quinta-feira, dezembro 20, 2007

IBGE: EMPREGO FORMAL BATE RECORDE

A pesquisa mensal de emprego do IBGE mostra que o emprego com carteira assinada bateu recorde no Brasil no mês de novembro. 43,4% da população ocupada das seis regiões metropolitanas pesquisadas têm emprego formal.

O gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, disse em entrevista ao Conversa Afiada nesta quinta-feira, dia 20, que o número de pessoas que trabalham com carteira assinada no Brasil cresceu 8,2% em novembro deste ano, em relação a novembro de 2006 (clique aqui para ouvir o áudio).

Segundo Azeredo, 709 mil pessoas conseguiram um emprego com carteira assinada entre novembro de 2006 e novembro deste ano. "Isso é um recorde: 43,4% da população ocupada trabalhando com carteira de trabalho assinada", disse Azeredo.

Em relação a outubro deste ano, o emprego com carteira assinada subiu 1,5%. Isso significa que são mais 137 mil pessoas que conseguiram emprego entre outubro e novembro deste ano.

A pesquisa do IBGE mostra também uma melhora na renda do trabalhador brasileiro, que cresceu, na média, 3% entre janeiro e novembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2006. Em relação a outubro deste ano, o rendimento do brasileiro cresceu 1,3%. A renda média do trabalhador está hoje em R$ 1.143,60.

Azeredo disse que esse bom momento do mercado de trabalho é reflexo da estabilidade da economia brasileira. "Tudo o que se vê no mercado de trabalho é conseqüência do cenário econômico. Se você tem um cenário econômico desfavorável, isso vai refletir no mercado de trabalho... Mais firmemente em 2007 o mercado de trabalho se recupera porque o cenário econômico é favorável", disse Azeredo.

Leia a íntegra da entrevista com Cimar Azeredo:

Conversa Afiada – Quais foram os níveis de emprego e desemprego que o IBGE apontou na pesquisa em novembro?

Cimar Azeredo – A pesquisa mensal de emprego do IBGE mostrou um recorde esse mês. A taxa de desocupação chegou a 8,2% da população economicamente ativa. Essa é a menor taxa da série com a seguinte característica, foi a primeira vez que nós mês de novembro nós descemos da marca de 2 milhões, a população desocupada foi estimada em 1 milhão e 922 mil. O normal é sempre acima de 2 milhões. Então, para o mês de novembro, é a primeira vez que o número de desocupados caiu a menos de 2 milhões.

Conversa Afiada – Pela primeira vez no mês de novembro?

Cimar Azeredo – Exatamente, pela primeira vez no mês de novembro o contingente de desocupados ficou abaixo dos 2 milhões. Não bastasse uma taxa de desocupação recorde, ou seja, a mais baixa, um nível de desocupação abaixo dos 2 milhões, você tem aí o emprego com carteira que, em relação ao mês passado, subiu 1,5%, isso significa que são mais 137 mil pessoas, em um mês, em seis regiões metropolitanas do Brasil investigadas pela pesquisa mensal de emprego do IBGE, trabalhando com carteira de trabalho assinada. No ano esse número chegou a 8,2%, isso significa mais 709 mil pessoas trabalhando com carteira de trabalho assinada. Qual é a conseqüência disso? Você tem aí 43,4% da população nessas regiões metropolitanas que trabalha, trabalha com carteira de trabalho assinada, isso é um recorde, 43,4% da população ocupada trabalhado com carteira de trabalho assinada, é outro recorde que a pesquisa mensal de emprego apontou esse mês.

Conversa Afiada – 43,4% da população economicamente ativa trabalham com carteira assinada. Isso teve algum crescimento em relação a novembro do ano passado, por exemplo?

Cimar Azeredo – Teve 8,2%. A população ocupada com carteira subiu 8,2% e esse percentual de 43,4% ele deu um salto em relação ao mês passado e é o maior da série, foi o maior índice da série. Em termos de emprego com carteira, essa participação do emprego com carteira na população ocupada foi o maior da série.

Conversa Afiada – Deu um salto de quanto para quanto de outubro a novembro, por exemplo?

Cimar Azeredo – Emprego com carteira no setor privado, em novembro do ano passado estava em 41,5%, passou para 43,4%. O do mês passado eu não tenho esse dado aqui agora, mas eu posso ver para você e depois te passo. Mas, foi um aumento em relação ao mês passado, houve aumento. Em relação a novembro, passou de 41,5% para 43,4%, ou seja, foi um aumento bastante grande.

Conversa Afiada – Senhor Cimar, nós temos aí alguns dados importantes, o desemprego, a taxa de desocupação que é a menor da série (8,2%), pela primeira vez no mês de novembro o número de desempregados ficou abaixo dos 2 milhões e o número de trabalhadores com carteira assinada também bateu um recorde. A que pode se atribuir esse bom momento do emprego?

Cimar Azeredo – Eu vou te responder isso, mas ainda vou te dar mais um recorde que a pesquisa está batendo em termos de aumento no rendimento. A gente já está atingindo aí... nós fizemos uma média rápida do rendimento médio da população ocupada e ele está maior 3% do que foi estimado no ano passado, esses onze meses. Fizemos uma média dos onze meses do rendimento do ano passado e a média dos onze meses do rendimento agora, nós estamos com uma vantagem de 3%. Não atingimos ainda o rendimento de 2002, mas, nos últimos anos, chegamos ao recorde de aumento. No mês o rendimento aumentou 1,3%, está estimado em R$ 1.143,60, o rendimento médio da população ocupada em relação ao ano passado, a novembro do ano passado, o aumento foi de 2,4%. Então, se não bastasse a desocupação, se não bastasse a qualidade de emprego com a carteira de trabalho, o rendimento da população ocupada também aumentando. E a conseqüência disso, tudo o que se vê no mercado de trabalho é conseqüência do cenário econômico. Se você tem um cenário econômico desfavorável, isso vai refletir no mercado de trabalho. Foi o que aconteceu em 2003, passamos por um processo de recessão, o rendimento caiu, a informalidade aumentou e com o passar do tempo, 2004, 2005, 2006 e agora mais firme em 2007, o mercado de trabalho se recupera, visto que o cenário econômico é mais favorável.

Conversa Afiada – Tem um setor que se destaque dentro disso que o senhor está falando.

Cimar Azeredo - Sim, um setor, que é o setor de Outros Serviços e está se destacando agora, principalmente no mês de novembro, quando começa, na verdade o turismo e principalmente no Rio de Janeiro, onde o turismo é forte, então, tem o agrupamento de Outros Serviços. Esse agrupamento ele abarca hospedagem, alimentação, turismo. Então, quando esse agrupamento começa a subir é mostra que o turismo está em alta. No Rio de Janeiro, por exemplo, chegou a subir 4,3% esse agrupamento. No total das seis, ele tem um avanço de 2,3%. Então, isso mostra que nós temos aí, já para o mês de novembro, um avanço nesse agrupamento com a entrada de turistas na cidade do Rio de Janeiro, em outros estados também isso aparece, mas no Rio é mais forte.

Conversa Afiada – E entre as regiões pesquisadas tem alguma que se destaque?

Cimar Azeredo – São Paulo. São Paulo é uma região que se destaca com a queda forte do desemprego, já tinha caído de outubro para setembro 0,7 ponto percentual, no mês passado deu uma estabilidade e agora voltou a apresentar, não chegou a ser totalmente significativo, mas foi uma queda forte na desocupação com amento no rendimento do mês. É uma das regiões onde, juntamente com o Rio de Janeiro, onde a formalização também subiu mais. Todas as regiões apresentaram quadro bastante favorável, mas Rio de Janeiro e São Paulo... Porto Alegre, também podemos juntar nesse grupo, que foram onde os resultados foram mais fortes, houve mais recordes, digamos assim.

COMENTÁRIO: O Brasil cresce em todos os sentidos. Emprego, renda, consumo, produção e expectativa da população para um país melhor. Ao contrário dos 8 anos de FHC em que só crescia o desemprego, a violência e a desesperança do povo brasileiro. Essa é a diferença de um projeto de nação baseado na distribuição de renda do governo Lula e no projeto neoliberal que doou as empresas estatais para o capital estrangeiro e para os amigos dos tucanos. Como diria a charge de uma revista já extinta "Getúlio criou a era Vargas, FHC criou a era não há vagas". É ISSO.

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