céu, pois poderia sonegar, contrabandear e outras coisitas mais sem nenhum medo, afinal eles seriam o poder ditatorial.

Felizmente, o país está acordando e vendo que a mídia nativa representa um risco para a democracia e melhoria de vida para o povo. Aliás essa mídia apoiou enfaticamente o golpe de estado de 1964 e apóia de novo se houver alguém disposto a isso.

A mídia não representa o povo brasileira e sim a sua elite subordinada. Os sonhos do Frias Jr. seriam os pesadelos do povo brasileiro.

Em 2010 precisamos continuar o modelo desenvolvimentista com inclusão social implantado pelo presidente Lula e para isso precisamos eleger um presidente que continuará a levar o Brasil, rumo à civilização e não à barbárie como quer o Frias Jr. É ISSO.

sexta-feira, novembro 16, 2007

A Rede Globo

A empresa dos Marinhos após apoiar uma série de tentativas de golpes de estado contra Getulio Vargas e Juscelino Kubitschek, finalmente se viu contemplada no golpe cívico-militar de 1964. A emissora foi fundada para apoiar a ditadura conduzida pelos militares. Até os dias atuais ela não perdeu seu resquício golpista. Basta ver o que ela aprontou ás vésperas do primeiro turno das eleições de 2006 contra o Presidente Lula. Ela vive a defender os interesses dos Estados Unidos no Brasil. O presidente Hugo Chávez é tido como ditador, porque ele enfrenta os interesses dos estadunidenses na região. Enquanto isso ela continua chamado o ditador do Paquistão de presidente, mesmo ele tendo dado um segundo golpe. Porque não fazem campanha contra o que está acontecendo no Paquistão? Porque o ditador local representa os interesses de Washington? Há uma ligação muito grande entre o que diz os jornalistas da Globo e o interesse dos Estados Unidos. Nunca criticaram de forma contundente o fato de inexistir qualquer arma de destruição de massa no Iraque, fato usado para invadir esse país. A Globo é uma falácia, assim como a liberdade de imprensa. O caso Rodrigo Viana mostrou que a liberdade que existe nesse setor são os velhos coronéis, representados pelas famiglias que se juntam para defender interesses próprios que vão contra os interesses os povo brasileiro.

Máximas e Mínimas 751

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 751


. O Brasil é uma pré-democracia (*), mas todo mundo pode dizer o que quer.

. Mas, não pode usar a o logotipo do Governo para falar mal do Governo.

. Seria o mesmo que a Miriam Leitão falar mal da Globo no “Bom (?) Dia Brasil”.

. O economista Fabio Giambiagi é vinculado politicamente ao presidente eleito José Serra.

. O economista Fabio Giambiagi quer fazer uma reforma da Previdência Social parecida com a do Chile, aquela que o Farol de Alexandria, pelas mãos de André Lara Resende, quis montar no Brasil e os eleitores chilenos – de Bachelet – repudiaram nas urnas.

. O economista Fabio Giambiagi é favor de cortar os gastos e reduzir impostos – itens obrigatórios da agenda neo-liberal.

. O economista Fabio Giambiagi pode pensar o que quiser e escrever o que quiser.

. Mas, não pode usar o logotipo do IPEA ou do BNDES (do qual é funcionário) para falar mal do Governo.

. O economista Fabio Giambiagi é o “talking head” predileto do PIG, quando se trata de falar mal dos gastos da Previdência.

. Tem uma cadeira cativa na CBN e na Globo.

. Está ótimo.

. Só que não pode usar a bandeira do BNDES ou do IPEA.

. Precisa se licenciar dos dois, deixar o Governo e, só então, descer a lenha no Governo.

. Vamos supor que o economista Fabio Giambiagi volte para o IPEA.

. Vamos supor que o economista Fabio Giambiagi resolva fazer um estudo sobre o desperdício na compra de ambulâncias pelo Ministério da Saúde, no Governo FHC.

. E quando o presidente eleito José Serra tomar posse – ele vai dar entrevista sobre o assunto ou publicar artigos sobre o tema ?

. O presidente do IPEA, Marcio Pochmann, acabou de dar todos os motivos para explicar a saída de Giambiagi.

(Clique aqui para ler)

. Não se trata de um “expurgo” político, segundo Pochmann.

. Não é expurgo, não.

. O problema do economista Fabio Giambiagi é uma questão de pudor – ou simancol.

(*) Em que democracia do planeta uma única rede de televisão tem 75% da verba publicitária da indústria da televisão ?

Obs: A economia é uma ciência que mata de forma que não aparece. A única diferença entre os grupos de extermínio nas periferias das grandes cidades brasileiras e o que defende o Giambiagi é que esse provocaria morte e sofrimento no país inteiro, só que não apareceria, pareceria como coisa do destino. E isso principalmente nos menores municípios em que os aposentados contam com o benefício para sobreviverem. A pretensa "ciência" defendida por Giambiagi é tão verdadeira como os motivos encontrados por Bush para invadir o Iraque.
Evaristo