segunda-feira, julho 30, 2007

A invenção da crise

Marilena Chauí



Era o fim da tarde. Estava num hotel-fazenda com meus netos e resolvemos ver jogos do PAN-2007. Liguei a televisão e “caí” num canal que exibia um incêndio de imensas proporções enquanto a voz de um locutor dizia: “o governo matou 200 pessoas!”. Fiquei estarrecida e minha primeira reação foi típica de sul-americana dos anos 1960: “Meu Deus! É como o La Moneda e Allende! Lula deve estar cercado no Palácio do Planalto, há um golpe de Estado e já houve 200 mortes! Que vamos fazer?”. Mas enquanto meu pensamento tomava essa direção, a imagem na tela mudou. Apareceu um locutor que bradava: “Mais um crime do apagão aéreo! O avião da TAM não tinha condições para pousar em Congonhas porque a pista não está pronta e porque não há espaço para manobra! Mais um crime do governo!”. Só então compreendi que se tratava de um acidente aéreo e que o locutor responsabilizava o governo pelo acontecimento.
Fiquei ainda mais perplexa: como o locutor sabia qual a causa do acidente, se esta só é conhecida depois da abertura da caixa preta do avião? Enquanto me fazia esta pergunta e angustiada desejava saber o que havia ocorrido, pensando no desespero dos passageiros e de suas famílias, o locutor, por algum motivo, mudou a locução: surgiram expressões como “parece que”, “pode ser que”, “quando se souber o que aconteceu”. E eu me disse: mas se é assim, como ele pôde dizer, há alguns segundos, que o governo cometeu o crime de assassinar 200 pessoas?
Mudei de canal. E a situação se repetia em todos os canais: primeiro, a afirmação peremptória de que se tratava de mais um episódio da crise do apagão aéreo; a seguir, que se tratava de mais uma calamidade produzida pelo governo Lula; em seguida, que não se sabia se a causa do acidente havia sido a pista molhada ou uma falha do avião. Pessoas eram entrevistadas para dizer (of course) o que sentiam. Autoridades de todo tipo eram trazidas à tela para explicar porque Lula era responsável pelo acidente. ETC.
Mas de todo o aparato espetacular de exploração da tragédia e de absoluto silêncio sobre a empresa aérea, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes entre 1996 e 2007 (incluindo o que matou o próprio dono da empresa!), o que me deixou paralisada foi o instante inicial do “noticiário”, quando vi a primeira imagem e ouvi a primeira fala, isto é, a presença da guerra civil e do golpe de Estado. A desaparição da imagem do incêndio e a mudança das falas nos dias seguintes não alteraram minha primeira impressão: a grande mídia foi montando, primeiro, um cenário de guerra e, depois, de golpe de Estado. E, em certos casos, a atitude chega ao ridículo, estabelecendo relações entre o acidente da TAM, o governo Lula, Marx, Lênin e Stálin, mais o Muro de Berlim!!!


1) Que papel desempenhou a mídia brasileira – especialmente a televisão – na “crise aérea” ?
Meu relato já lhe dá uma idéia do que penso. O que mais impressiona é a velocidade com que a mídia determinou as causas do acidente, apontou responsáveis e definiu soluções urgentes e drásticas!
Mas acho que vale a pena lembrar o essencial: desde o governo FHC, há o projeto de privatizar a INFRAERO e o acidente da GOL, mais a atitude compreensível de auto-proteção assumida pelos controladores aéreos foi o estopim para iniciar uma campanha focalizando a incompetência governamental, de maneira a transformar numa verdade de fato e de direito a necessidade da privatização. É disso que se trata no plano dos interesses econômicos.
No plano político, a invenção da crise aérea simplesmente é mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula, vista como ofensa pessoal à competência técnica e política da auto-denominada elite brasileira. É bom a gente não esquecer de uma afirmação paradigmática da mídia e desses setores oposicionistas no dia seguinte às eleições: “o povo votou contra a opinião pública”. Eu acho essa afirmação o mais perfeito auto-retrato da mídia brasileira!
Do ponto de vista da operação midiática propriamente dita, é interessante observar que a mídia:

a) não dá às greves dos funcionários do INSS a mesma relevância que recebem as ações dos controladores aéreos, embora os efeitos sobre as vidas humanas sejam muito mais graves no primeiro caso do que no segundo. Mas pobre trabalhador nasceu para sofrer e morrer, não é? Já a classe média e a elite... bem, é diferente, não? A dedicação quase religiosa da mídia com os atrasos de aviões chega a ser comovente...
b) noticiou o acidente da TAM dando explicações como se fossem favas contadas sobre as causas do acontecimento antes que qualquer informação segura pudesse ser transmitida à população. Primeiro, atribuiu o acidente à pista de Congonhas e à Infraero; depois aos excessos da malha aérea, responsabilizando a ANAC; em seguida, depois de haver deixado bem marcada a responsabilidade do governo, levantou suspeitas sobre o piloto (novato, desconhecia o AIRBUS, errou na velocidade de pouso, etc.); passou como gato sobre brasas acerca da responsabilidade da TAM; fez afirmações sobre a extensão da pista principal de Congonhas como insuficiente, deixando de lado, por exemplo, que a de Santos Dumont e Pampulha são menos extensas;
c) estabeleceu ligações entre o acidente da GOL e o da TAM e de ambos com a posição dos controladores aéreos, da ANAC e da IFRAERO, levando a população a identificar fatos diferentes e sem ligação entre si, criando o sentimento de pânico, insegurança, cólera e indignação contra o governo Lula. Esses sentimentos foram aumentados com a foto de Marco Aurélio Garcia e a repetição descontextualizada de frases de Guido Mântega, Marta Suplicy e Lula;
d) definiu uma cronologia para a crise aérea dando-lhe um começo no acidente da GOL, quando se sabe que há mais de 15 anos o setor aéreo vem tendo problemas variados; em suma, produziu uma cronologia que faz coincidir os problemas do setor e o governo Lula;
e) vem deixando em silêncio a péssima atuação da TAM, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes, desde 1996, três deles ocorridos em Congonhas e um deles em Paris – e não dá para dizer que as condições áreas da França são inadequadas! A supervisão dos aparelhos é feita em menos de 15 minutos; defeitos são considerados sem gravidade e a decolagem autorizada, resultando em retornos quase imediatos ao ponto de partida; os pilotos voam mais tempo do que o recomendado; a rotatividade da mão de obra é intensa; a carga excede o peso permitido (consta que o AIRBUS acidentado estava com excesso de combustível por haver enchido os tanques acima do recomendado porque o combustível é mais barato em Porto Alegre!); etc.
f) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que Congonhas, entre 1986 e 1994, só fazia ponte-aérea e, sem mais essa nem aquela, desde 1995 passou a fazer até operações internacionais. Por que será? Que aconteceu a partir de 1995?
g) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que, desde os anos 1980, a exploração imobiliária (ou o eterno poder das construtoras) verticalizou gigantesca e criminosamente Moema, Indianópolis, Campo Belo e Jabaquara. Quando Erundina foi prefeita, lembro-me da grande quantidade de edifícios projetados para esses bairros e cuja construção foi proibida ou embargada, mas que subiram aos céus sem problema a partir de 1993. Por que? Qual a responsabilidade da Prefeitura e da Câmara Municipal?



2) Como a sra. avalia a reação do Governo Lula à atuação da mídia nesse episódio ?
Fraca e decepcionante, como no caso do mensalão. Demorou para se manifestar. Quando o fez, se colocou na defensiva.
O que teria sido politicamente eficaz e adequado?
Já na primeira hora, entrar em rede nacional de rádio e televisão e expor à população o ocorrido, as providências tomadas e a necessidade de aguardar informações seguras.
Todos os dias, no chamado “horário nobre”, entrar em rede nacional de rádio e televisão, expondo as ações do dia não só no tocante ao acidente, mas também com relação às questões aéreas nacionais, além de apresentar novos fatos e novas informações, desmentindo informações incorretas e alertando a população sobre isso.
Mobilizar os parlamentares e o PT para uma ação nacional de informação, esclarecimento e refutação imediata de notícias incorretas.


3) Em “Leituras da Crise”, a sra. discute a tentativa do impeachment do Presidente na chamada “crise do mensalão”. Há sra. vê sinais de uma nova tentativa de impeachment ?
Sim. Como eu disse acima, a mídia e setores da oposição política ainda estão inconformados com a reeleição de Lula e farão durante o segundo mandato o que fizeram durante o primeiro, isto é, a tentativa contínua de um golpe de Estado. Tentaram desestabilizar o governo usando como arma as ações da Polícia Federal e do Ministério Público e, depois, com o caso Renan (aliás, o governador Requião foi o único que teve a presença de espírito e a coragem política para indagar porque não houve uma CPI contra o presidente FHC, cuja história privada, durante a presidência, se assemelhou muito à de Renan Calheiros). Como nenhuma das duas tentativas funcionou, esperou-se que a “crise aérea” fizesse o serviço. Como isso não vai acontecer, vamos ver qual vai ser a próxima tentativa, pois isso vai ser assim durante quatro anos.

4) No fim de “Simulacro e Poder” a sra. diz: “... essa ideologia opera com a figura do especialista. Os meios de comunicação não só se alimentam dessa figura, mas não cessam de instituí-la como sujeito da comunicação ...Ideologicamente ... o poder da comunicação de massa não é igual ou semelhante ao da antiga ideologia burguesa, que realizava uma inculcação de valores e idéias. Dizendo-nos o que devemos pensar, sentir, falar e fazer, (a comunicação de massa) afirma que nada sabemos e seu poder se realiza como intimidação social e cultural... O que torna possível essa intimidação e a eficácia da operação dos especialistas ... é ... a presença cotidiana ... em todas as esferas da nossa existência ... essa capacidade é a competência suprema, a forma máxima de poder: o de criar realidade. Esse poder é ainda maior (igualando-se ao divino) quando, graças a instrumentos técnico-cientificos, essa realidade é virtual ou a virtualidade é real...” Qual a relação entre esse trecho de “Simulacro e Poder” e o que se passa hoje ?
Antes de me referir à questão do virtual, gostaria de enfatizar a figura do especialista competente, isto é, daquele é supostamente portador de um saber que os demais não possuem e que lhe dá o direito e o poder de mandar, comandar, impor suas idéias e valores e dirigir as consciências e ações dos demais. Como vivemos na chamada “sociedade do conhecimento”, isto é, uma sociedade na qual a ciência e a técnica se tornaram forças produtivas do capital e na qual a posse de conhecimentos ou de informações determina a quantidade e extensão de poder, o especialista tem um poder de intimidação social porque aparece como aquele que possui o conhecimento verdadeiro, enquanto os demais são ignorantes e incompetentes. Do ponto de vista da democracia, essa situação exige o trabalho incessante dos movimentos sociais e populares para afirmar sua competência social e política, reivindicar e defender direitos que assegurem sua validade como cidadãos e como seres humanos, que não podem ser invalidados pela ideologia da competência tecno-científica. E é essa suposta competência que aparece com toda força na produção do virtual.
Em “Simulacro e poder” em me refiro ao virtual produzido pelos novos meios tecnológicos de informação e comunicação, que substituem o espaço e o tempo reais – isto é, da percepção, da vivência individual e coletiva, da geografia e da história – por um espaço e um tempo reduzidos a um única dimensão; o espaço virtual só possui a dimensão do “aqui” (não há o distante e o próximo, o invisível, a diferença) e o tempo virtual só possui a dimensão do “agora” (não há o antes e o depois, o passado e o futuro, o escoamento e o fluxo temporais). Ora, as experiências de espaço e tempo são determinantes de noções como identidade e alteridade, subjetividade e objetividade, causalidade, necessidade, liberdade, finalidade, acaso, contingência, desejo, virtude, vício, etc. Isso significa que as categorias de que dispomos para pensar o mundo deixam de ser operantes quando passamos para o plano do virtual e este substitui a realidade por algo outro, ou uma “realidade” outra, produzida exclusivamente por meios tecnológicos. Como se trata da produção de uma “realidade”, trata-se de um ato de criação, que outrora as religiões atribuíam ao divino e a filosofia atribuía à natureza. Os meios de informação e comunicação julgam ter tomado o lugar dos deuses e da natureza e por isso são onipotentes – ou melhor, acreditam-se onipotentes. Penso que a mídia absorve esse aspecto metafísico das novas tecnologias, o transforma em ideologia e se coloca a si mesma como poder criador de realidade: o mundo é o que está na tela da televisão, do computador ou do celular. A “crise aérea” a partir da encenação espetacularizada da tragédia do acidente do avião da TAM é um caso exemplar de criação de “realidade”.
Mas essa onipotência da mídia tem sido contestada socialmente, politicamente e artisticamente: o que se passa hoje no Iraque, a revolta dos jovens franceses de origem africana e oriental, o fracasso do golpe contra Chavez, na Venezuela, a “crise do mensalão” e a “crise aérea”, no Brasil, um livro como “O apanhador de pipas” ou um filme como “Filhos da Esperança” são bons exemplos da contestação dessa onipotência midiática fundada na tecnologia do virtual.





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Pedi à professora Marilena Chauí para responder a essas três perguntas para usar no curso sobre “Telejornalismo” que dou, no momento, na Casa do Saber, em São Paulo. (http://www.casadosaber.com.br/)

Os filhotes de goebells

joemir betting, fernando mitre, ali kamel, os marinhos, os civitas, os frias, willian bonner, willian waack, clovis rossi, ana maria braga, datena, saads, abravanels, cabrini, brito jr., carlos nascimento, lucia hipólito, miriam leitão, carlos sardenberg, heródoto barbeiro, eliane cantanhêde, dora kramer, merval pereira, joão dória jr, fátima bernardes, cristiane pelajo, marcelo resende, arnaldo jabor, alexandre machado, alexandre garcia, claudia bom tempo, renato machado, luis d´urso, oab-sp, associação comercial, folha de são Paulo, rede globo, o globo, o estadão, rede bandeirantes, sbt, redetv, radio cbn, radio bandeirantes...

Se dependesse só deles o Brasil até hoje seria uma Banana Republic. Deveriam, pela cobertura que deram ao acidente com o avião da tam, pela forma parcial com que trataram o assunto e pela pressa com que tentaram linchar o governo, serem repudiados em praça pública. Foi vergonhosa a atuação desses senhores e senhoras pela falta de ética e pela desonestidade intelectual que atuaram. Quem será que os paga para serem assim? O Brasil não merece a imprensa de merda que tem. É LAMENTÁVEL.

Estou cansado de tucano larápio

TRE cassa mandato de governador e vice da Paraíba
Michelle Sousa
Direto de João Pessoa


O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou, na noite desta segunda-feira, o mandato do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), e do vice, José Lacerda (Democratas), por conduta vedada e abuso de poder econômico. Ele teria distribuído 35 mil cheques de um suposto programa assistencial a pessoas carentes durante o período eleitoral. Lima foi reeleito, vencendo a disputa com o senador José Maranhão (PMDB-PB). A decisão ainda pode ser revertida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O Ministério Público Eleitoral também havia pedido a cassação dos governantes há algumas semanas, por entender que o programa não tinha previsão orçamentária e base legal para ser realizado. Segundo o MPE, o programa da Fundação de Ação Comunitária (FAC) desequilibrou o resultado das eleições a favor de Lima.

Os integrantes do TRE da Paraíba estão reunidos desde as 14h para decidir sobre a cassação. Restando apenas um voto, a parcial de quatro a um pela cassação já não pode ser revertida.

O relator do processo, corregedor Carlos Eduardo Leite Lisboa, pediu também a inelegibidade por três anos do governador, além de multa de R$ 100 mil e a posse do senador José Maranhão, derrotado nas eleições.

Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas Estadual (TCE), confirmada pela perícia judicial, indicou que, nos meses de maio e junho que antecederam a eleição de outubro de 2006, teriam sido gastos com os cheques o equivalente a 98% de todo o valor gasto em 2005.

A distribuição de cheques só foi interrompida, em junho de 2006, por liminar da Corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PB), sendo que, na avaliação do MPE, teria se prolongado por todo o período eleitoral.

Por outro lado, verificou-se que nos meses de maio a junho de 2006, houve 23 "Cirandas de Serviços", quantidade igual a de todos os eventos semelhantes realizados de maio a dezembro de 2005. "Cirandas de Serviços" era um projeto do governo que levava até os municípios atendimentos diversos na área social à população. Durante esse programa, o governador teria contato direto com pessoas que seriam selecionadas para receber os cheques.

Especial para o Terra

sexta-feira, julho 27, 2007

As razões dos descontentes

Mauro Santayana


A velha direita, que sempre muda de nome mas nunca de nomes, está articulando uma campanha de rua contra o presidente da República. Lula não é o melhor governante de nossa História, como alguns de seus áulicos proclamam. Não é o mais sábio, nem o mais virtuoso. Escorrega na gramática, e às vezes tropeça na lógica. Comete gafes diplomáticas e, segundo alguns, usa linguagem vulgar no convívio com os auxiliares imediatos. Muitos se incomodam com o timbre de sua voz.

Escorregar na gramática e tropeçar na lógica não é exclusividade do ex-metalúrgico. Alguns presidentes norte-americanos se notabilizaram pelas gafes e pelos solecismos. Um dos best-sellers dos anos 70 foi o pequeno volume, que imitava o Livro Vermelho de Mao Tsé-tung, com a seleção de frases do presidente Lyndon Johnson. Algumas se destacaram, não só pela falta de sentido como pela gafe que carregavam. "Cada homem tem direito a um banho sábado à noite", era uma de suas máximas. Outra era a de que "ser presidente é como um burro debaixo de uma chuva de pedra. Não há nada a fazer senão permanecer ali e agüentar". Outra memorável: "Você já pensou que fazer um discurso sobre economia é como urinar pela perna abaixo? Você sente o calor, mas ninguém mais sente". Diante de tais exemplos, Lula não tem razões para o constrangimento.

Há duas coisas que explicam a histeria de certos círculos da oposição. Uma delas - a principal - é o êxito da política econômica. Os especialistas podem explicá-lo como resultado da conjuntura internacional, e os tucanos atribuí-lo ao neoliberalismo do seu período de governo. Nada disso importa ao pequeno empresário, que aumentou sua receita, nem ao trabalhador, que toma sua cerveja e vai ao jogo de futebol, sem que faltem aos filhos o pão e o leite, nem à sua mulher o vestido domingueiro. Barriga llena, corazón contento, já diziam os pícaros espanhóis.

Não só os trabalhadores empregados estão mais alegres. Satisfeitos também se encontram os grandes empresários nacionais, quando registram a entrada líquida e crescente de capitais externos, e se beneficiam da expansão do mercado mundial aos produtos brasileiros. Esse êxito incomoda e faz sofrer os arrogantes acadêmicos que demoliram o Estado nacional durante dois mandatos presidenciais.

Outro motivo é o preconceito das oligarquias contra o trabalhador nordestino. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso expressou-o, sans ambages, em programa de televisão, ao debitar uma falha qualquer do presidente da República à sua situação social: pobre, quando chega lá, dá nisso. Bush pode cometer todas as gafes, porque é de família da Nova Inglaterra e fala inglês. Os tucanos, que não são lá essas coisas em matéria de cultura, sabem usar o garfo de peixe e escolher o vinho tinto para o assado. Por isso se presumem superiores a todos nós, que não nos doutoramos em Harvard, nem somos convidados para proferir aulas de verão na Sorbonne.

Os conservadores lúcidos do antigo PFL - e cito, entre outros, o senador Marco Maciel - devem colocar seus radicais sob a canga da razão. O descontentamento de setores da classe média contra o governo não basta para mobilizar as famosas marchas da Família, com Deus e pela Liberdade de 1964, açuladas, naquele tempo, pelo padre Peyton, agitador subsidiado pelos norte-americanos.

O Brasil é outro, o mundo é outro. Os provocadores que se acautelem, vistam-se de negro, de azul, ou de vermelho. E que se resignem a seu destino os ladrões de colarinho branco que, isso, sim, pela primeira vez em nossa História, começam a conhecer as algemas e o xadrez.

maurosantayana@jb.com.br
http://jbonline.terra.com.br/editorias/pais/coisas.html

Manifesto: O povo é quem está cansado de golpes

O Brasil nunca teve uma elite propriamente dita. Uma elite tem de ter um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Esse projeto passa pela defesa do seu povo, da sua cultura e do seu desenvolvimento. Ele requer equalização social.

A forma encontrada pelas elites dos países desenvolvidos foi através da erradicação do analfabetismo, pela reforma agrária, pela distribuição de renda e de previdência social. A elite japonesa, na dinastia meiji, em 1868, implantou um processo de educação, que no início do século XX, no Japão não havia mais analfabetos. A elite estadunidense implantou um sistema educacional, de crédito e de proteção às suas empresas no século XVIII, que levou o país ser a superpotência que hoje é. Na Europa no geral esse modelo foi seguido.

No Brasil, sempre houve uma elite entreguista, de mentalidade colonizada, retrógrada, que utilizou o trabalho escravo negro por 350 anos. Essa elite forjada nos latifúndios sempre usou o Estado para defender seus próprios interesses e se locupletar. Nunca no Brasil houve um processo amplo de distribuição de renda, antes do governo Lula, que contemplasse todas as classes sociais.

Por não ter um projeto de nação, essa elite é subordinada às elites que o implantou, dessa forma o Brasil não possui uma elite, tem uma sub-elite, representada pela parcela mais rica do país. O Brasil precisa construir uma elite para tocar o Projeto Nacional de Desenvolvimento. Essa não será representada propriamente dito por aqueles que saquearam o país por 507 anos. Essa parcela quer que o país se lixe. Não liga que haja ou não justiça social. E reagirá contra o projeto de nação. Ela representa os interesses estrangeiros no Brasil.

E essa sub-elite está forjando um movimento golpista que lembra a Marcha por Deus, pela Liberdade e Família, de 1964. Ela é capitaneada pela seção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e pela mídia que dará ampla divulgação dessa frente golpista.

Não custa lembrar que a OAB apoiou o golpe de estado de 1964, junto com as organizações Globo, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo. Eles ajudaram os militares a implantar uma ditadura sanguinária, que prendeu torturou e matou muitos brasileiros. Essas organizações acabaram com a democracia no Brasil. Depuseram um presidente eleito pelo povo, que foi João Goulart. Para Mino Carta, a ditadura cívico-militar, depois da escravidão, é a maior vergonha nacional.

E qual o argumento deles? A corrupção é a principal, assim como foi em 1964. Nunca nesse país as instituições tiveram tanta liberdade para trabalhar e acabar com essa praga trazida nas caravelas de Cabral. Aliás, todos os países do mundo têm corrupção. A Polícia Federal nesses anos tem feito um trabalho exemplar, que em nenhum outro país do mundo foi feito. Talvez, por isso que eles querem derrubar o governo, pois muita gente desse país se locupletou com a corrupção e ao contrário do que diz o movimento, não querem que ela acabe. Aliás, porque não fizeram o movimento no governo FHC, que teve a pasta rosa, a privataria, o caso do banqueiro Cacciola (que graças ao Marcos Aurélio de Mello, do STF, vive bem na Itália), o Sivam entre tantos casos de corrupção ativa e passiva do governo? Que tal começar por São Paulo, Estado em que o PSDB é governo há mais de 12 anos e pesa sobre ele fortes indícios documentados de corrupção como o da construção do Rodoanel, das obras do Tietê, do Metrô, da CDHU, da Nossa Caixa, parentes de governador envolvidos em casos de corrupção ativa e passiva, entre tantos outros?

Na verdade o que a sub-elite brasileira não quer é ver pobre, negro e descendente de índio estudando em universidade pública ou particular. Eles são contra as cotas sociais e para negros e indígenas e contra o Prouni. A elite branca desse país não tolera ver pobre comprando carro e celular, ter de pagar direitos trabalhistas para funcionários, o Bolsa-Família, Pronaf e tantos programas que estão atendendo os mais humildes.

Hoje tem um texto do Luis Nassif, no seu blog, dizendo que o país está sem rumo, sem um projeto de nação. Como assim? A recuperação da economia com controle da inflação, superávit comercial e nas contas correntes, crescimento da economia, pagamento do FMI, equação das dívidas externas e internas, Lei das Micro e Pequenas Empresas, Lei de Falência, Crédito Consignado, Programa para inovação tecnológica entre tantos? O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), junto com o Programa para o Desenvolvimento da Educação (PDE), já representa um modelo preliminar de projeto nacional. O que tem muito nesse país é desonestidade intelectual. Tudo dentro da ótica de disputa política, para privilegiar os tucanos. Estão usando a crise aérea para argumentar que o país está parado e o governo é ineficiente. Questões complexas demoram a ser resolvidas e a questão aérea, nos Estados Unidos demorou muito tempo para o governo de lá resolver. A Inglaterra passa por um problema similar ao do Brasil atualmente. Principalmente porque esse problema é fruto do aumento da demanda, em função da melhoria da renda e do crédito daqueles que há alguns anos nem sonhavam em viajar de avião, além do oportunismo de empresas aéreas e do descompasso do investimento em infra-estrutura.

Desde a crise da dívida externa de 1982, o país vive em círculos. Primeiro, a energia desse país foi canalizada para fazer pagamentos externos e depois para combater a inflação. O governo Itamar Franco, em 1994, implantou o Plano Real, logo expropriado pelos tucanos, que deu estabilidade monetária ao país. O Plano Real acabou em 15 de janeiro de 1999, quando por incompetência deles, o real que estava sobrevalorizado, sofreu uma maxidesvalorização frente ao dólar. Quebraram o país, por inépcia do FHC. Nesse governo também foi desmontado o Estado Brasileiro. Com a visão neoliberal do “estado mínimo”, estruturas que levaram dezenas de anos para ser montadas, foram destruídas. O Estado perdeu a capacidade de planejamento. Ele foi terceirizado, principalmente para as agências reguladoras criadas pelos neoliberais. No Ministério das Minas e Energia tinha mais motorista do que engenheiro, no início de 2003. Vários órgãos estatais tinham mais funcionários terceirizados do que de carreira. Além de tudo, todo um patrimônio nacional, acumulado ao longo de décadas foi praticamente doado no processo que ficou conhecido como “privataria”. Nesse processo a sub-elite brasileira e a internacional pilharam o patrimônio público. É desse butim que eles sentem falta atualmente.

É esse Estado que precisa ser reconstruído, com capacidade de planejamento de médio e longo prazos e de regulação do mercado. É assim no mundo inteiro. E isso está sendo feito com a contratação de pessoal qualificado para exercer funções públicas através de concursos, sendo que já foram mais de 30.000 contratados e mais outras 30.000 vagas devem ser concursadas para dotar o Estado de capacidade operacional. Estruturas como da Polícia Federal, ministérios e instituições estão sendo recuperadas. A Polícia Federal era um caso emblemático. Até as contas de aluguel, energia e telefonia estavam atrasadas quando o Governo Lula assumiu e hoje ela está capacitada para atuar de forma eficiente.

O Presidente Lula herdou um Estado destruído. Sem capacidade operacional e com inúmeros problemas acumulados ao longo de vinte e cinco anos. Muito foi feito desde o ano de 2003. Ainda há muita coisa a fazer, mas o Governo Lula pode dizer que é eficiente, trabalhador e tem sim um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Que o diga as negociações de Doha, a construção de uma unidade latino-americana, a conquista de outros mercados para as nossas exportações. Que o diga a lisura no trato da coisa pública (res pública), o combate à corrupção entre tantas iniciativas desse governo. O Brasil precisa de tempo para que todas essas políticas sejam hegemônicas.

Esse é o medo da oposição que tem como infantaria a mídia conservadora (e golpista), que exerce o mesmo papel que os militares tiveram em 1964, contra um governo trabalhista. É sempre assim, quando surge um governo nacionalista, soberano e que cuida da justiça social, há pressão golpista do lado da direita brasileira.

Está em processo a construção da verdadeira elite brasileira (não somente no sentido econômico), comprometida com a construção da nação. Essa elite é constituída de trabalhadores, sindicalistas, estudantes, movimentos sem terra, sem teto, empresários nacionalistas, classe média progressista, clero progressista, movimento negro, feminista, GLBT, acadêmicos, cientistas, militares nacionalistas, entre tantos outros que tenham um compromisso de desenvolvimento social e econômico do Brasil.

O momento é propício para a discussão do Projeto Nacional de Desenvolvimento. Com a economia crescendo, distribuindo renda, batendo recordes de trabalho assalariado com carteira assinada, tomada de consciência pelas camadas populares e outras simetrias que garantem a implantação do projeto.

Quais os temas básicos desse projeto, que na verdade já é embrionário?

A construção de um país com justiça social. No plano social ele deve acabar com o analfabetismo, com o déficit habitacional (construir cerca de oito milhões de habitações), investimento pesado em saneamento básico (como o Governo Lula vem fazendo), que resolva por vez a falta de água tratada e esgotamento sanitário, melhoria da qualidade educacional pública em todos os níveis no país e compatível com um país desenvolvido, aprofundamento do Sistema Único de Saúde, transformando a saúde pública num exemplo; implantação de políticas de segurança confiável. Na parte econômica, proteger a empresa nacional, desenvolver programas de inovação permanente, ampliar o Comitê de Política Econômica do Banco Central, com equiparação de poder do mercado financeiro, dos empresários e dos trabalhadores, introdução de impostos progressivos (quem ganha mais, paga mais), ampliação dos direitos trabalhistas a todos os trabalhadores, acabando com a informalidade da mão-de-obra, continuidade da política de aumento do salário mínimo, usar o poder de compra do Estado no estímulo ao desenvolvimento industrial, inclusive atuando para que as empresas brasileiras sejam atores globais, se instalando em outros países. Política de defesa soberana, reequipando a Força Aérea do Brasil, da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro, de forma que tenham capacidade plena de defesa do território nacional. O Estado deve ainda fomentar políticas culturais, principalmente com a quebra do monopólio da mídia, introduzindo outros atores que dêem pluralidade ao debate cultural e político do país. No plano político deve melhorar a representatividade, com mais mulheres, negros, índios e representantes dos movimentos sociais no parlamento e executivo, diminuindo a ação do poder econômico para ser eleito. Deve-se criar instituições que melhorem a qualidade do judiciário brasileiro, dando qualidade e agilidade no término das sentenças e principalmente a justiça ser aplicada em todos aqueles que cometam delitos, independente da sua posição social ou econômica. Reformar o Tribunal de Contas da União (TCU), o de contas dos Estados (TCE, s) e dos Municípios (TCMs). Essas instituições, quando o governo representa o establisment, simplesmente hibernam e se fingem de mortos (apesar da estrutura cara para mantê-los). Quando um governo progressista assume, essas estruturas de estado agem para dificultar o pleno exercício do mandato do governante. É preciso transformá-los em órgãos técnicos, independentes e com controle social.

Quem deve estar cansada nesse país é a classe mais humilde, explorada nesses 507 anos, sem acesso a educação básica e de saúde de qualidade. O João Dória Jr., o D`Urso, a Fiesp, a OAB-SP e a mídia conservadora (e golpista) representam o que há de mais retrógrado no país. Eles representam os 350 anos de escravidão no Brasil, a submissão do país aos interesses estrangeiros, a proliferação da violência, o desemprego, analfabetismo e exclusão social. Não representam o povo brasileiro e sim uma minúscula parcela que sempre viveu às custas da miséria da maioria. E querem que continue assim.

O povo brasileiro deve abominar contra qualquer tentativa golpista desses setores, que agem juntos com o PSDB e o ex -PFL.

A democracia é um bem do qual não devemos abrir mão. Muita gente morreu lutando por ela. É uma conquista do povo brasileiro e não uma dádiva da sub-elite, que na verdade nunca gostou de povo e sempre lutou pela implantação de ditaduras. Ela gosta de dar golpe de estado, principalmente quando é implantado algum programa que beneficie os mais pobres.

Esta é a oportunidade da construção de um país para todos. É a chance de republicanizar o Brasil, de implantar um Estado do Bem-Estar, que nunca tivemos. A maioria do povo brasileiro tem uma chance de ouro para ter acesso a uma vida melhor.

O Governo do Presidente Lula do PT teve 61% dos votos dos brasileiros, massacrando nas urnas o candidato da minoria elitista e conservadora, representado por Geraldo Alcmin, do PSDB.

O Governo Lula deve ter toda liberdade para implantar o seu programa de governo, vencedor no pleito de 2006, sem a histeria midiática que hoje se pratica.

A prática democrática é a melhor escolha para qualquer país que quer uma nação justa socialmente e desenvolvida economicamente. O Governo do Presidente Lula deve ser livre para trabalhar e desenvolver o país até o último dia do seu mandato, ganho democraticamente e de forma legítima nas urnas. Em 2010, que venham novas eleições. É a democracia. É ISSO.

O Brasil no caminho certo

BRASÍLIA (Reuters) - Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil atingiram valor recorde em junho, de 10,318 bilhões de dólares, mais de dez vezes o volume do mesmo mês do ano passado, informou o Banco Central nesta segunda-feira.

Deste total, mais de 5 bilhões de dólares corresponderam à operação de compra de ações de minoritários da Arcelor Brasil pela Arcelor Mittal.

Segundo o BC, houve ainda operações relevantes nos setores de intermediação financeira e de serviços prestados a empresas, em um total de cerca de 2 bilhões de dólares.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, afirmou que o total de investimentos foi um "ponto fora da curva", mas que os recursos aplicados de forma disseminada --cerca de 3 bilhões de dólares-- ainda são "muito elevados".

Para julho, a projeção do BC é que os investimentos estrangeiros somem 3,5 bilhões de dólares.

"Acho que a gente caminha para a consolidação de um novo patamar", afirmou Lopes. Para ele, o processo de fusões e aquisições que ocorre em todo o mundo está tendo, sobre o Brasil, impacto semelhante sobre o fluxo de investimentos que tiveram as privatizações nos anos 1990.

"Mas o processo atual é mais sustentável", afirmou Lopes. Ele destacou que a estabilidade econômica e a queda do risco país também favorecem a entrada de investimentos.

No primeiro semestre, os investimentos estrangeiros diretos somaram 20,864 bilhões de dólares, valor também recorde e ante 7,385 bilhões de dólares em igual período de 2006. O volume já deixou desatualizada a previsão do BC para o ano --de 25 bilhões de dólares--, mas o dado ainda não foi revisado.

O mercado elevou a projeção para os investimentos estrangeiros diretos no ano, de 21,5 bilhões para 23,0 bilhões de dólares, segundo pesquisa do BC também divulgada nesta manhã.

TRANSAÇÕES CORRENTES

As transações correntes do país registraram superávit de 696 milhões de dólares em junho, ante resultado positivo de 632 milhões de dólares no mesmo período do ano passado.

O resultado ficou acima do projetado pelo BC, de estabilidade nas contas. Segundo Lopes, isso se deveu "fundamentalmente" ao resultado das receitas com juros, que estão sendo infladas pelas reservas internacionais elevadas.

Em junho, essas receitas (brutas) somaram 900 milhões de dólares, frente a 381 milhões de dólares no mesmo mês de 2006.

As remessas líquidas de lucros e dividendos foram de 1,746 bilhão de dólares no mês passado, em linha com igual período do ano passado.

Lopes destacou, contudo, que, com o crescimento do estoque de investimentos, é "natural" que essas remessas continuem em alta.

O BC aposta que as transações correntes fecharão o mês com superávit de cerca de 100 milhões de dólares.

Por que a elite está cansada

A elite sofreu um duro golpe no governo Lula. Eu explico. Antes eram privilégios da elite, das classes AB, o carro próprio, a viagem de avião, a universidade particular, o restaurante, as viagens nos fins semanas e feriados, os quartos de hotéis, os shoppings. Agora, após 4,5 anos de governo Lula, tudo isso deixou de ser privilégio. A geração de empregos, a estabilidade econômica, o controle da inflação, o aumento da renda e a facilitação do crédito permitem que os brasileiros das classes CDE também usufruam dessas benesses. A elite foi obrigada a dividir seu bembom com outras classes, e isso está incomodando muito, porque essa gentinha AB é altamente preconceituosa. Os shoppings e supermercados sempre cheios, os aeroportos e rodoviárias lotados de passageiros, o trânsito cada dia pior com tantos carros nas ruas: a elite está inconformada, cansou. Um fulano que se diz representante da elite, chamado João Dória Jr., que no ano passado promoveu almoços para arrecadar recursos para a campanha do tucano Geraldo Alckmin à presidência, diz que está cansado. Tão cansado que vai lançar uma campanha, "cansei", juntamente com a OAB, Fiesp e outras tralhas do gênero. Conhecido por reunir convidados famosos em festas e eventos, o dondoca João faz questão de manter seu visual tão impecável quanto suas duas mansões, uma nos Jardins e outra em Campos do Jordão. Só usa camisas feitas sob medida (com colarinho italiano e monograma) e ternos Ermenegildo Zegna. Generoso, o dondoca João não economiza gorjetas quando um serviço lhe agrada. No Rancho Doria, sua mansão em Campos do Jordão, ao voltar de um passeio a pé, os hóspedes têm seus tênis limpos por um empregado antes de entrar na sala: o dondoca João é muito chic. Além de ser um empresário muito bem sucedido, o dondoca João já foi secretário do turismo da prefeitura no primeiro governo Covas (83-86) e presidente da Embratur no governo Sarney (86-88). Teria sido ministro do Alckmin. O dondoca João está cansado de ficar longe do poder, odeia o presidente Lula, cansou desse governo que faz de tudo para melhorar a vida dos menos favorecidos e dos pobres.
Jussara Seixas

Tucano é como cupim

Matéria do blog republicavermelha.blogspot.com

BOM, VAMOS RECORDAR A COMPETÊNCIA TUCANA TAMBÉM NAS EMPRESAS PRIVADAS E VEJA POR QUE A VARIG FALIU.TUCANOS NÃO SE CONTENTARAM EM QUEBRAR O PAÍS E SUA INFRA ESTRUTURA E FORAM QUEBRAR AS EMPRESAS PRIVADAS.

revista Isto é
Tucanos na Varig
Conheça os bastidores da negociação que colocou o PSDB no comando da empresa e a lançou em rota de colisão com o governo federal

Por hugo studart e darcio oliveira
O nível de tensão entre o comando da Varig e o governo federal chegou ao limite na segunda-feira 2. No gabinete do Ministério da Defesa, o presidente da companhia aérea, Luiz Martins, tentava explicar ao vice-presidente da República, José Alencar, por que havia deixado de pagar as taxas aeroportuárias da Infraero. Segundo Martins, o dinheiro serviu para quitar a última parcela do salário de março dos funcionários. Alencar disse que entendia as preocupações com a folha de pagamento, mas que a Varig deveria dar um jeito de honrar seus compromissos com as estatais, não só a Infraero, mas também a BR Distribuidora, que fornece o combustível dos aviões. Martins resolveu ironizar: “Eu ainda não sei quem vai parar a Varig primeiro, se a Infraero ou a Petrobras". Quem conhece de perto Alencar, garante que jamais o viu tão furioso. Ele se levantou da cadeira, apontou para Martins e disse: "Não venha imputar ao governo a culpa pela situação da Varig. Nós estamos buscando soluções para a companhia. O problema de vocês é de má gestão". E prosseguiu: “Quem, afinal, é o responsável por tomar decisões?”. Martins respondeu que era o Conselho de Curadores. “Me dá o telefone do Zanata!”, ordenou Alencar. “Liga imediatamente para o Zanata”. Ernesto Zanata é o atual presidente do Conselho de Curadores da Fundação Ruben Berta, dona de 87% das ações da Varig. Ao telefone, o vice-presidente foi definitivo. “A solução tem que sair esta semana. Vocês têm até a sexta-feira!”. Alencar bateu o telefone. Queria algum plano de salvação concreto. Do contrário, avisou a Martins antes de despachá-lo, abandonaria a Varig à própria sorte.
Zanata levou o ultimato de Alencar a sério. Destituiu o Conselho de Administração da Varig e convocou eleições para escolher os novos membros do board. Na sexta-feira 6, o consultor David Zylbersztajn, ex-genro de Fernando Henrique Cardoso, que presidiu a Agência Nacional do Petróleo, emergiu como o novo presidente do Conselho de Administração da Varig. Dias antes, numa conversa com Zanata, o mesmo Zylbersztajn havia dito que a Varig já estava morta. Mas depois aceitou o desafio de tentar recuperá-la. “Preciso apenas de um tempo, estou pedindo menos de seis meses”, afirmou o presidente do conselho. A primeira providência de Zylbersztajn foi se cercar de profissionais que, de uma forma ou de outra, estavam ligados ao PSDB, rival político do PT. O primeiro a chegar foi Omar Carneiro da Cunha, ex-presidente da Shell e filiado ao partido. Depois vieram Eleazar de Carvalho, ex-presidente do BNDES na gestão FHC; Marcos Azambuja, que foi embaixador do Brasil na França no governo FHC, e o brigadeiro Sérgio Ferolla, ex-ministro do Superior Tribunal Militar. Para a vaga de presidente executivo (Luiz Martins não fazia parte dos planos do novo conselho) foi escolhido Henrique Neves, ex-presidente da Brasil Telecom. É homem de confiança de Zylbersztajn. Pronto. A Fundação Ruben Berta acabava de colocar mais lenha na fogueira. Em vez de tentar acalmar os ânimos do governo, alimentava um ninho de tucanos dentro da Varig. “Se eles pensam que o PSDB já ganhou a eleição, estão enganados. O presidente Lula será reeleito”, afirmou um negociador do governo que acompanhou de perto as últimas reuniões em Brasília. “Politicamente, é um desastre para a Varig”, disse Graziella Baggio, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas e amiga pessoal de Lula. Alencar também deu seu recado, ameaçando delegar o caso Varig ao Departamento de Aviação Civil. Em outras palavras, poderá lavar as mãos e deixar os tucanos se entenderem com o segundo escalão do governo.


Na tarde de terça-feira 10, Ernesto Zanata, David Zylbersztajn e os demais membros do conselho foram a Brasília conversar com José Alencar. Esperava-se um clima tenso no encontro. Não foi o que ocorreu. O vice-presidente ouviu atentamente o plano de vôo dos tucanos, que incluía renegociação da dívida, demissões (estão previstas duas mil dispensas) e afastamento da Fundação do controle da companhia. “O Zylbersztajn tem carta branca para negociar a venda da Varig”, contou Zanata. Zylbersztajn, então, apresentou a Alencar oito propostas de compra da companhia. Eram elas: a do empresário Nelson Tanure; a da Ocean Air, de German Efromovich; da empresa aérea TAP; do grupo português Pestana; de um fundo de investimentos do Texas; de outro grupo português ligado a um fundo chamado Fonditec; da companhia aérea Avianca e até da associação dos funcionários da Varig. “Mas cinco dessas propostas são inconsistentes”, explicou Zylbersztajn. Se depender do novo conselho, a Fundação fecha negócio com a estatal aérea portuguesa TAP. “É a mais forte, tem um governo por trás”, justifica Zanata. Nesse jogo Varig/TAP há ainda um componente emocional que pode facilitar as negociações. A empresa portuguesa é comandada por Fernando Pinto, afastado da presidência da Varig em 2000. E ele nunca escondeu o sonho de retomar o manche da companhia, numa volta triunfal. Só tem um problema: a TAP exige o controle da Varig, mas pela lei só pode ficar com 20%. A saída seria se associar a um investidor nacional disposto a bancar os 31% restantes.

A proposta que mais avançou nas conversações é de um obscuro fundo de investimentos chamado dentro da Varig de “Grupo Português”. Esse grupo é comandado por Pedro Lobo Alexandrino, português que mora no Panamá e diz representar uma tal Fonditec. Segundo ele, a empresa tem sede em Lisboa e seus acionistas são brasileiros, americanos e portugueses. A proposta do investidor: criar a Fonditec Brasil Participações e na seqüência comprar o controle da Varig. Alexandrino estaria disposto a colocar 200 milhões de euros na companhia brasileira e assumir dívidas de R$ 6 bilhões, numa operação que contaria com o respaldo do banco ING. O banco, no entanto, nega qualquer participação no negócio.
A oferta não é nova. O próprio Martins já tinha ouvido a história do português e achou que era uma piada de mau gosto. Segundo confidenciou a amigos, a idéia inicial do tal Alexandrino seria injetar US$ 1,2 bilhão e na seqüência sacar US$ 600 milhões de volta. “Isso me parece lavagem de dinheiro”, disse Martins numa reunião de diretoria. “Eles não revelam sequer a origem dos recursos”. Durante as negociações, os executivos da Varig teriam descoberto que o dinheiro viria da organização católica Opus Dei, que hoje domina um terço da economia do Chile. Na semana passada, Zylbersztajn enviou dois executivos para a Cidade do Panamá para tentar falar com o português. Também despachou equipes para Londres e Nova York a fim de garimpar investidores de verdade. “A grande questão para um novo investidor é a dívida da Varig com o tesouro. E justo agora a companhia elege um board que não se alinha ao governo”, avalia um fornecedor da companhia brasileira. Embora a Varig tenha bons resultados operacionais, seu passivo é enorme: dívidas que chegam a R$ 9,5 bilhões (metade com o governo) e patrimônio líquido negativo de R$ 6,5 bilhões. Nesse
céu de turbulências no qual a Varig entrou, há um vetor essencial a considerar,
a vontade do presidente Lula, titular da caneta que pode prorrogar a vida da companhia ou desligar os aparelhos. Está nas mãos do presidente petista o
destino da Varig tucana

Os tucanos

Saiba quem são eram conselheiros da problemática companhia

David ZylbersztajnEx-genro de Fernando Henrique e ex-chefe da ANP tem o difícil desafiode comandar o time que prometesanear a Varig

Marcos AzambujaO pequeno notável, como é conhecido em Brasília, foi embaixador do Brasil na França durante o governo FHC

Eleazar de CarvalhoComandou o BNDES na gestão FHC. Ficou famoso por nem querer ouvir falar no caso Varig quando estava no banco


Omar Carneiro da CunhaEx-executivo da Shell, ele é tido como um eficiente administrador de empresas. Foi o primeiro a ser convocado por David Zylbersztajn

quinta-feira, julho 26, 2007

Governo Lula: Crescimento já alcança quase todos os setores da indústria

A retomada da atividade econômica já alcança quase todos osm setores industriais do país, seghundosegundo a pesquisa Sondagem Industrial divulgada nesta quinta-feira (26) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).



"O crescimento está atingindo mais gente", disse o gerente da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

Os pesquisadores perguntaram a 1.714 empresas se seu nível de atividade havia crescido, diminuído ou ficado estável ao longo do segundo trimestre do ano.



A resposta foi crescimento em 21 do total de 27 setores consultados, ou 77%. Em 2006, no mesmo período, o crescimento só era registrado em oito setores (30%). "Os resultados apontam para a consolidação do crescimento da indústria", comentou Fonseca.

O processo vem sendo puxado pela expansão do consumo no mercado interno, enquanto o externo continua sendo um problema. O aumento da demanda interna levou à melhoria de outro indicador – o emprego.



Além de mais espalhado, o aquecimento da atividade econômica chegou às micro e pequenas empresas, o segmento que menos reagia à melhora do cenário econômico interno. No primeiro trimestre do ano, a maioria apontava redução na atividade. A situação se inverteu no segundo trimestre.

Resultados
A pesquisa da CNI apresenta seus resultados num sistema de pontos em que resultados acima de 50 apontam desempenho positivo e abaixo de 50, desempenho negativo.



No segundo trimestre, o indicador de produção da indústria como um todo chegou a 56,2 pontos, ante 51 pontos no primeiro trimestre deste ano e 49 pontos no primeiro trimestre de 2006. O indicador de emprego foi de 52,6 pontos, contra 51,1 pontos no início do ano e 48,8 pontos no segundo trimestre de 2006.

Capacidade instalada
A utilização da capacidade instalada da indústria atingiu 75% no segundo trimestre deste ano, diz a pesquisa. No primeiro trimestre do ano, o nível estava em 73%. Entre as pequenas indústrias, chegou a 69%, ante 71% no primeiro trimestre.



Nas médias, o resultado foi 74%, contra 73% no período anterior. Entre as grandes, a utilização chegou a 80% contra 78% nos três primeiros meses do ano.

Portal Uai

Após acidente, Airbus reforça norma a pilotos

LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A Airbus enviou na terça-feira (24) para todas as empresas que operam seus aviões um comunicado de segurança baseado na análise preliminar da gravação de dados da caixa-preta do vôo 3054 da TAM em que pede a pilotos o "estrito cumprimento" de dois procedimentos de pouso para prevenir outros acidentes.

A empresa européia, contudo, não quis confirmar se isso é uma interpretação de que houve falha do piloto no acidente. Ela ressalta dois procedimentos de aterrissagem envolvendo os controles de potência das turbinas, mas não diz se um deles foi violado em Congonhas.

O comunicado chama AIT (Accident Information Telex), e é o primeiro documento oficial a partir da caixa-preta, cujos dados estão sendo analisados nos EUA.

O fator humano ainda não foi apurado no caso. Se confirmado, haverá forte ligação entre o caso e um acidente com outro A320 em Taipei (Taiwan) em 2004. O relatório revelou que houve acionamento incorreto dos manetes da turbina e também havia reversor inoperante.

"Não cabe à Airbus fazer qualquer comentário sobre o que os dados preliminares demonstram. Neste caso, isso cabe à comissão de investigação brasileira", disse Barbara Kracht, vice-presidente do setor de mídia da empresa.

Porém, lembra que é obrigação no setor manter as operadoras cientes de "informações e achados" das investigações e recomendar procedimentos como "medida de precaução".

No AIT, a Airbus informa que o "estrito cumprimento" das normas é recomendado "com base na análise do gravador de dados de vôo" do avião da TAM.

A primeira recomendação diz que os manetes (alavancas que controlam a potência das turbinas) devem estar na posição "idle" (espécie de ponto morto) na fase "flare" (quando o avião "plana" com o nariz para cima para reduzir a velocidade antes de tocar o solo). Esse é o procedimento normal necessário para tocar a pista.

A segunda recomendação remete à situação de pouso com um dos reversores inoperante, conforme as instruções originais para a aeronave.

O A320 acidentado em São Paulo estava com o reversor da turbina direita desligado. Nesse documento, já divulgado pela TAM, o procedimento é acionar o "idle" em ambos os manetes antes de tocar o solo e depois colocar os reversores (inclusive o inoperante) em máximo. Duas coisas são previstas no caso: um aviso na tela de "falha em reversor" na turbina no qual o equipamento está "pinado" (lacrado) e um comando do computador de bordo para deixar a turbina em "idle".

Ainda não está claro qual foi o procedimento adotado pelos pilotos do vôo 3054 com relação à operação dos manetes. Isso depende do cruzamento completo das informações dos dados de voz e do avião.

Taipei

No acidente do A320 da TransAsia Airlines em Taipei, a investigação encontrou falhas nesses procedimentos. O avião também estava com o reversor direito inoperante.

Relatório do caso diz que o piloto deixou o manete dessa turbina um pouco acima da posição "idle". Isso fez com que os freios aerodinâmicos não fossem acionados, e a frenagem automática não engatilhou.

Ao reverter para o manual, a turbina afetada ainda tinha potência e impediu a desaceleração. O Airbus saiu da pista, mas ninguém se feriu. Havia área de escape no aeroporto.

Direto da Olivetti do Mino Carta

Caótico

O ICMPA (International Center for Media and the Public Agenda), instituto da Universidade de Maryland, acaba de divulgar uma classificação dos mais, e dos menos, críveis órgãos midiáticos de língua inglesa. O estudo baseou-se em cinco categorias de avaliação. Correções: disposição para admitir erros e para corrigi-los. Propriedade: abertura para a direção corporativa. Orientação junto ao staff: vetar conflitos de interesses. Orientação política: transparência na linha editorial. Interação: abertura para comentários e críticas dos leitores. Em primeiro lugar, o The Guardian (as matérias do The Observer, sua edição de fim de semana, são exclusivas de CartaCapital) está em primeiro lugar, com nota máxima em todos os quesitos. Em segundo, o New York Times. Em terceiro, empatados, BBC News, CBS News e Christian Science Monitor. O Financial Times fica em quarto lugar, o Wall Street Journal, por causa da cotação non acceptable no que diz respeito ao conflito de interesses. Pior ainda a edição internacional do Herald Tribune: zero em correções e conflitos de interesses. Últimos colocados, na ordem, e em situação deplorável: CNN, Al Jazeera English, ITN, Time e Sky News. Pergunto aos meus impávidos botões que notas teriam os órgãos midiáticos nativos. Responderam, taxativos, que seriam reprovados em todos os quesitos. “A transparência é essencial, porque está indissoluvelmente ligada à credibilidade”, diz Susan Moeller, diretora do ICMPA. Pois é, creio que dona Susan seria inexorável na avaliação negativa do nosso jornalismo. Quem sabe, CartaCapital tirasse um excellent ao menos por definir suas posições com absoluta transparência.

Da Olivetti do

Caótico

O ICMPA (International Center for Media and the Public Agenda), instituto da Universidade de Maryland, acaba de divulgar uma classificação dos mais, e dos menos, críveis órgãos midiáticos de língua inglesa. O estudo baseou-se em cinco categorias de avaliação. Correções: disposição para admitir erros e para corrigi-los. Propriedade: abertura para a direção corporativa. Orientação junto ao staff: vetar conflitos de interesses. Orientação política: transparência na linha editorial. Interação: abertura para comentários e críticas dos leitores. Em primeiro lugar, o The Guardian (as matérias do The Observer, sua edição de fim de semana, são exclusivas de CartaCapital) está em primeiro lugar, com nota máxima em todos os quesitos. Em segundo, o New York Times. Em terceiro, empatados, BBC News, CBS News e Christian Science Monitor. O Financial Times fica em quarto lugar, o Wall Street Journal, por causa da cotação non acceptable no que diz respeito ao conflito de interesses. Pior ainda a edição internacional do Herald Tribune: zero em correções e conflitos de interesses. Últimos colocados, na ordem, e em situação deplorável: CNN, Al Jazeera English, ITN, Time e Sky News. Pergunto aos meus impávidos botões que notas teriam os órgãos midiáticos nativos. Responderam, taxativos, que seriam reprovados em todos os quesitos. “A transparência é essencial, porque está indissoluvelmente ligada à credibilidade”, diz Susan Moeller, diretora do ICMPA. Pois é, creio que dona Susan seria inexorável na avaliação negativa do nosso jornalismo. Quem sabe, CartaCapital tirasse um excellent ao menos por definir suas posições com absoluta transparência.

Reino Unido também enfrenta crise aérea e aeroportos superlotados

Não é apenas no Brasil que a crise na aviação de passageiros se manifesta. Ao contrário do que muitas pitonisas e oráculos da grande mídia e os representantes da elite golpista que escrevem nos jornais locais afirmam, o sistema aéreo estrangeiro não é mais eficiente que o brasileiro.



A BBC revelou nesta quarta-feira (25) que as principais reclamações de usuários do setor aéreo no Reino Unido, em um período de doze meses, se devem a cancelamentos e atrasos de vôos, segundo as autoridades que fiscalizam a atividade no país.


Entre abril de 2006 e março de 2007, o Conselho de Usuários de Transporte Aéreo britânico (AUC, sigla em inglês) registrou mais de 12 mil queixas, um aumento de 22% em relação ao ano anterior.



Sozinhos, os cancelamentos de vôos responderam por 37% das reclamações por escrito ou via telefone. Quase 2.000 telefonemas foram registrados pelo AUC, o triplo do volume medido um ano antes.



As reclamações por atraso responderam por 17% do volume de queixas por escrito ou via telefone, disse o órgão.



Nó aéreo


Os dados demonstram o nó em que se encontra o setor aéreo britânico, complicado ainda mais com a aplicação de medidas de segurança introduzidas em agosto do ano passado.



Na época, o governo britânico anunciou que descobrira um plano macabro de "extremistas" para explodir aviões em vôo. A polícia prendeu centenas de pessoas, libertadas dias depois, ao se provar que não possuíam vínculos com células "terroristas" islâmicas, como propalado na mídia internacional.



As medidas adotadas desde então restringiram o que os passageiros poderiam levar nas bagagens de mão e levaram a ser efetuadas vistorias mais demoradas.


A situação se complicou ainda mais no fim do ano passado, quando a ocorrência de fortes neblinas levou ao cancelamento ou redirecionamento de vôos, gerando filas nos aeroportos.


Heathrow superlotado


Neste fim de semana, o jornal The Independent deu ao aeroporto londrino de Heathrow, um dos mais movimentados do mundo, o título de "menos preferido do mundo".


"O aeroporto transporta 68 milhões de passageiros por ano, muito mais que sua capacidade. As filas são as piores na Europa, por conta das medidas de segurança. Novas regras criam o temor de gargalos na distribuição de bagagens. Quatro executivos se demitiram no último ano", descreve o jornal.


Em seu relatório, a presidente do AUC, Tina Tietjen, criticou o fato de as companhias aéreas submeterem os passageiros a gastos "que não precisariam realizar se as empresas tivessem honrado suas obrigações".


"É do interesse de todos que a experiência do vôo não se torne cansativa a ponto de os passageiros decidirem que o esforço não vale a pena."



Vermelho (www.vermelho.org.br)

Plano piloto

Para historiador, Congonhas é símbolo de uma urbanização imitada dos EUA, que determinou a deterioração das metrópoles

ERNANE GUIMARÃES NETO
DA REDAÇÃO

Inaugurado em 1936, Congonhas ultrapassou o pioneiro Campo de Marte (1920) em volume de passageiros num período em que ainda ficava distante do centro de São Paulo; mas o centro da cidade migrou para mais perto dele.
Aeroporto de maior movimento no país, incrustado numa região de alta densidade populacional, ele pode ser mais do que uma vítima de um crescimento urbano desordenado: para o historiador Nicolau Sevcenko, Congonhas é o símbolo de um projeto de modernização malsucedido.
"O que redefiniu o papel de Congonhas, em grande parte, foi uma mudança na concepção urbanística ocorrida depois da Segunda Guerra Mundial", disse em entrevista à Folha o professor da USP, que associa a extenuação do aeroporto à desvalorização dos transportes ferroviários no Brasil.




FOLHA - Durante a ampliação de Congonhas nos anos 50, o Pavilhão de Autoridades foi inaugurado em 1954, antes do Terminal de Passageiros (inaugurado em 1955 e concluído em 1959) e antes da conclusão das obras nas pistas (1955). Dá para fazer um paralelo entre esse fato e a forma como pensamos as obras públicas hoje?
NICOLAU SEVCENKO - Essa formulação serve como análise cristalina do processo, desde seu início até o que assistimos hoje, de quanto esse modelo tem assumido a feição cosmética de construir a cidade como espetáculo, como vitrine, numa situação em que o conjunto dos problemas fica escondido, camuflado.
O que prevalece é a ostentação, a especulação, a corrupção e a exclusão.

FOLHA - O aeroporto de Congonhas surgiu como símbolo de sofisticação e desenvolvimento de uma cidade que se reafirmava, pouco depois da Revolução Constitucionalista; hoje, tornou-se um monstro trágico no meio da urbe?
SEVCENKO - Em princípio, acho que não; mas qualquer pessoa pode entender que o que aconteceu agora é um descalabro provocado por uma situação de incompetência da administração presente.
Criou-se tal mazorca no sistema de tráfego aéreo brasileiro que, tendo acontecido o que aconteceu, em escala tão catastrófica, todo mundo haverá de concordar -mesmo aqueles que resistiam- que, nas condições em que Congonhas tem operado, não poderá continuar.
Algo terá de ser mudado em grande escala, e muito rapidamente.
É terrível dizer que a gente possa aprender com uma calamidade dessa, mas vamos ter de tirar alguma lição.
A primeira, e mais urgente, é redimensionar o sentido de Congonhas dentro da cidade, no contexto do tráfego aéreo de São Paulo e do país.

FOLHA - Comparando a evolução da cidade à evolução do aeroporto, já era de esperar essa crise aérea desde quando?
SEVCENKO - Precisamos pensar numa escala histórica mais ampla e complexa. Quando o aeroporto foi projetado e construído, era uma região relativamente afastada. Não tinha esse impacto urbano e ambiental que passou a ter.
O que redefiniu o papel de Congonhas, em boa parte, foi a mudança na concepção urbanística ocorrida no pós-guerra. Foi o grande divisor de águas na relação entre cidade e aeroporto: a mudança na política urbanística dos EUA no pós-guerra.

FOLHA - O que caracteriza essa mudança?
SEVCENKO - O governo dos EUA deu-se conta de que era extremamente fácil destruir uma malha rodoviária, paralisando um país que dependesse de ferrovias. Os bombardeiros americanos rapidamente neutralizaram a malha ferroviária alemã.
O desafio eram as "autobahns", rodovias de alta velocidade construídas no contexto da guerra, que eram as artérias pelas quais circulava a economia. Depois da guerra, os EUA mudaram sua política, promovendo uma desurbanização: cidades são vulneráveis, estradas de ferro são vulneráveis.
O projeto americano foi desinvestir na cidade e conectar os subúrbios por grandes vias expressas, ligadas a redes de aeroportos. Só populações pobres seriam largadas nas cidades; empresas também seriam redistribuídas, para evitar pólos industriais vulneráveis.

FOLHA - A ampliação de Congonhas na década de 1950 seguiria essa lógica?
SEVCENKO - Como os EUA emergiram da guerra como a economia vitoriosa, mais próspera, vitrine da sociedade do consumo, o conceito de "modernização" se confundiu com "americanização". Americanização era priorizar o transporte rodoviário e o aeroviário em detrimento do ferroviário.
E "suburbanização" é o que se vê no modo como, no final dos anos 40 e nos anos 50 e 60, há um processo de reconfigurar o desenho urbano em razão da zona sul, do parque Ibirapuera.
O parque é coligado ao eixo de vias expressas, que se liga diretamente ao aeroporto. A avenida 23 de Maio faz um ângulo monumental com a Nove de Julho, que não por acaso tem como pináculo simbólico o Obelisco e o Monumento às Bandeiras [de Victor Brecheret].
São Paulo voltou-se completamente para esse lado, para essa simbologia da modernidade, que é o Ibirapuera com o Museu de Arte Moderna (MAM) e o pavilhão da Bienal, vitrines da modernidade.
Coisa semelhante acontece em Belo Horizonte: o parque da Pampulha, o Museu de Arte da Pampulha e a via expressa em conexão com o aeroporto.
A mesma coisa no Rio, com o parque do Flamengo, o MAM, a via expressa e a conexão com o aeroporto Santos Dumont.
Nem precisamos falar de Brasília, que nasceu sob o signo do avião: o Plano Piloto é um avião e a cidade a princípio só era acessível por avião.

FOLHA - Essa valorização do entorno do aeroporto foi acompanhada pela construção de prédios...
SEVCENKO - Essa imitação colonialista de uma situação típica dos EUA -pois não havia o temor de bombardeio aéreo no Brasil-, incorporada por elites que queriam ser modernas sendo americanizadas, trouxe seqüelas que até hoje são responsáveis pela maneira como esta cidade é completamente caótica e amarrada.
Em particular, implicou no desinvestimento no transporte ferroviário e sua estrutura urbanizada, o metrô.

FOLHA - Nos anos 60, o aeroporto de Congonhas era ponto de encontro e lazer -ia-se ao restaurante ver pousos e decolagens. O aeroporto, com sua arquitetura art déco/futurista ao gosto da classe média, é sintoma da preponderância do símbolo de status sobre a funcionalidade?
SEVCENKO - Exatamente. Isso prejudicou a economia, pois se optou por dois sistemas mais onerosos que o ferroviário.
Essa é a diferença entre por que é tão caótico, dramático viajar nos EUA e por que é tão agradável e simples viajar pela Europa: porque a malha ferroviária foi preservada, e o investimento na redistribuição do transporte de massa em redes de metrô tornou a situação praticamente equacionada.
Os EUA hoje lutam desesperadamente para reverter os erros cometidos, numa política, que vem desde os anos 80, de revalorizar o centro histórico das cidades, atrair novamente a população aos centros urbanos, como ocorre em Nova York, Boston, Chicago e Baltimore.
Talvez precisássemos de um desastre dessa escala colossal para que se comece a repensar o conjunto de enganos desse modelo que pune o país dos pontos de vista econômico, social e da qualidade de vida da população.

FOLHA - Pelo movimento histórico, diria que as sociedades paulista e brasileira estejam amadurecendo para perceber essa situação?
SEVCENKO - Acredito que não. São situações de choque, como as duas calamidades sucessivas [as quedas do Airbus-A320 da TAM, na terça, e do Boeing da Gol, em setembro passado] e o quadro de descalabro clamoroso, que talvez se comece a pensar em alternativas.
Porque, até então, isso não estava no debate público.

Carta de um militar

Prezados editores do blog República Vermelha,

Trancrevo mensagem que enderecei ao blog do Mino.
Cordialmente.

Caro Mino,
Dirijo-lhe este comentário porque respeito o seu histórico de fundador de revistas várias e um baluarte na imprensa séria desse país. Digo imprensa séria, ou o que restou dela, pois hoje o que se vê éuma mídia completamente alucinada e desconectada do mínimo de postura democrática e ética que se exige da imprensa. Nesse mar de piratas de aluguel em que se transformou a mídia golpista, a Carta Capital tem sido a traineira da exceção. Preocupa-me sobremaneira o atual estágio de vendilhagem e desonestidade intelectual e partidarização explícitas da mídia nativa. Agora, deram de mencionar explicitamente a possibilidade da caserna voltar a falar. Caro Mino, como oficial das Forças Armadas, quero deixar claro que o falante ministro do STM, Olympio Pereira da Silva Júnior, fala de per si, e não pelas Forças Armadas. Deve ser mais uma vivandeira neomoderna. E como toda vivandeira, é um civil que lamenta não ter passado pela caserna, e como compensação, vive a nos bajular, a ver se consegue algum. Aliás, parece que bajulação é um dos requisitos para o cargo que ocupa.
De mim, caro Mino, que também falo por mim, e não pela Força, afirmo que a possibilidade de golpe militar aventada pelo ministro falante, é hoje, algo próximo de zero. Não há clima para quarteladas. Até porque Mino, quem sempre operou esses movimentos no meio militar foi a oficialidade média. E hoje, essa oficialidade está consciente do seguinte:
1) Qualquer tentativa de intervenção militar, hoje, teria o viés de retornar ao status quo tucano, de triste memória para as Forças Armadas (está bem viva em nossa memória a crise de 2001/2002, onde a caserna dismobilizou o contingente em agosto, por falta de comida);
2) Que qualquer movimentação militar para depor o presidente teria que passar por um alinhamento automático aos EUA. Alinhamento esse que hoje seria impossível, dada a aversão majoritária da oficialidade à política americana para a América latina;
3) As Forças Armadas, hoje, têm a convicção (embora em muitos não externada de público) de que, em 1964, fomos usados espertamente por uma parcela de políticos para fazer-lhes o trabalho sujo e ficar com o ônus (alguns se deixaram contaminar pelo trabalho sujo). Hoje, não mais estamos dispostos a satisfazer-lhes o capricho de vivandeiras. A oposição quer dar um golpe e depor Lula? Que eles próprios peguem em armas e dêem o golpe!
4) Não fugiremos um milímetro de nossa disposição constitucional, apesar das bravatas de um ministro calça-curta, que nem militar é;
5) Quanto à mídia golpista, se lhe falta barranco oposicionista para escorar, são apenas cachorros mordendo a soldo e latindo pelo melhor osso, apenas isso.
Cordialmente
Cap. Mascarenhas Maia
Infantaria


25 de Julho de 2007 22:13

JANGO ANTES E DEPOIS DA QUEDA

JANGO ANTES E DEPOIS DA QUEDA



O livro “Jango - As Múltiplas Faces”, dos historiadores Ângela Gomes e Jorge Ferreira, publicado pela editora FGV, procura mostrar toda a carreira do ex-Presidente João Goulart, e não apenas a sua destituição em 1964 – episodio a que, normalmente, se restringe a analise da carreira de Jango.

“Esse foi um dos nossos objetivos do livro. Foi exatamente demarcar a dimensão polêmica, ambígua, múltipla que esse político tem. E nosso objetivo não foi, digamos, resolver esta polêmica, esta ambigüidade, mas foi apresentá-la”, disse Ângela Gomes, em entrevista a Paulo Henrique Amorim (clique aqui para ouvir o áudio).

Segundo a professora Ângela Gomes, Jango é recorrentemente lembrado, ou não lembrado, exatamente pela sua inépcia, pela sua incompetência, pela sua fraqueza, pela queda.

“É como se a face do Jango político tivesse sido concentrada no momento da sua deposição e as próprias possibilidades de entender esse momento também estivessem concentrados numa determinada leitura. Numa leitura que demarca, em relação a Jango, a fraqueza, a incompetência”, disse Ângela Gomes.

A professora Ângela Gomes explicou que “o livro mostra essas múltiplas faces do Jango, abre a sua trajetória, mostra que ele é um político como muitos outros políticos com problemas, sem dúvida, com virtudes, muitas igualmente”.

“Nossa intenção é justamente fixar várias possibilidades de visão do Jango. Então, nós fizemos questão de construir um livro no qual existem posições extremamente contrárias a Jango, que o vêem muito mal, posições que o vêem muito bem, posições que vêem dificuldades na sua figura, mas que também vêem virtudes importantes da sua figura, enfim, dar a este político uma extensão política, na verdade, que é essa”, disse Ângela Gomes.

Clique aqui para ver uma galeria de fotos sobre o livro "Jango - As Múltiplas Faces".

Leia a íntegra da entrevista com a professora Angela Gomes:

Paulo Henrique Amorim – Eu vou conversar agora com a professora Ângela de Castro Gomes, doutora em ciência política pelo Iuperj, procuradora sênior do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas e professora titular da história do Brasil da UFF (Universidade Federal Fluminense) e que acaba de lançar, ao lado de Jorge Ferreira, o livro “Jango, as múltiplas faces”. Professora Ângela, a senhora vai bem?

Angela de Castro Gomes – Vou bem.

Paulo Henrique Amorim – É um prazer falar com a senhora.

Angela de Castro Gomes – Igualmente, Paulo Henrique.

Paulo Henrique Amorim – Professora, no press-release que anuncia o lançamento do seu livro diz que o objetivo do livro é tratar de um político que teve uma longa trajetória cujo governo vai além dos momentos em que é destituído para essa abrangência histórica que os autores querem chamar a atenção dos leitores.

Angela de Castro Gomes – Exatamente.

Paulo Henrique Amorim – O que significa, até onde vai essa abrangência histórica na vida do Jango?

Angela de Castro Gomes – Bom, Paulo Henrique, na verdade o Jango é um político que pode ser entendido como exemplar, em termos de trajetória, de políticos que vivenciaram uma fase da nossa história, ou seja, aqueles políticos que ingressam na vida parlamentar, na vida política também executiva a partir do início da República de 1946, quer dizer, do fim do Estado Novo e percorrem esse momento da nossa história política até o golpe de 1964, no caso, de uma forma emblemática, porque Jango inicia essa trajetória muito jovem inicia ligado pessoalmente, imediatamente, politicamente também, a figura mais importante da história política nesse momento, que era Getúlio Vargas, ele vai conhecer Vargas no exílio, no exílio voluntário de Vargas ele vai, volta ao Rio Grande do Sul, à sua fazenda é aí que os contatos de Jango se iniciam com ele, ele era muito jovem, e, a partir daí, ele se torna um político, vincula-se ao PTB, um dos partidos que marca a nossa vida político-partidária nesse período, partido importantíssimo porque é o nosso primeiro grande partido no sentido de fazer propaganda visando um eleitorado de massas, um eleitorado popular. Jango entra no PTB, no PTB permanecerá, fará carreira político-partidária, porque irá ser presidente desse partido político e nos anos cinqüenta já é presidente desse partido político, ao mesmo tempo ele tem uma vida político-parlamentar, se elege para cargos no parlamento primeiro a nível do Rio Grande do Sul porque é o Estado, posteriormente a nível nacional, e a seguir fará carreira em postos do executivo, momento decisivo da sua vida política, ao assumir o Ministério do Trabalho durante o segundo governo Vargas. E, posteriormente, será eleito por suas vezes vice-presidente da República e é preciso...

Paulo Henrique Amorim – Eleito pelo voto popular.

Ângela de Castro Gomes – Exatamente, é essa a remarca que eu iria fazer. Eu gosto sempre de chamar a atenção que vices-presidentes no período da República de 46 a 64 não era o vice-presidente que nós temos hoje. Eles eram eleitos pelo voto popular, portanto votava-se no presidente e no vice-presidente, o que significava dizer que não havia uma chapa fechada. Você podia votar num presidente de um partido e num vice-presidente de outro e foi isso o que aconteceu nas Eleições em que Jango foi vice de Jânio Quadros. Ele não fazia parte da chapa de Jânio, portanto o vice-presidente tem uma legitimidade política muito grande, ele, evidentemente, é um ator político, ele não é um mero coadjuvante. E no caso de Jango, tanto como vice de JK quanto como vice de Jânio, ele teve um papel político muito importante. Claro que no caso de Jânio muito breve também, logo, assumindo a Presidência da República. Então, nesse sentido, percorrer a trajetória política de Jango é percorrer de uma forma específica sob um ângulo a trajetória política dessa República, que eu também acho importante da gente colocar no seu devido lugar. No sentido de que muitas vezes só se fala dessa República com suas, vamos dizer assim, carências ou faltas. Ela não foi suficientemente democrática, ela não foi suficientemente efetiva, na verdade reparos justos, mas que não alteram o fato de que esse foi um período onde tivemos uma experiência democrática muito importante e mais: tivemos eleições, aprendemos nesse sentido uma prática política democrática ainda que com limite. Mas é difícil a gente pensar em práticas políticas democráticas perfeitas. Então, essa é uma experiência que eu entendo que precisa ser entendida por um público amplo, uma experiência importante na nossa história política.

Paulo Henrique Amorim – Ou seja, de certa maneira a senhora recupera também, ou reavalia também o papel da República de 46?

Angela de Castro Gomes – Como um momento exatamente, extremamente importante do aprendizado político, de um aprendizado político liberal-democrático. De eleições, de partidos se fortalecendo, de lideranças políticas se fortalecendo. Os nossos políticos, inclusive, fazendo carreira se elegendo vereadores, deputados, senadores, vice-governadores, governadores, ou seja, montando uma trajetória, o eleitorado aprendendo a reconhecer que político é uma carreira, é uma carreira que deve ser entendida como profissional e, nesse sentido, com responsabilidades muito importantes, com transparência em relação ao eleitorado. Esse período a imprensa tem um papel muito importante, durante toda a trajetória, a imprensa escrita e a imprensa falada, o rádio. Então, também essas relações entre mídia e política também são aprendidas, nesse momento, de uma forma mais alargada e mais responsável, igualmente.

Paulo Henrique Amorim – Entendo. Agora, quando a senhora faz uma reavaliação do Jango presidente, do Jango político, do Jango vice-presidente, do Jango ministro, do Jango fundador do PTB ao lado de Vargas, que visão a senhora tem do Jango. Como a senhora diria, quem era o Jango?

Angela de Castro Gomes – Pois é, esse foi um dos nossos objetivos do livro, meu e do Jorge. Foi exatamente a gente desmarcar a dimensão polêmica, ambígua, múltipla que esse político tem. E nosso objetivo não foi, digamos, resolver esta polêmica, esta ambigüidade, mas foi apresentá-la e aí, no seguinte sentido Paulo Henrique, o Jango, na verdade em nossa avaliação, (minha e do Jorge, mas não apenas de outros historiadores e cientistas políticos igualmente) ele tem sido recorrentemente lembrado, ou não lembrado, exatamente pela sua inépcia, pela sua incompetência, pela sua fraqueza...

Paulo Henrique Amorim – Pela queda?

Angela de Castro Gomes – Exatamente. É como se a face do Jango político tivesse sido concentrada no momento da sua deposição e as próprias possibilidades de entender esse momento também estivessem concentrados numa determinada leitura. Numa leitura que demarca, em relação a Jango, a fraqueza, a incompetência. Muito mais do que as dificuldades, as dúvidas, enfim. Então, nossa proposta foi, justamente, em primeiro lugar abrir essas múltiplas faces do Jango, abrir a sua trajetória, mostrando como ele é um político como muitos outros políticos com problemas, sem dúvida, com virtudes, muitas igualmente. E como é através do livro, nossa intenção é justamente fixar várias possibilidades de visão do Jango. Então, nós fizemos questão de construir um livro no qual existem posições extremamente contrárias a Jango, que o vêem muito mal, posições que o vêem muito bem, posições que vêem dificuldades na sua figura, mas que também vêem virtudes importantes da sua figura, enfim, dar a este político uma extensão política, na verdade, que é essa. E no caso dele, trazê-lo ao cenário, porque também entendemos que ele foi, por essa razão, por ter sido concentrado nesse momento da queda, ele é uma figura política extremamente obscurecida. Nós lembramos de vários presidentes, não lembramos desse presidente e, no entanto a Presidência do Jango ela foi uma Presidência, no caso, com inúmeras realizações e tentativas de realizações e muito importante na nossa história. Que são, vamos dizer, esquecidas. Porque, quando se fala da própria Presidência do Jango, ela se concentra no momento da sua deposição.

Paulo Henrique Amorim – Agora, me permita professora, trazer um pouco para os dias atuais e é inevitável que um trabalho de história seja sempre uma maneira de iluminar os dias em que vivemos. A primeira coisa que eu gostaria de conversar com a senhora seria sobre um fato que hoje me parece similar ao que perseguiu a carreira do Jango, e desde Getúlio, que é a unanimidade da imprensa conservadora contra um presidente trabalhista. Qual foi o papel que a imprensa teve na queda do Jango?

Angela de Castro Gomes – A imprensa teve um papel, não só na queda do Jango você lembrou muito bem, ao longo da sua trajetória e aí talvez um momento significativo de ser lembrado seja exatamente o período de ministro do trabalho e, sobretudo o momento em que ele sai do Ministério do Trabalho.

Paulo Henrique Amorim – Eu posso dizer que ele foi destituído pela mídia?

Angela de Castro Gomes – Não, eu não diria que ele foi destituído pela mídia, havia outras forças políticas extremamente descontentes, entre elas os militares e o próprio empresariado, a questão de um político trabalhista que acenava possibilidades de diálogos com o movimento sindical organizado naquele momento, com lideranças, abrindo espaço para elas, tendo uma proposta, no caso a proposta do aumento do salário mínimo.

Paulo Henrique Amorim – Em 100%.

Angela de Castro Gomes – É. Mas essa proposta significativa de uma perspectiva que é preciso incorporar a classe trabalhadora ao mercado como um... E ao mercado econômico e ao mercado político.

Paulo Henrique Amorim – O que se chama hoje de inclusão.

Angela de Castro Gomes – Isso, exatamente. E uma perspectiva que, é claro que tinha vícios clientelistas e paternalistas, mas nós sabemos muito bem, nós devemos entender que os políticos também sabem disso, que, ainda que com mecanismos de clientelismos e paternalismo, controles absolutos não existem. Então, para abrir espaço para lideranças sindicais, para abrir espaço para o movimento sindical, há sempre níveis e possibilidades de ação não previstas. E isso estava sendo uma proposta política, naquele momento isso era de muito difícil absorção.

Paulo Henrique Amorim – E o papel da mídia na carreira do Jango?

Angela de Castro Gomes – O papel da mídia, eu diria a você que, no geral, foi de combatê-lo muito. Isso tinha a ver com a própria forma como a mídia funcionava, sobretudo, durante os anos 50.

Paulo Henrique Amorim – Mudou?

Angela de Castro Gomes – Muda em alguns aspectos. Você tinha uma mídia muito mais, claramente e abertamente, sem nenhum problema, com comprometimentos partidários. Quer dizer, esse combate era muito claro. A gente tinha um jornal, como era o caso da Tribuna da Imprensa, que era um jornal de um líder da UDN que fazia um combate violentíssimo e absolutamente aberto. Esse tipo de combate, desta forma, a imprensa não faz mais porque a imprensa hoje é um outro modelo, não é mais esse, né. O que não significa que a imprensa tenha menos poder e menos poder de fogo, muito pelo contrário. Mas esse tipo de combate aberto, partidário, inclusive, com vínculos absolutamente explícitos, isso realmente mudou nesse sentido. Mas voltando à questão da mídia, a mídia irá, sobretudo essa mídia com vínculos com a UDN e com vínculos com os militares, e eu não quero dizer com isso que a UDN fosse o único partido desse período, vamos dizer, que tivesse as suas aproximações com grupos militares, não era não, mas, nesse sentido, essa mídia foi extremamente combativa com o Jango durante todo o período: enquanto ele foi ministro do Trabalho, depois que ele saiu do Ministério do Trabalho, enquanto vice-presidente e enquanto presidente também.

Paulo Henrique Amorim – Agora, outra questão. Um dos motivos pelos quais o Jango caiu é que os militares acreditavam que o Jango ia dar um golpe. O Jango ia dar um golpe?

Angela de Castro Gomes – Impossível um historiador responder uma pergunta como essa, seria imaginar que a gente poderia saber o que atores políticos fariam. A gente não sabe isso na verdade. O que a gente sabe é que aquele momento político, aquele contexto político era de extrema radicalização. E, na verdade, quer pela direita, quer pela esquerda, de um desamor efetivamente pelos procedimentos políticos liberais-democráticos. Agora, o quadro político é complexo nesse momento. Havia entre os partidários de Jango, inclusive dentro do PTB, grupos que trabalhavam e trabalhavam de uma forma extremamente sofisticada eu diria exatamente para manter Jango no poder, mantendo-se o quadro democrático, ou seja, que apostavam que as reformas políticas e sociais eram imprescindíveis, que a democracia no Brasil e o desenvolvimento só viriam com essas reformas, mas que elas só se fariam mantendo-se um quadro da legalidade, ou seja, mantendo-se os procedimentos liberais-democráticos.

Paulo Henrique Amorim – Aí que a senhora incluiria o San Tiago Dantas?

Angela de Castro Gomes – Perfeitamente. San Tiago seria a liderança maior, a liderança intelectualmente e politicamente mais importante desse grupo e acho que também a trajetória de San Tiago nesse sentido é exemplar. O golpe se dá em 64, março. San Tiago morre doente, e ele já estava doente em 63 e ele já sabia disso e todos sabiam disso igualmente, morre no segundo semestre. Ou seja, San Tiago, eu gosto de fazer a imagem, é como a nossa democracia: ele tenta resistir, mas sucumbe. E sucumbe completamente mesmo. Acho que no caso dele...

Paulo Henrique Amorim – Agora, uma outra questão que eu gostaria de já me reportando aos dias que correm. Não existe com o Jango e maneira pela qual o Jango entrou na história como sendo o presidente fraco e ambíguo que se deixou derrubar, uma tentativa ou nesse caso de Jango, bem-sucedida, e no caso do presidente Lula é uma tentativa de qualificar um presidente trabalhista como inepto?

Angela de Castro Gomes – Acho um pouco arriscado essa analogia tão rápida.

Paulo Henrique Amorim – É da característica dos jornalistas, professora. (Risos)

Angela de Castro Gomes – Pois é... (Risos) Entendo que é um ponto importantíssimo que você menciona, é esse da consolidação da memória de um presidente inepto, do presidente ambíguo. E no sentido de a gente lembrar que as memórias consolidadas são fatos históricos, ou seja, há quem os produza. Memórias consolidadas não existem desde sempre nem naturalmente. Então, é importante a gente entender inclusive como mesmo após o golpe de 64 existem forças interessadas na consolidação dessa imagem e um dos indicadores pra isso é inclusive, vamos dizer assim, a violência com que os militares tratam o ex-presidente e a sua família, impedido de uma forma extremamente radical qualquer tipo de, vamos dizer, de vinda ao Brasil. Lembro por exemplo um fato, um episódio que a esposa do ex-presidente, a dona Maria Thereza Goulart, nos contou que foi por ocasião do falecimento não sei se do seu pai ou sua mãe, me fala agora, mas um dos seus mais próximos parentes, em que ela sofre extremamente pra poder vir ao enterro, quer dizer, e viria apenas ela. Eu estou tomando esse ato não como uma curiosidade, mas exatamente como um elemento sensível, que aponta uma dinâmica política, uma dinâmica que quer efetivamente afastar esse presidente e que...

Paulo Henrique Amorim – Isso parece uma história de tragédia grega.

Angela de Castro Gomes – Ah, mas de certa forma...

Paulo Henrique Amorim – Não deixar enterrar os mortos.

Angela de Castro Gomes – É, pois é. E no caso algo extremamente duro, porque é a esposa do ex-presidente e a esposa do ex-presidente não é uma política. Evidentemente é outra dimensão, mas, de qualquer forma, esse período do Jango no exílio é um período extremamente duro. Eu entendo que essa é uma das contribuições do nosso livro, especialmente pela forma como ele foi construído, porque ele foi construído sobretudo a partir de depoimentos colhidos muitos ao longo do tempo, porque eu e o Jorge fizemos uma imensa pesquisa no sentido de selecionar depoimentos cedidos a várias instituições ao longo das últimas décadas e também de produção de novos depoimentos, entre os quais três foram muito importantes: o da irmã do presidente, dona Yolanda Goulart, que gentilmente conversou conosco, e de sua esposa, dona Maria Thereza e de sua filha, Denise. Eu aproveito a oportunidade pra publicamente agradecê-las pelo tempo que nos dedicaram, pela sensibilidade que tiveram em relação ao nosso livro porque inclusive pros familiares e até hoje difícil porque essa imagem ficou muito colada e naturalmente eles têm toda uma prudência em relação a trabalhos que envolvam a figura de João Goulart.

Paulo Henrique Amorim – Professora, uma última pergunta: a senhora trata da participação dos americanos na queda do presidente João Goulart?

Angela de Castro Gomes – Olha, na verdade apenas um pouco. Eu sei que você deve estar fazendo essa pergunta em função inclusive da documentação que meu colega de universidade professor Carlos Fico encontrou nos Estados Unidos. Esse livro já estava praticamente concluído quando Fico encontrou essa documentação e foi no ano passado e nós não incorporamos e também não poderíamos fazê-lo porque quem vai naturalmente fazer isso é ele mesmo, o próprio professor.

Paulo Henrique Amorim – Nós o entrevistamos aqui no nosso site.

Angela de Castro Gomes – Pois é. Então, no nosso livro nós não temos o material que ele teve acesso e que ele mesmo disponibilizará. Nós temos indicações nesse sentido porque é claro que essa questão da presença americana, dos navios, de uma articulação efetivamente, da importância do embaixador, tudo isso a gente, digamos, sabia e isso é comentado inclusive pelos contemporâneos desse acontecimento, do golpe. Agora, a dimensão que isso teve, a articulação que isso teve, isso evidentemente, acho que se, dúvida nenhuma a pesquisa do meu colega Carlos Fico trará de uma forma maior.

Paulo Henrique Amorim – A senhora falou no San Tiago Dantas, o professor Fico nos contou que o Afonso Arinos contou ao San Tiago Dantas, os dois mineiros, que os americanos, se fosse necessário, iriam desembarcar. E que o San Tiago teria contado isso pro Jango e que isso teria sido o motivo pelo qual o Jango não resistiu.

Angela de Castro Gomes – Eu apostaria, pelos depoimentos, que Jango tinha conhecimento dessa possibilidade de uma ação armada dos norte-americanos. Não tive documentos comprobatórios como o Fico, mas esse é um dado que não está ausente dos cálculos que foram feitos na ocasião, de resistir ou não resistir.

Paulo Henrique Amorim – Muito bem, professora, já comprei o seu livro.

Angela de Castro Gomes – Oh, beleza.

Paulo Henrique Amorim – Professora Angela de Castro Gomes que com Jorge Ferreira lançou o livro “Jango, as múltiplas faces”. Muito obrigado, professora.

Angela de Castro Gomes – Obrigado a você, Paulo Henrique, por poder falar do nosso trabalho e desse período da história e desse personagem.

quarta-feira, julho 25, 2007

Por que não investigam a TAM? Porque ela é útil ao golpe de estado?

Airbus da TAM faz pouso não programado em Londrina
Publicada em 25/07/2007 às 14h52m

Ana Paula de Carvalho - O Globo

RIO - Um Airbus A320 da TAM, o mesmo modelo que provocou a tragédia em Congonhas, perdeu parte da carenagem da turbina direita durante o vôo. A aeronave, prefixo PR-MBO, que vinha de Salvador com destino a Curitiba, fez uma parada não programada no Aeroporto de Londrina, no Norte do Paraná, na noite de segunda-feira.

Depois de o avião receber um remendo feito com uma fita de alumínio, a Polícia Federal foi acionada para fiscalizar o reparo. A TAM só poderia retirar o avião de Londrina quando fosse feito o reparo na turbina.

Os passageiros, em sua maioria 128 estudantes e professores do Projeto Rondon, foram obrigados a seguir os 400 quilômetros restantes (Londrina a Curitiba) de ônibus, uma viagem de aproximadamente seis horas.

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/07/25/296966034.asp


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Dois Bandeirantes da VOTEC-TAM colidem no ar em Imperatriz. Saldo da tragédia: 19 mortos - 1984
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Sete pessoas morreram na queda de um Bandeirante em Araçatuba (SP) - 1983
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Avião da TAM derrapa na pista e cai em vala em Uberaba - 1982
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Avião Bandeirante colide com barco e mata 11 ocupantes em Belém (PA) - 1981
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Avião da VOTEC-TAM cai matando os setes ocupantes - 1980
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Nove pessoas morrem em queda de avião - 1980
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Avião Bandeirante cai matando os 18 ocupantes em Bauru (SP) - 1979
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Acidente com avião Learjet 25B da TAM na Baia da Guanabara (RJ) - 1976
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Diversos outros acidentes ou incidentes com aviões da TAM aconteceram desde que a empresa entrou em operação. Porém, por não haver mais de uma fonte para confirmação das informações, eles não aparecem nesta lista.
http://www.desastresaereos.net/acidentes_tam_indice.htm